GUSTAVO NISHIDA ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM GRUPOS NO PB

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1 GUSTAVO NISHIDA ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM GRUPOS NO PB CURITIBA 2005

2 GUSTAVO NISHIDA ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM GRUPOS NO PB Monografia apresentada à disciplina Orientação Monográfica II como requisito parcial à obtenção do bacharelado em Letras Português do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profa. Dra. Adelaide H. P. Silva CURITIBA 2005

3 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Isamu e Rute, pelo carinho,compreensão e incentivo em todos os momentos da minha graduação. Obrigado! Vocês são os melhores! Aos meus irmãos: Eduardo, pela paciência, e Rodrigo, pelo incentivo. Aos fiéis escudeiros e amigos de iniciação científica: Felipe e Jahyr. O companheirismo de vocês é fundamental. À Adelaide pela oportunidade e pela confiança que nos tem depositado. À Heloyse pelo companheirismo e por me fazer ver que as coisas não são tão difíceis assim. Aos familiares que, mesmo de longe, acompanham meus passos. À minha tia Giovana. Ao Prof. Dr. Rodolfo Coelho e à Profa. Dra. Roseane Yampolschi por autorizar que as gravações fossem realizas no estúdio do DEARTES. À Richard Maus e à Felipe Ribeiro pelo auxílio técnico nas gravações. Às pessoas que se colocaram a disposição como informantes para os experimentos: Daniel de Oliveira da Silva, Márcio Renato Guimarães e Paulo Maia. Aos que estudam comigo. À Fundação Araucária pela bolsa de iniciação científica concedida.

4 RESUMO Trabalhos sobre róticos descrevem que tap em grupos do tipo obstruinte +tap+vogal exibe um evento acústico entre a obstruinte e ele, como documentado para diversas línguas, a exemplo do espanhol (Quilis, 1993; Almeida & Dorta, 1993), do norueguês (Kvale & Foldvik, 1995), do búlgaro e do tcheco (Jetchev, 1995) e do português brasileiro, PB, (Silva, 1996; Carvalho, 2004). No caso do PB não se sabia qual era a natureza de tal evento, a não ser que se assemelha a vogal. Assim, se convencionou chamálo de elemento vocálico. Decidiu-se elaborar um experimento acústico para determinar qual era a natureza acústica do elemento vocálico. Com auxílio do software Listas, chegou-se a um corpus composto por 37 palavras-alvo (dissílabos paroxítonos, contendo [p, b, t, d, k, g, f] e as 7 vogais do PB na sílaba tônica), que foram inseridas em sentenças de uso cotidiano e que obedeciam a uma mesma estrutura sintática. Foram coletadas 5 repetições de dois informantes de Curitiba (D e M) e, em seguida, esses dados foram submetidos à análise acústica. Extraíram-se, então, as medidas de F1, F2 e F3 das vogais nucleares dos grupos e dos elementos vocálicos, para se determinar qual é a sua estrutura formântica. Ao se comparar os resultados, verificou-se que os grupos compostos por oclusivas possuíam os elementos vocálicos se comportando da mesma maneira que o triângulo vocálico das 7 vogais do PB. No entanto, os elementos vocálicos de grupos com fricativas pareciam se centralizar, o que poderia ser influência do ruído fricativo das consoantes dos grupos. Como havia poucos dados para os grupos com fricativas, decidiu-se elaborar um novo experimento. No corpus do novo experimento há um grupo de controle como pares mínimos, ou seja, buscaram-se palavras que possuíssem seqüência de consoantes e vogais idênticas (ou, se não fosse possível, semelhantes) mas sem o tap, para se comparar o triângulo vocálico das vogais nucleares quando em grupo e quando sem grupo. Foram coletadas 5 repetições de dois informantes de Curitiba (D e P) e para a análise se utilizou a mesma metodologia empregada anteriormente. Os novos dados mostram que o elemento vocálico para grupos com fricativas apresenta estrutura formântica semelhante ao da vogal nuclear, o que se permite dizer que o tap entrecorta a vogal nuclear do grupo.

5 SUMÁRIO 0. INTRODUÇÃO EMBASAMENTO TEÓRICO CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TAP REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O tap em outras línguas do mundo O tap no PB METODOLOGÍA DESIGN EXPERIMENTAL Montagem do Corpus Coleta de dados Análise dos dados DISCUSSÃO DOS DADOS INSPEÇÃO VISUAL O tap A aproximante O elemento vocálico TAP E APROXIMANTE ELEMENTO VOCÁLICO Configuração dos formantes Padrão duracional Resultados NOVA ANÁLISE DOS GRUPOS COM FRICATIVAS METODOLOGÍA Design experimental DISCUSSÃO DOS DADOS Tap e aproximante Configuração dos formantes dos elementos vocálicos Padrão duracional dos elementos vocálicos RESULTADOS... 47

6 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFÍA ANEXO... 52

7 0. INTRODUÇÃO A classe de sons das líquidas apresenta características articulatórias que dificultam sua produção tanto para crianças em fase de aquisição como para adultos. Um outro problema se deve ao fato de que as teorias lingüísticas, como por exemplo a Teoria Acústica de Produção de Fala (Fant 1960), apenas dão conta das características bidimensionais dos sons, não conseguindo, com isso, modelar satisfatoriamente as líquidas. Levando-se em conta essas dificuldades, nota-se que há uma escassez de estudos acústicos e articulatórios sobre os róticos no Português Brasileiro (doravante PB), tanto que a maior parte da literatura disponível refere-se a outras línguas do mundo (ver item ) Maddieson (1980) apresenta que 59% das 321 línguas do corpus do UCLA Phonological Segment Inventory Database (UPSID) possuíam pelo menos um tipo de rótico. Mostra, assim, a grande freqüência de ocorrência desse tipo de som nas línguas do mundo e, com isso, aponta para a necessidade de se estudar mais detalhadamente esses segmentos. O presente estudo faz uma descrição de um tipo de rótico que ocorre no PB: o tap ([ſ]). Este pode ocorrer, no PB, nos seguintes contextos 1 : a) ambiente intervocálico: caro, barata; b) coda silábica: porta, poder; c) grupos consonantais (ou clusters) do tipo obstruinte + tap + vogal : prato, frevo, livro. Decidiu-se, então, fazer uma descrição fonético-acústica do tap em grupos do PB. Em descrições anteriores sobre o tap em grupos, do PB e de outras línguas do mundo, observava-se que entre a obstruinte e o rótico era produzido um segmento que, acusticamente, se assemelhava a uma vogal. Por esta razão, se convencionou 1 Também há a possibilidade do tap ocorrer em início de palavras em alguns dialetos da região sul do país. Este fato, talvez, decorra da influência das línguas faladas pelos imigrantes europeus que colonizaram essas regiões. 1

8 chamá-lo de elemento vocálico. Um dos objetivos desse trabalho é descrever qual é a natureza desse elemento vocálico, pois pode se tratar de uma vogal neutra do tipo schwa ou da própria vogal do grupo sendo entrecortada pelo tap. Pelo que a literatura descreve, esse elemento vocálico para ser uma característica do tap. No entanto, as línguas parecem utilizar elementos vocálicos de qualidade distinta, podendo apresentar estrutura formântica de uma vogal neutra do tipo schwa ou da vogal nuclear do grupo. Este fato aponta para a necessidade de se descrever qual é a natureza do elemento vocálico, pois, a sua qualidade parece ser um fato específico de língua, que deveria estar descrito nas gramáticas das línguas. Este estudo é importante para que se dê maior naturalidade a programas de síntese de fala, bem como para colaborar com a prática clínica, uma vez que o tap é um dos últimos sons adquiridos pelos falantes de PB. 2

