14. Usinas Hidrelétricas

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

VII SIMPÓSIO SOBRE PEQUENAS E MÉDIAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS DE PEQUENAS E MÉDIAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS. Eng. Vilson D Christofari 1

Geração de Energia Elétrica. Aula 3 Centrais Hidrelétricas

TE033 CENTRAIS ELÉTRICAS Capitulo III: EstudoHidrenergético Parte 1. Dr. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila

Micro e Pequenas Centrais Hidrelétricas. Fontes alternativas de energia - micro e pequenas centrais hidrelétricas 1

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CONHECENDO O SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO PARA PLANEJAR OS ESTUDOS E PROJETOS DE HIDRELÉTRICAS

Geração de Energia Elétrica

Aula 8 Fontes Convencionais Geração Hidráulica

NORTE ENERGIA S.A. -NESA UHE BELO MONTE. Rio Xingu, Brasil

PREÇO UNIT. CUSTO CUSTO CUSTO CONTA ITEM UN. QUANT. R$ R$ 10³ US$ 10³ $A 10³

PREÇO UNIT. CUSTO CUSTO CUSTO CONTA ITEM UN. QUANT. R$ R$ 10³ US$ 10³ $A 10³

USINAS HIDRELÉTRICAS Estudos de Engenharia e Ambientais. Estudos de Inventário Hidrelétrico de Bacias Hidrográficas

Geração de Energia Elétrica - Hidrelétricas. SIE Sistemas de Energia Professora Camila Bastos Eletroeletrônica Módulo 8

Reversíveis e os Múltiplos Usos da Água. Dr. Julian David Hunt IVIG/COPPE/UFRJ

ESTUDOS HIDROLÓGICOS E ENERGÉTICOS. Paulo Antunes da Rocha Bruno van der Meer

OUTORGA. Obtenção da Outorga De Direito de Uso de Recursos, Órgão Responsável pela emissão D.A.E.E. Decreto Nº de 31/10/96

ESTUDO PARA REVITALIZAÇÃO DA MICRO CENTRAL HIDRELÉTRICA DE RONCADOR

IBRACON 2011 UHE FOZ DO CHAPECÓ

1979 Estudos de Inventário da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu ELETRONORTE Estudos de Viabilidade - 1ª Etapa ELETRONORTE

PCH PANDEIROS: UMA COMPLEXA INTERFACE COM A GESTÃO AMBIENTAL REGIONAL

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 12, de 30/05/2017

4 Estudo de Caso Revisão do Inventário do Rio Paraíba do Sul

USINA HIDRELÉTRICA GAMELA

Aula 6 Fontes Convencionais Geração Hidráulica

Tecnologia com elevada eficiência (70% a 90%)

5º Seminário de Estratégia Para Conservação de Peixes em Minas Gerais. UHE SÃO MANOEL Rio Teles Pires. Novembro de 2017

TECNOLOGIAS DE PROTEÇÃO DA ICTIOFAUNA EM EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS. A.A.Cesário Porto, E.M. de Faria Viana e C. Barreira Martinez.

Estudo inicial do potencial de geração de energia elétrica na adutora do sistema de abastecimento de água do município de Formiga - MG

Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica

PROF.: Eng. Tadeu Carvalho Jr. 2 º Semestre, 2017

USINAS HIDRELÉTRICAS Estudos de Engenharia e Ambientais. Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica e Ambiental - EVTE de UHE

PEA 3496 Energia e Meio Ambiente: Sistemas Energéticos e seus Efeitos Ambientais. Usinas Hidrelétricas. Prof. Marco Saidel

Adquirida em Outubro/99 conforme Contrato de Concessão de Geração n. 92/99 Aneel

"O futuro não nos pertence, mas torná-lo melhor faz parte de nosso presente."

GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DE ELÉTRICA

Sumário. Prefácio... Simbologia...

