NATUREZA E ESTRUTURA DO MATERIAL GENÉTICO

Documentos relacionados
Estrutura e Função de Ácidos Nucléicos

Estrutura e função dos ácidos nucléicos. Profa. Melissa de Freitas Cordeiro-Silva

Replicação Quais as funções do DNA?

Hoje estudaremos a bioquímica dos ácidos nucléicos. Acompanhe!

Princípios moleculares dos processos fisiológicos

Equipe de Biologia. Biologia

Criado e Desenvolvido por: RONNIELLE CABRAL ROLIM Todos os direitos são reservados

SÍNTESES NUCLEARES. O DNA éo suporte da informação genética. Parte 1 Replicação

Núcleo Celular. Biomedicina primeiro semestre de 2012 Profa. Luciana Fontanari Krause

Bases Moleculares da Hereditariedade

ÁCIDOS NUCLEICOS DNA - ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO RNA - ÁCIDO RIBONUCLEICO

ESTRUTURA DO DNA E ORGANIZAÇAO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA

16/04/2015 ÁCIDOS NUCLEICOS DNA E RNA DNA E RNA DNA E RNA BREVE HISTÓRICO DA DESCOBERTA DO DNA BREVE HISTÓRICO DA DESCOBERTA DO DNA

DO GENE À PROTEÍNA ALGUNS CONCEITOS BASICOS COMO SE ORGANIZAM OS NUCLEÓTIDOS PARA FORMAR O DNA?

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo.

MEDICINA VETERINÁRIA. Disciplina: Genética Animal. Prof a.: Drd. Mariana de F. G. Diniz

ORGANIZAÇÃO SUPRAMOLECULAR DO MATERIAL GENÉTICO

DNA E SÍNTESE PROTEICA

ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS

Ácidos nucléicos. São polímeros compostos por nucleotídeos. Açúcar - pentose. Grupo fosfato. Nucleotídeo. Base nitrogenada

Ácidos Nucleicos 22/12/2011. Funções do Material Genético. informação genética.

As bactérias operárias

GABARITO BIOLOGIA REVISÃO 01 3 ANO A/B ENSINO MÉDIO

Ficha de Apoio Teórico: Replicação do DNA

BANCO DE QUESTÕES - BIOLOGIA - 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO ==============================================================================================

O processo fisiológico que está representado no gráfico é

Organização do Material Genético nos Procariontes e Eucariontes

DOCUMENTO DE APOIO AO ESTUDO BIOLOGIA E GEOLOGIA 11.º

Criado e Desenvolvido por: Todos os direitos são reservados

- Ácido ribonucléico (ARN ou RNA): participa do processo de síntese de proteínas.

ÁCIDOS NUCLEÍCOS RIBOSSOMO E SÍNTESE PROTEÍCA

MAPA DO CROMOSSOMA DE E.coli

Aula 4 Estrutura do RNA

8/18/2015. IFSC Campus Lages. Biologia Molecular. Prof. Silmar Primieri. O que é Biologia Molecular?

BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR 1º S_2010_2011_1º Teste 25/10/2010

Escola Secundária do Monte de Caparica Disciplina de Biologia 10 º Ano

Nucleotídeos e Ácidos Nucleicos. Maiara Paparele dos Santos

BIOLOGIA MOLECULAR. Prof. Dr. José Luis da C. Silva

O DNA é formado por pedaços capazes de serem convertidos em algumas características. Esses pedaços são

O fluxo da informação é unidirecional

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA

Avaliação Curso de Formação Pós-Graduada da Biologia Molecular à Biologia Sintética 15 de Julho de 2011 Nome

Replicação do DNA a Nível Molecular

COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NAS MOLÉCULAS DE DNA E RNA

Os primeiros indícios de que o DNA era o material hereditário surgiram de experiências realizadas com bactérias, sendo estas indicações estendidas

BASES NITROGENADAS DO RNA

Aula 2 Unidades fundamentais dos ácidos nucléicos

1. (Unesp) A ilustração apresenta o resultado de um teste de paternidade obtido pelo método do DNA-Fingerprint, ou "impressão digital de DNA".