9 1. EMBASAMENTO TEÓRICO A classe dos róticos, ou sons de r, divide espaço com as laterais na classe das líquidas. Esses sons vêm despertando interesse de lingüistas em diversos aspectos (históricos, sociolingüísticos, fonético-fonológicos, entre outros). Uma das características mais instigantes das líquidas é que a sua aprendizagem se dá tardiamente, sendo, por exemplo, um dos últimos sons a serem adquiridos por falantes de português (Hernandorena 1990). A comum troca de /r/ por /l/ por crianças em fase de aquisição de linguagem (não levando em conta aspectos patológicos ou variantes sociolingüisticamente estigmatizadas) mostram as possíveis semelhanças que acabam por unir róticos e laterais em uma mesma classe natural de sons. Ladefoged & Maddieson (1996) relatam que a maioria das classes de sons são definidas pela teoria fonética seguindo propriedades articulatórias ou auditivas. No entanto, os róticos parecem ter uma grande variação articulatória (tanto no modo quanto no ponto de articulação) e o que parece haver de comum a esses sons é que eles são, em sua grande maioria e arbitrariamente, representados pela letra r na ortografia das línguas do mundo. Os róticos formam um grupo heterogêneo do ponto de vista fonético, pois exibem vários modos e pontos de articulação distintos na sua produção, podendo ser fricativas, vibrantes, taps, aproximantes, retroflexas ou silábicas. É interessante notar que não há um correlato fonético que agrupe todos esses sons em uma mesma classe natural. Não se trata do modo de articulação pois, como propõem os autores, se se tomasse como rótico prototípico a vibrante múltipla, acabar-se-ia por incluir as vibrantes uvulares na classe mas não as vibrantes bilabiais. Outro argumento contra uma característica articulatória comum à classe é a de que existem róticos fricativos. Também não parece se tratar do ponto de articulação pois há róticos que são alveolares (taps, vibrantes, aproximantes) e que são produzidos em regiões mais posteriores do trato vocal, como as fricativas velares, uvulares e glotais. 3

10 Para Ladefoged & Maddieson, as semelhanças entre esses sons só pode ser dada quando se busca as relações sincrônicas e diacrônicas entre os componentes da classe ou pela determinação de um correlato auditivo ou acústico que una todos esses sons em uma mesma classe natural. Lindau (1985) argumenta que um único correlato articulatório para a determinação de uma classe dos róticos se torna inviável, devido à grande variação articulatória desses sons. A autora propõe, inicialmente, que a única característica invariável desses sons deve estar em um domínio acústico (op cit: 158). Baseando-se em um corpus composto por 13 línguas do mundo, Lindau propõe que o correlato acústico dos róticos como uma classe única de sons seja um terceiro formante baixo (não superando a faixa dos 2000 Hz). No entanto, seu estudo conclui que um F3 baixo somente é característica dos róticos retroflexos. Em meio a essa discussão sobre a determinação de classes naturais, faz-se necessária uma descrição acústica dos diferentes tipos de róticos em variados contextos, com a finalidade de caracterizá-los mais detalhadamente. Nas seções seguintes se apresentarão os conceitos básicos sobre o tap bem como uma revisão bibliográfica sobre os taps em grupos em outras línguas do mundo e no PB CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TAP O rótico a ser analisado no presente estudo é o tap. Um tap é um som em que um breve contato entre os articuladores é feito pelo movimento de um articulador ativo diretamente em direção ao céu da boca (...) é mais tipicamente feito por um movimento direto de ponta de língua com a região dental ou alveolar (Ladefoged & Maddison 1996: 231) 2. 2 As traduções dos originais são minhas. 4

11 O tap, acusticamente, caracteriza-se no espectrograma por descontinuidade espectral, ou seja, é representado por espaços em branco no espectrograma, pois devido à breve oclusão que ocorre quando a ponta da língua toca na região alveolar durante a sua produção há a interrupção da passagem do ar pelo trato vocal. Pode-se notar, além dos espaços em branco no espectrograma, uma queda da energia de produção, que é identificada pela diminuição da amplitude da onda sonora. Na Figura 1, abaixo, pode-se notar, entre linhas verticais pontilhadas, a produção de um tap na palavra galeria. Nota-se que é possível identificar no espectrograma, abaixo, as características visuais apresentadas anteriormente. Figura 1 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, o tap na palavra galeria. Silva (1996) sugere que se utilize a mesma nomenclatura proposta por Recasens (1991b) para designar os dois momentos que constituem a produção do tap. Tal escolha se dá pois parece haver uma semelhança entre os taps do PB e do Catalão (língua investigada por Recasens) e também por ser a única fonte encontrada que fornece uma nomenclatura um pouco menos ambígua do que outras (Silva op cit: 5

12 40). Com isso, pode-se notar que há no tap um período de quase silêncio rotulado de início do fechamento e, ao ocorrer a batida da ponta da língua nos alvéolos, o final do fechamento, ou seja, o início do fechamento corresponde à batida da ponta da língua nos alvéolos e o final do fechamento à soltura da oclusão. Silva descreve dessa maneira o que ocorre no trato vocal humano ao se produzir um tap: Pode-se dizer que esta estrutura do tap se deve ao fato de que, quando a língua bate nos alvéolos, há uma interrupção momentânea de saída de ar pela boca, de tal forma que a voz quase desaparece, devido ao aumento da pressão supraglótica. Antes que a voz desapareça, no entanto,a constrição se desfaz e a laringe retoma a produção da voz, ainda que com pouca energia (comparando sempre com vogais ou outras aproximantes) (Silva op cit: 40-41) Durante a análise dos dados (ver item 3) verificou-se que nem sempre os informantes produziram um tap canônico. Produziram-se segmentos que se caracterizavam como uma aproximante. Vale salientar que esse fato não enviesou a coleta de dados, corroborando, até mesmo, algumas hipóteses levantadas durante as análises dos dados. Nas seções seguintes se desenvolverão mais detalhadamente essas questões. Por ora, faz-se necessário caracterizar esse outro tipo de rótico: a aproximante. Ladefoged & Maddieson (op cit) acrescentam que à família dos róticos incluem-se também membros em que não há contato, mas apenas uma aproximação entre os articuladores (p. 232). Ao contrário do que se tem para o tap, quanto às suas características visuais do tap no espectrograma, a aproximante é caracterizada por continuidade espectral, podendo até mesmo reconhecer uma certa estrutura formântica. Pode-se notar que não há uma queda na energia de produção da aproximante, identificada por picos regulares e de maior amplitude que do tap. 6

13 Lindau (op cit) afirma que os taps não são produzidos de uma mesma maneira em diferentes línguas e nem sempre são produzidos da mesma maneira por diferentes falantes de uma mesma língua (p. 161). Recasens (1991a) mostra, através de análises baseadas em eletropalatografias, que há uma certa invariância acústica mesmo quando há variabilidade articulatória em decorrência do contexto adjacente aos taps, neste caso as vogais. O autor acaba classificando todas essas variações como sendo taps, mesmo não havendo uma mesma configuração articulatória específica para a sua produção. Com isso, pode-se dizer que Lindau está tratando de variações entre sujeitos e Recasens trata de variações entre os mesmos sujeitos. Embora esses estudos propusessem que realmente era de se esperar que houvesse diferenças entre as produções dos taps dos informantes pode-se propor que como se tratam de segmentos que exigem uma manobra articulatória complexa produzida em um espaço de tempo muito breve, qualquer manobra que não seja produzida completamente (seja por ritmo de fala acelerada, seja por possível efeito de coarticulação com algum segmento adjacente) pode promover a produção de segmentos que perceptualmente sejam identificados como taps, mas que ao serem submetidos a uma análise espectrográfica revelam as pequenas diferenças acústicas produzidas pelos falantes. Mesmo porque taps e aproximantes são produzidas pelos mesmos informantes nas mesmas palavras-alvo utilizadas no experimento (ver item 3.2.). Ou seja, as diferenças na produção desses elementos podem ocorrer na fala de um mesmo informante e pequenas diferenças articulatórias resultam em diferenças acústicas. Por essas razões é que seria necessário investigar o que estaria condicionando a produção de taps por aproximantes REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Na seção anterior tentou-se caracterizar minimamente o tap, levando em conta tanto suas características articulatórias quanto acústicas. Nas seções seguintes se revisará 7

