FELIPE COSTA CLEMENTE ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM CODA NO PORTUGUÊS BRASILERIRO

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1 FELIPE COSTA CLEMENTE ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM CODA NO PORTUGUÊS BRASILERIRO CURITIBA 2005

2 FELIPE COSTA CLEMENTE ANÁLISE ACÚSTICA DO TAP EM CODA NO PORTUGUÊS BRASILIERO Monografia apresentada à disciplina Orientação Monográfica II como requisito parcial à obtenção do bacharelado em Letras Português do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profa. Dra. Adelaide H. P. Silva CURITIBA

3 Resumo O tap, som pertencente à classe dos róticos, apresenta um comportamento peculiar no sistema fônico do português falado no Brasil, principalmente quando está inserido em posição de coda silábica. Silva (1996) aponta para a existência de uma abertura oral realizada após o tap em final de palavra. Porém essa análise foi embasada em poucos dados. Decidiu-se então elaborar um experimento que comprovasse a existência e a natureza de tal abertura oral, doravante chamada de elemento vocálico. Palavras-alvo foram selecionadas contendo a seqüência vogal-tap. Essas palavras eram dissílabas oxítonas, pertencentes à classe dos substantivos ou verbos, onde se alternavam, sempre que possível, as sete vogais orais do Português Brasileiro. Essas palavras foram inseridas em sentençasveículo do tipo Digo...pra ele. Para a coleta dos dados, foram utilizados 4 informantes: dois do sexo masculino e dois do sexo feminino, que liam as sentenças de forma aleatória. Foram colhidas 5 repetições por informantes. Os dados forma submetidos à análise acústica, onde foram considerados os valores médios das freqüências de F1 e F2. Foi utilizado o programa PRAAT na análise acústica dos dados. Após a análise dos dados, concluímos que o elemento vocálico não é a vogal tônica entrecortando o tap, mas sim apresenta características de vogal neutra. 3

4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO EMBASAMENTO TEÓRICO O apagamento do /r/ em posição de coda no PB Tap e o elemento vocálico METODOLOGIA I - PROJETO PILOTO Coleta de dados ANÁLISE DOS DADOS - EXPERIMENTO I Modalidades de sons de /r/ O elemento vocálico Inspeção Visual Medidas das freqüências dos formantes Duração METODOLOGIA II EXPERIMENTO II Design Experimental Coleta de dados ANÁLISE DOS DADOS EXPERIMENTO II Informantes masculinos Variantes de sons de /r/ O elemento vocálico Inspeção Visual Medidas das freqüências dos formantes Duração Informantes Femininos Variantes de sons de /r/ O Elemento Vocálico Inspeção Visual Medidas das freqüências dos formantes Duração

5 7. CONCLUSÃO...49 BIBLIOGRAFIA...51 ANEXOS 5

6 1. Introdução: A classe de sons dos róticos é encontrada em várias línguas do mundo, inclusive no Português Brasileiro (PB). Dentro desta classe está o tap, um som observado em vários contextos fônicos no PB. O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma descrição acústica para o tap em posição de coda no PB. Silva (1996) apresenta uma simples descrição acerca do tap em posição final de palavra, porém sua análise é embasada em poucos dados. Clemente (2004) aponta para a existência de um elemento de natureza vocálica, situado entre o tap e a consoante da palavra seguinte. Esse fenômeno é observado em outras línguas no mundo, como o espanhol (Quillis, 1993) e o norueguês (Foldvick e Kvalle, 1995). Para grupos, o mesmo fenômeno é observado no PB, de acordo com descrição de Nishida (2004). O principal objetivo do atual trabalho é verificar qual a natureza de tal elemento vocálico e o que delimita a sua ocorrência. Há duas hipóteses quanto à natureza do elemento vocálico: a primeira é que se trata de uma vogal neutra (schwa) e a segunda baseia-se na suposição de que tal elemento é a própria vogal tônica antecedente ao tap, apenas entrecortando-o. Para a observação do fenômeno descrito acima, foi elaborado um experimento onde foram levadas em consideração as propriedades acústicas do elemento vocálico em contraste com a vogal tônica. Para tal análise, foram consideradas as medidas das freqüências dos três primeiros formantes da vogal tônica e do elemento vocálico. A duração dos dois segmentos também foi outro parâmetro observado. Uma primeira análise indica a confirmação da primeira hipótese levantada, assemelhando-se o elemento vocálico uma vogal neutra. 6

7 2. Embasamento Teórico: 2.1. O apagamento do /r/ em posição de coda no PB. Quando se pensou em elaborar um projeto para o estudo dos sons de /r/ em posição de coda silábica, o principal objetivo era observar acusticamente o fenômeno de queda dessa variante de /r/ em final de palavra. Alguns estudos provenientes da sociolingüística apontam para esse fenômeno. Callou, Morais e Leite (1998) indicam que o apagamento do /r/ em posição final de palavra é um fenômeno muito antigo, primeiramente observado em fala coloquial e que, desde o século XVI, já era utilizado por Gil Vicente para simbolizar a fala dos escravos em suas peças. A perda do /r/ passou a ser observada sob vários vieses diferentes: um que considera o fenômeno como uma pronúncia estereotipada; outro que o considera como um marcador social e um que prediz a completa queda em dialetos não-padrão. Após a análise feita, embasada nos dados do projeto NURC (Norma Urbana Culta), chegou-se à conclusão de que a classe morfológica é um dos fatores que privilegiavam o apagamento do /r/ em coda. A perda é mais freqüentemente vista em infinitivo verbal. Para substantivos, o tamanho do vocábulo foi um fator robusto. Vocábulos monossilábicos acabaram inibindo a queda do /r/. Outro estudo conduzido por Callou, Morais e Leite (1996) reporta o fenômeno da queda nos dialetos falados em cinco capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre). Para cada um desses dialetos, temos diferentes sons de /r/ ocorrendo no contexto de coda silábica. Salvador é o lugar onde foi observado com maior freqüência o processo de apagamento (61%). Em São Paulo, o índice foi de 49 %, enquanto no Rio de Janeiro e Recife, o percentual figurou em torno de 47 %. Porto Alegre foi a capital onde houve o menor percentual de queda. Novamente, os contextos onde a ocorrência de apagamento foi mais observada foram verbos no infinitivo e substantivos com maior número de sílabas. Monareto (2000) confirma e corrobora os resultados observados por Callou, Morais e Leite (1995) para os dialetos falados na região Sul do Brasil. Para tais dialetos, a perda mais comum ocorre novamente na classe morfológica dos verbos (81%). Em não-verbos, 7

