A Reconversão da Faixa de Protecção das Linhas de Transporte de Energia da RNT
Servidão Administrativa
A servidão administrativa é um encargo imposto por disposição de lei sobre um determinado prédio em proveito da utilidade pública de uma coisa. A legislação em vigor impõe aos proprietários, com algumas restrições, o dever de suportar a servidão de passagem das linhas, mediante justa indemnização dos prejuízos causados.
No caso das servidões das linhas eléctricas os proprietários dos terrenos onde se acham estabelecidas linhas são obrigados a não consentir nem conservar neles plantações que possam prejudicar aquelas linhas na sua exploração.
FaixadeProtecçãodaslinhasdaRNT
On.º3doartigo28ºdoDR1/92,de18deFevereiro, estabelece que com vista a garantir a segurança de exploração das linhas a zona de protecção terá uma largura máxima de 45 metros, limitada por duas rectas paralelas distanciadas 22,5 metros do eixo do traçado, onde se pode cortar ou decotar as árvores necessárias para garantir a distância mínima de segurança.
Áreas dos usos do solo na faixa de protecção às linhas da RNT, são aproximadamente: N.º total km ÁREA (ha) de linha % Linhas MAT 37.978,0 8.439,5 100,00% Floresta 14.744,3 3.276,5 38,82% Matos 8.213,5 1.825,2 21,63% Águas Interiores 689,2 153,1 1,81% Agricultura 12.489,1 2.775,4 32,89% Outros usos 1.841,9 409,3 4,85% Nota: tendo por base o Inventário Florestal Nacional IFN5(2005 2006)
Áreas dos povoamentos florestais por espécie de árvores dominantes e tipo de ocupação florestal na faixa de protecção àslinhasdarnt: Nota: tendo por base o Inventário Florestal Nacional IFN5(2005 2006) N.º total km ÁREA (ha) de linha % Linhas MAT 14.744,3 3.276,5 100,0% Pinheiro-bravo 3.773 838,4 25,6% Eucalipto 3.153 700,6 21,4% Sobreiro 3.052 678,2 20,7% Azinheira 1.760 391,1 11,9% Carvalhos 640 142,1 4,3% Pinheiro-manso 556 123,5 3,8% Castanheiro 128 28,4 0,9% Acácias 17 3,9 0,1% Outras folhosas 351 78,0 2,4% Outras resinosas 107 23,8 0,7% Áreas ardidas 428 95,2 2,9% Áreas de corte raso 146 32,5 1,0% Outras áreas arborizadas 633 140,6 4,3%
Redes de Faixa de Gestão de Combustível
Com a entrada em vigor do DL n.º 124/2006, de 28 de Junho (republicadopelodln.º17/2009,de14 de Janeiro), são criadas as Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios, as quais concretizam territorialmente, de forma coordenada, a infra-estruturação dos espaços rurais decorrente da estratégia do planeamento de defesa da floresta contra incêndios.
As faixas de gestão de combustível são constituídas por redes primárias, secundárias e terciárias, sendo que as secundárias desenvolvem-se também sobre as linhas de transporte e distribuição de energia eléctrica.
O mesmo diploma legal prevê a obrigatoriedade, por parte da entidade responsável pela sua exploração, de gerir o combustível numa faixa correspondente à projecção vertical dos cabos condutores exteriores acrescidos de uma faixa de largura não inferior a 10 metros para cada um dos lados ao longo das linhas de transporte e de distribuição de energia eléctrica em alta e muito alta tensão.
A gestão de combustível engloba: Abate de árvores de forma a manter a distância entre as copasdasárvoresnomínimode4metros. Desramaçãodasárvoresem50%daalturadaárvoresatéque esta atinja os 8 metros, altura a partir da qual a desramação devealcançarnomínimo4macimadosolo. Limpezas de matos, de forma a que o fitovolume total não exceda2.000m 3 /ha.
