Modernismo - (3ª Fase) Visão Geral Início: 1945 Também chamada de Pós- Modernismo A fase da Reflexão e da Ponderação com a linguagem Se opunha a 1ª fase do modernismo e por isso era ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo A partir dos anos 50,preferiu-se atribuir ao modernismo o status de estilo contemporâneo
Modernismo - (3ª Fase) Contexto Histórico No Mundo: 1939 a 1945: Segunda Guerra Mundial Pós-Guerra No Brasil: Getúlio Vargas no poder 1942: Participação da FEB e FAB na Segunda Guerra Desenvolvimento da Industrialização 1951 a 1954: Getúlio voltar ao poder 1930 a 1934: Governo provisório 1934 a 1937: Governo constitucional 1937 a 1945: Estado novo
Modernismo - (3ª Fase) Características Na prosa: Investigação psicológica das personagens e seus conflitos íntimos; A ação e o enredo perdem importância em favor das emoções, estados mentais e reações das personagens; A literatura torna-se cada vez mais subjetiva, interiorizada e abstrata, constituída de experiências mentais; Normalmente, o autor não faz o retrato do personagem: este vive e o leitor o conhece e julga.
Modernismo - (3ª Fase) Características Principais autores: Clarice Lispector João Guimarães Rosa
Modernismo - (3ª Fase) Características Na poesia: Maior apuro do verso; Mais ênfase na palavra, no ritmo, na rima; Tendência para uma arte mais racional, cerebral, às vezes até hermética; Busca do regionalismo temático e do universalismo; Caráter engajado da poesia.
Modernismo - (3ª Fase) Características Principal autor: João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina João Cabral de Melo Neto
Personagens: Severino Um retirante nordestino que parte da serra para o litoral em busca de melhores condições de vida.
Ano de publicação: 1956 Gênero: Poesia drámatica Temas: Morte, vida, seca, miséria Divisão da obra: 18 cenas Local: Pernambuco (Sertão, Litoral Recife) Narração: 1ª Pessoa Auto: peça breve, de cunho religioso, pedagógico ou moral;
Personagens/Religiosidade: Estrela-guia = rio-guia Pastores = severinos Reis magos = os moradores que levam os presentes às crianças José (carpinteiro, pai de Jesus) = José, mestre carpina, pai da criança que nasce Cristo = criança (esperança de vida)
Enredo: Conta a história do retirante Severino que parte do sertão para o litoral. S E R T Ã O Morte Vida L I T O R A L
Enredo: Como guia, Severino tem o Rio Capibaribe, mas, durante o percurso, só encontra morte e miséria. Ao chegar a Recife, a decepção: também lá há muita morte e tristeza. Resolve, então, "saltar fora da ponte e da vida", atirando-se no Capibaribe; enquanto conversa com o mestre José carpina, uma mulher avisa que o filho (de José) saltou para dentro da vida" (nasceu). O nascimento da criança devolve-lhe a esperança de vida, mesmo que seja uma vida severina.
Estrutura: 18 partes Grupo I - Cap. 1-12 (cenas de morte) = Severino sai da serra e vai para Recife, seguindo o Rio Capibaribe. Vai para fugir da morte, mas a encontra por todo o caminho, para seu desespero. GRUPO II - Cap. 13-18 (presépio) = é descrito o nascimento do filho de José, mestre carpina, uma alusão feita ao nascimento de Jesus. Versos com 7 sílabas poéticas (redondilha maior), muita sonoridade, muita rima.
Grupo I Morte 1. O retirante explica ao leitor quem é e a que vai. O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. [...] [...] Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. [..]
Grupo I Morte 2. Encontra dois homens que carregam um defunto em uma rede. 3. O retirante tem medo de se perder porque seu guia, o Rio Capibaribe secou com o verão. 4. Na casa a que o retirante chega estão cantando excelências (cantigas de velório sem acompanhamento musical) para um defunto.