8 há preferência de queda em posição não acentuada. Para esses dados, a dimensão do vocábulo e acento lexical são os fatores condicionantes do apagamento do /r/. O dialeto Curitibano, inserido entre os dialetos da região Sul, foi o escolhido para a observação acústica do fenômeno de queda do /r/. Um experimento foi elaborado contendo todos os elementos elencados acima. Nenhum estudo articulatório comprovando essa hipótese havia sido feito anteriormente. O objetivo era observar algum resquício do rótico na vogal tônica. O tipo de som de /r/ onde seria observado o apagamento em coda era o tap, produzido no contexto de coda no dialeto analisado. 2.2 Tap e o elemento vocálico. A classe de sons costumeiramente nomeada de róticos, ou sons de r, pode ser observada em diversas línguas do mundo. Maddieson (1980) aponta que 59% das 321 línguas do corpus do UCLA Phonological Segment Inventory Database (UPSID) apresentavam algum tipo de rótico. Mostra, assim, a grande freqüência de ocorrência desse tipo de som nas línguas do mundo apontando a real necessidade de se observar mais detalhadamente esses segmentos. Não há uma mesma característica acústica ou articulatória que possa juntar esses sons em um mesmo grupo. Porém esses sons são elencados em uma mesma classe devido à característica peculiar de serem grafados com a mesma letra, r. Esse fato é oriundo de uma tradição grega, cujo alfabeto representava os sons com o grafema rho. Porém não há um mesmo modo de articulação que defina a classe dos róticos. Também não existe um mesmo lugar no trato vocal em particular, visto que tanto articulações na região alveolar quanto na região velar ou uvular podem ser observadas. Conseqüentemente essa classe acaba sendo um problema para os foneticistas, já que a relação entre os seus membros é baseada somente em dados sincrônicos e diacrônicos. Um dos sons que compõem a classe dos róticos é o tap, som produzido pelo rápido contato entre os articuladores, movendo-se o articulador ativo em direção ao céu da boca (Ladefoged & Maddieson, 1996). Tipicamente, os taps são realizados por um movimento balístico da ponta da língua em direção ao céu da boca, promovendo um contato na região dental ou alveolar e realizando uma rápida oclusão no trato vocal. 8

9 Espectrograma 1- Espectrograma do tap na palavra menor. O som em questão encontra-se entre linhas verticais O tap é um som muito realizado no PB, sendo observado em vários contextos fônicos, dentre os quais coda silábica. Retomando a discussão presente na seção 2.1, podemos ver que o primeiro objetivo deste trabalho era observar o apagamento do tap em posição de coda no PB. Para investigar este fato, um experimento foi montado. Foi a partir da análise desses dados que o trabalho acabou sendo redirecionado (Clemente 2004). Ao observarem-se acusticamente os dados descritos acima, não foi encontrado o apagamento do /r/. Num total de 88 dados, apenas quatro deles apresentavam queda. Porém, um fato muito interessante pôde ser observado nesse experimento. Foi verificada nos espectrogramas a presença de um elemento de natureza vocálica postado entre o tap e a consoante adjacente. O espectrograma 2 nos mostra esse fenômeno: 9

10 Espectrograma 2: Espectrograma do tap seguido do elemento vocálico. A palavra-alvo é expor e o som em questão encontra-se entre as barras verticais. Silva (1996) já apontava para a existência de tal fenômeno, tanto para grupos quanto para posição de coda, observando um evento chamado de abertura oral, devido à sua semelhança com a vogal tônica das palavras-chave. Mesmo sendo essa análise a primeira descrição acústica para o evento no PB, ela é embasada em poucos dados. Nishida (2004) reporta um fenômeno semelhante para o tap quando este se encontra em posição de grupos no PB. Na seqüência consoante-tap-vogal, existe também a presença de um elemento de natureza vocálica. Em uma primeira análise, tem-se a impressão de que, para os grupos, o elemento trata-se da vogal tônica entrecortada pelo tap. Porém uma conclusão final ainda não foi apresentada. Nishida (2005a) propõe-se a apresentar uma descrição mais acurada para a seqüência fricativa-tap-vogal, observando o comportamento do tap diante de tais sons. Em outras línguas do mundo, como o norueguês, também há a descrição do surgimento do elemento vocálico sucedendo ou antecedendo ao tap. Kvale e Foldvick (opcit) investigam acusticamente no norueguês alguns aspectos do flap alveolar retroflexo. No contexto V_C (coda) uma vogal do tipo schwa aparece após o fechamento do flap. Porém a 10

11 intensidade e a duração dessa vogal é muito menor do que a vogal que precede o flap retroflexo. Alguns fatores relevantes nessa primeira análise acústica do tap em coda nos guiaram para a elaboração de um novo experimento. O primeiro experimento havia sido desenvolvido com um outro objetivo (observar o apagamento). Por isso, alguns fatos não foram levados em consideração. Não houve uma escolha rigorosa do ambiente consonantal adjacente ao tap. As sentenças foram confeccionadas de forma aleatória, atendendo apenas à exigência de estarem no modo subjuntivo e no tempo futuro. Desse modo, não ocorreu um controle efetivo sobre o contexto de ocorrência do tap. Outro fato que não pôde ser verificado a partir do primeiro experimento relaciona-se à procedência do elemento vocálico. Não houve como identificar se o elemento vocálico é uma vogal neutra (schwa) ou se é a vogal tônica entrecortada pelo tap. Os dados não permitiam tal conclusão. No norueguês, por exemplo, temos que o elemento vocálico é uma vogal neutra no ambiente de grupos de coda silábica. Para grupo no PB (Nishida 2005), tem-se a impressão de que o elemento vocálico é a vogal tônica entrecortada pelo tap. Todos esses fatores descritos acima, associados à necessidade da coleta de um maior número de dados, culminaram na elaboração do presente projeto. Os principais objetivos passam a ser então: a) Certificar-se, a partir de mais dados, da existência do elemento vocálico sucedendo o tap na posição de coda no PB; b) Identificar a natureza do elemento vocálico se é um schwa ou a vogal tônica entrecortada pelo tap. 11

12 3. Metodologia 1- Projeto Piloto Foi elaborado um projeto para a observação do comportamento do tap na posição de coda. É importante frisar aqui que, nesse primeiro experimento, o objetivo era investigar a questão do apagamento do tap em posição final de palavra e observar se algum resquício desse som permanecia atrelado à vogal tônica. Primeiramente, foram selecionadas palavras-alvo que contivessem em sua estrutura fônica a seqüência vogal-tap. Nessas palavras eram alternadas as sete vogais orais do PB. Essas palavras atendiam a duas exigências. A primeira delas foi a de pertencer à classe dos substantivos ou verbos. Como partimos do pressuposto de que, para a ocorrência da queda, havia uma diferença relacionada às diferentes classes de palavras, continuamos adotando esse padrão para a observação da ocorrência do elemento vocálico. A segunda exigência diz respeito às estruturas das palavras. Todas as palavras do corpus eram dissílabas e oxítonas. Dissílabas porque essa é umas das estruturas mais utilizadas da língua. As palavras eram oxítonas para haver a garantia de que o acento recaísse sobre a sílaba do tap, marcando a vogal antecedente ao tap como a vogal tônica da palavra. Para a seleção das palavras-alvo foi utilizado o programa Listas, desenvolvido no LAFAPE/UNICAMP, que possibilita realizar quantificações das estruturas de sílabas e palavras da língua. Para cada conjugação verbal, foram selecionadas duas palavras. Também para os substantivos, foram escolhidas duas palavras para cada vogal oral. Substantivos terminados em /i/ e em /u/ não foram utilizados no experimento visto que, no PB, não são encontrados freqüentemente substantivos oxítonos e dissílabos. 12

