PERCEPÇÃO E CUIDADOS EM SAÚDE BUCAL DE MORADORES DA COMUNIDADE CAFUNDÓ DE CHORÓ, CEARÁ

Documentos relacionados
PALESTRA EDUCATIVA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL COM ALUNOS DA CRECHE-ESCOLA RAINHA DA PAZ DE QUIXADÁ-CE

O CIRURGIÃO-DENTISTA E O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: PRÁTICAS DESENVOLVIDAS NO SERVIÇO ODONTOLÓGICO

EFEITOS DA ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA EM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE QUIXADÁ

A PROMOÇÃO DE AÇÕES ODONTOLÓGICAS PREVENTIVAS COMO CONSEQUÊNCIA DE LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM ESCOLARES DE PALMAS TO¹

VEROSSIMILHANÇA ENTRE O REAL E O RELATADO SAÚDE BUCAL DE ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE PONTA GROSSA

Saúde bucal na escola: Um estudo sobre atividades de educação em saúde para estudantes. RESUMO

Conceituação tradicional

1.11 Equipe Executora Número de Docentes Número de Discentes Número de Técnicos Pessoal Externo

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DO SUS NO MUNICÍPIO DE TAPERA

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL DE RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS ACOMPANHADAS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA PELOTAS\RS

Carie dentaria entre crianças de creches publicas na faixa etária de 0 a 5 anos

Prevalência de cárie dentária em escolares de 12 anos de uma escola pública do município do Rio de Janeiro

ATIVIDADES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS EM ESCOLARES E O RISCO DE CÁRIE DENTÁRIA. STEIN, Caroline¹; ROSA, Adrine Maciel¹; BIGHETTI, Tania Izabel²

saúde bucal no estado de São Paulo

AVALIAÇÃO DO AUTOCONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE BOCA DOS IDOSOS NO MUNICÍPIO DE QUIXADÁ: PROJETO DE PESQUISA

Textos para Discussão nº

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ESCOLARES DE 6 A 10 ANOS DE UMA CIDADE SEM FLUORETAÇÃO NA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA ESCOLARES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNICATÓLICA

A PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM ADOLESCENTES DE 12 ANOS NO BRASIL

AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS DE 6 ANOS DE PALMAS-TO: PREVALÊNCIA DE CÁRIE E NECESSIDADE DE TRATAMENTO 1

EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL NA ESCOLA: EDUCAR E TRANSFORMAR

Luiz Roberto Augusto Noro Angelo Giuseppe Roncalli Francisco Ivan Rodrigues Mendes Júnior Kenio Costa Lima

A INFLUÊNCIA DE ASPECTOS CONTEXTUAIS E INDIVIDUAIS NA DENTIÇÃO FUNCIONAL DE ADULTOS DO SUL DO BRASIL

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO/SMS/ RJ

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES BUCAIS REALIZADAS EM ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO EM PONTA GROSSA, PARANÁ, DURANTE O ANO DE 2015.

COMPARAÇÃO DA EFETIVIDADE DA HIGIENE BUCAL COM ESCOVA MANUAL E ELÉTRICA EM DEFICIENTES VISUAIS EM UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS

COMO DEVO FAZER A MINHA HIGIENE BUCAL? Um guia simples de como limpar seus dentes com escovação e fio dental.

2004 Política Nacional de Saúde Bucal. Ações de promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde bucal dos brasileiros

&CONDIÇÕES DE HIGIENE BUCAL E HÁBITOS

Orientaçõ es Gerais sõbre as açõ es de Saú de Búcal nõ Prõgrama Saú de na Escõla

Sorria, mostre o que você tem de melhor!

ÍNDICES DE ATAQUE DE CÁRIE

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS VI JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA (JOAO) PAINEIS ÁREA 1: DENTÍSTICA, PRÓTESE DENTÁRIA E DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR

AUTOPERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE IDOSOS EM USF DO DISTRITO SANITÁRIO III

PROGRAMA DE MEDICINA PREVENTIVA. Saúde Bucal

PALAVRAS-CHAVE Educação em Saúde. Odontologia preventiva. Extensão comunitária.