MUTAÇÃO E REPARO DO DNA

EXAME DE BIOLOGIA Prova de Acesso - Maiores 23 Anos (21 de Abril de 2009)

Replicação do DNA REPLICAÇÃO DIVISÃO CELULAR E REPLICAÇÃO DNA REPLICAÇÃO. REPLICAÇÃO - Bibliografia

DNA A molécula da vida. Prof. Biel Série: 9º ano

MEDICINA VETERINÁRIA. Disciplina: Genética Animal. Prof a.: D rd. Mariana de F. Gardingo Diniz

Curso - Psicologia. Disciplina: Genética Humana e Evolução. Resumo Aula 2- Organização do Genoma

Carregadores de energia. ATP, GTP, etc. Cofatores e coenzimas. Coenzima A, FAD, NAD. Mensageiros químicos. AMP cíclico, GMP cíclico

Como o DNA nuclear comanda todo o funcionamento da célula????

> ESTUDO DO RNA. (C) O ácido nucléico I é DNA e o II, RNA. (D) O ácido nucléico I é RNA e o II, DNA. (E) I é exclusivo dos seres procariontes.

Figura 1. Exemplo da estrutura de um nucleotídeo

Água e Solução Tampão

objetivo RNA aspectos funcionais e estruturais AULA Pré-requisito

ENZIMAS E METABOLISMO

Mutações. Disciplina: Fundamentos de Genética e Biologia Molecular Turma: Fisioterapia (1 o Ano)

Prova de Química e Biologia

CONTROLE DO METABOLISMO GENES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA

A Molécula da Vida. Estrutura

ÁCIDOS NUCLÉICOS ESTRUTURA E FUNÇÕES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE SETOR DE BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Ácidos Nucleicos e Nucleotídeos

Painéis Do Organismo ao Genoma

Tecnologia do DNA recombinante

BIOLOGIA MOLECULAR. Ácidos Nucléicos e Síntese de Proteínas

23/03/2015. Moléculas orgânicas - Carboidratos

Replicação do DNA. geradas cópias c. idênticas. das moléculas de DNA presentes lula-mãe, a seguir herdadas pelas duas célulasc.

Transcrição e Tradução. Profa. Dra. Juliana Garcia de Oliveira Disciplina: Biologia Celular e Molecular Turmas: Biologia, enfermagem, nutrição e TO.

Genética e Evolução: Profa. Gilcele

MUTAÇÃO. O que é mutação? - Alteração no material genético.

Curso: Integração Metabólica

ACESSO VESTIBULAR QUESTÕES DE PROCESSAMENTO DE RNA OU SPLICING 01. (MAMA ) PÁGINAS OCULTAS NO LIVRO DA VIDA

QUÍMICA CELULAR NUTRIÇÃO TIPOS DE NUTRIENTES NUTRIENTES ENERGÉTICOS 4/3/2011 FUNDAMENTOS QUÍMICOS DA VIDA

Faculdade de Tecnologia de Araçatuba. Curso Superior de Tecnologia em Bioenergia Sucroalcooleira

Genes. Menor porção do DNA capaz de produzir um efeito que pode ser detectado no organismo. Região do DNA que pode ser transcrita em moléculas de RNA.

TRANSCRICAO E PROCESSAMENTO DE RNA

NÚCLEO e DIVISÃO CELULAR

Profª Eleonora Slide de aula. Introdução ao Estudo da Bioquímica

BIOFÍSICA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

Professor Fernando Stuchi M ETABOLISMO DE C ONSTRUÇÃO

MÓDULO 3 BIOLOGIA MOLECULAR

RNA: extrema. plasticidade... funcional. Estrutura do RNA: extrema plasticidade. Estrutura do RNA: um mundo de. diferenças. & extrema plasticidade

Mary Santiago Silva 05/05/2010

REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)

UFABC Bacharelado em Ciência & Tecnologia

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR

Bioinformática Aula 01

ENZIMAS. Células podem sintetizar enzimas conforme a sua necessidade.

O QUE SÃO SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS? QUAL A FUNÇÃO BIOLÓGICA DE CADA UMA?