Apresentação do resultado dos Estudos de Inventário Hidrelétrico do rio Uruguai - trecho binacional entre Argentina e Brasil

2. USINAS HIDROELÉTRICAS. Recursos hidráulicos Potencial hidroelétrico. Turbinas hidráulicas Usinas hidroelétricas.

CAPÍTULO 6 Tomada d água 6.1 Funções de um típico arranjo de tomada d água 6.2 Tipos usuais de tomadas de água 6.3 Formulações gerais aplicadas

PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA BOA VISTA PROJETO BÁSICO

XXVIII CENTRAIS HIDRELÉTRICAS

TE033 CENTRAIS ELÉTRICAS Capitulo II: Energia Hidráulica e Centrais Hidrelétricas Parte 2 de 2. Dr. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila

PLANEJAMENTO DE USINAS HIDRELÉTRICAS

SUMÁRIO. CAPíTULO 1 APRESENTAÇÃO

5 CARACTERIZAÇÃO DA ALTERNATIVA SELECIONADA

Uso da Avaliação Ambiental Integrada para viabilização de empreendimentos hidrelétricos Bacia do rio Chapecó LASE 2016

PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA MARAMBAIA PROJETO BÁSICO

É COM VOCÊ. cartilha. Reservatórios: degradação ambiental (?) Meio Ambiente / Série: Água Nº 2 Escassez de chuva ou. Janeiro/ ,00 556,00

Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos. Parte I

Balanço Hídrico Quantitativo. Oferta-Demanda. Brasília - DF

AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO DE DIMENSIONAMENTO ENERGÉTICO EM ESTUDOS DE INVENTÁRIOS HIDRELÉTRICOS

UHE Belo Monte. IBRACON - 53 Congresso Brasileiro de Concreto Florianópolis -SC 03/Nov./2011

PHA Hidrologia Ambiental. Restrições Operativas, Vazões Ecológicas e Hidrograma Ecológico

Empreendimentos do Rio Madeira

E P E ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA MEIO AMBIENTE / RECURSOS HÍDRICOS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

capa Dupla função Foto: Chico Ferreira Reservatórios geram energia e controlam cheias

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Professora: Mayara Moraes

Workshop: Smart Grids e Redes em Desenvolvimento Intermédio: Problemas Técnicos e Questões Regulatórias Vitor L. de Matos, D. Eng.

Usinas Reversíveis. Perspectivas no Setor Elétrico Brasileiro. X Simpósio sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas e Usinas Reversíveis

Recursos hídricos: Entendendo o momento atual e refletindo sobre a expansão da geração hídrica no Brasil. Jerson Kelman ENASE 2015

TE033 CENTRAIS ELÉTRICAS Capitulo III: Estudo Hidrenergético Parte 2. Dr. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila

SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

INSPEÇÃO FORMAL DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONCRETO DAS BARRAGENS E ESTRUTURAS CIVIS ANEXAS

RELATÓRIO VISITA TÉCNICA USINA DO CORUMBATAÍ RIO CLARO/SP

ANÁLISE DOS NÍVEIS SONOROS GERADOS NA OPERAÇÃO DE PCH: ASPECTOS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS.

Gustavo Cordeiro Dos Santos 2, Patrícia Gomes Dallepiane 3.

DETERMINAÇÃO DO PERÍODO CRÍTICO DO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL. Fabiano Salomão de Oliveira Flavio Corga Cardinot Lilian Laubenbacher Sampaio

Disponibilidade Hídrica do Sistema Elétrico Brasileiro

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA MICROCENTRAL HIDRELÉTRICA DE RONCADOR

Operação do SIN. PEA3496 Prof. Marco Saidel

Modelamento Para Analise de Projetos de Geração Hídrica em Pequena Escala

Oportunidades: o potencial hidrelétrico remanescente de São Paulo. Antonio Celso de Abreu Jr Subsecretário de Energias Renováveis

GESTÃO DE RESERVATÓRIOS NA CRISE HÍDRICA O Caso da UHE Três Marias

A H E SIMPLÍCIO Q U E D A Ú N I C A. Francisco Cordero Donha Filho

Licenciamento e construção de 3 Usinas hidrelétricas no Rio das Antas (Bacia do Jacuí-Guaíba, Estado do Rio Grande do Sul)

Procedimentos de licenciamento ambiental para implantação de Empreendimentos Hidrelétricos no Paraná

ESTUDOS METODOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE MICRO-GERAÇÃO HÍDRICA