14 a literatura referente ao tap no contexto em que será estudado neste trabalho: grupos do tipo obstruinte + /r/ + vogal. No item serão expostos os trabalhos referentes a diferentes línguas do mundo e no item os trabalhos sobre o PB O tap em outras línguas do mundo Diante da escassez de estudos acústicos e articulatórios sobre róticos no PB, decidiu-se buscar na literatura especializada como se articula e como se configura acusticamente o tap em outras línguas do mundo. Em seu Tratado de fonética y fonología españolas, Quilis (1993) trata do tap em seus distintos ambientes de ocorrência. No espanhol, o tap é produzido em posição intervocálica e em grupos tautossilábicos (p.330). Segundo Quilis, em coda silábica há uma neutralização entre vibrantes simples e múltiplas (p ). Para o autor, o tap do espanhol, como no português (ver seção seguinte), tem sua articulação formada por meio de uma breve oclusão entre o ápice da língua e os alvéolos (p.330). Nos grupos tautossilábicos, formados por oclusiva ou fricativa ( [p, b, t, d, k, g, f]) seguidos de tap verifica-se um elemento esvarabático entre a consoante e o /r/. Esse segmento já havia sido notado, impressionisticamente, por Lenz (1892, apud Quilis op cit). Notava-se auditivamente que tanto no espanhol peninsular como no americano havia a produção de um som glótico nesse contexto segmental. Quilis, por meio de inspeção visual, conclui que esse elemento esvarabático apresenta os formantes seguindo uma estrutura muito parecida com a do triângulo vocálico espanhol. Ainda sobre o espanhol, Almeida & Dorta (1993) elaboram um estudo mais detalhado sobre as líquidas do espanhol falado em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Os autores têm como material de análise fragmentos de conversas (segundo eles, em estilo semi-espontâneo) de sete falantes da ilha (3 homens e 4 mulheres). Esses 8

15 dados foram submetidos a análise espectrográfica. Ao tratarem dos grupos nessa variante do espanhol, os autores também identificaram o desenvolvimento de um elemento vocálico cuja duração pode superar a do tap (p.107). Nota-se que a estrutura formântica desse elemento vocálico parece ser condicionada pela qualidade da vogal nuclear do grupo, possuindo F1 mais alto quando a vogal é aberta e mais baixo quando a vogal é fechada; F2 e F3 mais altos para vogais anteriores e mais baixos para posteriores. Seria interessante investigar o que estaria condicionando essas diferenças nas medidas dos formantes. Pois poderia tratar-se de efeitos de coarticulação com o tap ou uma possível centralização desses formantes por ação coarticulatória de outros sons. Também se faz necessária uma investigação estatística para se averiguar se essas diferenças nos valores dos formantes são relevantes, pois, em caso contrário, sinalizariam a mesma vogal do grupo entrecortada pelo tap. Pode-se dizer, com isso, que tais estudos apenas identificam que há a produção de um elemento vocálico entre a consoante e o rótico desses grupos e que o elemento vocálico apresenta uma estrutura formântica semelhante a da vogal nuclear do grupo. Esses estudos apontam para a necessidade de se fazer uma descrição mais detalhada sobre a produção desses elementos vocálicos. Deve-se, com isso, determinar a qualidade do elemento vocálico e as suas características duracionais, uma vez que a produção dos elementos vocálicos parece estar condicionada á presença do tap. Jetchev (1995) analisa a evolução histórica das vogais do búlgaro e de outras línguas eslávicas. O autor, ao tratar das vogais quando em grupos do tipo obstruinte + tap + vogal, descreve que há a produção de um elemento esvarabático entre a consoante e o rótico. Ao contrário do que se tinha para o espanhol, a qualidade desse elemento vocálico não é a mesma. Jetchev afirma que há a produção de uma vogal neutra do tipo schwa nesses grupos do búlgaro, embora não haja nenhuma análise mais detalhada 9

16 sobre a natureza formântica desse segmento. Tal fato, segundo o próprio autor, também ocorre no tcheco. Kvale & Foldvik (1995) elaboram um estudo acústico para investigar as características de flap retroflexo do norueguês, variante de um dialeto não padrão. Esse estudo demonstra que diferentes contextos fonéticos afetam sistematicamente a realização do rótico. Os autores notam que os clusters do norueguês (constituídos de oclusivas ou fricativas mais um flap retroflexo) também apresentam a produção de uma vogal epentética, ou seja, um elemento vocálico do tipo schwa, entre a consoante e o rótico. É interessante notar que a duração desse evento acústico é bem variável e longa, com 30ms depois de [p] e 50ms depois de [b] e [m]. Nessa descrição foram analisados tanto dados de fala de laboratório quanto fala contínua. É interessante notar que se encontraram os mesmos fenômenos em ambas as modalidades de fala. Os autores notam que em trava silábica do tipo vogal + /r/ + consoante também há a produção dessa vogal epentética, só que à direita do rótico. Verifica-se que esse elemento é mais fraco e curto que nos grupos. Como foi apresentado nesta seção, pode-se dividir a produção do elemento vocálico em dois conjuntos: 1) as línguas em que há a produção de uma vogal neutra do tipo schwa entre a consoante e o tap; 2) e as línguas em que a qualidade do elemento vocálico estaria condicionada à qualidade da vogal nuclear do grupo O tap no PB Estudos acústicos e articulatórios sobre os róticos do PB, como explicitado anteriormente, são poucos, embora seja um assunto largamente discutido nos estudos sociolingüísticos. No entanto, há a necessidade de se fazer análises mais minuciosas desses sons para que se saiba como se comportam e, com isso, poder 10

17 sugerir algumas explicações para alguns fenômenos, como por exemplo o apagamento de /r/ em final de palavra. Outro importante motivo para a descrição dos róticos do PB decorre da possibilidade de explicar a dificuldade de produzir esses sons tanto para adultos quanto para crianças. Silva (1996) faz a primeira descrição acústica das líquidas do PB. Em seu experimento fonético-acústico utilizou 77 logatomas no total, sendo estes mono e dissílabos oxítonos. As vogais tônicas dos logatomas foram alternadas entre as 7 vogais orais do PB e nas sílabas átonas deixou-se fixa a vogal [a]. Os logatomas foram inseridos em frases-veículo e lidos, em cinco repetições, por um informante paulistano que produzia todas as líquidas que se pretendia descrever. Nesse trabalho se analisou a vibrante alveolar múltipla, o tap, a lateral alveolar e a lateral palatal. Dos 77 logatomas, 7 continham o tap inserido em grupos consonantais. Visualmente, os taps (intervocálico, final e em grupos) se caracterizam pela descontinuidade espectral, sendo possível observar dois momentos bastante distintos, o início do fechamento (durante o qual a energia de vozeamento é muito baixa, chegando,inclusive, a ser praticamente nula) e o final do fechamento,que coincide no espectrograma com um estouro muito breve (Silva, op cit: 66,67). Outra característica é a enorme variação de energia de produção, expressada por picos irregulares na forma de onda, que quase atinge zero. A amplitude da onda é bem menor que de uma vogal. Em seu estudo, Silva nota que tanto em grupos quanto em posição final de palavra há a produção de um elemento vocálico, sendo à direita do tap em grupos e à esquerda em posição final 3. Com isso, o tap se apóia sempre em duas vogais, 3 Esse elemento vocálico é chamado por Silva de abertura oral. 11

