CENTRO UNIVERSITARIO SÃO LUCAS ELAINE CHRISTINA TOMÁZ VIEDES ÊMENA SALES LIRA MOREIRA

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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITARIO SÃO LUCAS ELAINE CHRISTINA TOMÁZ VIEDES ÊMENA SALES LIRA MOREIRA MICROAGULHAMENTO PARA CICATRIZ DE ACNE E OS BENEFÍCIOS ASSOCIADOS NO PERÍODO DE 2010 A 2016: REVISÃO DE LITERATURA Porto Velho 2017

ELAINE CHRISTINA TOMÁZ VIEDES ÊMENA SALES LIRA MOREIRA MICROAGULHAMENTO PARA CICATRIZ DE ACNE E OS BENEFÍCIOS ASSOCIADOS NO PERÍODO DE 2010 A 2016: REVISÃO DE LITERATURA Artigo apresentado ao curso de Pós-graduação em Estética Dermato Funcional do Centro Universitário São Lucas, como requisito para obtenção do título de especialista. Orientador: Prof. Dr. Fabricio Calvo Porto Velho-RO 2017

ELAINE CHRISTINA TOMÁZ VIEDES ÊMENA SALES LIRA MOREIRA MICROAGULHAMENTO PARA CICATRIZ DE ACNE E OS BENEFÍCIOS ASSOCIADOS NO PERÍODO DE 2010 A 2016: REVISÃO DE LITERATURA Artigo apresentado à banca examinadora do Centro Universitário São Lucas, como requisito para obtenção do título de especialista. Data: / / Resultado: Banca examinadora Titulação e nome Centro Universitário São Lucas

MICROAGULHAMENTO PARA CICATRIZ DE ACNE E OS BENEFÍCIOS ASSOCIADOS NO PERÍODO DE 2010 A 2016: REVISÃO DE LITERATURA Elaine Christina Tomaz VIEDES 1 ; Êmena Sales Lira MOREIRA 1 ; Vanessa MIGLIACCIO 1 ; Fabricio CALVO 1 1. Centro Universitário São Lucas elainechristinav@gmail.com RESUMO: Introdução: É de conhecimento geral que todos buscam ter uma pele com aspecto saudável, viçosa, radiante, livre de manchas e cicatrizes ou qualquer disfunção estética. Alguns tratamentos proporcionam uma pele com mais qualidade e livre de imperfeições. Acne produz marcas que afetam o quadro psicossocial e emocional do indivíduo. Os artigos pesquisados evidenciaram que a acne é uma doença dermatológica que atinge as unidades pilos sebáceas de algumas áreas do corpo, bastante frequente entre os adolescentes (80%), classificada de acordo com o seu grau de acometimento, em leve, moderada e grave e tipo logicamente, em acne vulgar, hiperandrogênica, iatrogênica, cosmética, da mulher adulta e entre outras. O microagulhamento é a técnica utilizada para estimular a produção de colágeno pelo tecido no tratamento de cicatrizes de acnes e rugas. Sua aplicação resulta na atenuação dos sintomas melhorando a textura, brilho e coloração da superfície cutânea, tendo recuperação mais rápida que outras técnicas, principalmente as ablativas.estudo de revisão bibliográfica, com intuito de estabelecer os benefícios da técnica de microagulhamento e sua evolução entre os anos de 2010 a 2016. PALAVRAS-CHAVE: microagulhamento; colágeno; cicatrização; acne; riscos. INTRODUÇÃO A busca por uma aparência revigorada está em constante crescimento, por meio disto, tem-se aumentado a procura por tratamentos estéticos para o rejuvenescimento facial. Uma das causas das rugas é o fotoenvelhecimento, que pode ser causado por exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), diminuição das fibras elásticas, rigidez do colágeno, desidratação e pouca oxigenação nos tecidos (ALATHEA, 2013). A pele é composta por duas camadas: epiderme e derme. Ambas as camadas se apoiam em um tecido subcutâneo adiposo, a hipoderme. Sua principal função é o revestimento corpóreo, o qual forma uma barreira protetora entre o organismo e o meio externo. Além disso, ela é reguladora da temperatura corpórea, possui receptores de sensações ambientais e absorve radiação para a síntese de vitamina D, importante para a saúde óssea (OLIVEIRA; MARTELLI, p. 188, 2012). Acne é um dos problemas de pele mais comuns, levando a cicatrizes que causam impactos visuais, estéticos e psicológicos, existindo estudos científicos que comprovam até surgimento de quadro depressivo do paciente (Majid, 2009). É possível observar que vários fatores interferem na fisiopatologia da doença, dentre elas estão os aspectos genético, hormonal, hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular e aumento da colonização da bactéria Propionibacterium acnes (P. acnes) no ducto glandular (COSTA, 2007). A acne é uma das principais queixas e, apesar de ser autolimitada, na maioria dos casos, causa significativo impacto psicossocial, além de, potencialmente, deixar cicatrizes inestéticas permanentes (Schmitt, 2011). Pode ser dividida em inflamatória e não-inflamatória, conforme as lesões predominantes, podendo ser graduada de I a V conforme a gravidade do quadro. A acne grau I, não inflamatória ou comedoniana, apresenta predomínio de cômedos. A acne inflamatória é responsável pelos graus II, III, IV e V. Na acne grau II há predomínio de lesões pápulo-pustulosas além dos cômedos.