SABERES E PRÁTICAS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E ENFERMEIROS SOBRE BIOSSEGURANÇA E SUA APLICAÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

SAÚDE BUCAL: perfil dos escolares na cidade de Alagoa Nova-PB

ODONTOLOGIA PREVENTIVA. Saúde Bucal. Periodontite. Sua saúde começa pela boca!

HIGIENE BUCAL SAIBA A IMPORTÂNCIA E AS VANTAGENS DE UMA BOA HIGIENE ORAL

EBOOK ODONTOPEDIATRIA

Título do projeto: ESTUDO DA SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM SÍDROME DE PRADER-WILLI

Gastos com saúde bucal no Brasil: Crescimento da população de dentistas brasileiros, no período :

RELATÓRIO ESTATISTICO DOS DADOS RECOLHIDOS NA CAMPANHA MÊS DA SAÚDE ORAL DA COLGATE E SPEMD EDIÇÃO 2011

ODONTOLOGIA PREVENTIVA. Saúde Bucal. Como cuidar do sorriso de seus filhos

Odontopediatras e Médicos Pediatras: os benefícios dessa Integração

15. CONEX Resumo Expandido - ISSN PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS CARENTES EM PONTA GROSSA

PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE A SAÚDE BUCAL DE SEUS BEBÊS: ESTUDO EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE PONTA GROSSA PARANÁ

CONDIÇÃO DE SAUDE BUCAL DOS PACIENTES DA CLÍNICA INTEGRADA I DO COMPLEXO ODONTOLÓGICO FAMETRO

X Encontro de Extensão

Programa Mês da Saúde Oral da Colgate e SPEMD Portugal, Outubro de 2004

Avaliação Básica de Saúde Bucal e Necessidades de Tratamento (Organização Mundial de Saúde WHO 1997)

ASSOCIAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE SAÚDE BUCAL E INDICADORES CLÍNICOS E SUBJETIVOS: ESTUDO EM ADULTOS DE UM GRUPO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DA TERCEIRA IDADE.

PALAVRAS-CHAVE Redes de Atenção Materno-infantil; Saúde Bucal; Cuidado da criança.

Sandra Ulinski Aguilera

Conhecimento das gestantes sobre o atendimento odontológico. RESUMO

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

Atendimento odontológico aos idosos no centro de saúde Waldomiro lobo. Lázaro Cassiano Pereira Filho Turma 3

Dia Mundial da Saúde Oral Apresentação, 20 de março de 2018

Salão UFRGS 2015: SIC - XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS

SAÚDE BUCAL. Cuidados Problemas Tratamento Dicas

ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS: NOTA PRÉVIA

RELATÓRIO PACIENTES OBSERVADOS DURANTE O MÊS DA SAÚDE ORAL DA COLGATE E SPEMD, EM OUTUBRO DE 2003

MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE SAÚDE DA MARINHA CENTRO MÉDICO ASSISTENCIAL DA MARINHA ODONTOCLÍNICA CENTRAL DA MARINHA

EDUCAÇÃO E SAÚDE BUCAL DO TRABALHADOR: UMA INICIATIVA EXTENSIONISTA

EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA CÁRIE DENTÁRIA. Prof.: Urubatan Medeiros Carolina Borges

RESTAURAÇÃO DE MOLAR DECÍDUO COM RESINA COMPOSTA DE ÚNICO INCREMENTO RELATO DE UM CASO CLÍNICO

Projeto SB Brasil 2003

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

EDITAL DE RETIFICAÇÃO Nº 01

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM SAÚDE BUCAL COLETIVA

EFEITO DE UM PROGRAMA EDUCATIVO-PREVENTIVO NA HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES

CONHECIMENTO DE INDIVÍDUOS ACIMA DE 50 ANOS SOBRE FATORES DE RISCO DO CÂNCER BUCAL

IMPLANTES DENTÁRIOS P R O D U Z I D O P O R : O D O N T O M E L O

SALA DE ESPERA ODONTOLÓGICA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL. Carlos Alberto Machado Filho (UEPG