18 independente da posição silábica (p.68). Nota-se, também, que esse fenômeno ocorre mais de uma vez na vibrante, tendo, porém, uma estrutura formântica menos próxima daquela das vogais tônicas (p.69). A única diferença que parece haver entre o elemento vocálico e a vogal nuclear é a duração, sendo muito mais breve para o elemento. Carvalho 2004 faz uma descrição fonético-acústica das vibrantes do PB e do espanhol, preocupando-se, especialmente, em traçar suas diferenças acústicas. Essa descrição tem como principal objetivo encontrar pistas acústicas que mostrem algumas possíveis razões pelas quais há dificuldade de luso-falantes de se produzir os róticos do espanhol. A autora argumenta que o espanhol parece ter seu sistema de sons de erre mais homogêneo, ou seja, apresentam-se ou como um toque alveolar sonoro [ſ], ou como uma típica vibrante [r] (Carvalho, op cit: 116). Já o português apresenta maior variedade de sons de erre, sendo nenhum deles, no dialeto analisado (interior do estado de São Paulo), produzido como uma vibrante, pois os informantes produziram em início de palavra e em posição intervocálica uma variante fricativa 4 e em final de palavra um erre retroflexo. Para ela essa é uma das razões pela qual há dificuldade de se produzir as vibrantes do espanhol. Ao tratar dos grupos nessa pesquisa, a autora nota que tanto numa língua como noutra, o erre se realiza como [ſ], precedido por uma vogal epentética bem marcada (Carvalho op cit: 116). Esse estudo não faz medições sobre a estrutura formântica desses elementos, o que impede que se diga categoricamente qual é a qualidade desse segmento. Para os dados do espanhol, nota-se que essa vogal epentética também ocorre quando se produz um tap em coda silábica. O que nos permitiria levantar a hipótese que o elemento vocálico é uma característica do tap. Ainda sobre o PB, há um estudo em que se investigam os taps em posição de coda. Tal estudo mostra que parece haver o mesmo fenômeno que se tinha para flaps 4 A autora sugere que se trata de uma constritiva uvular surda ou sonora. No entanto, sabe-se que, ainda, não há nenhum estudo que determine com segurança qual realmente o ponto que se articulam as variantes fricativas dos róticos do PB. 12

19 retroflexos em coda do norueguês. Clemente (2004, 2005) nota que há a produção de um elemento vocálico à direita do tap e, ao que parece, trata-se de uma vogal centralizada. Clemente faz uma análise acústica de verbos e substantivos (dissílabos e oxítonos) e mostra que nas duas classes de palavras há a produção de um elemento vocálico à direita do tap. Pode-se dizer, então, que o tap estaria condicionando à produção desse elemento vocálico, não só em grupos, mas também em outros contextos, como em coda silábica, tal como já havia sido observado por Silva (op cit). Como se pode notar, tais estudos apenas relatam a produção desses elementos vocálicos nos grupos de línguas que têm o tap nesse contexto de análise. Embora não haja nenhum estudo em que se determine mais detalhadamente a qualidade desses elementos vocálicos é possível traçar duas hipóteses sobre a natureza do elemento vocálico do PB: 1) trata-se de um elemento vocálico do tipo schwa (como se tem para o norueguês, búlgaro e tcheco); 2) trata-se da mesma vogal nuclear do grupo entrecortada pelo tap (como se tem para o espanhol). 13

20 2. METODOLOGIA Tendo em vista o que foi apresentado nas seções anteriores, decidiu-se elaborar um experimento fonético-acústico com a finalidade de se caracterizar a natureza do elemento vocálico que é produzido entre a consoante e o tap dos grupos do PB DESIGN EXPERIMENTAL Montagem do Corpus Os grupos, no PB, são formados por obstruinte + /r/ + vogal. Com auxílio do software Listas 5 se verificou que a maioria das palavras da língua que continham grupos tônicos eram dissílabos paroxítonos (com 197 ocorrências). Com isso, decidiu-se utilizar essas palavras no experimento, tendo as consoantes alternadas entre as oclusivas [p, b, t, d, k, g] e a fricativa [f], uma vez que somente essas consoantes ocorrem em posição tônica no PB. Alternou-se, sempre que possível, as vogais nucleares dos grupos entre as 7 vogais do PB. O quadro abaixo mostra as palavras-alvo utilizadas no experimento. Como se pode notar, há espaços em que há um traço no quadro, correspondente às palavras que não foram encontradas no software. Também é preciso salientar que nem sempre foi possível encontrar palavras que apenas contemplassem oclusivas como contexto adjacente, pois sons nasais e fricativos tendem a influenciar consideravelmente sons adjacentes, o que poderia influenciar a produção das vogais tônicas dos grupos. Entretanto, como se tratava de um experimento, de certa forma, preliminar, decidiuse por contemplar essas palavras para que se obtivesse um maior número de dados. Com isso, montou-se um corpus com 37 palavras-alvo. 5 Programa desenvolvido no LAFAPE/UNICAMP que possibilita realizar quantificações das estruturas de sílabas e palavras da língua. 14

21 [i] [e] [ε] [a] [Ɔ] [o] [u] [p] primo preso pressa prato prova - - [b] briga - breque braço broche broto bruxa [t] tribo trecho treco trave trote troco truque [d] drama droga - - [k] crime creme crepe cravo [g] grito grego greve grade - grosso grupo [f] fritas frevo frete frase frota fronha fruta Tabela 1 Dissílabos paroxítonos utilizados como palavras-alvo do experimento. As palavras-alvo do experimento foram inseridas em sentenças que obedeciam a uma mesma estrutura sintática para que se evitassem vieses prosódicos na produção dos segmentos submetidos à análise espectrográfica 6. As palavras-alvo, com isso, ocupam o mesmo lugar nas sentenças: não aparecem em posição de sujeito para se evitar efeitos decorrentes de topicalização; sempre aparecem na posição de objeto, mas nunca em posição final de sentença, para se evitar que a curva descendente característica em sentenças afirmativas acabe por inserir mais uma variante ao experimento, pois pode alterar o F0 dos segmentos, abaixando-os Coleta de dados As 37 sentenças do experimento foram lidas cinco vezes cada (total de 370 sentenças) por dois informantes de Curitiba (D, 19 anos, universitário; e M, 37 anos, professor universitário). Cada conjunto de repetição possuía as 37 sentenças do experimento as quais eram lidas em ordem aleatória, para que os informantes não as memorizassem. Não se utilizaram distratores na coleta de dados, pois haveria um grande número de sentenças a serem lidas, o que poderia resultar no cansaço dos informantes, e assim, enviesar a coleta de dados. Como as sentenças obedeciam a uma forma de uso cotidiano, os informantes não perceberam o que estava sendo analisado, dando, com isso, maior naturalidade à gravação. 6 Para uma leitura sobre o condicionamento de estruturas sintáticas e prosódicas na produção da vibrante múltipla inicial ver estudo de Silva As sentenças utilizadas no experimento estão em anexo. 15

22 As repetições foram gravadas digitalmente em uma sala com tratamento acústico no LACOMUS (Laboratório de Computação Musical) do Departamento de Artes da UFPR (DEARTES). Utilizou-se para a gravação um microfone dinâmico AKG- Platina e o software Pro Tools Digi 001, com taxa de amostragem do sinal a 44100Hz Análise dos dados Figura 2 Espectrograma mostrando um tap em grupo na palavra-alvo prato, entre as linhas verticais pontilhadas. Como é possível notar visualmente no espectrograma acima, há à esquerda do tap (espaço em branco com amplitude de onda baixa entre as linhas verticais pontilhadas) a produção de um evento acústico de aspecto contínuo que se assemelha à vogal à direita do tap. Pode-se notar, também, que os três primeiros formantes parecem seguir a mesma estrutura formântica da vogal nuclear do grupo. Decidiu-se, então, extrair os três primeiros formantes da vogal nuclear do grupo e do elemento vocálico em seus respectivos pontos médios, para que se caracterizar acusticamente a natureza desse evento acústico comparativamente com a vogal 16