- LUIZ FERNANDO DE ARRUDA GONÇALVES - Engenheiro Civil => 19 anos de COPEL

OBRAS DE DESVIO DE RIO E ASPECTOS DE SEGURANÇA OPERACIONAL DURANTE CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS

PANORAMA GERAL DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PAIS

X SIMPOSIO SOBRE PEQUENAS E MÉDIAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS E USINAS REVERSIVEIS USINAS HIDRELÉTRICAS REVERSÍVEIS O ESTADO DA ARTE

4ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 7 a 9 de Outubro de 2015, Botucatu São Paulo, Brasil

O potencial hidrelétrico remanescente do Estado de São Paulo. Antonio Celso de Abreu Jr Subsecretário de Energias Renováveis

Centrais e aproveitamentos hidrelétricos

COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS ANEXO VI SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMA RIO MANSO REMUNERAÇÃO E MECANISMOS DE PAGAMENTO

Construção de barragens e passagens molhadas com uso do solo Aula 3

UHE SINOP LICENCIAMENTO AMBIENTAL E LIÇÕES APRENDIDAS NO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO JUNHO

DE ESTÁGIO 2/3 (segundo de três) Período: de 29/ago/2009 a 16/out/2009. GeoEnergy Engenharia e Serviços Ltda.

Desafios do Setor Elétrico: Uma Luz sobre a Situação Atual

PUA Plano de Uso da Água na Mineração. Votorantim Metais Holding Unidade Vazante - MG

Máquinas de Fluxo I. Centrais Hidrelétricas. História 20/11/2017. Nikola Tesla (CA) e Thomas Edison (CC) ( 1880)

Gestão de Riscos em Barragens

Introdução. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

chapadões e vales abertos em suas porções mais altas, ideais para a agricultura tecnificada;

O CONTROLE DE CHEIAS E A GESTÃO DE. Joaquim Gondim

A Produção hidroelétrica em Portugal

Hidroeletricidade em Portugal. Como se desenvolverá a energia hidroelétrica em Portugal?

Introdução. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

Encaminhamento de Cheias no Rio Piraí GTAOH/CEIVAP Reunião de 12/12/2016

Transcrição:

Fazem parte das usinas hidrelétricas as estruturas extravasoras, incluindo o canal de fuga e as unidades geradoras, compostas pela casa de máquinas, onde está localizado o conjunto gerador, do qual, por sua vez fazem parte, as bombas e as turbinas. 14.1. Energia Hidrelétrica x Termelétrica 14.2. Tipos de usinas hidrelétricas fio d água de acumulação com armazenamento por bombeamento com reversão Aug 03 LPdS 1

14.3. Disposição dos aproveitamentos hidrelétricos localização do eixo da barragem localização dos extravasores localização da tomada d água e conjunto gerador localização das estruturas dissipadoras de energia - canais de restituição 14.4. Funcionamento das usinas hidrelétricas Manutenção do local Operação do reservatório Aug 03 LPdS 2

14.5. Planejamento dos aproveitamentos hidrelétricos Estudos hidrológicos; locais barráveis; estudo das diversas alternativas construtivas e custos associados comparação com os custos de geração termelétrica elaboração do projeto Aug 03 LPdS 3

14.6. Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) (www.eletrobras.gov.br/programas/pch/default.asp) (www.aneel.gov.br) 14.6.1. Definição Na primeira edição do Manual (ELETROBRÁS/DNAEE, 1982), uma Usina Hidrelétrica era considerada como uma PCH quando: - a potência instalada total estivesse compreendida entre 1,0 MW e 10 MW; - a capacidade do conjunto turbina-gerador estivesse compreendida entre 1,0 MW e 5,0 MW; - não fossem necessárias obras em túneis (conduto adutor, conduto forçado, desvio de rio, etc.); - a altura máxima das estruturas de barramento do rio (barragens, diques, vertedouro, tomada d água, etc.) não ultrapassasse 10 m; - a vazão de dimensionamento da tomada d água fosse igual ou inferior a 20 m 3 /s. Aug 03 LPdS 4