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde 1ª Edição 1ª Reimpressão

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

RESUMO. Palavras-chave: Criança, Cárie Dentária, Qualidade de vida. INTRODUÇÃO

COMPARAÇÃO DE ÍNDICE DE CEO-d EM CRIANÇAS DE 5 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES

de Odontologia da Universidade do Grande Rio UNIGRANRIO, Campus Duque de Caxias Rio de Janeiro e do Pró-Saúde/UNIGRANRIO.

ORTODONTIA P R O D U Z I D O P O R : O D O N T O M E L O

O LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES EM SAÚDE BUCAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE

Brasil. Sci Invest Dent 2017;22(1): ANÁPOLIS-GO

ANSIEDADE FRENTE AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PSFS DO MUNICÍPIO DE PONTE NOVA 1

BENEFÍCIOS DA INSERÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NO PROGRAMA SÁUDE NA ESCOLA

PREVALÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS DE UM MUNICÍPIO SEM FLUORETAÇÃO DE ÁGUA NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA

AVALIAÇÃO QUALITATIVA COM TÉCNICOS EM SAÚDE BUCAL SOBRE ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS CONTRA A CÁRIE DENTÁRIA

Palavras-chave: Cárie dentária; Preparo da cavidade dentária; Dente decíduo.

SISTEMA PARA AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL: DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA INÉDITA PARA A EPIDEMIOLOGIA¹

DESEMPENHO DOS SERVIÇOS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS DA MACRORREGIÃO DE SAÚDE CENTRO NORTE DA BAHIA

Inclusão do Cirurgião Dentista na Equipe Multiprofissional no Tratamento de Pacientes de Álcool e Drogas

INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS OU METODOLOGIA

Saúde Bucal e Demência Prevenção e Tratamento

O EPI-INFO NA SAÚDE BUCAL *

Avaliação da prevalência de cárie dentária em escolares de localidade urbana da região Sudeste do Brasil

1.1 Identificação do Projeto: ENSINA SAÚDE: Mostra Itinerante de Anatomia Aplicada à

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

ANÁLISE DO MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR EM INSULINODEPENDENTES PARA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO DIABETES MELLITUS

CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS QUANTO AO GRAU DE DEPÊNDENCIA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB

Transcrição:

PERCEPÇÃO E CUIDADOS EM SAÚDE BUCAL DE MORADORES DA COMUNIDADE CAFUNDÓ DE CHORÓ, CEARÁ Cláudia Holanda Mendes Maia¹; Adrícia Kelly Marques Bento¹; Cíntia Leslie Pessoa Oliveira¹; Kelvin Saldanha Lopes¹; Cosmo Helder Ferreira da Silva² ¹Discentes do Curso de Odontologia do Centro Universitário Católica de Quixadá; ²Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: helderferreira@fcrs.edu.br RESUMO A percepção e os cuidados com a saúde bucal interferem diretamente na qualidade de vida dos indivíduos, então os profissionais da área da saúde têm como importante meta instruir os pacientes sobre a importância da correta higienização da cavidade bucal, que consequentemente irá haver uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. O objetivo do estudo foi conhecer a percepção e cuidados em saúde bucal dos os moradores da comunidade Cafundó, no município de Choró-Ce. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Inicialmente aplicou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e questionário estruturado sobre percepção, cuidados e hábitos de saúde bucal. Participaram do estudo 33 morados da comunidade Cafundó, consistindo 64% (n=21) do sexo feminino e 36% (n=12) do sexo masculino. Dos participantes 60% (n=20) consideraram a sua saúde bucal como boa, 9% (n=3) classifica como ótima, 3% (n=1) como muito boa, 21% (n=7) como ruim e 3% (n=1) muito ruim. Quanto ao uso do fio dental 88% (n=29) não faz o uso. Em relação a quantidade de vezes que realizam a escovação, 40% (n=13) dos participantes escovam seus dentes três vezes ao dia, 30% (n=10) escovam duas vezes, 12% (n=4) escovam apenas uma vez ao dia, 6% (n=2) escovam os dentes após as refeições e 9% (n=3) não escovam os dentes. Com isso, o estudo foi importante para avaliar o conhecimento desta população quanto aos cuidados e a percepção da saúde bucal e, também, promover atividades que venham a esclarecer e ensinar sobre a correta higiene bucal. Palavras-chave: Cuidados em saúde bucal. Percepção. Saúde bucal.