23 nuclear do grupo. Isso é possível pois, como propõe a Teoria Acústica de Produção de Fala (Fant 1960), há uma relação entre os formantes e a articulação dos sons. O primeiro formante (F1) e o segundo formante (F2) têm como correlato articulatório abertura de mandíbula e movimento de dorso de língua, respectivamente. Mediu-se, também, a duração dos elementos vocálicos para se saber qual é o padrão duracional desses segmentos, uma vez que se tratam de eventos acústicos aparentemente muito breves, o que seria uma pista para que as pessoas não ouçam esses segmentos. 17

24 3. DISCUSSÃO DOS DADOS Tendo colhido as 5 repetições de cada informante, passou-se à etapa de análise dos dados. Para esta utilizou-se a extração automática através do software Praat 8 (versão ). Todas as medições feitas foram conferidas manualmente para evitar possíveis erros INSPEÇÃO VISUAL Nesta seção se apresentará as características visuais do tap, da aproximante e do elemento vocálico O tap Como exposto em seção anterior (1.2.2.), Silva (op cit) caracterizava visualmente o tap por descontinuidade espectral e por apresentar irregularidade e baixa amplitude na forma de onda. Na figura abaixo, nota-se que o tap da palavra-alvo cravo, entre linhas verticais pontilhadas, apresenta descontinuidade espectral, ou seja, é representado por espaços em branco no espectrograma,pois quando a ponta da língua toca a região alveolar há uma breve interrupção da passagem do ar pelo trato vocal. Pode-se notar, também, que a forma da onda é irregular e de amplitude mais baixa que de uma vogal e de um elemento vocálico (evento acústico à esquerda do tap). Tais características dificultam a extração de formantes do tap, uma vez que se trata de um som muito breve e descontínuo. 8 Programa gratuito desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink no Instituto de Ciências Fonéticas da Universidade de Amsterdã. Disponível em 18

25 Figura 3 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, o tap na palavra-alvo cravo, produzida pelo informante M A aproximante Neste estudo se objetivava, primeiramente, buscar as características acústicas do tap em grupos do PB, sendo uma delas a presença de um breve elemento vocálico entre a obstruinte e o tap. No entanto, durante as análises dos dados se observou que nem sempre os informantes produziram um tap canônico na leitura das sentenças durante as gravações do experimento. Ambos os informantes produziram em algumas repetições um rótico do tipo aproximante, isto é, um som caracterizado pela aproximação entre os articuladores concomitante à produção de um dado som, neste caso, possivelmente, uma aproximante alveolar. Tendo isso em vista é de se esperar que a aproximante apresente características visuais e acústicas distintas das do tap. 19

26 Figura 4 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, uma aproximante na palavraalvo briga, produzida pelo informante D. Uma vez que somente há a aproximação dos articuladores para a sua produção, as aproximantes se caracterizam por serem sons contínuos, ou seja, não há uma interrupção completa da passagem do ar pelo trato vocal, tampouco há uma constrição severa, crítica, a ponto de gerar ruído fricativo. Com isso, as aproximantes se caracterizam visualmente por continuidade espectral. Quanto à forma de onda, há uma certa regularidade nos pulsos, chegando até mesmo a exibir uma certa estrutura formântica, mas com amplitude mais baixa que de vogais e elementos vocálicos e mais alta que dos taps. Isso resulta em um tom cinza no espectrograma. Tais características visuais podem ser observadas na produção de uma aproximante na palavra-alvo briga, na Figura 3 acima. Pode-se notar que a forma de onda diminui um pouco logo após o elemento vocálico; também se nota a mudança da coloração do espectrograma, passando de um tom mais escuro do elemento vocálico para um tom mais claro de cinza da aproximante. Essas são algumas das pistas utilizadas para se segmentar os grupos quando ocorre a produção de aproximantes. 20

27 O elemento vocálico Como apresentado nas seções anteriores, notava-se que se produzia à esquerda do tap um evento acústico, imperceptível auditivamente, que se assemelhava visualmente a uma vogal. Com o auxílio dos espectrogramas (ver Figuras 1, 2 e 3, acima) percebe-se que, à esquerda do tap e da aproximante (Figura 3), há um segmento breve de aspecto contínuo. Pode-se notar, também, uma estrutura formântica bem definida, bem como amplitude de onda parecida com a da vogal nuclear do grupo e regularidade nos pulsos (variando de 3 a 5 pulsos). Devido a essas características visuais é que se convencionou chamar esse evento acústico de elemento vocálico, uma vez que o que parece diferenciar esse segmento de uma vogal tônica é a sua duração mais breve. Quanto à duração, aparentemente, as vogais átonas parecem ter duração semelhante; no entanto, não há amplitude de onda e intensidade alta, ou seja, as vogais átonas se apresentam como sendo mais fracas, chegando a não se conseguir visualizar e medir seus formantes TAP E APROXIMANTE Uma vez que se tinha como principal objetivo do trabalho descrever o tap em grupos do PB e os informantes não chegaram a produzir em todas as repetições esse rótico, poder-se-ia pensar que o experimento não obtivera sucesso, pois não se contemplariam os fenômenos que se propunha analisar. No entanto, fenômenos como estes da produção da aproximante no lugar de um tap tornaram-se fundamentais para se levantar hipóteses sobre o comportamento do tap. Tabela de Ocorrência de Taps e Aproximantes Informante D Oclusivas Fricativas Total % Tap ,97 Aproximante , Tabela 2a Tabela de ocorrências de taps e aproximantes para o informante D. 21

28 Tabela de Ocorrência de Taps e Aproximantes Informante M Oclusivas Fricativas Total % Tap ,49 Aproximante , Tabela 2b Tabela de occorrências de taps e aproximantes para o informante M. Como mostram as tabelas 2a e 2b, o tap compõe a maioria das ocorrências dos róticos do experimento. Para o Informante D, há um maior número de ocorrências de taps do que de aproximantes (98 taps e 87 aproximantes). O informante M, mesmo produzindo uma quantidade menor de róticos 9, chegou a diferença de 48 ocorrências de taps a mais que aproximantes (113 taps e 65 aproximantes). Pode-se supor que a produção da aproximante seja uma hipoarticulação do tap, ou seja, como se trata de um som muito breve, a mínima variação que se faça é percebida em análise espectrográfica. Uma aceleração na velocidade de fala pode ter relaxado a produção do tap, fazendo com que não se completasse o toque da ponta da língua na região alveolar, apenas ocorrendo uma aproximação. O que estaria condicionando a produção da aproximante seria objeto para outro estudo, mesmo porque se necessitaria de análise articulatória do trato vocal, recurso este indisponível, ainda, no Brasil. O fato de ter ocorrido a produção de aproximantes no experimento mostra que há uma tendência nos róticos a vocalizarem-se, ou seja, parece haver uma perda da característica consonantal do segmento, fenômeno este semelhante ao que se tinha com a lateral velarizada que passou a aproximante velar, ou seja, houve a perda da característica consonantal da lateral velarizada (movimento de ponta de língua), mantendo apenas sua característica vocálica (movimento de dorso de língua). No entanto, aparentemente, não parece haver nada que esteja condicionando a produção de tap por aproximante. 9 Em 7 dados esse informante não produziu um rótico do tipo vibrante simples. O informante M ou produziu um tap com influência do ruído de uma africada - palavra-alvo tribo ou apenas não produziu o tap. 22