6 Na acne grau III nódulos e cistos podem ser observados. A acne grau IV ou conglobata é uma forma severa da doença com múltiplos nódulos inflamatórios, formação de abscessos e fístulas. Uma forma rara e grave, de instalação abrupta, acompanhada de manifestações sistêmicas (febre, leucocitose e artralgia), é a acne fulminante ou grau V (Brenner, 2006). É de conhecimento geral que o processo de cicatrização do ser humano é muito eficiente e ocorre de acordo com as seguintes etapas: hemostasia, inflamação e reparação do tecido lesionado. Dentro do processo de cicatrização, a inflamação é a fase mais importante, uma vez que é liberada grande quantidade de citocinas e nutrientes são levados para a área a ser reparada, removendo bactérias e restos celulares e estimulando a reparação da lesão (KEDE; SABATOVICH, 2009, p. 11-12). Várias são as técnicas de tratamento para reversão de cicatrizes de Acne, entre quais podemos citar os peelings químicos médios e profundos, que tem como princípio básico o estímulo a produção de colágeno (Brody, 1995). A técnica de microagulhamento descende da Acupuntura, que faz parte da Medicina Oriental Chinesa. Nos anos 1960, na França, surgiram os primeiros achados da técnica considerada Nappage, que se tratava de pequenas incisões na pele para a administração de fármacos, cujo objetivo era o rejuvenescimento facial. Em 1995, Orentreich defendeu a técnica subcision com agulhas para tratamento de rugas periorais. Já em 2006, Fernandes elaborou a técnica de indução de colágeno (TIC), que se utilizava de um rolo com agulhas de aço visando melhorar cicatrizes e rugas finas (GARCIA, 2013). Conhecido pela marca Dermaroller, a técnica de microagulhamento surgiu na década de 1990 na Alemanha, mas somente em 2006 ficou conhecida mundialmente. O equipamento consiste em um rolo recoberto por agulhas finas de aço inoxidável cirúrgico ou liga de titânio, as quais Revista Científica da FHO UNIARARAS v. 3, n. 1/2015 http://www.uniararas.br/revistacientifica 94 apresentam vários comprimentos de diâmetro (KLAYN; LIMANA; MOARES, 2013; LIMA; LIMA; TAKANO, 2013). Durante a técnica de microagulhamento, o rolo é passado de 15 a 20 vezes sobre a pele na horizontal, na vertical e na diagonal, levando um a quadro de hiperemia até a um leve sangramento, que pode ser espontaneamente controlado. A técnica dura de 15 a 20 minutos, de acordo com a dimensão da área a ser tratada. É recomendado um intervalo de seis semanas entre uma sessão e outra, visto que leva determinado tempo para a constituição do colágeno (DODDABALLAPUR, 2009). O microagulhamento é uma opção de tratamento para várias disfunções estéticas da pele, como cicatrizes de acne, manchas em geral, rejuvenescimento facial, estrias e lipodistrofia ginoide (Grignoli, 2015). Induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas (PIATTI, 2013). O mecanismo de ação da técnica é dividido em três etapas: indução percutânea de colágeno, cicatrização e maturação. (Lima, Lima e Takano 2013). A primeira etapa inicia-se com a perda da plenitude da barreira cutânea, tendo como objetivo a desagregação dos queratinócitos, o que permite a liberação de citocinas, como interleucina 8 (IL- 8), interleucina 6 (IL-6), TNF α, GM CSF e interleucina 1α (IL-1α), predominando esta última. As citocinas promovem uma vasodilatação dérmica, além da migração de queratinócitos para fins de restauração do dano epidérmico. Na segunda fase, a de cicatrização, ocorre a proliferação celular, ou seja, a troca de neutrófilos por monócitos, ocorrendo a angiogênese, a epitelização e a proliferação de fibroblastos, subsequente à produção de colágeno o tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Simultaneamente, o TGF α e o TGF β (fatores de crescimento dos fibroblastos) são Saber Científico, Porto Velho, V., n., p., mês./mês. 2016.