INTRODUÇÃO Todos os indivíduos devem desfrutar de uma condição de saúde bucal que lhes permita falar, mastigar, reconhecer o sabor dos alimentos, sorrir, viver livre de desconforto, e se relacionar com outras pessoas sem constrangimento (PETERSEN, 2003). A importância do entendimento quanto a percepção própria com relação a sua condição bucal está no fato de que seu comportamento é condicionado por essa percepção, pela importância dada a ela, pelos seus valores culturais e experiências passadas no sistema de saúde (STEELE, WALLS e MURRAY, 1996). Entretanto, a saúde bucal continua sendo medida através de um modelo baseado nas doenças, com indicadores objetivos e quantitativos. Portanto, o predomínio das doenças bucais permanece sendo descrita em várias populações, mas pouco se sabe sobre como as doenças e os sintomas afetam o cotidiano das pessoas e sua qualidade de vida (TUBERT el al, 2003). Estudos comprovam que até em países desenvolvidos a maioria da população não tem frequência de ir ao dentista, pois não tem consciência da sua importância e não tem conhecimento quanto a avaliação da sua saúde bucal e quando deve procurar a atenção básica para ser beneficiada com o atendimento odontológico e, posteriormente, voltar a ter a própria saúde bucal (STEELE, WALLS e MURRAY, 1996). A auto percepção está diretamente relacionada a alguns fatores clínicos, como número de dentes cariados, perdidos ou restaurados, e com fatores subjetivos, como sintomas das doenças e capacidade de a pessoa sorrir, falar ou mastigar sem problemas, além dela também ser influenciada por fatores como classe social, idade, renda e sexo (REISINE e BAILIT, 1980). Diante disso, o objetivo deste trabalho é conhecer a percepção e os cuidados em saúde bucal dos moradores da comunidade Cafundó, no município de Choró-Ceará. Contudo, podemos melhorar a realidade dos hábitos de saúde bucal da comunidade com a atuação de atividades que venham a ensinar sobre a importância da dos cuidados com a saúde bucal.

METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal de natureza descritiva e quantitativa realizado no mês de junho de 2016 na comunidade Cafundó no município de Choró. A amostra da pesquisa constituiu-se em 36 pessoas de ambos os sexos, feminino e masculino, onde responderam um questionário sobre hábitos de higiene oral e percepção em saúde bucal. Foram incluídos na pesquisa os moradores que estivam na comunidade no dia da aplicação do questionário, moradores que respondessem o questionário corretamente e assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Dos critérios de exclusão foram moradores analfabetos e que não respondessem o questionário. Os dados obtidos foram analisados de forma descritiva, categorizados e dicotomizados, em seguida foram tabulados no software Microsoft Office Excel 2016 permitindo a geração de gráficos e tabelas utilizados no presente estudo. Os possíveis riscos deste estudo podem estar relacionados a constrangimento intelectual e/ou cultural, pelo fato de revelar hábitos de saúde bucal, porém sendo minimizados pelo fato do projeto assegurar confidencialidade da identificação dos participantes, além de garantir o acesso restrito às informações coletadas. Os benefícios obtidos com a pesquisa estarão relacionados com o conhecimento que será adquirido após a coleta de dados, através das da percepção e cuidados de saúde bucal dos moradores. O estudo apresentado seguiu as normas de diretrizes da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O presente estudo foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Católica de Quixadá (UNICATÓLICA), sendo aprovado sob parecer de nº 1.276.944. RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram do estudo os 33 moradores da comunidade Cafundó na cidade de Choró, sendo 64% (n=21) do sexo feminino e 36% (n=12) do sexo masculino, com média de 27,8 anos de idade. Na maioria dos países desenvolvidos, a prevalência da cárie apresentou uma tendência de declínio no final do século XX e no início do século XXI (WHO, 2003). Grande parte desses moradores, 73% (n=24) não tinham o conhecimento sobre o que é a