13 Vogal Verbos Substantivos /i/ /e/ DORMIR SERVIR BEBER CHOVER * PODER LAZER /é/ 1 * COLHER MULHER /a/ CHUTAR JANTAR JANTAR PLACAR /ó/ * MENOR /o/ COMPOR EXPOR MELHOR CALOR CANTOR Tabela 1: Palavras-alvo. Os espaços em * indicam que não foram encontradas dados contendo as vogais em questão. Como o objetivo era proporcionar mais naturalidade ao registro de fala, não foram utilizadas sentenças-veículo. As palavras-alvo foram inseridas em sentenças de uso corriqueiro na língua. Essas sentenças encontravam-se no modo subjuntivo e tempo futuro, visto ser esse um contexto favorecedor de apagamento do tap em coda. a- Se chover forte, leve o guarda-chuva. b- Pra ele compor sozinho, precisa de silêncio. c- Sempre que passava uma mulher bonita, os pedreiros assobiavam. d- Mesmo sendo o melhor time do campeonato, perdeu a final. Quadro 1: Exemplos de sentenças do corpus experimental, com as palavras-alvo negritadas. 1 Observar que /é/ e /é/ correspondem,respectivamente aos símbolos do IPA para as duas vogais semi-abertas do PB. 13

14 3.1 Coleta de dados Os dados citados acima foram colhidos junto a um informante, do sexo masculino, 37 anos, nascido em Curitiba, professor universitário e residente na região metropolitana dessa cidade. Na coleta dos dados, foi seguido um procedimento padrão. As sentenças eram lidas de forma aleatória pelo informante, em ritmo de fala normal. Não foram utilizados distratores no corpus, visto que, devido às estruturas das sentenças, o objeto de estudo se encontrava bem postado no interior das sentenças. Num total foram obtidos 90 dados. As sentenças eram então gravadas digitalmente. As gravações foram feitas no LACOMUS (Laboratório de Computação Musical) do Departamento de Artes da UFPR 2. O equipamento utilizado foi um computador Macintosh G4, com o programa Pro Tools, digi 001. As sentenças lidas eram captadas por um microfone dinâmico AGK Platina, masterizadas e gravadas no formato WAV. A taxa de amostragem do sinal foi de Hertz, 16 bits, mono, não excluindo assim nenhum tipo de som produzido no PB. Para a análise acústica dos dados, utilizamos o programa PRAAT, versão , desenvolvida por Paul Boersma e David Weenink, do Instituto de Ciências Fonéticas da Universidade de Amsterdã. Nos dados obtidos nessa primeira fase do experimento, foram verificados os fenômenos descritos acima. Não houve nenhum controle efetivo sobre o ambiente de ocorrência do tap, já que o objetivo inicial era observar o apagamento do mesmo em coda. Esse foi apenas um projeto piloto, que acabou redirecionando o objeto de estudo. Desse modo, um novo experimento foi elaborado, dando continuidade à pesquisa. 2 Agradecemos ao prof dr Rodolfo Coelho por nos deixar utilizar as instalações do laboratório e ao aluno Richard Maus o apoio técnico durante a realização das gravações. 14

15 4. Análise dos dados - Experimento Modalidades de sons de /r/ Para a posição de coda no PB, existem várias realizações de róticos possíveis. Podemos encontrar as variantes retroflexas, tap alveolar, aproximante, aspirada, vibrante. No dialeto observado, procuramos selecionar informantes que realizassem tap na posição de coda, escolha feita de forma impressionística. Como citado anteriormente, o objetivo principal do trabalho era notificar o fenômeno da queda quando, supostamente, os falantes realizam tap. Entretanto, pude observar a ocorrência de três fenômenos distintos ao analisar acusticamente os dados. Houve a ocorrência de tap, aproximante e apagamento. Feita uma inspeção quantitativa dos dados, constatou-se que o tap foi a modalidade de som de /r/ com maior ocorrência. Após verificação visual, das 88 palavras do corpus, 49 apresentaram tap na posição de coda. Esse número totaliza 55,5 % do conjunto de dados, ou seja, mais da metade das palavras coletadas. Outra modalidade de som de /r/ cuja ocorrência é relevante na pesquisa foi a aproximante. Ladefoged & Maddieson (1996: ) definem aproximante como um som onde não há o contato entre os articuladores, porém existe uma aproximação severa entre eles. Esse tipo de som ocorre preferencialmente em contextos pré-vocálicos, podendo também ser observado na posição de coda silábica. Como não ocorre oclusão total da passagem do ar pelo trato vocal, mas apenas uma severa constrição, esse segmento tem aspecto contínuo. Devido a esse aspecto contínuo, não há um decréscimo muito grande na energia de produção, sendo possível observar os trajetos dos formantes no espectrograma. Neste ponto relativo à continuidade do segmento se posta uma das principais diferenças entre taps e aproximantes. A modalidade aproximante foi realizada em 32 das 88 palavras do conjunto de dados. Esse número representa 35,5% das realizações. O espectrograma 3 mostra a aparência da aproximante. 15

16 Espectrograma 3 Espectrograma da aproximante na palavra jantar. O som em questão encontra-se entre linhas verticais. Como citado no início, esse experimento tinha como objetivo observar e elucidar algumas questões acerca do apagamento do tap em posição de coda silábica. Entretanto esse fenômeno foi pouco observado. Um dos prováveis motivos é que o apagamento é observado em fala natural e, como o experimento trabalha com fala de laboratório, pode existir um policiamento maior por parte do informante. A queda foi constatada em 7 dos 88 dados, ou seja, em 8% dos dados. A queda ocorreu quarto vezes na palavra mulher, duas vezes na palavra chutar e uma vez na palavra beber. Uma das razões para isto ter acontecido, mesmo se tratando de fala de induzida, é o fato de que tais sentenças são muitos usuais no PB. As sentenças são mostradas abaixo. As palavras em questão encontram-se negritadas: a. Se o atacante não chutar pro gol, o time perde o jogo, b. Se beber cerveja, dirija com cuidado. c. Sempre que passava uma mulher bonita, os pedreiros assobiavam. 16