7 liberados pelos monócitos. Em média, cinco dias após a injúria, a matriz de fibronectina está completa, viabilizando o depósito de colágeno abaixo da camada basal da epiderme. E, por fim, na terceira fase, a de maturação, ocorre uma lenta substituição do colágeno tipo III pelo colágeno tipo I, que é mais duradouro, podendo permanecer de cinco a sete anos. O tecido é, portanto, regenerado e se obtém a melhora da aparência da pele (PIATTI 2013). Quase todos os tipos de cicatrizes de acne podem ser tratados com microagulhamento (KONSTANTINOS, 2005). O aparelho para microagulhamento foi desenvolvido por Desmond Fernandes (2006), o qual foi registrado com o nome de Dermaroller" (ALETHEA, 2013). O sistema roller é constituído por um rolo em forma de tambor pequeno, cravejado com diversas agulhas finas de 0,1 mm de diâmetro, feitos de aço inoxidável cirúrgico, com comprimento variando de 0,25 a 3,0mm, posicionados paralelamente em várias fileiras. De uso estético e dermatológico tem como ação induzir a produção de colágeno via percutânea, através de microlesões provocada na pele, gera um processo inflamatório local, aumentando a produção celular, principalmente de fibroblastos, aumentando o metabolismo celular da derme e epiderme, aumentando a síntese de colágeno, elastina e outras substâncias presentes no tecido, restituindo a integridade da pele (KLAYN, 2013). As microlesões promovidas pelo microagulhamento, além de estimular a produção de colágeno e elastina, abrem canais aumentando de forma significativa a permeabilidade dos cosméticos (KONSTANTINOS, 2005). É um procedimento técnico dependente, o domínio da técnica bem como a familiarização com o aparelho de microagulhamento são fatores que influenciam no resultado final (LIMA, et al, 2013). Portanto, o presente estudo de revisão integrativa de literatura tem por objetivo estudar a aplicabilidade e os efeitos do microagulhamento no tratamento estético de cicatriz de acne, assim como analisar a técnica e ressaltar suas vantagens. MATERIAL E MÉTODO Este estudo resultou de uma revisão descritiva da literatura. Para tanto, desenvolveu-se uma busca bibliográfica em periódicos científicos indexados em bases de dados como SCIELO (Scietific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico nos períodos de 2010 a 2016. Recorreu-se a artigos científicos publicados nos últimos seis anos e os descritores utilizados foram: acne, tratamento, microagulhamento. DISCUSSÃO DOS AUTORES Garcia (2013) realizou um estudo por meio do qual verificou a eficácia dessa técnica em conjunto com a permeação de ativos frente ao tratamento de Lipodistrofia Ginoide (LDG). A LDG é uma disfunção estética corporal que acomete paciente do sexo feminino, com mais de 20 anos, e é caracterizada por alterações na microcirculação associada ou não ao acúmulo de gordura. Neste mesmo artigo, os autores descrevem o processo de injúria tecidual decorrente do uso de diferentes níveis de agulhamento, sendo classificado entre leve (com agulhas de 0,25 a 0,5mm), moderado (com agulhas de 1,0 a 1,5mm) e profundo (com agulhas de 2,0 a 2,5mm). De acordo com KONSTANTINOS, (2005). Quase todos os tipos de cicatrizes de acne podem ser tratados com microagulhamento. Os autores propõem classificação como, injúria leve, comprimento de agulha de 0,25 e 0,5 mm (entrega de drogas; rugas finas; melhora de brilho e texturo), injúria moderada agulhas de 1,0 e 1,5 mm (flácidez cutânea; rugas médias; rejuvenescimento global) 10 e injúria profunda agulhas de 2,0 e 2,5 mm (cicatrizes deprimidas distensíveis; estrias; cicatrizes onduladas e retráteis), (LIMA, et al, 2013) Saber Científico, Porto Velho, V., n., p., mês./mês. 2016.