29 Uma outra característica tanto de taps quanto de aproximantes está relacionada à produção do elemento vocálico (ver seção 3.3). O que foi possível verificar é que, invariavelmente, quando se produzia um tap ocorria a produção de um elemento vocálico. Acredita-se que o elemento vocálico ocorra para apoiar o tap, uma vez que em PB não é possível ocorrer dois sons de natureza descontínua lado a lado (Magalhães 1997). Isto é, uma seqüência do tipo [p] e [ſ] ocorrendo lado a lado em uma palavra como prato, sem a produção de um segmento contínuo entre eles, estaria desobedecendo a fonataxe da língua. Com isso, a produção do elemento vocálico nos grupos do PB faz com o tap sempre ocupe, de qualquer forma, uma posição intervocálica (Silva op cit: 69). Para corroborar esta hipótese (a presença do elemento vocálico sendo condicionada pelo aspecto descontínuo do tap) há um fenômeno de gradiência que foi produzido nos dados do corpus coletado. Como explicitado anteriormente, nem em todos os dados foi realizado um tap canônico, um segmento do tipo aproximante também ocorreu durante a coleta de dados. No entanto, quando se produziu uma aproximante os grupos assumiram duas configurações distintas: presença e ausência de elemento vocálico. Com isso, tem-se para um mesmo informante, e às vezes para a mesma palavra, as possíveis configurações: 1) consoante + elemento vocálico + tap + vogal ; 2) consoante + elemento vocálico + aproximante + vogal ; 3) consoante + aproximante + vogal. Nas possíveis configurações elencadas acima apenas se utiliza o termo consoante, no entanto, como se dividiu as palavras-alvo em grupos compostos por oclusivas e por fricativas, há a necessidade de se incluir mais uma configuração possível: fricativa + tap + vogal. Essa gradiência corrobora a hipótese de que a produção do elemento vocálico está condicionada ao aspecto descontinuo do tap, uma vez que há a possibilidade de não ocorrer o elemento vocálico quando se produz uma aproximante em grupo com oclusivas e quando se produz um tap em grupos com fricativas, pois não haveria a necessidade de apóiá-lo em um elemento contínuo, já que a aproximante e fricativa do grupo estariam exercendo essa função. 23

30 Figura 5 - No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, um tap na palavra-alvo frete, produzida pelo informante D. Na figura acima há a palavra-alvo frete produzida pelo informante D. Como se pode notar há, entre as linhas verticais pontilhadas, a produção de um tap. À sua esquerda há a produção de um breve elemento vocálico, pois se pode notar o seu caráter contínuo (representado pela visualização de sua estrutura formântica no espectrograma) e pelo aumento da energia de produção (representado pelo aumento da amplitude da forma de onda e, conseqüentemente, o escurecimento da tonalidade de cinza dos segmentos no espectrograma) que quase chega à altura do primeiro pico da vogal do grupo. Embora muito breve, é possível notar no elemento vocálico sua estrutura formântica, que aparentemente segue a estrutura formântica da vogal nuclear do grupo. 24

31 Figura 6 - No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, uma aproximante na palavraalvo frete, produzida pelo informante D. Na Figura 5, acima, há a produção de uma aproximante na palavra-alvo frete produzida pelo informante D. Pode-se notar que não ocorre a produção de um elemento vocálico entre a fricativa e o rótico. A aproximante, entre linhas verticais pontilhadas, é visualmente contínua e apresenta regularidade na forma de onda. Mas pode-se notar que essas características apresentam-se de maneira distinta do elemento vocálico, pois apresentam amplitude bem menor e número maior de picos. Esse dado mostra que não há nada que impeça na língua que dois sons contínuos ocorram lado a lado, corroborando a hipótese sobre o aspecto descontínuo do tap. 25

32 Figura 7 - No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, um tap na palavra-alvo frete, produzida pelo informante D. Na figura acima, há a produção de um tap na palavra-alvo frete produzida pelo informante D. Pode-se notar, entre as linhas verticais pontilhadas, no espectrograma, um espaço em branco de duração bem breve (embora apresente certa sobreposição de ruído fricativo). No entanto, trata-se de um tap devido à diminuição da amplitude de onda, bem como irregularidade nos picos. Pode-se notar a pequena explosão que caracterizava o tap no final do fechamento (cf Recasens 1991a), com um pico de amplitude mais elevado que os outros. O interessante nesse dado é que não houve a produção do elemento vocálico quando se produziu um tap, o que corrobora a hipótese de que o elemento vocálico teria a função de apoiar o tap para que fosse produzido. Nesse contexto em que há um segmento contínuo ocorrendo ao lado do rótico não houve a necessidade de se produzir o elemento vocálico. Esses dados, portanto, reforçam a hipótese de que a presença do elemento vocálico em grupos do PB está condicionada à produção do tap, pois devido ao seu caráter 26

33 descontínuo precisaria de um segmento para se apoiar. Na seção seguinte discutese a natureza formântica desses elementos vocálicos, pois como esse elemento não é percebido auditivamente pelos falantes se poderia argumentar que esse fenômeno não apresenta relevância fonológica (se se tomar a distinção clássica entre fonética e fonologia de Trubetzkoy 1969), isto é, a produção do elemento vocálico estaria relacionada apenas a um nível fonético, ou seja implementacional, não havendo a necessidade de descreve-lo na gramática do PB. No entanto, o que parece ser meramente fonético é a produção desse elemento vocálico. O que seria lingüístico, ou fonológico, seria a natureza desse segmento, uma vez que a qualidade do elemento seria escolha da língua e, com isso, trata-se de um fenômeno específico de língua, necessitando ser descrito na sua gramática ELEMENTO VOCÁLICO Em decorrência da revisão bibliográfica questiona-se se o elemento vocálico dos grupos no PB seria 1) uma vogal neutra do tipo schwa (como se tem para o norueguês, búlgaro e tcheco) ou 2) a vogal nuclear do grupo entrecortada pelo tap alguns milissegundos após o início da sua produção. Nas seções seguintes se examinará a configuração dos formantes para que se determine qual é a estrutura formãntica do elemento vocálico dos grupos do PB Configuração dos formantes Tendo extraído os três primeiros formantes das vogais nucleares e dos elementos vocálicos e, em seguida, feito as respectivas médias aritméticas dos valores encontrados, decidiu-se plotar os valores de F1 e F2 em gráficos de F1 X F2. Cada ponto no gráfico corresponde aos valores médios de F1 e F2 nas 5 repetições. Os gráficos estão separados por informantes e por grupos formados por oclusiva + /r/ + vogal e fricativa + /r/ vogal. Decidiu-se separar em dois grupos distintos, pois 27

34 as fricativas são sons com características peculiares que sobrepõem ruído sobre os outros sons e, com isso, podem influenciar a produção dos elementos vocálicos 10. Informante D F [i] 1800 [e] [E] 1600 [a] [u] [o] [O] F1 Informante M F [i] [e] [E] [a] [O] [u] [o] F1 Gráfico 1 Médias dos valores de F1 X F2 das vogais nucleares dos grupos dos informantes D e M Silva 2002 relata casos em que há sobreposição de ruído fricativo sobre róticos do PB. 11 Ao lado dos pontos dos gráficos há uma transcrição fonética para se saber à quais vogais os elementos vocálicos se referem. Para as vogais meio abertas [ε] e [Ɔ] não foi possível inserir seus respectivos símbolos do IPA, sendo substituídos por [E] e [O], respectivamente. 28