Técnicas de análise de proteínas. Estrutura secundária da enzima COMT

Licenciatura em Ciências Biomédicas. T1. Conceitos Gerais em Toxicologia

MUTAÇÃO E REPARO DO DNA

DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE PROTEÍNAS POR DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

Transcrição:

NATUREZA E ESTRUTURA DO MATERIAL GENÉTICO

ÁCIDOS NUCLEICOS INTERVENÇÃO EM MUITAS REACÇÕES IMPORTANTES TRANSPORTE DA INFORMAÇÃO GENÉTICA DUPLICAÇÃO FIEL TRANSCRIÇÃO SELECTIVA VARIABILIDADE

REPLICAÇÃO DNA TRANSCRIÇÃO RNA TRADUÇÃO PROTEÍNA

NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

BASES RARAS DNA RNA

As células também contêm nucleótidos com o grupo fosfato noutras posições: 2 monofosfatos 3 monofosfatos 2,3 monofosfatos cíclicos Exemplos: Adenosina 3,5 monofosfato cíclico (camp) Guanosina 3,5 monofosfato cíclico (cgmp) Funções?

Os ácidos nucleicos formam-se através de ligações fosfodiéster entre nucleótidos sucessivos O esqueleto covalente é hidrofílico Os grupos OH dos açúcares estabelecem ligações de hidrogénio com a água Os grupos fosfato encontramse completamente ionizados e carregados negativamente a ph=7 OLIGONUCLEÓTIDOS < 50 nucleótidos POLINUCLEÓTIDOS > 50 nucleótidos As cargas negativas são neutralizadas por interacções iónicas com cargas positivas das proteínas, iões metálicos e poliaminas

AS PROPRIEDADES DAS BASES AFECTAM A ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DOS ÁCIDOS NUCLEICOS Compostos com características básicas fracas Moléculas conjugadas; a ressonância entre os átomos do anel confere às ligações propriedades de duplas ligações parciais Moléculas planares ou quase planares que apresentam tautomerismo consoante o ph Moléculas hidrofóbicas e relativamente insolúveis a ph próximo da neutralidade da célula Interacções hidrofóbicas entre as bases minimizam o contacto com a água e estabilizam a estrutura tridimensional dos ácidos nucleicos Grupos funcionais (azoto do anel, grupos carbonilo e amino exocíclicos) estabelecem ligações de hidrogénio entre as bases

EXPERIÊNCIA DE GRIFFITH

EXPERIÊNCIA DE HERSHEY CHASE 1953

ESTUDOS DE CHARGAFF A composição em bases do DNA varia de espécie para espécie Os DNA isolados de diferentes tecidos da mesma espécie apresentam todos igual composição em bases A composição em bases do DNA de determinada espécie não varia em função da idade, do estado nutricional ou de mudanças do meio ambiente Em todos os DNA celulares, independentemente da espécie, o nº de adenosinas é igual ao nº de timidinas (A = T) e o nº de guanosinas é igual ao nº de citidinas (G = C)

AS CADEIAS POLINUCLEOTÍDICAS ADOPTAM ESTRUTURAS EM HÉLICE A ESTRUTURA EM HÉLICE É DETERMINADA PELAS PROPRIEDADES DAS BASES Moléculas conjugadas, planares, hidrofóbicas e praticamente insolúveis em água EMPILHAMENTO DAS BASES (stacking) mantido por interacções hidrofóbicas, van der Waals e dipolo-dipolo

A DUPLA HÉLICE DO DNA MODELO DE WATSON-CRICK 1953 2 CADEIAS POLINUCLEOTÍDICAS COMPLEMENTARES ANTIPARALELAS (estabilidade) SULCO MAIOR (ideal para ligação de proteínas) E SULCO MENOR ESTRUTURA ESTABILIZADA POR: ligações de hidrogénio forças de van der waals interacções dipolo-dipolo A CONFORMAÇÃO DA DUPLA HÉLICE ESTÁ RELACIONADA COM A EXPRESSÃO DOS GENES, DADO QUE INFLUENCIA A LIGAÇÃO DE PROTEÍNAS REGULADORAS