8 O procedimento é realizado com anestesia tópica, na área a ser tratada, por um período de 30 a 45 mim. Após é realizada uma antissepsia, então é feito a aplicação do roller com microagulhas (GAMA, 2011). O microagulhamento é bem tolerado pelos pacientes, o eritema pode ser visto depois do tratamento com duração de 2 a 3 dias. Importante não utilizar maquiagem e protetor solar logo após uma sessão, deve-se esperar pelo menos 3 horas para utilização destes produtos, e não se expor ao sol logo após sessões de microagulhamento (TORQUATO, 2014). CONCLUSÃO microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno, quando este é utilizado isoladamente. Além disso, pode-se dizer que a associação da técnica com diversos ativos proporcionou a otimização dos resultados, bem como baixo custo e fácil aplicação se comparada aos demais tratamentos existentes no mercado. É importante que outros profissionais da área da saúde estudem e publiquem artigos científicos sobre a técnica, discutindo o tamanho ideal das agulhas e se é necessário obter sangramento para que o processo inflamatório da cicatrização aconteça, assim como, a formação de colágeno. Pode-se entender através desta revisão. Estabelece-se que a técnica de MICROAGULATION FOR ACNE SCARS AND BENEFITS ASSOCIATED WITHIN THE PERIOD 2010 TO 2016: REVIEW OF LITERATURE ABSTRACT Introduction: Acne produces marks that affect the psychosocial and emotional picture of the individual. The articles researched showed that acne is a dermatological disease that affects the sebaceous units of the body in some areas of the body, quite frequent among adolescents (80%), classified according to their degree of impairment, mild, moderate and severe and Typologically, in acne vulgar, hyperandrogenic, iatrogenic, cosmetic, adult woman and among others. Microagglutting is the technique used to stimulate the production of collagen by the tissue in the treatment of acnes, scars and wrinkles. Its application results in the attenuation of the symptoms improving the texture, brightness and coloration of the skin surface, recovering faster than other techniques, mainly the ablative ones. Objective: A bibliographic review study, aiming to establish the benefits of the microaggregation technique and its evolution between the years 2010 and 2017. KEYWORDS: microagulation; Collagen; healing; acne; scratchs KEYWORDS: Microagulation; Collagen; healing; acne; scratchs Saber Científico, Porto Velho, V., n., p., mês./mês. 2016.

9 REFERÊNCIAS LIMA, EVA; LIMA, MA; TAKANO, D. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Surg Cosmet Dermatol, 5(2):1104, 2013. TORQUATO, GILMAR Microagulhamento: terapia de indução de colágeno provoca microferimentos na pele para preencher marcas. Ler e Saúde, 2014. Disponível em: http://www.lersaude.com.br/microagulhamento-terapia-de-inducaode- colageno- provocamicroferimentos- na- pele- para-preencher-marcas/. Acessado em: 16 de Agosto de 2014 LIMA, EMERSON VASCONCELOS DE ANDRADE; LIMA, MARIANA DE ANDRADE; TAKANO, DANIELA, Microagulhamento: estudo experimental e classificação de injúria provocada Surgical & Cosmetic Dermatology. Volume 5 no 2, 2013 Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalheartigo/261/microagulhamento--estudoexperimental-e-classificacao-da- injuriaprovocada. Acessado em :27 de Agosto de 2014 FOUCAULT, M. Historia da sexualidade: a vontade de saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1980. KONSTANTINOS ANASTASSAKIS, MD, PHD, The dermaroller series. Maio 2005. Disponível em:http://www.mtoimportadora.com.br/site_novo/wpcontent/uploads/2014/04/dr.- Anastassakis-Kostas.pdf. Acessado em: 02 de Setembro de 2014 SILVA, V. A.; ANDRADE, L. H. C. Etnobotânica Xucuru: espécies místicas. Biotemas, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 45-57, 2002. GAMA, ROMUALDO, Dermaroller mascara de ascorbosilane C, Revista Biotec ano 03, no 08, p 19, 2011. PIATTI, I. L. Microagulhamento e fatores de crescimento. Revista Personalité, São Paulo, ano 16, n. 8, p. 22-25, 2013. DODDABALLAPUR, S. Microneedling with dermaroller. Journal Of Cutaneous And Aesthetic Surgery, Bangalore, Karnataka, India, v. 2, n. 2, p. 110-111, jul./dez. 2009. Disponível em: Acesso em: 15 dez. 2015 KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. (Org.). Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. Saber Científico, Porto Velho, V., n., p., mês./mês. 2016.