Seminários A Lei das Piscininhas no Município de São Paulo

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Transcrição:

Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental PHA PHA2537 Água em Ambientes Urbanos Seminários A Lei das Piscininhas no Município de São Paulo José Gilberto B. Sanches Filho - 6852162 Robinson Siqueira Garcia - 6851988 Sylvia Cristina de Paula Lima - 6852224 Prof. Dr. Kamel Zahed Filho Prof. Dr. José Rodolfo Scarati Martins Profa. Drª. Monica Ferreira do Amaral Porto 2013

Sumário 1 INTRODUÇÃO 1 2 LEI MUNICIPAL Nº 13.276 1 3 LEI ESTADUAL NO 12.526 2 4 LACUNAS 2 5 ESTUDO DE CASO 3 5.1 PROJETO CDHU... 3 5.2 PROJETO EMTU... 5 6 BIBLIOGRAFIA 7 ANEXOS 8 2

1 Introdução A Região Metropolitana de São Paulo sofre seriamente com os problemas de inundações em função de diversos motivos como a ocupação irregular de área de várzea, desarticulação entre programas estaduais e municipais, impermeabilização do solo, falta de manutenção e adequação das redes de drenagem, falta de consciência ambiental, descarte inadequado de resíduos, entre outros. Na tentativa de adequar padrões que melhorem de certa forma as cheias, amenizando o pico de chuvas e assim as enchentes em grande quantidade, primeiramente na cidade de São Paulo, e posteriormente, no Estado de São Paulo, foi criada uma Lei conhecida como Lei das Piscininhas. Este trabalho tratará de alguns aspectos desta lei e através de estudo de caso em projetos de engenharia atuais, se buscará evidenciar algumas melhorias práticas. 2 Lei Municipal Nº 13.276 Focando principalmente no fator motivador impermeabilização, a Lei Municipal 13.276/01, também chamada de Lei das Piscininhas foi promulgada em 04/01/02, tornando obrigatória a construção de reservatórios de contenção de águas pluviais em obras de São Paulo cuja a área de impermeabilização é maior que 500 m². Para tal, o reservatório deverá ter sua capacidade calculada pela equação 1: Sendo: V = volume do reservatório (m 3 ); Ai = área impermeabilizada (m 2 ); IP = índice pluviométrico igual a 0,06 h, e; =0,15 eq. 1 t = tempo de duração da chuva, que é igual a uma hora. A água contida no reservatório deve preferencialmente infiltrar no solo, o que é possível através da execução de paredes fundas permeáveis nestas piscininhas, se não, ser despejada na rede pública de drenagem após uma hora de chuva, ou ainda ser utilizada em finalidades não potáveis, caso as edificações tenham reservatório específico para tal finalidade. O despejo da água retida na rede pública é válido porque reduz a vazão de pico. A infiltração da água no solo traz vantagens, pois permite a recarga da água no aquífero, o que compensa o impacto da impermeabilização que prejudica esta recarga. O reuso ainda é outra solução importante e ambientalmente muito viável, porque propicia a diminuição de gastos econômicos e físicos com o uso de água. Tal possibilidade ainda deve ser muito considerada em áreas de predomínio de seca, onde a reutilização da água em serviços domésticos deve ser estimulada. 1