A Resolução da ANEEL 394, de 04/12/98, estabelece: que os aproveitamentos com características de PCH são aqueles que têm potência entre 1 e 30 MW; e área inundada até 3,0 km 2, para a cheia centenária. Todas as limitações anteriores foram eliminadas. Aug 03 LPdS 5

14.6.2. Tipos de PCH Quanto à capacidade de regularização do reservatório, são: a Fio d Água; de Acumulação, com Regularização Diária do Reservatório; de Acumulação, com Regularização Mensal do Reservatório. Aug 03 LPdS 6

PCH a Fio d Água Empregado quando as vazões de estiagem do rio são iguais ou maiores que a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à demanda máxima prevista. Nesse caso, despreza-se o volume do reservatório criado pela barragem. O sistema de adução deverá ser projetado para conduzir a descarga necessária para fornecer a potência que atenda à demanda máxima. O aproveitamento energético local será parcial e o vertedouro funcionará na quase totalidade do tempo, extravasando o excesso de água. Aug 03 LPdS 7

Esse tipo de PCH apresenta, dentre outras, as seguintes simplificações: - dispensa estudos de regularização de vazões; - dispensa estudos de sazonalidade da carga elétrica do consumidor; e - facilita os estudos e a concepção da tomada d água. - as barragens serão, normalmente, baixas, pois têm a função apenas de desviar a água para o circuito de adução; - como as áreas inundadas são pequenas, os valores despendidos com indenizações serão reduzidos. Aug 03 LPdS 8

PCH de Acumulação, com Regularização Diária do Reservatório Empregado quando as vazões de estiagem do rio são inferiores à necessária para fornecer a potência para suprir a demanda máxima do mercado consumidor e ocorrem com risco superior ao adotado no projeto. Nesse caso, o reservatório fornecerá o adicional necessário de vazão regularizada. Aug 03 LPdS 9

PCH de Acumulação, com Regularização MENSAL do Reservatório Quando o projeto de uma PCH considera dados de vazões médias mensais no seu dimensionamento energético, analisando as vazões de estiagem médias mensais, pressupõe-se uma regularização mensal das vazões médias diárias, promovida pelo reservatório. Distinguem-se ainda as PCHs quanto ao sistema de adução e quanto à potência instalada. Aug 03 LPdS 10

14.6.2. Avaliação expedita da viabilidade da usina LOCAL Estudos de Inventário (partição de queda) de toda a bacia hidrográfica em foco. as demais recomendações são as mesmas de outros aproveitamentos como observação da queda disponível e minimização da área inundada, existência de ombreiras, existência de leito rochoso para as fundações e impactos ambientais. Aug 03 LPdS 11

COLETA E ANÁLISE DE DADOS Todas as informações existentes sobre a bacia na qual será inserida a PCH e sobre o local devem ser pesquisadas em instituições oficiais, tais como a ANEEL, a ELETROBRÁS, a Concessionária de Energia, a CPRM, o IBGE, o Serviço Geográfico do Exército, etc; Os Planos Diretores de Recursos Hídricos (PDRH) das bacias hidrográficas deverão ser consultados; Devem ser procurados, também, órgãos dos governos estaduais e municipais. Assim como instituições privadas envolvidas; Aug 03 LPdS 12

- identificação das principais limitações existentes à formação de reservatórios, mesmo os de pequenas dimensões, na região, tais como impactos sobre as zonas urbanas e rurais, rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e de telecomunicações, reservas indígenas, áreas de preservação permanente, projetos de irrigação ou áreas irrigadas, facilmente observáveis nas imagens de satélite, etc.; - verificação de aspectos relacionados com a qualidade das águas, verificando os locais de lançamento de esgotos domésticos e industriais; - avaliação preliminar de possibilidades de assoreamento próximo do remanso do reservatório e na desembocadura de algum afluente. Aug 03 LPdS 13

VERIFICAÇÃO DO POTENCIAL DO LOCAL Relacionado à atratividade energéticoeconômica do local selecionado. a energia a ser gerada é calculada; são levados em consideração os impactos ambientais, benefícios sociais, custos com a construção do empreendimento, outras alternativas para geração do mesmo benefício; a vida útil de aproveitamentos hidrelétricos é geralmente considerada como 50 anos. Aug 03 LPdS 14