17 Espectrograma 4- - Espectrograma do apagamento do /r/ em coda na palavra mulher. O som em questão encontra-se entre linhas verticais corresponde a [ b] 4.2 O elemento vocálico Inspeção Visual Após a coleta dos dados relacionados ao projeto piloto (seção 3.1), passei a observálos considerando dois parâmetros acústicos. O primeiro parâmetro observado foi os valores das freqüências dos três primeiros formantes da vogal tônica e do elemento vocálico. Fant (1960) mostra em seu estudo que há uma correlação entre os aspectos acústico e articulatório na produção dos sons da fala. O primeiro formante (F1) é o correlato acústico do aspecto articulatório relacionado ao grau de abertura de mandíbula. Quanto mais alto F1, maior será a abertura da mandíbula. O segundo formante (F2) é o correlato acústico para posição do dorso de língua. Quanto mais alto F2, mais anterior será o posicionamento do dorso da língua. O segundo parâmetro considerado para a análise foi a duração da vogal tônica e do elemento vocálico. A primeira descoberta relevante nos dados analisados foi a corroboração da hipótese da existência de uma abertura oral postada entre o tap e a consoante da palavra seguinte. Esse fato reafirma a hipótese levantada em Silva (1996). 17

18 O elemento vocálico é destacado nos espectrogramas devido ao seu comportamento vocálico. Nas vogais, há áreas de freqüência ressaltada (formantes). Em segmentos como o tap, por exemplo, onde existe uma breve oclusão no trato, não se pode observar os formantes devido ao decréscimo da energia de produção. Portanto, nos segmentos onde há a ocorrência da abertura oral, é nítida a sua visualização e identificação. O tipo de som de /r/ foi um fator fundamental para o aparecimento do elemento vocálico. As duas modalidades de /r/- aproximante e tap- apresentaram comportamento distinto. O surgimento do elemento vocálico se deu majoritariamente nos ambientes onde havia tap. Nos ambientes em que o tap era seguido de uma oclusiva, tal elemento se mostrou presente em todos os dados. Uma das possíveis explicações baseia-se na necessidade do tap escorar-se em um segmento contínuo para poder soar. Tanto o tap quanto as oclusivas têm caráter descontínuo, visto que são sons realizados via obstrução do trato vocal. Espectrograma 5- Elemento vocálico adjacente ao tap na palavra expor. O som em questão encontrase entre linhas verticais. 18

19 Nas realizações tap-fricativa, a ocorrência de elemento vocálico mostrou-se mais arbitrária. Um dos motivos possíveis para a não ocorrência de elemento vocálico é o aspecto contínuo das fricativas. As fricativas são caracterizadas por uma constrição severa no trato, mas mesmo assim a passagem de ar não é interrompida. Desse modo, o tap já estaria apoiado em um segmento contínuo para poder soar. Um segundo motivo que talvez possa interferir na ocorrência de elemento vocálico perante fricativas são os ruídos. Sons fricativos trazem consigo muito ruído o que pode encobrir o elemento vocálico, impossibilitando a sua visualização. Espectrograma 6. Tap seguido de fricativa na palavra compor, sem o elemento vocálico. É importante reforçar que o experimento não foi elaborado de modo a considerar o ambiente no qual o tap está inserido. O objetivo inicial era observar o fenômeno de apagamento da variante tap em posição de coda silábica. Por esse motivo, os dados não foram manipulados a ponto de exprimir uma igualdade de ocorrência entre oclusivas e fricativas. A confecção das sentenças foi realizada de forma aleatória quanto à manipulação das consoante que seguiria o tap no interior das sentenças. Desse modo, apenas quatro 19

20 dados continham tap seguido de fricativa, o que representa um número muito baixo para qualquer análise estatística. Além de fricativas e oclusivas, nenhuma outra qualidade de som foi observada nos dados Medidas das freqüências dos formantes Identificada a realização do elemento vocálico subjacente ao tap em final de palavra, passou-se então a observar as suas características acústicas. Foram considerados os valores das freqüências dos três primeiros formantes da vogal tônica adjacente ao tap e os valores das freqüências dos três primeiros formantes do elemento vocálico. Para a extração das medidas dos formantes de ambos os segmentos, foi seguido um procedimento padrão. Primeiramente, os segmentos analisados eram identificados nos espectrogramas, através da visualização, e confirmados pela audição do trecho selecionado. Reconhecido o trecho a ser analisado, posicionava-se o cursor no ponto médio da vogal. Desse modo Extraíram-se manualmente os valores das freqüências, que depois eram conferidos pela extração automática do programa. Para o elemento vocálico, foi seguido o mesmo procedimento. As tabelas 3 e 4 mostram as médias para F1, F2 e F3 de cada vogal. As médias foram obtidas de forma simples: somaram-se os valores das freqüências de cada dados e dividiu-se pelo número de ocorrências. 20

21 Vogais Tônicas F1 F2 F3 /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ Tabela 2- Médias das freqüências de F1,F2 e F3 das vogais tônicas. Elemento Vocálico F1 F2 F3 /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ Tabela 3- Médias das freqüências de F2,F2 e F3 do elemento vocálico. Observando os valores apresentados na tabela acima, podemos ver que, no geral, não há grande diferença entre as médias das freqüências das vogais tônicas em relação às médias das freqüências dos elementos vocálicos. Porém algumas ressalvas devem ser feitas Os valores de F1 para as vogais /i/, /é/, /e/, /ó/,/o/, não exibem discrepâncias quanto ao valor das médias dos elementos vocálicos. As diferenças não ultrapassam 80 Hz. Já para a vogal /a/, temos uma diferença um pouco maior, chegando a 110 Hz, sendo o valor da vogal tônica maior que o do elemento vocálico. Quanto aos valores de F2, a maior discrepância de valores ocorre para as vogais /i/ e /o/. As diferenças estão em torno de 200 Hz para esses segmentos. 21

22 Apenas comparando os resultados das tabelas 2 e 3, não é possível chegar-se a nenhuma conclusão acurada. Por esse motivo, os valores médios apresentados acima foram plotados em gráficos do tipo F1 x F2. Observe os gráficos 1 e 2: F F1 /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ Gráfico 1- Médias de F1 x F2 das vogais tônicas F /i/ /e/ /é/ 1400 /o/ /ó/ /a/ F1 Gráfico 2- Médias de F1 x F2 nos elementos vocálicos. 22

