líquidas do Português Europeu

Documentos relacionados
Lista das marcas dialetais e outros fenómenos de variação (fonética e fonológica) identificados nas amostras do Arquivo Dialetal do CLUP.

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE TONICIDADE E DISTINÇÃO DE OCLUSIVAS SURDAS E SONORAS NO PB

Produção de Oclusivas e Vogais em Crianças Surdas com Implante Coclear

Estudo da Produção de Oclusivas do Português Europeu

Estudo do pré-vozeamento, frequência do burst e locus de F2 das oclusivas orais do Português Europeu

ESTUDO FONÉTICO-EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA PAUSA NA DURAÇÃO DE VOGAIS ACOMPANHADAS DE OCLUSIVAS SURDAS E SONORAS *

PADRÃO FORMÂNTICA DA VOGAL [A] REALIZADA POR CONQUISTENSES: UM ESTUDO COMPARATIVO

Características da duração do ruído das fricativas de uma amostra do Português Brasileiro

TONICIDADE E COARTICULAÇÃO: UMA ANÁLISE INSTRUMENTAL

AVALIAÇÃO ESPECTRAL DE FRICATIVAS ALVEOLARES PRODUZIDAS POR SUJEITO COM DOWN

ESTUDO PILOTO DA DURAÇÃO RELATIVA DE FRICATIVAS DE UM SUJEITO COM SÍNDROME DE DOWN. Carolina Lacorte Gruba 1 Marian Oliveira 2 Vera Pacheco 3

RELAÇÃO ENTRE DURAÇÃO SEGMENTAL E PERCEPÇÃO DE FRICATIVAS SURDAS E SONORAS

Traços articulatórios e acústicos das consoantes laterais 1. Introdução

The Use of Onomatopeias to describe environmental sounds

Características acústicas de laterais em posição intervocálica em produções de falantes curitibanos

Ana Filipa dos Santos Melo Silva. Análise Acústica da Vibrante Simples do Português Europeu

Intersecção entre variação linguística dos róticos e a variável sexo

AS FRICATIVAS [s],[z], [ ] E [ ] DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

CLASSES DE SONS (AGRUPAMENTO DE SONS QUE PARTILHAM

PISTAS ACÚSTICAS DO PADRÃO DE COARTICULAÇÃO ENTRE AS LÍQUIDAS E AS VOGAIS NO ATAQUE COMPLEXO

VI SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS. Luiz Carlos da Silva Souza** (UESB) Priscila de Jesus Ribeiro*** (UESB) Vera Pacheco**** (UESB)

ANÁLISE ACÚSTICA DE CONSOANTES OCLUSIVAS EM POSIÇÃO DE ONSET E CODA SILÁBICOS PRODUZIDAS POR BRASILEIROS APRENDIZES DE INGLÊS

O PAPEL DOS CONTEXTOS FONÉTICOS NA DELIMITAÇÃO DA TONICIDADE DE FALA ATÍPICA

Perceptivos de Sons Não Verbais e da Fala

Isabelle Maria Baptista Marques. Variação Fonética da Lateral Alveolar no Português Europeu. Universidade de Aveiro 2010

IMPLICAÇÕES DA AMPLIAÇÃO E REDUÇÃO DO VOT NA PERCEPÇÃO DE CONSOANTES OCLUSIVAS 1

VOGAL [A] PRETÔNICA X TÔNICA: O PAPEL DA FREQUÊNCIA FUNDAMENTAL E DA INTENSIDADE 86

Estudo das características fonético-acústicas de consoantes em coda. silábica: um estudo de caso em E/LE

Descrição acústica das fricativas sibilantes em coda silábica em Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC

A LÍQUIDA LATERAL NA PRODUÇÃO DE BILÍNGUES POLONÊS/PORTUGUÊS

VOGAIS NASAIS E NASALIZADAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: PRELIMINARES DE UMA ANÁLISE DE CONFIGURAÇÃO FORMÂNTICA

Diferenças entre o Português Europeu e o Português Brasileiro: Um Estudo Preliminar sobre a Pronúncia no Canto Lírico

