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Transcrição:

DECISÃO Trata-se de PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS formulado por ANTONIO STEIN NETO, em face de atos não praticados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo que, de forma irregular e indevida não oficiou o CNJ, deixando assim de alimentar o sistema do seu banco de dados na forma e tramitação legais. Alega, em síntese, que: a) Na data de 03/06/2008 o Ministério Público do Estado do Espírito Santo interpôs Ação Civil de Improbidade Administrativa autuada sob o nº. 0003947-25.2008.8.08.0021 (protocolo nº. 200800431225) contra o Deputado Estadual do Espírito Santo e candidato a prefeito eleito no município de Guarapari-ES, Edson Figueiredo Magalhães ; b) da propositura da ação adveio a sentença em primeiro grau condenando o Deputado, dentre outros, à perda dos direitos políticos pelo prazo de 04 (quatro) anos contados da data do trânsito em julgado da referida sentença ; c) restou a seguinte sentença, datada de 01/02/2012, Aplico, ainda,... aos requeridos EDSON FIGUEIREDO MAGALHÃES E MARIA HELENA NETTO, a sanção de suspensão dos direitos políticos.... A condenação de se deu por ato de improbidade administrativa, Lei n. 8429/92, art. 11; (Grifos no original) d) Não há que se cogitar da necessidade de trânsito da decisão de suspensão dos direitos políticos, como já consagrou o TSE ; e) Em 24 de setembro de 2013, foi recebido o recurso especial no STJ REsp sob o nº 1409252, oriundo do Tribunal de Justiça do Espírito Santo interposto pelo Deputado Estadual, contra o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, com o objetivo de reformar a decisão colegiada ;

f) (...) O magistrado não se atentou quanto à inclusão da informação da suspensão dos direitos políticos no cadastro deste Conselho (CNCIAI), no que pese ainda registrar que a situação continua inalterada até a presente data. Requer, portanto, seja concedida liminar ao presente pedido de providências para determinando-se, em seguida e de imediato, que o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo forneça ao CNJ, por meio eletrônico, as informações necessárias para cadastramento da condenação por órgão colegiado junto ao sistema do CNCIAI. Requer, assim, que o CNJ oficie o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, que alimente o CNCIAI (Cadastro Nacional de Condenados por Atos de Improbidade Administrativa e por Ato que Implique em Inelegibilidade), cumprindo com as suas atribuições determinadas pela legislação vigente, incluindo o Deputado Estadual do Estado do Espírito Santo Edson Figueiredo Magalhães, no cadastro acima mencionado, e ato contínuo oficie a Justiça Eleitoral que o candidato a prefeito eleito em Guarapari - ES por apenas uma diferença de 154 votos do segundo candidato adversário, encontra-se inelegível. (grifo no original) No mérito, pugna pela confirmação da medida liminar. Intimado, o Tribunal Requerido citou precedentes do Tribunal Superior Eleitoral e informou que (ID 2046237): apesar do Sr. EDSON FIGUEIREDO MAGALHÃES, réu na ação de improbidade administrativa tombada sob o nº O0003947-5.2008.8.08.0021(021.08.00 (021.08.003947-8), ajuizada em seu desfavor pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, ter sido condenado por infração ao art. 11, caput, e incisos I e V, c/c art.12, III, da Lei nº 8.492/92, a decisão de primeiro grau, então confirmada pelo Órgão julgador deste Sodalício, ao menos com relação ao referido requerido, s.m.j., não precisaria ser alimentada no CNCIAI (Cadastro Nacional de Condenado por Atos de Improbidade Administrativa e por ato que Implique em Inelegibilidade) tendo em vista que ele foi condenado sem que ocorresse ainda o trânsito em julgado, pela conduta isolada ao art. 11, caput, incisos I e V, da Lei nº 8.492/92 (princípios da administração pública), o que não se amoldaria na causa de inelegibilidade prevista no art. 1, inciso I, alínea "I", da Lei