cárie dentária e somente 27% (n=9) falaram que sabe o que é a doença cárie. Sobre o conhecimento da gengivite 97% (n=32) responderam que não conheciam essa patologia e apenas 3% (n=1) respondeu que conhecia. Isso nos mostra o quanto o conhecimento sobre as principais doenças bucais pelo pelos moradores do Cafundó ainda é muito pouco. Dados do Levantamento Epidemiológico Nacional realizado no Brasil, Saúde Bucal/SB 2010 revelaram que cerca de 80% da população tem pelo menos dois dentes cariados (BRASIL, 2010). Entretanto, neste estudo podemos observar que 60% (n=20) considera a sua saúde bucal como boa, diferenciando um pouco da situação geral do Brasil. E quanto a doença periodontal, segundo o SB 2010 o índice mais utilizado em inquéritos populacionais para a aferição da condição periodontal tem sido o CPI (Índice Periodontal Comunitário), proposto pela OMS (HOLMGREN, 1994), que é complementado pelo exame da Perda de Inserção Periodontal (PIP) para a população adulta e idosa. Entretanto, segundo este estudo, 97% (n=32) não sabem o que significa doença periodontal e a sua causa. De acordo com o Levantamento Epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde em 2010, foi utilizado o índice preconizado pela OMS (WHO, 1997), na qual se pode inferir o CPO-D médio (dentição permanente) e o CEO-D (dentição decídua). O CPO-D/CEO-D expressam a soma dos dentes cariados, perdidos e obturados. Mediante o registro das necessidades de tratamento, pôde-se identificar a presença de lesões nãocavitadas (mancha branca presente), bem como os diferentes níveis da doença ativa (cárie de esmalte, cárie de dentina e cárie próxima à polpa), além das necessidades propriamente ditas (BRASIL, 2010). Desse modo, maior qualificação do índice pode ser proporcionada pela combinação das distintas medidas de necessidades de tratamento. Sobre a percepção da saúde bucal os moradores se auto avaliaram como 60% (n=20) avalia ter uma saúde bucal boa, 9% (n=3) ótima, 3% (n=1) muito boa, ruim 21% (n=7) e muito ruim 3% (n=1). Apesar de o componente educativo isolado não seja suficiente para garantir a saúde desejável à população, pode fornecer elementos, através do diálogo e reflexão, que capacitem os indivíduos para ganhar autonomia e conhecimento na escolha de condições mais saudáveis (PAULETO; PEREIRA; CYRINO, 2004). Quanto o que se trata do fio dental e o uso deste. Neste estudo obteve-se que 45% (n=15) sabiam o que seria o fio dental, enquanto 56% (n=18) desconhecem. Sobre o seu uso, 88% (n=29) não