Reconversão da Faixa de Protecção
A instalação e manutenção de linhas eléctricas integradas em áreas florestais revestem-se de particular importância, obrigando a grandes cuidados. A acumulação de combustíveis, a falta de adaptação das espécies à estação, as densidades elevadas, a monocultura de espécies e muitos outros factores, associados à presença de linhas eléctricas, incrementam exponencialmente o risco de acidente.
A reconversão da faixa de protecção de uma linha consiste alteração da ocupação das espécies florestais existentes, através da eliminação dos cepos das árvores abatidas e na consequente rearborização com espécies que permitam cumprir as distâncias mínimas de segurança entre os cabos condutores e a vegetação.
Preparação do terreno para a plantação
Preparação do terreno para a plantação
Rearborização da faixa de protecção à linha As espécies a propor aos proprietários na rearborização depende fundamentalmente das condições edafo-climáticas da estação, do risco de incêndio e a sua compatibilidade com a presença da linha(baixo porte e crescimento lento).
Rearborização da faixa de protecção à linha Espécies que têm sido propostas aos proprietários: Pinheiro-manso (Pinus pinea L.) Sobreiro (Quercus suber L.) Azinheira (Quercus rotundifolia Lam.) Castanheiro(Castanea sativa Mill.) Carvalho alvarinho (Quercus robur L.) Carvalho negral (Quercus pyrenaica Willd.) Carvalho cerquinho (Quercus faginea L.) Oliveira (Olea europaea L. var. europaea) Medronheiro (Arbutus unedo L.)
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha Linha Batalha - Lavos Linha Batalha - Lavos Linha Batalha - Lavos
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
Rearborização da faixa de protecção à linha
N.ºdeárvoresplantadasatéfimde2012 369.360 200.000 180.000 183.333 160.000 140.000 120.000 117.614 131.350 128.070 123.552 2010 2011 2012 100.000 2013 80.000 60.000 40.000 49.076 71.321 60.188 2014 2015 2016 2017 20.000 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 N.ºdeárvoresplantadasatéfimde2017 864.500
Áreaplantadaaté2012 415ha 300,00 285,00 250,00 239,44 200,00 202,63 213,68 213,26 2010 2011 150,00 155,37 137,23 2012 2013 2014 100,00 2015 2016 58,89 2017 50,00 0,00 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Áreaplantadaaté2017 1.505ha
Esta operação apresenta as seguintes vantagens: Valorização da paisagem promovendo, ao mesmo tempo, a variedade de espécies vegetais. Maior rentabilização da exploração dos solos, por parte dos proprietários e em harmonia com a linha. Compatibilização da vegetação com a presença da linha, evitando simultaneamente a proliferação de espécies de rápido crescimento que afectam a exploração da infra-estrutura.
Redução dos custos de manutenção despendidos anualmente pela empresa nas faixas de protecção às linhas. Diminuição do risco de incêndio, que se insere igualmente na estratégia nacional de combate aos incêndios florestais e cumpre a legislação em vigor que preconiza a criação de Redes de Faixa de Gestão de Combustível sobre os corredores das linhas de transporte de electricidade, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
Co-responsabilização dos proprietários pela gestão das zonas intervencionadas. Aumento dos ciclos de intervenção na área da faixa de protecção à linha. Melhor aceitação dos proprietários, possibilitandolhes obter outro tipo de rendimento com a exploração do solo e de forma compatível com a presença da linha.
Quebrar a monoespecificidade do coberto vegetal existente na área envolvente à faixa de protecção. Barreira estratégica ao avanço do fogo. Reduzir o tempo de exposição do solo aos agentes erosivos e, portanto, contribuir para a sua não degradação.
Período2010-2012: Área total reconvertida: 415 ha N.º total de árvores plantadas: 369.360 Período2010 2017(objectivo): Área total reconvertida: 1.505 ha N.º total de árvores plantadas: 864.500