Complementar nº 64/90, na qual exige que a condenação seja por dano ao patrimônio público e enriquecimento ilícito. É o relatório. Decido. Conforme relatado, o Requerente acorre ao CNJ com o objetivo de efetivar o registro da condenação do Deputado Estadual Edson Figueiredo Magalhães, no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade CNCIAI, o qual é supervisionado por este Conselho, ficando a gestão do banco de dados a cargo da Corregedoria Nacional de Justiça, a teor do art. 1º da Resolução CNJ n. 172/2013. Com efeito, o cadastro do CNJ reunia inicialmente apenas as condenações por improbidade administrativa, feitas com base na Lei n. 8429/1992. Em março de 2013, no entanto, o Plenário do Conselho aprovou a ampliação do cadastro, que passou a incluir também os definitivamente condenados por atos que ocasionem a inelegibilidade do réu, nos termos da Lei Complementar nº 64/1990. Com a mudança, o banco de dados passou a se chamar Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que Implique Inelegibilidade (CNCIAI). O cadastro é regulamentado pela Resolução CNJ n. 172/2013 e pelo Provimento n. 29 da Corregedoria Nacional de Justiça, os quais indicam que compete ao juízo da execução da sentença a inclusão de dados no referido cadastro, após o trânsito em julgado da decisão, para as ações de improbidade (Lei nº 8.429/1992) e nas ações que ocasionem inelegibilidade do réu, ao juízo prolator da decisão de primeiro grau, igualmente após o trânsito em julgado, ou ao presidente do órgão colegiado prolator da decisão, ao final do julgamento.

Destaco, por oportuno, dispositivos dos atos editados pelo CNJ disciplinadores da matéria: RESOLUÇÃO Nº 172, DE 8 DE MARÇO DE 2013 Altera a redação da Resolução nº 44, de 20 de novembro de 2007, que dispõe sobre a criação do Cadastro Nacional de Condenados por ato de Improbidade Administrativa no âmbito do Poder Judiciário Nacional. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso das suas atribuições constitucionais e regimentais, tendo em vista o decidido na 164ª Sessão Ordinária, realizada em 5 de março de 2013; e CONSIDERANDO a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, nominada Lei de Acesso à Informação; CONSIDERANDO as metas 18 e 19 de 2013, definidas pelos presidentes e representantes dos Tribunais do país durante a realização do VI Encontro Nacional do Judiciário, RESOLVE: Art. 1º A Resolução nº 44, de 20 de novembro de 2007, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 1º Instituir o Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade CNCIAI, o qual reunirá informações do Poder Judiciário sobre pessoas físicas e jurídicas definitivamente condenadas por ato de improbidade no Brasil, nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e por atos que ocasionem a inelegibilidade do réu, nos termos da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. (NR) Art. 2º A supervisão do CNCIAI compete ao Conselho Nacional de Justiça CNJ, e a gestão do banco de dados à Corregedoria Nacional de Justiça. Parágrafo único....(nr) Art. 3º O juízo de execução da decisão condenatória transitada em julgado em ações de improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, ou o órgão colegiado que prolatou acórdão condenatório que ocasione a inelegibilidade do réu, nos termos da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990,

fornecerá ao CNJ, por meio eletrônico, as informações necessárias para cadastramento dos feitos....(nr) Art. 4º A inclusão, alteração e exclusão de dados no sistema, decorrentes da aplicação do artigo 3º desta Resolução, serão de responsabilidade do juízo de execução da sentença condenatória da ação de improbidade administrativa ou do colegiado que prolatou acórdão que implique inelegibilidade do réu. (NR) Art. 5º O CNCIAI terá exposição permanente através da internet, em setor próprio da página eletrônica do CNJ, com livre acesso, à exceção dos dados pessoais dos inscritos. Parágrafo único. O acesso ao cadastro será restrito nas hipóteses em que a sentença condenatória ainda não tenha transitado em julgado, nos feitos em que houver decretação de sigilo. (Grifei) Provimento nº 29/2013 Dispõe sobre a responsabilidade pela inclusão, alteração e exclusão de dados no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade - CNCIAI. Art. 1º A inclusão, alteração ou exclusão de dados no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade - CNCIAI compete: I nas ações de improbidade, nos termos da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992, ao juízo da execução da sentença, por meio de seu representante legal ou regimental, após o trânsito em julgado da decisão; II nas ações que ocasionem inelegibilidade do réu, nos termos da Lei Complementar n 64, de 18 de maio de 1990: a) ao juízo prolator da decisão de primeiro grau, com trânsito em julgado; ou b) ao presidente do órgão colegiado prolator da decisão, ao final da sessão de julgamento.