FORMAS TRIDIMENSIONAIS DIFERENTES DO DNA A VARIAÇÃO ESTRUTURAL DO DNA REFLECTE 3 PARÂMETROS: diferentes conformações possíveis da desoxirribose rotação nas ligações que constituem o esqueleto fosfo-desoxirribose rotação livre na ligação C - 1 - N - glicosídica

Desoxirribose: Endo Exo Possibilidade de rotação livre em 7 ligações diferentes do esqueleto de fosfo-desoxirribose

Rotação livre na ligação C - 1 - N - glicosídica Devido a condicionamentos de ordem estérica apenas 2 conformações estáveis se observam: Syn Anti

DIFERENTES FORMAS TRIDIMENSIONAIS DA MOLÉCULA DE DNA

SOLUÇÕES QUE PROVOCAM DESIDRATAÇÃO DO DNA EXISTÊNCIA INCERTA CERTAS SEQUÊNCIAS INDUZEM FORMA Z ZONAS DE REGULAÇÃO

ESTRUTURAS POUCO HABITUAIS DAS SEQUÊNCIAS DE DNA

ESTRUTURA EM GANCHO APENAS UMA CADEIA DE DNA OU RNA ESTÁ ENVOLVIDA ESTRUTURA CRUCIFORME AS DUAS CADEIA DE DNA ESTÃO ENVOLVIDAS

EMPARELHAMENTO DE HOOGSTEEN Posições de Hoogsteen N-7, O 6 e N 6 das purinas H - DNA T A T C G C G G C A A T

TETRAPLEXES DE GUANOSINA a) anti-paralelos b) paralelos Formam-se nos telómeros que são regiões ricas em guanosinas

INFORMAÇÃO GENÉTICA CODIFICADA NO DNA SEQUÊNCIA ESPECÍFICA DE AMINOÁCIDOS NUMA PROTEÍNA FUNCIONAL RNA ESTRUTURA Cadeia simples Conformação helicoidal com rotação para a direita Interacção por empilhamento de bases (mais forte entre purinas)

ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS DAS MOLÉCULAS DE RNA PRESENÇA DE SEQUÊNCIAS COMPLEMENTARES dupla hélice na forma A nunca se observou a forma B a forma Z apenas foi observada em laboratório EMPARELHAMENTO INCORRECTO, OU BASES NÃO EMPARELHADAS, LEVAM À FORMAÇÃO DE: Saliências (bulges) Círculos (loops)

ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS DAS MOLÉCULAS DE RNA O RNA PODE EMPARELHAR COM REGIÕES COMPLEMENTARES DE RNA OU DNA: Emparelhamento G C ou A U (T) Ligações de hidrogénio que não seguem a regra de Watson-Crick Emparelhamento G U muito comum Emparelhamento antiparalelo

ESTRUTURAS TRIDIMENSIONAIS ÚNICAS E COMPLEXAS trna da fenilalanina de levedura Ribozima em cabeça de martelo Intrão de Tetrahymena thermophila

SUPERCOILING DO DNA

TOPOLOGIA (DO DNA) ESTUDO DAS PROPRIEDADES DE UM OBJECTO QUE NÃO SE ALTERAM SOB DEFORMAÇÕES CONTÍNUAS AS DEFORMAÇÕES CONTÍNUAS INCLUEM MUDANÇAS CONFORMACIONAIS DEVIDAS A MOVIMENTO TÉRMICO OU A INTERACÇÕES COM PROTEÍNAS OU OUTRAS MOLÉCULAS AS DEFORMAÇÕES DESCONTÍNUAS ENVOLVEM A QUEBRA DA CADEIA DE DNA

SUPERCOILING DO DNA O supercoiling corresponde ao sobre-enrolamento da dupla hélice de DNA como resultado de uma tensão estrutural A replicação e a transcrição do DNA requerem a separação das cadeias de modo que afectam e são afectadas pelo supercoiling Propriedade intrínseca da estrutura terciária do DNA Ocorre em todos os DNA celulares e encontra-se altamente regulado em cada tipo de célula

SUPERCOILING DO DNA 10,5 pares de bases por cada volta da dupla hélice Menos voltas da dupla hélice Maior número de pares de bases por volta Tensão termodinâmica