35 No gráfico 1 acima, tem-se as médias dos valores de F1 e F2 das vogais nucleares dos grupos em contexto de oclusivas e de fricativas, produzidos pelos informantes D e M. Como se pode notar, os valores se dispõem de modo semelhante às sete vogais orais do PB no triângulo vocálico. Nota-se que os triângulos dos dois informantes não são idênticos, ou seja, não possuem os mesmos valores para cada vogal. Isso era de se esperar uma vez que uma mesma vogal não é produzida por um mesmo informante da mesma maneira, não se obtêm os mesmos valores na fala do próprio indivíduo, muito menos comparando com outra pessoa. O que vai determinar as diferenças entre as vogais são as relações entre os formantes. Para vogais anteriores se tem F1 baixo e F2 alto, ou seja, distantes entre si, e para posteriores F1 e F2 baixos, mais próximos. O que salta aos olhos nesses gráficos é que, embora não haja uma relação biunívoca entre os pontos dos gráficos, pode-se perceber que as relações são semelhantes, ou seja, a distinção entre as vogais pelos dois informantes forma um triângulo. A principal diferença que se mostra nesses triângulos vocálicos é a maneira como os informantes D e M manipulam os articuladores para obterem o mesmo resultado. O informante M faz maior uso de movimento de dorso para diferenciar suas vogais. Nota-se isso pela maior área que o triângulo de M ocupa no gráfico. As diferenças de valores dos pontos dos gráficos podem ser desprezadas,uma vez que estas são mínimas. Pode-se notar, por exemplo, que a vogal [a] de D tem F1 quase em 700Hz e F2 supera os 1400Hz. Enquanto M tem F1 pouco acima de 700Hz e F2 se aproximando da linha dos 1600Hz. 29

36 Informante D F [i] [e] [E] 1600 [a] [u] [o] [O] F1 Informante M F [i] [e] [E] [u] [o] [O] [a] F1 Gráfico 2 Médias dos valores de F1 X F2 dos elementos vocálicos em grupos em contexto de oclusivas (informante D e M). 30

37 O gráfico 2, acima, corresponde às médias de F1 e F2 dos elementos vocálicos em grupos constituídos por oclusiva + /r/ + vogal. Como se pode notar, os pontos nos gráficos formam, como se tem para as vogais nucleares dos grupos, um triângulo que se assemelha ao triângulo vocálico das vogais do PB. É interessante notar que esses gráficos apresentam a mesma característica dos gráficos das vogais nucleares: o informante M utiliza maior ação de dorso de língua para fazer distinções entre os elementos vocálicos, o que resulta em um gráfico com maior área. Devido a essa semelhança entre os Gráficos 1 e 2 pode-se dizer que os elementos vocálicos dos grupos em que há oclusivas têm a estrutura formântica condicionada pela qualidade da vogal nuclear do grupo. No entanto, os dados para as fricativas parecem apontar para um outro resultado. O Gráfico 3, abaixo, corresponde às médias de F1 e F2 dos elementos vocálicos em grupos contendo fricativa + /r/ + vogal. Pode-se notar que, para o informante M, o triângulo dos elementos vocálicos parece assumir a mesma configuração das vogais nucleares e dos grupos compostos por oclusivas, o que levaria a pensar que o elemento vocálico tem sua configuração de formantes condicionada pela qualidade da vogal nuclear. O gráfico do informante D parece assumir configuração distinta. Embora seja possível perceber uma nítida diferença entre os elementos vocálicos que correspondem às vogais nucleares [i], [e] e [E], os dados para as vogais posteriores parecem se centralizar. Pode-se, então, pensar que em grupos contendo fricativa + /r/ + vogal produzem um elemento vocálico que se assemelha a uma vogal neutra do tipo schwa (como se tem para o norueguês, búlgaro e tcheco). Também pode-se levantar a hipótese de que esses gráficos traduzem idiossincrasias dos falantes (especialmente em ambiente de fricativa), já que apenas se analisou dois informantes até aqui. Essas diferenças, em um conjunto de dados maior, se dissolveriam. 31

38 Informante D F [i] 1600 [e] [E] 1400 [a] [o] 1200 [u] [O] F1 Informante M F [i] 1800 [e] [E] 1600 [a] 1400 [O] 1200 [u] [o] F1 Gráfico 3 Médias dos valores de F1 X F2 dos elementos vocálicos em grupos em contexto de fricativas (informante D e M). 32

39 3.3.2.Padrão duracional Silva (1996) relata que uma das diferenças que existem entre as vogais nucleares dos grupos e os elementos vocálicos é a sua breve duração. Decidiu-se, com isso, medir a duração desses segmentos para se determinar qual é o seu padrão duracional. Informante D [i] [e] [ε] [a] [ɔ] [o] [u] N o de corrência Ambiente de oclusivas 20,4 20,23 21,73 22,48 23,85 22,55 24 N o de corrências Ambiente de fricativas 15 19, ,75 19, Tabela 3a Média da duração dos elementos vocálicos em grupos em contexto de oclusivas e fricativas para o informante D. Informante M [i] [e] [ε] [a] [ɔ] [o] [u] N o de corrência Ambiente de oclusivas 16,83 19,85 23,35 25,77 26,66 19,6 22,38 N o de corrência Ambiente de fricativas 17 15, , ,25 16,66 Tabela 3b - Média da duração dos elementos vocálicos em grupos em contexto de oclusivas e fricativas para o informante M. Nas tabelas 3a e 3b acima há as médias das durações dos elementos vocálicos divididos em grupos com oclusivas e com fricativas, para os informantes D e M. Pode-se notar que os elementos vocálicos variam, em média, entre 20 e 24ms (informante D) e 16 e 26ms (informante M) para os grupos com oclusivas. Tais valores representam segmentos breves. O conjunto de medidas dos grupos com fricativas varia em média, para o informante M, entre 12 e 20ms, tratando-se também de segmentos breves. No entanto, há poucos dados para os elementos vocálicos em grupos com fricativas. Tanto que nos dados para [o] e [u] do informante D há apenas uma ocorrência do elemento vocálico, sendo um valor absoluto, não representando uma média de medidas, dificultando a determinação de um padrão duracional para os elementos vocálicos em grupos compostos por fricativas. 33

40 3.3.3.Resultados Com base no que foi apresentado nas seções anteriores, pode-se dizer que o elemento vocálico produzido em grupos do PB não é uma vogal neutra do tipo schwa, pelo menos para grupos compostos por oclusivas + /r/ + vogal. Há uma consistente hipótese de que os elementos vocálicos nos grupos compostos por oclusivas têm sua estrutura formântica condicionada pela qualidade da vogal nuclear do grupo. Com isso, o tap, quando em grupos do PB, estaria entrecortando a vogal nuclear e, assim, produzindo o elemento vocálico com a mesma estrutura formântica. Mas se o tap entrecorta a vogal nuclear do grupo, o elemento vocálico deixa de ser um elemento vocálico. Ele é um pedaço da vogal nuclearsituado à esquerda do tap. Já para os grupos compostos por fricativas não se é possível chegar a uma conclusão. Como se apresentou anteriormente, há uma diferença entre a produção dos elementos vocálicos do informante D e M. No entanto, não é possível saber o que estaria condicionando essas diferenças, pois poderia haver diferenças entre a produção dos próprios informantes ou, então, a quantidade de dados é insuficiente para que se chegue a uma conclusão. Portanto, é preciso: 1) elaborar um estudo mais controlado para que se chegue a resultados mais consistentes; e 2) investigar dados de um número maior de sujeitos. 34