A análise do transtorno fonológico utilizando diferentes medidas acústicas Pagan-Neves, LO & Wertzner, HF

Perfil Fonológico de Crianças com Perturbação de Linguagem Primária (PLP) Dissertação de Mestrado em Ciências da Fala e da Audição

Introdução à análise acústica de consoantes e vogais

O ritmo nas variedades centro-meridionais do Português Europeu: produção e percepção

OS RÓTICOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB) E SUA INFLUÊNCIA NA AQUISIÇÃO DO INGLÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (ILE)

Características acústicas das vogais e consoantes

A RELAÇÃO ENTRE POSIÇÃO DE ÊNFASE SENTENCIAL/PROXIMIDADE DE PAUSA E DURAÇÃO SEGMENTAL NO PB: O CASO DAS FRICATIVAS

Lilian Elisa Minikel Brod. A lateral nos falares florianopolitano (PB) e portuense (PE): casos de gradiência fônica

Trabalho laboratorial sobre Ritmo: produção

Fonologia. Sistemas e padrões sonoros na linguagem. Sónia Frota Universidade de Lisboa (FLUL)

INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS PROCESSOS DE REESTRUTURAÇÃO SILÁBICA CVC NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E NO INGLÊS: UMA ANÁLISE FONÉTICO-ACÚSTICA

ESTUDO DE CASOS: OS RÓTICOS EM MARINGÁ (PR) E FLORIANÓPOLIS (SC) 1

AVALIAÇÃO INSTRUMENTAL DOS CORRELATOS ACÚSTICOS DE TONICIDADE DAS VOGAIS MÉDIAS BAIXAS EM POSIÇÃO PRETÔNICA E TÔNICA *

pág Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012.

A PALATALIZAÇÃO DA FRICATIVA ALVEOLAR /S/ EM INGLÊS COMO L2 POR FALANTES DO DIALETO DO BREJO PARAIBANO

Marisa Cruz & Sónia Frota. XXVII Encontro Nacional da APL

Estudo acústico das consoantes líquidas do Português Europeu: evidências temporais e espectrais

Acta Scientiarum. Language and Culture ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

Consoantes róticas e variação no português de São Tomé 1. Rodrigo Pereira, Tjerk Hagemeijer, Maria João Freitas

O TAP [ ] NA FALA NORMAL E COM DESVIO: Uma análise qualitativa

Um estudo acústico sobre a variação vocálica em dois dialetos do Português do Brasil

Palavras Chave: Fonoaudiologia; Transtornos da Articulação; Fonética. Introdução

A EPÊNTESE VOCÁLICA EM POSIÇÃO DE CODA SILÁBICA FINAL POR BRASILEIROS APRENDIZES DE INGLÊS: UM ESTUDO DE CASO

Ditongos derivados: um. Leda Bisol, (PUCRS, CNPq)

Realizações palatalizadas ([tj] e [dj]) e/ ou africadas palatais ([ts] e [dz]) e sua correlação com ditongos no Nordeste do Brasil

Análise ultrassonográfica da produção de líquidas de crianças com e sem alteração fonológica

Universidade de Aveiro Secção Autónoma de Ciências da Saúde MARISA LOBO LOUSADA. Estudo da Produção de Oclusivas do Português Europeu

Fonética articulatória. Fones consonantais

LÍNGUA PORTUGUESA. Professor Bernardo Augusto. Fonética e Fonologia

CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DO TAP EM GRUPO NO PB

TRAÇOS FONÉTICOS BINÁRIOS ADICIONAIS DE BASE ARTICULATÓRIA 1. TRAÇOS RELEVANTES PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS RESSOANTES

REVISANDO... Articulação de consoantes e articulação de vogais. APOIO PEDAGÓGICO Prof. Cecília Toledo com

Duração relativa das vogais tônicas de indivíduos com fissura labiopalatina

A aquisição das consoantes líquidas em português europeu: contributos para a caracterização da faixa etária 4;0-4;11 anos*