Nos DNA circulares isolados a tensão estrutural é aliviada preferencialmente pelo supercoiling, em vez da separação das cadeias, porque requer menos energia que a necessária para a quebra de pontes de hidrogénio In vivo, contudo, é favorecida a separação de cadeias dado que permite o acesso à informação nelas contida Cada célula desenrola activamente o seu DNA com ajuda de processos enzimáticos de onde resulta um estado de tensão que representa uma forma de energia armazenada Estado de desenrolamento: Facilita a compactação do DNA Permite o acesso de enzimas necessárias à separação de cadeias que ocorre em diversas fases do metabolismo do DNA

A MAIORIA DO DNA CELULAR ENCONTRA-SE DESENROLADO O DESENROLAMENTO PROVOCA TENSÃO TORCIONAL QUE INDUZ O DNA A DOBRAR-SE SOBRE SI PRÓPRIO REMOÇÃO DE UMA VOLTA PROVOCA TENSÃO ESTRUTURAL

SUPERCOILING DO DNA Enrolamento da dupla hélice sobre si própria DNAs circulares fechados DNAs lineares complexados com proteínas que bloqueiam as extremidades da dupla hélice Supercoil negativo favorecido pelo desenrolamento da hélice Supercoil positivo favorecido pelo sobre-enrolamento da hélice NÚMERO DE LIGAÇÃO Linking number Nº de voltas completas de uma cadeia sobre a outra

NÚMERO DE LIGAÇÃO Linking number Nº de voltas completas de uma cadeia sobre a outra

O DESENROLAMENTO DO DNA PROVOCA MUDANÇA NO LINKING NUMBER CÍRCULO RELAXADO Lk = 20 = Lk 0 Lk = Lk - Lk 0 Lk = Lk - Lk 0 QUEBRA DA CADEIA Lk = - 2 nick Lk = NÃO DEFINIDO Lk = 18

A DIFERENÇA ESPECÍFICA DE LINKING σ = -2 20 = - 0,1 σ = Lk Lk 0 Nº VOLTAS ELIMINADO Nº VOLTAS NO DNA RELAXADO SUPERCOIL NEGATIVO O GRAU DE DESENROLAMENTO (σ x 100) DA MAIORIA DOS DNA CELULARES É 5-7%

SUPERCOILS NEGATIVOS E POSITIVOS PROMOÇÃO DE ESTRUTURAS CRUCIFORMES PELO DESENROLAMENTO DO DNA

TOPO-ISOMERASES Enzimas que afectam o supercoiling do DNA FUNÇÕES Manter o DNA no estado de supercoiled, importante para a função de muitas enzimas tal como a RNA polimerase Aliviar a tensão induzida pelo desenrolamento da dupla hélice durante os processos de replicação e de transcrição Necessárias para a condensação e empacotamento do DNA no mínimo espaço possível

TOPO-ISOMERASE TIPO I Conhecidas como enzimas nicking - closing Linking number = n Monoméricas ( 100 kd) Presentes em procariotas e eucariotas Formam um intermediário covalente transitório com o DNA Não necessitam de cofactor energético para a sua actividade Linking number = n + 1 Removem supercoils negativos > L k

TOPO-ISOMERASE TIPO II L K = 0 L K = - 2 Introduz supercoils negativos - < L K Requer a presença de ATP - ATPases Relaxa supercoils positivos ou negativos Mecanismo de inversão de sinal

Durante todos os processos biológicos em que o DNA está envolvido (replicação, transcrição, etc), a dupla hélice separa-se. As forças que a mantêm unida devem ser adequadas para manter a sua estabilidade, mas suficientemente fracas para facilitar a separação das cadeias quando necessário. O estado dinâmico da dupla hélice é caracterizado por um movimento constante das partes abertas ao longo da cadeia.