41 4. NOVA ANÁLISE PARA GRUPOS COM FRICATIVAS Os resultados apresentados na seção anterior apontavam para a necessidade de se elaborar um estudo mais controlado para os grupos com fricativas, pois parecia haver dois comportamentos possíveis para os elementos vocálicos. Para o informante M parecia haver a mesma estrutura formântica da vogal nuclear do grupo e para o informante D parecia se tratar de uma vogal centralizada. Mas como havia poucos dados para ambos os informantes, decidiu-se elaborar um outro experimento para se averiguar qual é a natureza dos elementos vocálicos que são produzidos nesses em grupos. 4.1.METODOLOGIA Para obter um estudo mais controlado decidiu-se rever alguns pontos da metodologia utilizada anteriormente. Na seção seguinte se apresentarão essas diferenças Design experimental Decidiu-se utilizar as mesmas palavras-alvo do experimento anterior. Somente foram alteradas, quando possível, as palavras que possuíam fricativas ou nasais na sílaba átona dos dissílabos paroxítonos, pois esses segmentos sobrepõem ruído fricativo e nasalidade aos sons adjacentes, o que poderia influenciar a produção das vogais tônicas dos grupos e, conseqüentemente, os elementos vocálicos, uma vez que sua estrutura formântica pode estar condicionada pela qualidade da vogal nuclear do grupo. Decidiu-se também inserir um grupo de controle com palavras que funcionassem como pares mínimos, ou seja, dissílabos paroxítonos que seguem seqüência idêntica ou análoga de segmentos. 35

42 [i] [e] [ε] [a] [Ɔ] [o] [u] grupo de controle fita - feto fato foto fone fuga palavras-alvo frito frevo freto fraco frota fronha fruta Tabela 4 Dissílabos paroxítonos utilizados como palavras-alvo e grupo de controle no novo experimento 12. Pode-se notar na Tabela 4, acima, que em um único dado não se encontrou uma palavra que funcionasse como grupo de controle (palavra-alvo frevo ). O novo conjunto de palavras foi inserido na sentença veículo Digo baixinho para que se isolasse ao máximo o contexto de produção das palavras-alvo. As 13 sentenças foram lidas, em ordem aleatória, cinco vezes cada (total de 130 sentenças) por dois informantes de Curitiba, D e P. As repetições foram gravadas digitalmente em uma sala com tratamento acústico no Laboratório de Computação Musical (LACOMUS) do Departamento de Artes da UFPR (DEARTES). A taxa de amostragem do sinal para a gravação foi de 44100Hz. Para a análise dos dados utilizou-se a mesma metodologia do experimento anterior. Extraíram-se os três primeiros formantes das vogais nucleares dos grupos de controle, das vogais nucleares dos grupos e dos elementos vocálicos. Também se mediu a duração dos elementos vocálicos. 4.2.DISCUSSÃO DOS DADOS Uma das razões pelas quais se decidiu realizar outra coleta de dados se deve ao fato de que havia poucos dados sobre os elementos vocálicos que são produzidos em grupos com fricativas. O novo experimento parece ter conseguido contornar a falta de produção dos elementos vocálicos nesse contexto segmental, pois, como foi exposto nas seções anteriores, não se obteve dados suficientes para levantar hipóteses consistentes sobre o comportamento dos elementos vocálicos quando em 12 O novo conjunto de dados é composto por 62 palavras-alvo. No entanto, como o objetivo principal desse experimento é a caracterização do elemento vocálico produzido em grupos compostos por fricativas, deixouse de lado as outras palavras-alvo do novo corpus. 36

43 contexto de fricativa + /r/ + vogal. No novo experimento somente em três palavras-alvo não foram produzidos, em todas as repetições, os elementos vocálicos. O informante P não produziu o elemento vocálico uma vez nas palavrasalvo frota, fronha e fruta, somando apenas quatro ocorrências para essas palavras. O informante D produziu os elementos vocálicos em todas as repetições (ver Tabela 6 adiante) Tap e Aproximante Como ocorrido no experimento anterior, os informantes não produziram apenas taps nos grupos, houve produção de aproximantes. Ao se comparar o número de ocorrências no experimento anterior com o número maior de ocorrências neste, nota-se que no novo experimento houve uma maior produção de taps. No experimento anterior se obtiveram 21 (informante D) e 24 (informante M) ocorrências de taps em grupos com fricativas. No novo experimento (ver Tabela 5 abaixo) houve diminuição do número de ocorrências (23 para D e 15 para P). Tabela de Ocorrência de Taps e Aproximantes Informante Total Tap Aproximante % tap D ,71 P ,85 Tabela 5 Tabela de Ocorrência de taps e aproximantes para os informantes D e P. Diante desse fato, esperar-se-ia que também houvesse uma diminuição no número de ocorrências do elemento vocálico, uma vez que a produção do elemento vocálico parecia estar condicionada pela produção do tap, isto é, condicionada por sua natureza descontínua. Outro fato que ocorreu no experimento anterior e acabou ocorrendo no novo foi o fenômeno de gradiência que possibilitava distintas configurações acústicas para os grupos do PB. Entretanto, esses fatos não influenciaram a produção do elemento vocálico; com isso, houve um maior número 37

44 de ocorrências do elemento vocálico, o que acabou proporcionando resultados mais consistentes para os grupos com fricativas. Figura 8 No espectrograma, entre barras verticais pontilhadas, a sílaba tônica da palavra do grupo de controle fato, produzida pelo informante P. Figura 9 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, um tap na palavra-alvo fraco produzida pelo informante P. 38

45 Na figura 8, acima, há a palavra do grupo de controle fato. Sua sílaba tônica se encontra entre linhas verticais pontilhadas para que se possa comparar, visualmente, a diferença entre a sílaba CV e e a sílaba CrV da Figura 8. Pode-se notar que na palavra fato a vogal não possui nenhuma interrupção durante a sua produção, enquanto na palavra fraco é possível perceber que após alguns milissegundos a vogal é entrecortada, neste caso, pelo tap. Se se comparar, visualmente, as estruturas formânticas das vogais nucleares e do elemento vocálico percebe-se que há semelhança na disposição dos formantes. Com isso, levanta-se a hipótese que nos grupos compostos por fricativa + /r/ + vogal há a produção de um elemento vocálico que possui estrutura formântica semelhante ao da vogal nuclear do grupo. Esse fato, portanto, aponta para a hipótese que nos grupos do PB o tap entrecorta a vogal nuclear do grupo alguns milissegundos após o início da sua produção. Figura 10 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, uma aproximante na palavra-alvo fraco produzida pelo informante P. Na figura 10, acima, há, entre linhas verticais pontilhadas, a produção de uma aproximante na palavra-alvo fraco. Como se pode notar, ocorre à esquerda da aproximante um elemento vocálico, como se tem quando se produz um tap (vide Figura 9). É possível perceber, como nas figuras anteriores, que a estrutura 39

46 formântica do elemento vocálico e da vogal nuclear parece ser a mesma. Assim, pode-se dizer que, visualmente, tanto tap quanto aproximante entrecortam a vogal nuclear nos grupos do PB. Figura 11 No espectrograma, entre linhas verticais pontilhadas, uma aproximante na palavra-alvo frota produzida pelo informante P. Na figura 11, acima, há uma aproximante, entre linhas verticais pontilhadas, produzida na palavra-alvo frota. Pode-se notar que à sua esquerda não ocorreu a produção do elemento vocálico. Com isso, pode-se dizer que os grupos com fricativas podem assumir as seguintes configurações acústicas: fricativa + elemento vocálivo + tap ; fricativa + elemento vocálico + aproximante ; e fricativa + aproximante. Ao contrário do que ocorreu no experimento anterior, não houve a produção de fricativa + tap + vogal. Os grupos com fricativas mostram que a produção do elemento vocálico parece estar condicionada à presença do tap, uma vez que é possível encontrar outras configurações acústicas quando se produz outro som no lugar do tap. Na seção seguinte se apresentará a configuração dos formantes dos elementos vocálicos para se verificar se se trata da mesma vogal do grupo entecortada pelo tap. 40

CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DO TAP EM GRUPO NO PB

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