Espécies exóticas ou Não-indígenas espécies introduzidas em áreas onde não ocorrem naturalmente, sobretudo por acção humana

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Transcrição:

INSPECT Espécies exóticas marinhas introduzidas em estuários e zonas costeiras Portugueses Padrões de distribuição e abundância, vectores e potencial de invasão Financiamento: INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa Março 2009

O que são? Espécies exóticas ou Não-indígenas espécies introduzidas em áreas onde não ocorrem naturalmente, sobretudo por acção humana Espécies invasoras espécies cuja introdução é causa de ameaça para a diversidade Acácia ou mimosa Chorão Perca-sol Papagaio-verde Inspect aborda apenas espécies aquáticas marinhas 2

Qual a situação actual? 2ª causa mais importante da perda de biodiversidade marinha Problema mundial Número de espécies invasoras marinhas conhecidas Sem dados 1-2 3-7 8-15 16-30 31-56 Outras espécies exóticas registadas Adaptado de Molnar et al., 2008 3

Qual a situação actual? 2ª causa mais importante da perda de biodiversidade marinha Problema mundial Têm vindo a aumentar com a globalização 4

Como são introduzidas? A navegação é o principal vector de introdução, através das águas de lastro e dos cascos das embarcações Vectores de introdução Navegação Aquacultura Construção de canais Aquariofilia Comércio de espécies vivas para alimentação Nº. de espécies 0 50 100 150 200 250 Invasoras Outras exóticas Adaptado de Molnar et al., 2008 5

E em Portugal? Registo de espécies exóticas tem sido pontual e não existem inventários sistematizados ou bases de dados Está a ser revista a legislação que regula a introdução na Natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna O conhecimento sobre os impactes das espécies exóticas é muito reduzido e não existem planos de acção para prevenir e mitigar esses impactes Não foram efectuadas campanhas de sensibilização 6

Financiamento Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através de um projecto que teve início em Outubro de 2008 INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA Universidade de Lisboa Parceiros 3 Universidades (Lisboa, Évora e Açores) 2 institutos públicos (ICNB e IPTM) 1 organização não governamental (LPN) Objectivos Inventariar as espécies exóticas marinhas nos estuários e zonas costeiras Portuguesas Identificar condições ambientais favoráveis à fixação de potenciais invasoras Caracterizar vectores de introdução Contribuir para a sensibilização do público 7

E em Portugal? Ameijoa-asiática (Corbicula fluminea) populações numerosas em quase todas as bacias hidrográficas Portuguesas. Ocupou o espaço do mexilhão de água doce Caranguejo-chinês (Eriocheir sinensis) assinalado nos estuários do Minho e do Tejo Caranguejo-azul (Calinectes sappidus) ocorrência registada nos estuários do Tejo e Sado. No Estados Unidos é uma praga Mexilhão-do quagga (Dreissena bugensis) ainda não foi registado em Portugal, mas ocorre em Espanha, sendo um risco potencial Caulerpa (Caulerpa taxifolia) foi libertada acidentalmente do Museu Oceanográfico do Mónaco e já foi registada na costa Portuguesa 8

Área de estudo Estuário do Tejo Sines Estuário do Mira Ponta Delgada 2 zonas costeiras e 2 estuários com características diferentes 9

Tarefas 1 - Compilação dos dados existentes Espécies de ocorrência registada para Portugal Espécies com risco potencial (e.g. ocorrência confirmada em Espanha) Rotas de tráfego marítimo com deslastre nos portos Portugueses Rotas de tráfego de recreio Inquéritos 10

Tarefas 2 - Verificação taxonómica Assegurar a identificação correcta das espécies Ampliar o conhecimento taxonómico das equipas envolvidas Manter colecções de referência 11

Tarefas 3 Amostragem Águas de lastro amostragem de água e sedimento dos tanques de lastro Substrato fixo amostragem de zonas rochosas de marinas, portos e zonas limítrofes Substrato móvel amostragem de sedimentos móveis de marinas, portos e áreas estuarinas e marinhas limítrofes 12

Tarefas 4 Disseminação de resultados Comunicação ao público Apoio ao desenvolvimento de planos de acção Envolvimento de actores e interessados 13

Obrigada pela atenção 14