23 A visualização dos gráficos nos auxilia a compreender o que os valores das freqüências dos formantes podem nos revelar. Note que o gráfico 1, relativo às médias das vogais tônicas, apresenta a configuração de um triângulo, muito semelhante ao triângulo vocálico do IPA. Na verdade, esse fato já era esperado. As vogais são postadas no IPA através de duas especificidades. A primeira é relativa ao grau de abertura dessas vogais. A segunda relaciona-se com o posicionamento do dorso de língua. Ora, se F1 é o correlato acústico para o grau de abertura das vogais e F2 é correlato acústico para o posicionamento do dorso de língua, nada mais esperado que o resultado obtido nos gráficos. Eles corroboram a Teoria Acústica (Fant,1960) mostrando que os valores de freqüências dos formantes realmente podem nos dar várias pistas articulatórias sobre as realizações das vogais. O mesmo seria esperado para o gráfico 2, relativo às médias dos elementos vocálicos. Porém o gráfico 2 não apresenta a configuração de um triângulo. Os pontos estão posicionados de maneira diferente nesse gráfico. Por esse motivo, pode-se levantar a hipótese de que o elemento vocálico não é a vogal tônica entrecortada pelo tap, mais sim uma vogal neutra. Tal hipótese é reforçada pela tendência dos pontos se concentrarem numa mesma região do gráfico 2. Como o ambiente de ocorrência do tap era pouco controlado no primeiro experimento, foi elaborado um novo para testar a hipótese levantada. Esse primeiro experimento apenas prestou-se a notificar a ocorrência do elemento vocálico Duração A duração das vogais tônicas e do elemento vocálico foi outro parâmetro levado em consideração. O elemento vocálico mostrou-se um evento muito mais breve se comparado à duração das vogais tônicas. A duração dos elementos vocálicos variou desde 6 ms até 45 ms. A maioria dos elementos vocálicos manteve-se numa faixa de 20 a 30 ms. Devido à brevidade na realização do elemento vocálico, o ouvido humano acaba não percebendo esse som. Por esse motivo não conseguimos ouvir e reconhecer a realização desse evento auditivamente. 23

24 5. Metodologia-Experimento Design experimental Um novo experimento foi elaborado para dar conta das questões elencadas acima. Meu intuito era observar qual a natureza do elemento vocálico, se schwa ou a mesma vogal tônica e verificar se a classe morfológica também é um fator que altera a ocorrência e a natureza do elemento vocálico. Novas palavras-alvo 3 foram selecionadas com o auxilio do programa Listas. Essas palavras continuaram sendo oxítonas dissílabas. As justificativas para a escolha desse tipo de palavras continuam sendo as mesmas já descritas na seção 3.1. A tabela 4 mostra as palavras-alvo do corpus. Vogal Verbos Substantivos /i/ PEDIR FAQUIR /e/ BATER LAZER /é/ * TALHER /a/ PEGAR LUGAR /ó/ * REDÒR /o/ DEPOR SABOR /u/ * FÊMUR Tabela 4: Palavras-alvo analisadas no experimento. Algumas observações a respeito do corpus são necessárias. Note-se que na tabela 4, alguns espaços estão em branco. Seriam os dados correspondentes aos contextos verbais das vogais /é/, /ó/ e /u/. Como é sabido, no PB não há infinitivo verbal terminado com essas vogais. Dessa maneira, não haverá dados correspondes a essas realizações. Outra observação relacionada aos dados diz respeito à palavra fêmur. Essa é uma palavra paroxítona e foge do modelo de palavra utilizado no experimento. Isso se deve ao 3 Em relação ao experimento anterior, apesar a palavra lazer foi reutilizada. 24

25 fato de que, após uma minuciosa busca, nenhum substantivo oxítono e de uso corriqueiro na língua foi encontrado contendo /u/ seguido de tap. Como não optei pela utilização de logatomas 4, pois poderia provocar estranhamentos nos informantes, resolvi utilizar uma palavra com acentuação diferente. As palavras-alvo foram então inseridas em sentenças-veículo do tipo Digo...pra ele. Como o objetivo era isolar o máximo possível o ambiente de ocorrência do tap, não optei por utilizar sentenças de uso corrente na língua. Notem que, sempre após o tap, há a oclusiva bilabial /p/. Não foi por acaso a escolha dessa oclusiva. Primeiramente, a oclusiva bilabial evita qualquer efeito de coarticulação com o tap. Esse efeito prejudicaria a análise, pois haveria mais um fenômeno ocorrendo além do aparecimento do elemento vocálico. Outro motivo que levou à escolha da oclusiva foi o fato de ela limpar o espectrograma. Os sons oclusivos são caracterizados pela obstrução total do trato vocal. Nesse momento, não há ar passando pelo trato. O efeito disso é um espaço em branco no espectrograma, o que acaba facilitando a identificação do tap e do elemento vocálico. Sons fricativos, por serem caracterizados como sons onde há uma constrição severa no trato, apresentam muito ruído, o que acaba embaralhando a informação contida no espectrograma. 5.2 Coleta de dados Para a coleta dos dados foram utilizados quatro informantes: dois do sexo masculino (F e R) e dois do sexo feminino (A e J). Tanto os informantes do sexo masculino quanto os do sexo feminino são residentes na região do dialeto analisado por mais de oito anos. A faixa etária encontra-se entre os 18 e 35 anos. Dois destes informantes tinham o terceiro grau incompleto na época das gravações. Os outros dois apresentam terceiro grau completo. É importante salientar que nenhum fator extralingüístico será levado em consideração, como faixa etária ou grau de escolaridade. A escolha de informantes de sexo distintos se dá pelo fato de haver uma diferença quanto à qualidade de fala de homens e 4 Logatomas são palavras que apresentam estrutura interna semelhante às palavras da língua estudada, porém elas não tem nenhum significado na mesma língua. 25

26 mulheres, de acordo com Fant (1960). O som produzido pelas mulheres durante o ato de fala possui freqüências mais altas devido ao tamanho do trato vocal feminino que, geralmente, é menor do que o trato vocal dos homens. As sentenças-veículo eram lidas de forma aleatória pelos informantes. Foram colhidas cinco repetições para cada informante, totalizando 55 dados por informante. Os dados foram gravados digitalmente, no LACOMUS/DeArtes a uma taxa de amostragem de 44 khz. Com essa taxa de amostragem, nenhum som da fala humana é cortado, visto que nem as fricativas chegam a ter uma freqüência tão alta. 26

27 6. Análise dos dados-experimento 2 Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos no segundo experimento, cuja descrição se encontra na seção 3.2. Os resultados serão divididos e apresentados entre informantes femininos e masculinos. 6.1 Informantes Masculinos Variantes de sons de /r/ Nos dados analisados, para os informantes masculinos, houve majoritariamente a ocorrência de taps em relação ao som aproximante. Se comparado ao primeiro experimento, há uma maior discrepância quanto ao número de realização de taps em relação à realização de aproximantes. Esse fato pode estar relacionado ao maior controle do ambiente de realização do tap. Como o som de /r/ está sempre inserido diante da mesma consoante (/p/), não há grande variação nas diversas repetições, mantendo-se certo padrão. Atrela-se a isso o maior rigor na escolha dos informantes O Elemento Vocálico Inspeção Visual Os resultados obtidos através da inspeção visual dos espectrogramas relativos aos informantes F e R confirmam, nos dados onde há a produção de tap em posição de coda, a existência de um elemento de característica vocálica situado entre o tap e a consoante subjacente. Não houve sequer um caso onde ocorresse a produção do tap em coda sem o elemento vocálico. Esse fato foi recorrente para ambos os informantes. 27