Propriedades acústicas da lateral /l/ em coda silábica no PB

EMERGÊNCIA DAS RÓTICAS NA AQUISIÇÃO FONOLÓGICA ATÍPICA: RELAÇÕES IMPLICACIONAIS E DE MARCAÇÃO

A produção das fricativas alveolar, ápico-alveolar e palato-alveolar em coda silábica no PB e no PE

fonética aula 01 SAULO SANTOS APOIO PEDAÓGICO

OBSERVAÇÕES ACÚSTICAS SOBRE AS VOGAIS ORAIS DA LÍNGUA KARO

Aula 6 Desenvolvimento da linguagem: percepção categorial

Fonética acústica: Propriedades suprassegmentais APOIO PEDAGÓGICO. KENT, Ray, READ, Charles. Análise acústica da Fala São Paulo : Cortez, 2015

CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DO TAP EM CODA: DADOS DO PORTUGUÊS DE CURITIBA E DO ESPANHOL DE BUENOS AIRES

Universidade Federal de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos. Wellington Araujo Mendes Junior

CENTRO LUSOVENEZOLANO DE LOS VALLES DEL TUY Centro de Língua Portuguesa de Caracas INSTITUTO CAMÕES NOME:. TURMA:. [i] ilha ['iʎɐ]

A PALATALIZAÇÃO DO /S/ EM INGLÊS COMO LE POR FALANTES DO BREJO PARAIBANO

2. Embasamento Teórico

FERRAMENTAS PARA ANÁLISE FONOLÓGICA AUTOMÁTICA (FAFA)

Audinéia Ferreira-Silva


A grafia das consoantes biunívocas que se diferenciam pelo traço distintivo [sonoro] em textos de alunos de séries/anos iniciais

Percurso da Aquisição dos Encontros Consonantais e Fonemas em Crianças de 2:1 a 3:0 anos de idade

ESTRATÉGIAS ACÚSTICO-ARTICULATÓRIAS EMPREGADAS POR ANGLOFALANTES NA PRONÚNCIA DA FRICATIVA GLOTAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Fenômenos variáveis e variantes líquidas produzidas no ataque complexo

A AQUISIÇÃO DAS FRICATIVAS DENTAIS DO INGLÊS: UMA PERSPECTIVA DINÂMICA

O PAPEL DAS VARIÁVEIS LINGUÍSTICAS NA REALIZAÇÃO DO RÓTICO EM FALANTES DE REGIÕES DE IMIGRAÇÃO ALEMÃ

VOGAIS NASAIS EM AMBIENTES NÃO NASAIS EM ALGUNS DIALETOS BAIANOS: DADOS PRELIMINARES 1

1. Revisão de pontos importantes relativos a Morfologia

PISTAS ACÚSTICAS E A PERCEPÇÃO DO ACENTO LEXICAL EM PORTUGUÊS BRASILEIRO

A CONSOANTE LATERAL PALATAL: ANÁLISE ACÚSTICA E ARTICULATÓRIA À LUZ DA FONOLOGIA GESTUAL

O percurso acústico-articulatório da alofonia da consoante lateral palatal

A Influência da Estimulação Auditiva na Pessoa em Coma

PERCEPÇÃO AUDITIVA E VISUAL DAS FRICATIVAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Comparação entre medidas acústicas de vogais em provas de repetição e conversa espontânea

AQUISIÇÃO FONOLÓGICA EM CRIANÇAS DE 3 A 8 ANOS: A INFLUÊNCIA DO NÍVEL SÓCIO ECONÔMICO

UTILIZAÇÃO DE SEGMENTOS TRANSICIONAIS HOMORGÂNICOS EM SÍNTESE DE FALA CONCATENATIVA

Estudos atuais Transtorno Fonológico

GUSTAVO NISHIDA ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM GRUPOS NO PB

XXI Encontro Nacional da APL, 28/10/2005. Marina Vigário. Fernando Martins. Sónia Frota. Universidade de Lisboa, " ILTEC. Universidade do Minho,

Transcrição:

Doutoramento em Voz, Linguagem e Comunicação Ramo de conhecimento de Linguística na especialidade para Diagnóstico e Intervenção Caracterização acústica das consoantes líquidas do Português Europeu Tese de Doutoramento apresentada por: Susana Filipa Viegas Rodrigues Orientação científica: Professor Doutor Fernando da Assunção Martins Co orientação científica: Professor Doutor Luís Miguel Teixeira de Jesus Lisboa, 20 de julho de 2015 Conteúdos 2 introdução revisão da literatura metodologia resultados conclusões 1

Introdução motivação 3 Porquê estudar as consoantes líquidas? Porquê utilizar a análise acústica? Porquê estudar uma amostra de participantes adultos, sem patologia? Introdução objetivos 4 Contribuir com dados empíricos para a caracterização acústica das consoantes líquidas do PE. Construir uma base de dados anotada para o estudo acústico das consoantes líquidas do PE. Contribuir para o desenvolvimento de instrumentos que favoreçam uma avaliação quantitativa e objetiva de patologias de fala. 2

Revisão da literatura 5 As consoantes líquidas apresentam uma grande variabilidade fonética. Laterais e vibrantes partilham características com outros segmentos: vogais, oclusivas e nasais. (Ballard & Starks, 2004; Kent & Read, 2002; Ladefoged & Maddienson, 1996 Ladefoged & Johnson, 2011; Bradley & Willis, 2012). Revisão da literatura 6 Inglês Lehiste (1964), Dalston (1975), Lindau (1980), Sproat e Fujimura (1993), Hagiwara (1995), Espy Wilson et al. (1992, 2000), entre outros. Catalão Recasens e colaboradores (1990, 1991, 1995, 1996, 2004, 2005, 2010, 2012). Português Europeu Andrade (1998, 1999); Marques (2010); Monteiro (2012); Oliveira, Martins, Teixeira, Marques e Sá Couto (2011). 3

Revisão da literatura 7 Português Europeu Nos últimos anos, estudos articulatórios debruçaram se sobre a produção das laterais /l/ e /ʎ/ (Oliveira et al., 2010; Martins et al., 2010; Teixeira et al., 2012a, 2012b; Martins, 2014). Resultados de Ressonância Magnética, que incluem dados para taps e trills, mostram que a produção do tap nem sempre envolve um breve encerramento (Teixeira et al, 2012a). A produção da vibrante uvular é caracterizada pela aproximação entre articuladores. Alguns autores reportam produções como fricativas uvulares (vozeadas e não vozeadas) (Jesus & Shadle, 2005; Teixeira et al, 2012a; Rennicke & Martins, 2013). Metodologia questões de investigação 8 QCI1: Quais as características acústicas das consoantes líquidas do PE? QCI2: Existem diferenças importantes quanto aos dados acústicos das consoantes líquidas do PE e de outras línguas? 4

Metodologia questões de investigação 9 Q1: Existe influência da posição silábica nas propriedades acústicas das consoantes líquidas do PE? Q2: Existe influência do contexto vocálico (vogal nuclear) nas propriedades acústicas das consoantes líquidas do PE? Q3: As consoantes em estudo podem ser integradas na classe das consoantes líquidas, com base nas propriedades acústicas em estudo? Q3.1.: Quais as medidas acústicas que permitem agrupar a consoantes líquidas na mesma classe natural? Q3.2.: Quais as medidas acústicas que permitem distinguir consoantes laterais e vibrantes? Metodologia participantes 10 Consentimento informado autoriza Preenchimento do questionário para caracterização da amostra não autoriza Obedece aos critérios de inclusão Participante incluído Recolha de dados acústicos Participante excluído Audiometria tonal sem alterações sem alterações Avaliação das estruturas orofaciais (PAOF) sem alterações Avaliação informal das produções articulatórias 5

Metodologia corpus para recolha de dados 11 Extensão de palavra: trissílabos Posição da consoante líquida na palavra: média Diferentes complexidades silábicas: ataque simples (CV), ataque ramificado (CCV) e coda (CVC) Padrão acentual no domínio da palavra: paroxítono Contexto vocálico adjacente: sete vogais orais do PE (/i, e, ɛ, u, o, ɔ, a/) Metodologia procedimentos para recolha de dados 12 275 produções (5 repetições de 55 palavras diferentes) Frase de suporte ( Diga a palavra por favor ) Solicitada a leitura de forma natural Organização aleatória dos estímulos em cada repetição Apresentação dos estímulos em power point Pausa entre cada repetição Tempo total de gravação: +/ 35 min 6