utiliza e apenas 9% (n=3) faziam uso do fio dental. Esses resultados apresentados acima podem estar relacionados com os dados sobre a participação de instrução de higiene oral onde 82% (n=27) dos moradores nunca tiveram instrução de higiene oral e apenas 18% (n=6) responderam que haviam tido instrução de higiene oral. A escovação dentária é o meio mecânico individual de mais ampla utilização para o controle da placa bacteriana no mundo. O hábito de escovar os dentes passou a receber destaque especial nas duas últimas décadas, sendo uma forma mais eficiente de levar o flúor à boca, tornando-se uma das formas mais eficazes de prevenir a cárie (AXELSSON, 1999). Dos participantes 88% (n=29) tinham o hábito de escovar os dentes e apenas 9% (n=3) não realizam a escovação dentária. Contudo, ao perguntar sobre a quantidade de vezes que realizam a escovação, houve uma prevalência de 40% (n=13) daqueles que escovam os dentes três vezes ao dia, 30% (n=10) de quem escova duas vezes, 12% (n=4) que escovam apenas uma vez ao dia, 6% (n=2) escovam os dentes após as refeições e 9% (n=3) não escovam os dentes. De acordo com os dados coletados, é imprescindível efetuar tarefas que levem o conhecimento quanto aos cuidados e percepção em saúde bucal e também, elaborar atividades sobre prevenção e promoção de saúde bucal. CONCLUSÕES Fazendo alusões deste estudo com as demais pesquisas na literatura sobre os cuidados e percepção em saúde bucal, conclui-se que os hábitos quanto a higienização, a capacidade perceptiva e o conhecimento sobre a importância da higiene correta da cavidade oral, estar intimamente correlacionada com as condições socioeconômicas e o grau de instrução do indivíduo. Há uma grande parte da população que desconhecem minimamente a respeito dos cuidados com a cavidade oral, as doenças existem e o número de vezes que se deve higienizar a boca, porém esta realidade pode ser mudada, se o cirurgião-dentista promover ações que venham a demonstrar e ensinar sobre os cuidados com a saúde bucal, melhorando assim os números que foram coletados no presente estudo.

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre guiando o meu caminho e dessa forma tudo que for de melhor acontecerá em minha vida. Posteriormente a minha família por acreditar em mim e nunca me deixar fracassar quanto a eu realizar o meu sonho de seguir a profissão de dentista, estando sempre disposta a tudo. Seguidamente, ao meu orientador Hélder Ferreira por me incentivar e me apoiar na elaboração deste trabalho. E, por último, a universidade UNICATÓLICA, diretores e seu corpo docente, por sempre estar dispostos a ajudar o aluno e resolver quaisquer problemas que venham a ter. REFERÊNCIAS AXELSSON P. Na introducion to risk prediction and preventive dentistry. Karsltad, Sweden: Quintessence Publishing; 1999. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Divisão Nacional de Saúde Bucal & Fundação Serviços de Saúde Pública Levantamento epidemiológico em saúde bucal: Brasil, zona urbana, 1986. Brasília, 1988. 3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Divisão Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil, 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Brasília, 2011. NITHILA, A.; BOURGEOIS, D.; BARMES, D. E.; MURTO-MAA, H. WHO Global Oral Data Bank, 1986 96: an overview of oral health surveys at 12 years of age. Bull World Health Org. 1998; 76(3):237 44. PAULETO, A. R. C.; PEREIRA, M. L. T.; CYRINO, E. G. Saúde bucal: uma revisão crítica sobre programações educativas para escolares. Ciência Saúde Coletiva, 9(1):121-30. 2004. REISINE, S. T.; BAILIT, H. L. Clinical oral health status and adult perceptions of oral health. Soc Sci Med, 14A:597-605. 1980. SESI. Serviço social da indústria, departamento nacional. Estudo epidemiológico sobre prevenção da cárie dental em crianças de 3 a 14 anos, Brasília, 1995. STEELE, J. G.; WALLS, A. W. G.; AYATOLLAHI, S. M. T.; MURRAY, J. J. Major clinical findings from a dental survey of elderly people in three different English communities. Br. Dent J; 180: 17-23. 1996.