28 Espectrograma 7- Espectrograma mostrando o elemento vocálico após o tap na palavra lazer, para dados do informante R. O som em questão encontra-se entre as barras verticais. Espectrograma 8- Espectrograma mostrando o elemento vocálico após o tap na palavra faquir, para dados do informante F. O som em questão encontra-se entre as barras verticais. 28

29 Notem nos espectrogramas, nos espaços indicados pelas barras verticais, os trajetos dos formantes do elemento vocálico. Antes do segmento marcado, podemos notar um espaço onde há um decréscimo na energia de produção, indicando o tap. Se não houvesse a realização do elemento vocálico, não haveria um novo aumento na energia de produção, já que o segmento adjacente ao tap é uma oclusiva bilabial surda, outro segmento de energia de produção baixa. Na maioria dos dados onde houve a produção de aproximantes também foi possível observar a ocorrência do elemento vocálico. Como retratado anteriormente, o som aproximante é passível de produção sem a necessidade do elemento vocálico, porém também ocorre com a presença do mesmo, mostrando haver gradiência na realização de aproximantes em posição de coda silábica. Espectrograma 9- Som aproximante seguido de elemento vocálico na palavra bater, informante F. Os sons em questão estão entre as barras verticais. 29

30 Medidas das freqüências dos formantes Certificada existência do elemento vocálico após o tap em posição de coda, passa-se a observar o comportamento do elemento através da análise dos valores das freqüências dos seus formantes. Tal análise foi de suma importância para identificar a natureza do elemento vocálico. Um procedimento foi seguido para facilitar a comparação entre as vogais tônicas e o elemento vocálico. Das médias das freqüências de cada vogal tônica, subtraíram-se as médias das freqüências dos elementos vocálicos. O raciocínio é simples: comparando os resultados obtidos, é possível saber se o elemento vocálico se aproxima da vogal tônica ou se há um distanciamento entre os segmentos. Válido lembrar que existem correlatos entre as partes acústicas e articulatórias. Logo, através dos resultados das freqüências, é possível saber qual a natureza do elemento vocálico. Para os verbos, os resultados foram os seguintes (em Hz): Informante R : Verbos verbos F1 v.t. 5 F1e.v. 6 Diferença verbos F2 v.t. F2 e.v. Diferença /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ X X X X X X X X X /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ X X X X X X X X X Tabela 5- Tabela contendo as diferenças dos valores médios das frequencias entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos verbos para o informante R.M. 5 v.t. = vogal tônica 6 e.v.= elemento vocálico 30

31 Informante F: Verbos Verbos F1 v.t. F1 e.v. Diferença Verbos F2 v.t. F2e.v. /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ X X X X X X X X X /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ X X X X X X X X X Tabela 6- Tabela contendo as diferenças dos valores médios das frequencias entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos verbos F Para os valores de F1 nos verbos, a maior diferença ocorre para a vogal tônica /a/. Para o informante R, esta diferença é de 438 Hz. Para o informante F, esta diferença é um pouco menor, 193 Hz, porém se comparada aos resultados das diferenças das outras vogais para o mesmo informante, esse é o maior valor discrepante. O correlato articulatório de F1 é relacionado à abertura de mandíbula. F1 alto, como o de /a/, em torno de 700 Hz, indica mandíbula abaixada. Ora, se há um abaixamento de F1 para o elemento vocálico, há indícios de que está havendo uma abertura de mandíbula durante a produção do mesmo. Para os valores de F2 nos verbos, a situação aparenta tomar um caminho diferente. Aqui, as maiores diferenças se encontram nos segmentos anteriores, /i/ e /é/ e posteriores /o/. Para a vogal tônica /a/, a diferença está em 31 Hz, um valor muito baixo para denotar alguma diferença. O correlato articulatório de F2 relaciona-se à posição de dorso de língua. Quanto maior F2, mais anteriorizado estará o dorso da língua. Quanto menor esse valor, mais posteriorizado estará o dorso. Note então que há uma movimentação do dorso da língua para uma região mais central do trato vocal, visto que há um decréscimo do valor das freqüências dos segmentos anteriores e um aumento desse valor e para o segmento posterior. 31

32 Para efeito de comparação, os resultados das freqüências dos substantivos foram reportados em uma tabela diferente. Os resultados formam os seguintes (Hz): Informante R: Substantivos /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ F1v.t F1e.v. diferença F1 v.t. e.v. diferença /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ Tabela 7- Tabela contendo as diferenças dos valores médios das freqüências entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos substantivos para o informante R.M. Informante F: Substantivos F1v.t. F1e.v. F2v.t. F2e.v. /i/ /i/ /e/ /e/ /é/ /é/ /a/ /a/ /ó/ /ó/ 1045, /o/ /o/ /u/ /u/ Tabela 8- Tabela contendo as diferenças dos valores médios das freqüências entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos substantivos para o informante F Para os substantivos, os resultados se mostram os mesmos. Para F1, temos a maior discrepância em relação aos valores de /a/, para ambos os informantes. Nos dados referentes aos substantivos, existem resultados para as sete vogais orais do PB e, mesmo assim, a maior diferença se encontra para os valores de /a/. 32

33 Em relação aos valores de F2, os valores confirmam também a previsão de centralização do dorso de língua. Os valores de maior discrepância novamente se postam nos sons anteriores e posteriores. Pelos dados apresentados nas tabelas, podemos inferir que o elemento vocálico é uma vogal neutra do tipo schwa. Os resultados das tabelas foram plotados e gráficos do tipo F1 por F2. Esses gráficos auxiliam na compreensão dos resultados. Novamente, os resultados foram separados entre verbos e substantivos para os dois informantes. 33

34 Verbos /i/ /e/ F /a/ /o/ F1 Gráfico 3- Amostra dos valores de F1xF2 das vogais tônicas nas palavras-alvo da classe dos verbos para o informante R Substantivos F /i/ /e/ /é/ /a/ /u/ /o/ /ó/ F1 Gráfico 4- Amostra dos valores de F1xF2 das vogais tônicas nas palavras-alvo da classe dos substantivos para o informante R 34

35 2500 Verbos F F1 Gráfico 5- Amostra dos valores de F1xF2 dos elementos vocálicos nas palavras-alvo da classe dos verbos para o informante R F Substantivo F1 Gráfico 6- Amostra dos valores de F1xF2 dos elementos vocálicos nas palavras-alvo da classe dos substantivos para o informante R 35

