CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ATUALIDADES EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO ACRESCENTAR QUALIDADE DE VIDA A reabilitação e cronicidade O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DO CUIDADOR INFORMAL da Silva Viseu, Dezembro 2016
ESTRUTURA Justificação da Problemática Enquadramento Teórico Metodologia Apresentação dos Resultados Conclusões e Implicações
Justificação da Problemática As doenças cérebrovasculares tornaramse na atualidade um flagelo nos países desenvolvidos, um problema de saúde pública com impacto significativo para a pessoa, para as famílias e para a sociedade. AVC conduz à deterioração das capacidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais da pessoa, muitas vezes irreversíveis, com impacto a nível dos autocuidados e dos processos corporais. AVC traz implicações para a pessoa e para o cuidador informal. (Worpe e Gijn, 2007)
Objetivos Compreender o processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC e a intervenção do enfermeiro de reabilitação. Objetivos específicos: Conhecer a perceção que o cuidador informal da pessoa com AVC tem sobre o papel a desempenhar; Perceber os sentimentos vivenciados pelo cuidador informal da pessoa com AVC; Identificar os fatores facilitadores e dificultadores do processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC; Identificar os benefícios das intervenções do enfermeiro de reabilitação no processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC.
Enquadramento Teórico Petronilho (2012) refere que as intervenções de enfermagem de reabilitação assentam em torno de focos de atenção como os processos corporais e os processos adaptativos (associados às transições). Os enfermeiros de reabilitação constituem-se como um importante recurso mobilizador e facilitador dos processos adaptativos, das alterações de vida das pessoas/cuidadores, no período de ajustamento após um evento súbito, como é o AVC ( ). O desafio colocado aos enfermeiros de reabilitação para Petronilho (2007), é entender o próprio processo de transição e implementar intervenções ajustadas, que vão de encontro às reais necessidades das pessoas, proporcionando estabilidade e sensação de bem-estar. Martins (2006) definiu cuidador informal como o indivíduo, familiar ou amigo que assegura a maior parte dos cuidados que o doente requer no domicílio ( ) Meleis (2000) considera ainda que assistir utentes em processos de transição constitui o papel mais relevante da disciplina de enfermagem.
Metodologia Tipo de estudo Qualitativo, de caráter exploratório e descritivo Cuidador informal que esteja a vivenciar pela primeira vez a experiência de cuidar de uma Serviços de Medicina de um Hospital da região Norte pessoa com AVC; Cuidador informal não remunerado; Contexto e Participantes 6 participantes, que obedeceram a critérios de inclusão Cuidador informal/pessoa com AVC submetido a programa de intervenções do enfermeiro de reabilitação; Cuidador informal de pessoa com Entrevista semi- estruturada AVC cujo destino na alta, seja o Recolha e Análise dos Dados Análise de conteúdo segundo Laurence Bardin (2011) domicílio
Metodologia Caraterização sociodemográfica dos participantes Identificação Sexo Idade Estado Civil Habilitações Literárias Profissão/ Situação Profissional Parentesco E1 F 44 C 9º Ano Costureira Filha E2 F 54 C 4º Ano Desempregada Filha E3 F 57 C 4º Ano Agricultura Nora E4 F 55 V 4º Ano Desempregada Filha E5 M 72 C 3º Ano Reformado Marido E6 M 42 C 9º Ano Empresário Filho
Apresentação dos Resultados Benefícios das intervenções do enfermeiro de reabilitação para o processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC Perceção do cuidador informal da pessoa com AVC sobre o seu papel O processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC - Contributos do enfermeiro de reabilitação Fatores dificultadores do processo de transição para o papel de cuidador informal da pessoa com AVC Repercussões para o cuidador informal decorrentes do cuidar da pessoa com AVC Sentimentos vivenciados pelo cuidador informal da pessoa com AVC Fatores facilitadores do processo de transição para o papel de cuidador informal da pessoa com AVC
Apresentação dos Resultados Gratificante Difícil Perceção do cuidador informal da pessoa com AVC sobre o seu papel Complicado Exigente
Apresentação dos Resultados Inexperiência do cuidador A perda de autonomia do familiar Atividades inerentes ao autocuidado A separação do familiar Fatores dificultadores do processo de transição para o papel de cuidador informal da pessoa com AVC A Prevenção de úlceras de pressão O lidar com a doença As condições habitacionais A dimensão da privacidade / intimidade
Apresentação dos Resultados Relacionados com a intervenção do enfermeiro em contexto hospitalar Relacionados com apoios na comunidade Fatores facilitadores do processo de transição para o papel de cuidador informal da pessoa com AVC Relacionados com as estratégias mobilizadas pelo próprio Relacionados com a intervenção do enfermeiro de reabilitação na comunidade
Apresentação dos Resultados Esperança Insegurança Satisfação Preocupação Sentimentos vivenciados pelo cuidador informal da pessoa com AVC Afeto Revolta Ansiedade
Apresentação dos Resultados A nível pessoal Repercussões para o cuidador informal decorrentes do cuidar da pessoa com AVC A nível familiar
Apresentação dos Resultados Para o cuidador informal Benefícios das intervenções do enfermeiro de reabilitação para o processo de transição do cuidador informal da pessoa com AVC Para a reabilitação da pessoa com AVC
Os Resultados Em Síntese O Processo de transição do Cuidador informal da pessoa com AVC
Conclusões Apostar nos fatores facilitadores Estado de vulnerabilidade no assumir o novo papel Perceção que pode ser um papel difícil, complicado e exigente, mas pode ser em simultâneo gratificante Desmistificar e trabalhar os sentimentos negativos Podem ser geradores de stress: a ansiedade, a revolta, a preocupação e a insegurança Dar ênfase especial aos sentimentos positivos Importância da compreensão das repercussões e o seu impacto no cuidador informal Responsáveis por respostas positivas ou negativas, dependendo da criação de estratégias de adaptação à nova condição no assumir do exercício de cuidador informal Que as dificuldades não sejam um obstáculo e que se constituam oportunidades Crescimento do cuidador informal Assumir novos comportamentos
Conclusões Benefícios das intervenções Promover a segurança Motivação Dotação de conhecimentos Capacitação Mestria do cuidador informal Ajustamento Adaptação eficaz Integração fluída da nova identidade CONTRIBUIR PARA UMA TRANSIÇÃO BEM RESOLVIDA
Implicações Prática de Cuidados Formação Gestão Investigação Enfermagem com mais Enfermagem (Silva, 2007)
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O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DO CUIDADOR INFORMAL da Silva Fim