TIPOS DE SUPERCOILING DO DNA PLECTONÉMICO IN VITRO SOLENOIDAL COMPACTAÇÃO DO DNA IN VIVO

PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS ÁCIDOS NUCLEICOS DESNATURAÇÃO Processo correspondente à separação das duas cadeias da dupla hélice A desnaturação pode ser provocada por: aumento de temperatura compostos alcalinos forças iónicas baixas reagentes desnaturantes (compostos que enfraquecem ou quebram as pontes de hidrogénio)

EFEITO HIPOCRÓMICO A absorvência de uma solução de DNA é cerca de 40% inferior à soma das absorvências das bases individuais No entanto, quando o DNA se desnatura completamente o valor da sua absorvência atinge praticamente o valor esperado através da soma das absorvências das bases individuais

RENATURAÇÃO Processo correspondente ao reemparelhamento das bases após uma desnaturação 1 PASSO 2 PASSOS Observa-se novamente um EFEITO HIPOCRÓMICO

t m - TEMPERATURA DE FUSÃO DEPENDE: ph FORÇA IÓNICA TAMANHO DO DNA SEQUÊNCIA NUCLEOTÍDICA

A DETERMINAÇÃO DO t m A ph E FORÇA IÓNICA FIXOS DEPENDE DA COMPOSIÇÃO EM BASES A SEPARAÇÃO DE CADEIAS ANTES DA REPLICAÇÃO E DA TRANSCRIÇÃO DÁ-SE EM ZONAS RICAS EM PARES A = T

HIBRIDAÇÃO Processo correspondente à reassociação de duas cadeias, com igual ou diferente origem DNA - DNA RNA - RNA DNA - RNA

TRANSFORMAÇÕES NÃO-ENZIMÁTICAS ALTERAÇÕES EXPONTÂNEAS NA ESTRUTURA COVALENTE DOS NUCLEÓTIDOS CONSTITUINTES DOS ÁCIDOS NUCLEICOS OCORREM MUITO LENTAMENTE, MAS REVESTEM-SE DE IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICA PORQUE A CÉLULA TOLERA MAL ALTERAÇÕES NA SUA INFORMAÇÃO GENÉTICA MUTAÇÕES - ALTERAÇÕES QUE PROVOCAM MUDANÇAS PERMANENTES NA INFORMAÇÃO GENÉTICA. ENCONTRAM-SE RELACIONADAS COM OS PROCESSOS DE ENVELHECIMENTO E CARCINOGÉNESE

POR QUE É QUE O DNA TEM TIMINA E NÃO URACILO? DESAMINAÇÃO

DESPURINAÇÃO

RADIAÇÃO ULTRA-VIOLETA

RADIAÇÕES IONIZANTES X e γ ABERTURA DO ANEL FRAGMENTAÇÃO DAS BASES QUEBRA DO ESQUELETO COVALENTE DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

PRECURSORES DO ÁCIDO NITROSO AGENTES ALQUILANTES Provocam desaminação Usados na alimentação como conservantes Provocam a metilação das bases DMS metila guanina em O 6 - metilguanina que não pode emparelhar com citosina

DANOS OXIDATIVOS A fonte mais importante de alterações mutagénicas no DNA Durante os processos de irradiação, ou como produto intermediário do metabolismo aeróbico, formam-se espécies de oxigénio super-reactivas (peróxido de hidrogénio, radicais hidroxilo, radicais superóxido)

A célula dispõe de sistemas de defesa (catalase, superóxido dismutase) para destruir estas espécies reactivas, convertendo-as em produtos inofensivos A alteração do DNA ocorre devido a um grande e complexo grupo de reacções que vão desde a oxidação da desoxirribose e das bases até a ruptura na cadeia nucleotídica

METILAÇÃO DAS BASES DO DNA Certas bases são enzimaticamente metiladas Adenina e citosina são metiladas mais frequentemente que guanina e timina A metilação ocorre geralmente em determinadas sequências e regiões do DNA A função da metilação é conhecida em certos casos, enquanto que em outros permanece por esclarecer Todas as DNA metilases utilizam a S-adenosilmetionina (SAM) como dador de grupos metilo

FUNÇÕES DA METILAÇÃO EM E.coli Dois sistemas de metilação: 1. Mecanismo de defesa que auxilia a célula a distinguir o seu próprio DNA do DNA estranho (metila o seu DNA e destrói o DNA estranho que não apresenta grupos metilo) 2. Mecanismo de reparação de erros ocorridos durante a replicação (metila as adenosinas da sequência GATC em N 6 - metiladenosina)