Os estacionamentos em terrenos autorizados, existentes e futuros, deverão ter 30% de sua área com piso drenante ou com área naturalmente permeável. O esvaziamento do reservatório pode ser feito por meio de um sistema de bombas, que embora eficaz, não é seguro, visto que pode haver queda de energia, falha mecânica ou então falta de manutenção. Os reservatórios podem ser construídos em concreto armado, ou ainda executados como um grande minhocão. Os reservatórios de concreto armado geralmente requerem uma área muito grande de obra, o que nem sempre é viável, já os em forma de minhocão são compostos por tubos de concreto justapostos, podendo ser feitos a partir de uma vala no chão revestida por alvenaria com lajes pré-moldadas de concreto, abaixo do nível so subsolo ou coma a utilização de tubos de PVC. A construção do reservatório, basicamente, fica a critério do proprietário. 3 Lei Estadual No 12.526 Após a criação da Lei Municipal, levou-se este projeto a nível estadual e criou-se a Lei Estadual N o 12.526, em 2 de janeiro de 2007. Esta lei basicamente estabelece os mesmos critérios que a municipal, porém um pouco mais abrangente. Estabelece que deve ser implementado um sistema para captação e retenção de águas pluviais, coletadas por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos em lotes edificados ou não, que tenha área impermeabilizada superior a 500 m 2, com os objetivos de: reduzir a velocidade de escoamento das águas pluviais para as bacias hidrográficas em áreas urbanas com alto coeficiente de impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem; controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas das vazões de cheias e, portanto, extensão dos prejuízos, e; contribuir para a redução do consumo e o uso adequado da água potável. Para se calcular a capacidade do reservatório utiliza-se a mesma equação apresentada na Lei Municipal, assim como, as mesmas diretrizes para destinação final da água. Outra diferença da Lei Estadual é que ela trata de um sistema de drenagem nas edificações que é composto por um reservatório, condutores de toda água captada por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos ao reservatório, e condutores de liberação da água acumulada no reservatório. Quando se trata do cumprimento destas leis, deve-se atender à lei que é mais restritiva para dimensionamento do seu projeto. 4 Lacunas No estudo destas leis e experiências práticas, foram verificadas algumas lacunas. O objetivo não é ressaltar os erros e possíveis incoerências, mas apresentar sugestões de melhorias. 2

Existe grande parte de área impermeabilizada na periferia da cidade, distribuida em lotes pequenos e ocupados irregularmente, de maneira que uma fiscalização rigorosa é difícil de ser feita, ou muitas vezes a lei nem é aplicavel à região que por sua vez deveria sofrer interferências por aumentar o escoamento básico na região. Não só, o controle a jusante fica mais difícil de ser feito, podendo ainda ocorrer picos de vazões no sistema de drenagem. Não existe também uma punição efetiva para o descumprimento da lei. Na equação de dimensionamento do reservatório, a área levada em consideração é a impermeável do terreno, e verifica-se que na prática, se tratando de Brasil, os projetos escoam apenas esta área para o reservatório, deixando que o restante da água seja lançada na rede pública. Com isto, a lei começa perder força, uma vez que toda água do lote não está sendo detida. Para a construção dos reservatórios permeáveis, as leis não obrigam a realização de um estudo de permeabilidade do solo na região e, portanto, não há conhecimento quanto tempo a água retida no reservatório irá percolar 100% no solo. Com isto, podem ocorrer situações nas quais a água da próxima chuva passe pelo reservatório sem ser retida, porque este se encontra cheio ou parcialmente cheio. Ocorrendo isto, novamente, o objetivo de detenção não é alcançado. Outro fator importante verificado é que a lei não obriga os usuários a realizar manutenções periódicas, o que realmente seria difícil de exigir. A falta de manutenção no reservatório pode gerar entupimentos e um funcionamento não adequado das bombas. Em projetos populares, como em CDHU, utilizar bombas pode ser um fator de risco, uma vez que estas podem ser roubadas. Ensaios de permeabilidade não são baratos e a manutenção não é fácil de exigir, uma sugestão seria restringir os tipo de reservatórios, apenas impermeáveis, por exemplo, e buscar alternativas de reservatórios nas quais não se faça uso de bombas. Último fator que será analisado é a variável do índice pluviométrico estabelecido como um padrão de 0,06 m/h, utilizado para se dimensionar o reservatório. O que fica evidente é que em algumas regiões este padrão é superdimensionado, e em termos de detenção a lei cumpre seu objetivo. Porém em regiões mais chuvosas este padrão não é suficiente e portanto, a água da chuva não é retida em sua totalidade. Uma sugestão para melhoria desta variável seria inserir nas leis, equações IDF (intensidadeduração-frequência) regionais, utilizando relatórios de órgãos públicos, por exemplo, e estabelecer um período de retorno, buscando melhorar a qualidade dos dimensionamentos. 5 Estudo de Caso O estudo de caso tem como objetivo mostrar alternativa de solução de reservatório e mostrar a diferença da utilização de curvas IDF regionais. 5.1 Projeto CDHU 3