Metodologia procedimentos para recolha de dados 13 Laboratório de Audição e Terapia da Fala da Universidade do Algarve; Cabine com isolamento acústico; Microfone omnidirecional DPA 4006 TL localizado 30cm em frente dos lábios do informante, conectado a uma interface audio (TASCAM US 800) e a um PC, no exterior da cabine; Sinal acústico gravado a 16 bits e com uma frequência de amostragem de 44 100 Hz, utilizando o programa Audacity 2.0. Metodologia medidas acústicas Medidas de frequência: F1, F2, F3 e F4 (em Hz) Medidas de duração: TL, líquida, TS (em ms) F4 F3 F2 F1 Medidas adicionais: F2 F1 (em Hz), apenas para a lateral alveolar; Declive da transição de F2 (em Hz/ms) para a líquida; Declive da transição de F2 (em Hz/ms) para o segmento seguinte. 14 7

Metodologia análise estatística 15 Programa SPSS 17.0 Análise de variância (ANOVA) Testes post hoc (Scheffé / Games Howell) de comparações múltiplas para a formação de grupos homogéneos (Maroco, 2003) Nível de significância de 5% (p <0,05 indica existência de diferenças significativas entre grupos comparados) % Resultados realizações fonéticas 80 70 60 50 40 30 20 10 0 74% 743/1000 [l] 14% 143/1000 8% 78/1000 4% 36/1000 [l] [l_?\] [l_r] [l_r_?\] % 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 84% 295/350 [l] [l ] [l ] [l ] [ʎ] [ ] [L] [ʎ] 16% 55/350 [L_?\] 16 8

% Resultados realizações fonéticas 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2% 21/1050 25% 265/1050 35% 373/1050 [ɹ] 15% 11% 157/1050 112/1050 6% 63/1050 5% 53/050 1% 6/1050 % 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 8% 25/350 [ʀ] 46% 161/350 46% 161/350 [ ] [ ] [ ] [ ] [ɹ ] [ɹ ] [ ] [ ] [ ] [R\] [ ] [R] [ ] [X] 17 Resultados efeito da posição silábica 18 Q1: Existe influência da posição silábica nas propriedades acústicas das consoantes líquidas do PE? Duração da líquida Duração da transição de F2 [l] [i, e, ɛ] [u, o, ɔ] [a] [i, e, ɛ] [u, o, ɔ] [a] AS = C o > AR AS > C o = AR AS > C o > AR C o = AS > AR AS > C o =AR C o > AS = AR C o > AS > AR AS = AR = C o AS = AR > C o C o > AS = AR C o = AS > AR AS = AR = C o F1 C o = AR > AS C o > AS = AR C o > AS = AR AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o F2 AR > C o = AS AS = AR = C o AR > C o = AS AS = AR = C o AS = C o > AR AS = AR = C o F3 C o > AS = AR C o > AS > AR C o > AS = AR AS = AR = C o C o = AS > AR AS = AR = C o F4 AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o F2 F1 AR > AS = C o AS = AR = C o AR > AS > C o ------------------------------------------ Declive da transição de F2 AS > AR = C o AS = AR = C o AS = AR > C o AS = AR = C o AS = AR = C o AS = AR = C o [ɹ] 9