36 Verbos /i/ /e/ /a/ 1000 /o/ Gráfico 7- Amostra dos valores de F1xF2 das vogais tônicas nas palavras-alvo da classe dos verbos para o informante F Substantivos /i/ /e/ /é/ /a/ /u/ /o/ /ó/ Gráfico 8- Amostra dos valores de F1xF2 das vogais tônicas nas palavras-alvo da classe dos substantivos para o informante F 36

37 Verbos Gráfico 9- Amostra dos valores de F1xF2 dos elementos vocálicos nas palavras-alvo da classe dos verbos para o informante F. Substantivos Gráfico Amostra dos valores de F1xF2 dos elementos vocálicos nas palavras-alvo da classe dos substantivos para o informante F. 37

38 Nos gráficos 3 e 4, referentes aos dados do informante R, e gráficos 7 e 8, referentes aos dados do informante F, temos plotados os valores médios das freqüências das vogais tônicas, sendo os gráficos 3 e 7 relativos aos verbos e os gráficos 4 e 8 relativos aos substantivos. Já para os gráficos 5 e 6, referentes ao informante R, e 9 e 10, referentes ao informante F, temos plotados os valores médios das freqüências dos elementos vocálicos, sendo os gráficos 5 e 9 relativos aos verbos e os gráficos 6 e 10 relativos aos substantivos. Os gráficos 3,7,5 e 9 apresentam apenas quatro pontos cada porque foram investigados apenas quatro contextos vocálicos para os verbos (vide tabela 4). Observando os pontos plotados nos gráficos 3, 4, 7 e 8 podemos notar uma grande semelhança com o triângulo vocálico do IPA. No IPA, as vogais estão dispostas de acordo com o seu grau de abertura da mandíbula, arredondamento dos lábios e posição do dorso de língua. Assim, temos comprovada a hipótese de que os valores das freqüências podem ser usados para dar indícios articulatórios, já que tais gráficos são formados pelos valores de F1 x F2. No gráfico 4, é possível ver que o informante R faz a distinção de [e] x [i] através da movimentação de dorso de língua. Os pontos referentes à essas vogais tem quase o mesmo valor de F1 (eixo X) porém apresentam valores de F2 diferentes (eixo Y). Enquanto é possível afirmar que os gráficos das vogais tônicas têm proximidade com o triângulo vocálico do IPA, o mesmo não é possível afirmar para os gráficos com os dados dos elementos vocálicos. Para ambos os informantes, temos uma centralização dos pontos numa região comum dos gráficos. Não há a configuração de um triângulo para esses dados. Ora, se o elemento vocálico fosse a vogal tônica entrecortada pelo tap, os pontos dos gráficos assumiriam configuração semelhante ao triângulo do IPA, assim como assumiram os pontos dos gráficos das vogais tônicas. Posso concluir então, através dos dados analisados, que o elemento vocálico é uma vogal neutra e não a vogal tônica. Não há grande diferença quanto à classe de palavras. Tomando os gráficos 9 e 10, podemos ver que os pontos se concentram quase numa mesma região do gráfico. Talvez a 38

39 razão de pontos não estarem postados do mesmo modo nos gráfico seja o fato de que as vogais estão inseridas em palavras diferentes, o acabaria dando essa leve diferença entre um gráfico e outro. O mesmo comentário pode ser aplicado para os gráficos 5 e Duração Quanto à duração, o elemento vocálico mostrou ser um evento muito breve. Informante [i] [e] [é] [a] [ó] [o] [u] R 0,17 0,16 0,17 0,18 0,18 0,16 0,08 F 0,07 0,07 0,09 0,12 0,11 0,11 0,09 Tabela 9- Médias das durações das vogais tônicas, em s. Informante [i] [e] [é] [a] [ó] [o] [u] R 0,022 0,020 0,016 0,019 0,017 0,020 0,023 F 0,024 0,020 0,020 0,017 0,016 0,018 0,020 Tabela 10- Médias das durações dos elementos vocálicos, em s. Comparando a tabela 9 com a tabela 10, podemos ter a noção da diferença. As vogais tônicas são muito mais longas que os elementos vocálicos. Retomando, é provavelmente por esse motivo que o elemento vocálico não pode ser percebido pelo ouvido humano. Também é possível notar que o informante F realiza vogais tônicas mais curtas que o informante R. Esse fato pode ocorrer por motivos idiossincráticos ou velocidade da fala. Já para os elementos vocálicos, as durações de ambos informante estão próximas em valores, o que mostra que esse acontecimento independe da velocidade de fala. 39

40 6.2 Informantes Femininos Variantes de sons de /r/ A análise dos dados mostrou baixa ocorrência de tap para a informante J. Houve, sim, uma grande ocorrência de aproximantes nos dados. Por poucas vezes essas aproximantes vinham acompanhadas de elemento vocálico. Na grande maioria das vezes, não aparecia o elemento vocálico. Das 55 repetições, apenas 24 apresentaram elemento vocálico, o que é um número muito baixo de dados para que algum resultado expressivo possa ser apresentado. Porém, um novo som de /r/ surgiu em alguns dados de uma das informantes femininas, a informante J. Foi observada a variante retroflexa, outro componente da classe dos róticos. O som retroflexo no PB é caracterizado acusticamente pelo abaixamento no trajeto (e por conseqüência, nas freqüências) de F2 e F3 para esse som (Ferraz, 2005). Espectrograma 10- Retroflexo na palavra faquir. Entre as barras verticais, temos a vogal e o som retroflexo. Os fatos descritos acima nos indicam que está havendo uma mudança em curso. O tap já não é mais um som facilmente encontrado em posição de coda silábica, caindo em 40

41 desuso na dada posição. Talvez por esse motivo tenhamos a ocorrência de queda na fala coloquial. Já para a informante A, houve uma grande ocorrência de tap. Por esse motivo, utilizaremos apenas os seus dados nas análises referentes ao elemento vocálico. Não houve sequer uma só ocorrência da variante aproximante. Mesmo assim nem todos os dados apresentaram tap. Apesar de não haver ocorrido aproximantes, houve a produção da variante vibrante. A principal característica da vibrante é baseada na vibração de um órgão fonador em direção do outro, guiado por condições aerodinâmicas. Acusticamente, as vibrantes são constituídas de 2 a 5 períodos, mostrando as variações entre fechamento e abertura no trato vocal (Ladefoged & Maddieson). Espectrograma 11- Vibrante na palavra bater, para a informante A. O som e questão encontra-se entre as barras verticais. 41