O caso a seguir mostra uma solução de alternativa de um reservatório projetado para a CDHU. Para o dimensionamento do reservatório de retenção considerou-se a manutenção de baixa qualidade durante o ciclo de vida útil do reservatório e o fato de que, caso utilizasse bombas, estas poderiam ser roubadas. A solução foi criar um reservatório para reter água durante uma hora, divido por uma parede de bloco estrutural com um furo mínimo, do tamanho de um diâmetro padrão de PVC, para esgotamento total do reservatório quando o nível d água estivesse abaixo da barreira colocada. As figuras 1 e 2 mostram o reservatório em planta e em perfil, respectivamente, bem como os dispositivos descritos acima. Figura 1 Planta de um reservatório de retenção Figura 2 Corte de um reservatório de retenção. As aberturas para inspeção foram criadas para manutenção do reservatório e o tubo de PVC de 50mm foi escolhido com base na tabela 1, no qual o tubo foi dimensionado como conduto forçado com a condição de que o tempo de retenção fosse maior que uma hora. 4

Tabela 1 Resultados do dimensionamento de um reservatório de retenção Área de Contribuição (m 2 ) Reservatórios de Retenção - Dimensionamento Volume Necessário (m 3 ) Largura Comp. Altura Útil Vol. Útil Total (m 3 ) Tubo de Saída - Diâm. (mm) Calculado (mm) Adotado (mm) Tempo de Retenção do Reservatório 3.341,27 30,07 1,70 12,00 1,50 30,60 51,48 50 1h 4min 5.2 Projeto EMTU O projeto em questão trata-se de um terminal de ônibus localizado em Americana, interior do estado de São Paulo, no qual verificou-se a necessidade de se construir um reservatório de retenção de água. Buscou-se construir um reservatório sem a utilização de bombas, utilizando a topografia como solução, através de aterros. A figura 3 mostra um recorte do perfil deste reservatório, que tem seu lançamento feito em uma rede pública existente. Figura 3 perfil do reservatório. 5

Este caso ilustra um exemplo no qual a equação IDF regional reduziria significativamente o tamanho do reservatório. Para isto, buscou-se o IDP regional da cidade de Americana, ou mais próxima, apresentada na tabela 2. Tabela 2 - Máximas intensidades de chuvas, em mm/h. Estabelecendo como período de retorno de 2 anos, a intensidade de chuva é de 45,1 mm/h. Abaixo segue uma tabela comparativa entre o reservatório que foi dimensionado utilizando 60mm/h, padrão estabelecido pela lei das piscininhas e o IDF regional. Tabela 4 Comparação dos resultados, utilizando a IDF e o valor da chuva de 60mm/h. Área Imperm. Ai (m 2 ) Índice Pluv. (mm/h) Dur. da Chuva t (h) Vol. Nec. (m 3 ) Comp. Dimensões Larg. Hútil Vol. Útil (m 3 ) Reves timento 10.596 0,060 1,00 95,36 37,00 4,00 0,68 100,64 Concreto 10.596 0,045 1,00 71,68 36,00 4,00 0,50 72,00 Concreto Redução Volume 28% Anexo está apresentado o trecho em planta e em perfil do terminal. 6

6 Bibliografia Convênio Departamento de Águas e Energia Elétrica e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. (1999). Equações de chuvas intensas do estado de São Paulo. São Paulo. Fundação Nacional da Saúde. (2013). Guia de conservação da água em domicílio. Ministério da Saúde, Departamento de Engenharia de Saúde Pública. Brasília: Coordenação de Comunicacão Social. Legislação Estado de São Paulo. (s.d.). Legislação: Legislação. Acesso em Outubro de 2013, disponível em Legislação Estado de São Paulo: http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/dg280202.nsf/ae9f9e0701e533aa032572e6006cf5f d/cc4ac1136348d2fd032572590072496d?opendocument&highlight=0,12.526 Prefeitura de São Paulo. (s.d.). Pesquisa de Legislação Municipal: Prefeitura de São Paulo. Acesso em Outubro de 2013, disponível em Prefeitura da Cidade de São Paulo: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integra.asp? alt=05012002l%20132760000 7

A Lei das Piscininhas no Município de São Paulo Anexos 8