Resultados efeito do contexto vocálico 19 Q2: Existe influência do contexto vocálico nas propriedades acústicas das consoantes líquidas do PE? Duração da líquida Duração da transição de F2 [l] AS AR Co AS [a] = [u, o, ɔ] > [i, e, ɛ] [a] = [u, o, ɔ] > [i, e, ɛ] [a] = [i, e, ɛ] > [u, o, ɔ] [a] = [u, o, ɔ] > [i, e, ɛ] [i, e, ɛ] > [a] > [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] > [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] [a] = [u, o, ɔ] > [i, e, ɛ] F1 [a] > [u, o, ɔ] = [i, e, ɛ] [a] > [u, o, ɔ] = [i, e, ɛ] [a] > [u, o, ɔ] = [i, e, ɛ] [a] > [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] F2 [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] F3 [u, o, ɔ] > [a] > [i, e, ɛ] [u, o, ɔ] > [a] = [i, e, ɛ] [u, o, ɔ] > [a] = [i, e, ɛ] [i, e, ɛ] > [u, o, ɔ] = [a] F4 [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] F2 F1 [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] [i, e, ɛ] > [u, o, ɔ] = [a] [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] Declive da transição de F2 [i, e, ɛ] > [a] > [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] [u, o, ɔ] > [a] > [i, e, ɛ] [ʎ] Resultados efeito do contexto vocálico 20 Q2: Existe influência do contexto vocálico nas propriedades acústicas das consoantes líquidas do PE? [ɹ] AS AR Co Duração da líquida [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] > [u, o, ɔ] Duração da transição de F2 [u, o, ɔ] > [i, e, ɛ] = [a] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] F1 [a] > [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] [a] > [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] [a] > [i, e, ɛ] = [u, Dur: o, ɔ] 94ms F2 Declive: [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] > [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] > [a] = [u, o, ɔ] 3,5 F3 [i, e, ɛ] = [a] > [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] > [u, o, ɔ] [i, Hz/ms e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] [ʀ] F4 [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] [i, e, ɛ] = [a] = [u, o, ɔ] Declive da transição F4 de F2 [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] [i, e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] 3670 [i, Hz e, ɛ] = [u, o, ɔ] > [a] F3 2540 Hz F2 1515 Hz Dur tran: 14 ms F1 424 Hz 10

Medidas de duração Medida adicional Resultados comparação entre líquidas Q3: As consoantes em estudo podem ser integradas na classe das consoantes líquidas, com base nas propriedades acústicas em estudo? Duração da líquida Duração da transição de F2 Declive da transição de F2 [l], [ʎ] e [ɹ] Ataque simples [l], [ʎ], [ɹ] e [ʀ] Ataque ramificado Coda [ʎ] > [l] > [ɹ] [ʀ] > [ʎ] > [l] > [ɹ] [l] > [ɹ] [l] > [ɹ] [ʎ] > [l] = [ɹ] [ʎ] > [l] > [ɹ] = [ʀ] [l] > [ɹ] [l] > [ɹ] [l], [ʎ] e [ɹ] Ataque simples [l], [ʎ], [ɹ] e [ʀ] Ataque ramificado Coda [l] > [ʎ] > [ɹ] [l] = [ʎ] > [ɹ] = [ʀ] [l] > [ɹ] [l] = [ɹ] 21 Resultados comparação entre líquidas 22 Medidas de frequência Ataque simples Ataque [l], [ʎ] e [ɹ] [l],[ʎ], [ɹ] e [ʀ] ramificado Coda F1 [ɹ] > [l] > [ʎ] [ʀ] = [ɹ] > [l] > [ʎ] [l] = [ɹ] [l] > [ɹ] F2 [ʎ] > [ɹ] > [l] [ʎ] > [ʀ] = [ɹ] > [l] [ɹ] > [l] [ɹ] > [l] F3 [l] > [ʎ] > [ɹ] [l] = [ʎ] = [ɹ] = [ʀ] [l] > [ɹ] [l] > [ɹ] F4 [l] > [ʎ] > [ɹ] [ʎ] > [ʀ] = [ɹ] > [l] [l] > [ɹ] [l] > [ɹ] Ataque simples 11

Conclusões 23 Variabilidade de realizações fonéticas. Atributos espectrais que caracterizam as consoantes líquidas em estudo: i) clara definição do padrão de frequência dos formantes. ii) redução da amplitude/energia face aos segmentos vocálicos adjacentes. Existência de um eventual conflito entre a classe fonológica e fonética > róticos, elementos mais instáveis. Conclusões 24 As consoantes líquidas em estudo apresentam características acústicas distintas entre si. Os valores de frequência de F1, F2 e F3 são importantes para a caracterização dos diferentes segmentos em estudo. As medidas acústicas em estudo sofrem influência quer da posição silábica, quer do contexto vocálico. Os valores de frequência de F4 são imunes à influência dos fatores considerados para os quatro segmentos em estudo. [ɹ] é o segmento com menor duração. [ʎ] é o segmento com maior duração. 12