1º Nos tribunais superiores e tribunais de contas, a competência prevista neste artigo será exercida pelo presidente da sessão de julgamento. (grifei) Em consulta ao portal do Superior Tribunal de Justiça vê-se que, de fato, pende de julgamento o Recurso Especial nº 1409252/ES, cujo recorrente é o Deputado Edson Figueiredo Magalhães e recorrido o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, conforme se vê: À toda prova, tem-se que a Ação de Improbidade Administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo em desfavor do Deputado Edson Figueiredo Magalhães não mereceu decisão definitiva, fato que desobriga o TJES a promover, por ora, o registro no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que Implique Inelegibilidade (CNCIAI). Conforme consignado, ao CNJ cabe supervisionar e manter banco de dados destinado ao registro das sentenças de condenações. Entretanto, o envio das informações e respectivas atualizações onde reside

o objeto deste feito compete às autoridades judiciais responsáveis pela prolação de sentenças, de forma que possíveis inconsistências devem ser levadas ao conhecimento do próprio Tribunal, para os ajustes necessários. Vê-se, assim, que para o caso concreto e tal como se apresenta, não há falar em atuação do CNJ. Com efeito, o Requerente não postulou a revisão ou desconstituição de nenhum ato administrativo de órgão do Poder Judiciário, tampouco noticiou qualquer fato que enseje apuração de eventual infração disciplinar por parte de membro ou unidades deste Poder. A não intervenção do CNJ se dá, notadamente, por força de entendimento manifestado pelo Plenário, quando do julgamento do Pedido de Providências 0004128-73.2012.2.00.0000, assim ementado: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. SUGESTÃO. INSCRIÇÃO DE PENALIDADES POR DESCUMPRIMENTOS CONTRATUAIS NO CADASTRO NACIONAL DE CONDENADOS POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. PUNIÇÕES DE NATUREZA DIVERSA. ALIMENTAÇÃO DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUSPENSAS. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. DESNECESSIDADE. CADASTROS EXISTENTES. ALIMENTAÇÃO E CONSULTA PRÉVIA ÀS CONTRATAÇÕES. ORIENTAÇÃO AOS TRIBUNAIS. 1. O Cadastro Nacional de Condenados por Atos de Improbidade é reservado ao registro de penalidades definitivas aplicadas com fundamento na Lei n.º 8.429/92. 2. Não há possibilidade de coexistirem na mesma base de dados penalidades cominadas em razão de descumprimentos contratuais e sanções oriundas de processo judicial transitado em julgado. 3. Diante da existência do Sistema de Cadastramento de Fornecedores SICAF do governo federal e de sistemas congêneres no âmbito dos Estados, Municípios e Distrito Federal, é prescindível que os Tribunais sejam compelidos a alimentar o cadastro regulado pela Controladoria- Geral da União. 4. Os atos administrativos devem pautar-se pela simplicidade, logo, é preciso que os cadastros existentes sem corretamente alimentados e consultados, evitando-se, ao máximo, a imposição de novos procedimentos.

5. Considerando que a novel acepção do vocábulo Administração dada pela doutrina e jurisprudência engloba as três esferas de governo, os Tribunais devem ser orientados a registrarem as penalidades impostas às empresas por descumprimentos contratuais nos cadastros em uso, consultando-os previamente às contratações. 6. Pedido julgado improcedente. (PP 0004128-73.2012.2.00.0000, Relator Cons. Jorge Hélio Chaves de Oliveira, j. 169ª Sessão Ordinária, 14/05/2012) Registre-se, por fim, que a teor do artigo 25, inciso X e XII, do Regimento Interno do CNJ, deve o relator arquivar liminarmente os procedimentos improcedentes. Trata-se, a toda evidência, de importante regra de gestão processual e organização interna no intuito de não sobrecarregar ainda mais o Plenário com temas cujas pretensões se encontram infundadas, à luz do ordenamento jurídico vigente. inicial. Ante o exposto, julgo improcedente o pedido formulado na Intimem-se. Após arquive-se. Brasília, data registrada em sistema. CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DIAS Conselheiro