Grupo I Morte 5. Cansado da viagem, Severino pensa interrompê-la por uns instantes e procurar trabalho ali onde se encontra. 6. Dirige-se à mulher na janela que depois descobre tratar-se de quem se saberá (rezadeira). 7. O retirante chega à Zona da Mata que o faz pensar, outra vez, em interromper a viagem. 8. Assiste ao enterro de um trabalhador de eito e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério.
Grupo I Morte 9. O retirante resolve apressar os passos para chegar logo ao Recife. 10.Chegando ao Recife, o retirante senta-se para descansar ao pé de um muro alto e caiado e ouve, sem ser notado, a conversa de dois coveiros. 11. O retirante aproxima-se de um dos cais do Capibaribe. 12. Aproxima-se do retirante o morador de um dos mocambos que existem entre o cais e a água do rio.
Grupo II Presépio (Vida) 13. Uma mulher, da porta de onde saiu o homem, (José) anuncia-lhe o nascimento do filho. 14. Aparecem e se aproximam, da casa do homem, vizinhos, amigos, duas ciganas, etc. 15. Começam a chegar pessoas trazendo presentes para o recém-nascido.
Grupo II Presépio (Vida) 16. Falam as duas ciganas que haviam aparecido com os vizinhos. 17. Falam os vizinhos, amigos, pessoas que vieram com presentes, etc. 18. (conclusão) O carpina fala com o retirante que esteve de fora, sem tomar parte em nada.
ANÁLISE DA OBRA
A história é narrada em primeira pessoa, pelo personagem Severino e é composta de monólogos e diálogos com outros personagens. ESPAÇO NARRAÇÃO LINGUAGEM SEVERINO Sinônimo (no texto) de desgraça, miséria, fome e morte; diminutivo de Linguagem concisa severo. com expressões populares e musicalidade; traços orais, rimas e repetições. Movimento de deslocamento: Agreste Caatinga Zona da mata Recife - ele sai da serra (Serra da Costela) e vai para o litoral, para Recife.
OPINIÃO
Quais os principais aspectos da obra? No que o contexto histórico Mundial e nacional pode ter influenciado o autor? Por quê a escolha do título Morte e Vida Severina? O que representa o nascimento do filho de José, mestre carpina?
Questionário
Modernismo - (3ª Fase) - Questionário 1) (FUVEST) É correto afirmar que em Morte e Vida Severina: a) A alternância das falas entre ricos e pobres, em contraste, imprime a dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes. b) A visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida conta a morte. c) O caráter de afirmação da vida, apesar de toda miséria, comprova-se pela ausência da idéia de suicídio. d) As falas finais do retirante, após nascimento de seu filho, configuram o momento afirmativo, por excelência, do poema. e) A viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações de meio físico.
Modernismo - (3ª Fase) - Questionário 2) (PUC-SP) João Cabral de Melo Neto é o poeta do Modernismo que se salienta pelo constate combate ao sentimentalismo. É o engenheiro da poesia. Busca concisão e precisão nos seus poemas. No entanto, num terreno oposto faz poesia de participação. Um poema seu, divulgado como peça teatral, justamente realiza uma análise social do homem nordestino, porém sem arroubos sentimentais. O poema em causa é: a) Invenção de Orfeu b) Morte e Vida Severina c) Jeremias sem chorar d) Brejo dos almas e) n. d. a.
Modernismo - (3ª Fase) - Questionário 3) (CEFET) Leia as seguintes afirmações sobre Morte e Vida Severina: I) O nascimento do filho do compadre José é antagônico em relação aos outros fatos apresentados na obra, já que esses são marcados pela morte. II) Podemos dizer que o conteúdo é completamente pessimista, considerando-se que a jornada é marcada pela tragédia da seca, o que leva Severino à tentativa de suicídio. III) Mais do que a seca, as desigualdades sociais do Nordeste são o tema da obra. Assinale a alternativa correta sobre as afirmações: a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I e III estão corretas. c) Somente II e III estão corretas. d) As três estão corretas. e) As três estão incorretas.