Conclusões 25 A questão da velarização da lateral deve compreender informações fornecidas por diferentes medidas acústicas e não adotar uma visão simplista circunscrita aos valores de frequência de F2. coda ataqu e simple s Valores de F1 e F3 significativamente mais elevados em coda. ataqu e ramifi cado Declive da transição de F2 Conclusões trabalhos futuros 26 Aumentar o tamanho da amostra e alargá la a outras regiões. Incluir uma amostra de crianças com desenvolvimento típico e atípico. Recolha de dados articulatórios (e.g. EPG e/ou ultrassonagrafia). Realização de estudos de perceção. Estudar as características acústicas das realizações [ʁ] e [ ] de acordo com a proposta de Jesus e Shadle (2005). Estudar a natureza acústica do elemento observado entre os dois segmentos do ataque ramificado (oclusiva+rótico). 13

Conclusões trabalhos futuros 27 Controlar o débito de fala. Relativamente ao fenómeno de coarticulação, utilizar o MCD, para obter informações mais precisas acerca do efeito do contexto vocálico adjacente nos segmentos em estudo. Considerar o efeito do arredondamento dos lábios nas propriedades acústicas das consoantes líquidas. Analisar estímulos com diferentes características, nomeadamente considerar combinatórias de consoantes fricativas + líquidas e de oclusivas dentais e velares + líquidas. Bibliografia Andrade, A. (1998). Variação fonética do /l/ em ataque silábico em Português Europeu. In M.A. Mota & R. Marquilhas (Orgs.) Atas do IX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística (pp. 55 76). Lisboa: APL. Andrade, A. (1999). On /l/ velarization in European Portuguese. International Conference of Phonetics (ICPhS) (pp. 543 546). San Francisco, USA. Ballard, E., & Starks, D. (2004). Liquids: Laterals and Rhotics or Much More? In Proceedings of 2004 Conference of the Australian Linguistic Society (pp. 1 9). Jesus, L. M. T., & Shadle, C. H. (2005). Acoustic Analysis of European Portuguese Uvular [X, R] and Voiceless Tapped Alveolar [4_0] Fricatives. Journal of the International Phonetic Association, 35(1), 27 44. Kent, R. D., & Read, C. (2002). Acoustic Analysis of Speech (2 nd Ed.). New York: Delmar Cengage. Ladefoged, P., & Maddieson, I. (1996). The Sounds of the World s Languages. Oxford: Blackwell. Martins, P. M. V. (2014). Ressonância Magnética em Estudos de Produção de Fala. Dissertação de Doutoramento. Universidade de Aveiro, Portugal. Recasens, D. (2012a). A cross language acoustic study of initial and final allophones of /l/. Speech Communication, 54(3), 368 383. Recasens, D. (2012b). Coarticulation in Catalan Dark [/] and the Alveolar Trill: General Implications for Sound Change. Language and Speech, 56(1), 45 68. Recasens, D., & Espinosa, A. (2005). Articulatory, positional and coarticulatory characteristics for clear /l/ and dark /l/: evidence from two Catalan dialects. Journal of the International Phonetic Association, 35(1), 1 25. Recasens, D., & Farnetani, E. (1990). Articulatory and acoustic properties of different allophones of /l/ in American English, Catalan and Italian. In Proceedings of ICSLP (pp. 961 964). Rennicke, I., & Martins, T. P. (2013). As realizações fonéticas de / R / em português europeu: análise de um corpus dialetal e implicações no sistema fonológico. In Textos Seleccionados, XXVIII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística (pp. 509 523). Teixeira, A., Martins, P., Oliveira, C., Ferreira, C., Silva, A., & Shosted, R. (2012). Real Time MRI for Portuguese Database, Methods and Applications. In Proceedings of PROPOR 2012 (pp. 306 317). 28 14

Muito obrigada pela atenção. 15