42 6.2.2 O Elemento Vocálico Inspeção Visual As observações dos espectrogramas corroboram a existência de elemento vocálico para segmentos onde há o tap na posição de coda. Note no espectrograma abaixo que, após a vogal /e/, há um espaço em branco no espectrograma, que mostra a realização do tap. Logo após o tap, há novamente um aumento na energia de produção dos formantes, indicando a realização de uma abertura oral. Se não houvesse o elemento vocálico, a visualização no espectrograma mostraria um grande espaço em branco, caracterizando a não realização do elemento vocálico. Espectrograma 12- Tap seguido de elemento vocálico na palavra lazer, para a informante A. O som e questão está entre as barras verticais Medidas das freqüências dos formantes As informações obtidas através da análise dos formantes nos forneceram informações preciosas sobre o comportamento do elemento vocálico. Para tais análises, 42

43 foram considerados os valores das freqüências dos dois primeiros formantes da vogal tônica e do elemento vocálico. Novamente, para facilitar a compreensão dos resultados, Subtraíram-se os valores médios de F1 e F2 das vogais tônicas dos valores médios de F1 e F2 dos elementos vocálicos. O raciocínio é simples: nas vogais onde houver os resultados mais discrepantes, há indicação de um maior movimento articulatório envolvido, possibilitando afirmar se o elemento vocálico tem a mesma natureza da vogal tônica ou não. Os resultados foram inseridos em tabelas para facilitar a visualização. Informante A: Verbos /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ F1 v.t. F1 e.v. diferença F2 v.t. F2 e.v. diferença X X X X X X X X X X X X X X X X X Tabela Tabela contendo as diferenças dos valores médios das freqüências entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos verbos para o informante A /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /o/ /u/ Informante A: Substantivos F1 v.t. F1 e.v. diferença F2 v.t. F2 e.v. diferença Tabela Tabela contendo as diferenças dos valores médios das freqüências entre vogais tônicas e elemento vocálicos nos substantivos para o informante A. 43

44 Por mais uma vez, as maiores diferenças para os valores de F1 estão relacionadas à vogal tônica [a], lembrando que o correlato articulatório para F1 é abertura de mandíbula. Para as vogais do PB, o [a] é a vogal mais aberta. Para os substantivos, essa diferença ficou em 425 Hz para o segmento [a]. Em oposição, as menores diferenças estão para os segmentos fechados [u] e [e]. Isso indica um movimento de fechamento de mandíbulas na realização do elemento vocálico. Para os verbos, a maior diferença também se deu para a vogal tônica [a], ficando em 427 Hz. Já para F2, as maiores diferenças se verificam para as vogais tônicas [u] e [i], ou seja, as vogais que se posicionam em pontos antagônicos quanto ao movimento de dorso de língua. Nos substantivos, para o [u] essa diferença esteve em 441 Hz, enquanto que para [i], a diferença esteve em 701 Hz. Nos verbos, a maior diferença apresentada foi para a vogal tônica [e], postada em 740 Hz. Esses dados indicam estar havendo uma centralização do dorso de língua, ou seja, uma característica de vogal neutra. Os resultados destas tabelas foram bem semelhantes aos resultados reportados nas tabelas referentes aos informantes masculinos. O elemento vocálico comporta-se, então, de maneira similar tanto na fala masculina quanto na fala feminina, mostrando ser esse um fenômeno inerente à fonologia do PB. Os valores médios das freqüências das vogais tônicas também foram plotados em gráficos do tipo F1 x F2. A visualização dos pontos plotados nos gráficos nos ajudam a compreender melhor a questão relativa à natureza do elemento vocálico. 44

45 Verbos /i/ /e/ /a/ 1000 /o/ Gráfico 11- Gráfico com os valores médios das de F1 x F2 das vogais tônicas nos verbos 3000 Substantivos /i/ /e/ /é/ /a/ /ó/ /u/ /o/ Gráfico 12- Gráfico com os valores médios de F1 x F2 das vogais tônicas nos substantivo 45

46 Verbos Gráfico 13- Gráficos com os valores médios de F1 x F2 dos elementos vocálico nos verbos 2000 Substantivos Gráfico 14- Gráficos com os valores médios de F1 x F2 dos elementos vocálico nos substantivos 46

47 O que podemos notar é que, novamente, os gráficos referentes às vogais tônicas se assemelham muito ao triângulo vocálico do IPA, tanto para verbos quanto para substantivos. Note que, para os verbos, a posição do dorso de língua para [e] se apresenta mais anteriozada que [i], devido ao seu maior valor médio de F2. No gráfico 12, os pontos estão bem postados, sendo possível reconhecer cada uma das vogais em seu devido lugar. Porém os gráficos dos elementos vocálicos não apresentam a configuração de um triângulo. Os pontos estão dispostos de forma irregular no gráfico. Desse modo, não se trata da vogal tônica entrecortando o tap, mas sim uma vogal neutra. O fato de alguns pontos não estarem postados exatamente no mesmo local do gráfico não exclui a possibilidade de se tratar de uma neutra. Note, no gráfico 14, que alguns pontos se encontram bem próximos um dos outros. Essa proximidade indica que há uma manobra articulatória semelhante para esses fatos Duração Quanto à duração do elemento vocálico, para a informante A, houve uma diferença significativa em relação aos outros informantes. Os elementos vocálicos tiveram uma duração muito maior. Em geral, esse valor esteve em torno de 0,025. Veja a tabela: Informante A [i] [e] [é] [a] [ó] [o] [u] v.t. 0,11 0,13 0,14 0,16 0,16 0,14 0,06 e.v. 0,024 0,02 0,025 0,024 0,022 0,023 0,027 Tabela 13- Médias das durações das vogais tônicas e dos elementos vocálicos. Valores estão em s (segundos) Comparado aos valores das vogais tônicas, os elementos vocálicos ainda são um evento muito breve e por esse motivo não podem ser percebidos pelo ouvido humano. Porém, comparado aos valores obtidos para os outros informantes esses valores apresentam-se bem mais altos. A razão para o aumento no valor duracional do elemento vocálico é provavelmente a ocorrência de hiperarticulação na produção dessa informante. Observe o espectrograma. 47

48 Espectrograma 13- Elemento vocálico hiperarticulado na palavra lugar. Os sons em questão estão entre as barras verticais. A hiperarticulação pode ser observada desde a vogal tônica. Note a amplitude das ondas relacionadas à vogal tônica. No espectrograma acima, é o segmento que antecede o tap. É bem maior que a amplitude dos outros segmentos vistos no mesmo espectrograma. A própria vogal tônica tem a duração elevada (0,18 s). Dessa forma, temos ampliada também a duração do elemento vocálico. Após o tap (espaço em branco situado após a vogal tônica), há uma explosão marcando a abertura do trato após a oclusão do tap. Esse explosão não foi observada nos elementos vocálicos dos outros informantes. Depois há a realização do elemento vocálico. Foi essa hiperarticulação que ocasionou em alguns dados a ocorrência da variante vibrante, como descrito na seção

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