REGIMES CONTÁBEIS E AS DEMONSTRAÇÕES

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ATIVO Nota PASSIVO Nota

Transcrição:

REGIMES CONTÁBEIS E AS DEMONSTRAÇÕES Guilherme Borges da SILVA 1 Alessandra Michelle CHAGAS 2 RESUMO: O presente trabalho busca demonstrar a função dos regimes de caixa e competência, além de demonstrar a função exercida por ambos, que ao contrário do que todos arguem, não são conflitantes, mas sim complementares em relações às demonstrações contábeis. Demais disso, tem a função de realçar qual a importância dos regimes para emissão das demonstrações, uma vez que, cada uma dessas demonstrações utiliza-se de um regime para demonstrar com maior veracidade a real posição que a empresa se encontra. Tamanha a importância das demonstrações, que influenciam na tomada de decisões dos administradores, fornecedores, investidores e outros usuários externos. Por fim demonstrar o impacto no resultado final que os regimes ocasionam nas demonstrações contábeis, devido a suas particularidades na contabilização de receitas e despesas. Palavras-chave: Regime de Caixa. Regime de Competência. Regimes Contábeis. Demonstrações Contábeis. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo, de forma sintetizada, busca demonstrar as particularidades do reconhecimento de receitas e despesas pelos os regimes de competência e caixa, e os reflexos que a adoção desses regimes gera na emissão de demonstrações contábeis. Tendo como o principal motivo sanar dúvidas de alunos e profissionais da área quanto à contabilização por ambos os regimes e demonstrar o motivo pelo o qual cada demonstração utiliza-se de determinado regime. Utilizou-se para fundamentação do referido tema do artigo pesquisas bibliográfica documental, e o método base utilizado foi dedutível. O texto a seguir dividiu-se em cinco partes: a primeira destinada à introdução, onde foi apresentado um breve texto sobre todos os assuntos que serão abordados no trabalho. 1 Discente do 3º ano do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente. Guilhermebsilva97@gmail.com. 2 Docente do curso de Ciências Contábeis e Gestão Financeira do Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente. Especialista em Controladoria e Finanças pelo Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente. ale.mchagas@gmail.com. Orientador do trabalho.

No segundo sub tópico, abordou-se a importância da contabilidade. No terceiro tópico, houve a apresentação da contabilização conforme o regime de caixa e competência. O tópico subsequente foi destinado a explicar as demonstrações, sua utilização e função, além dos regimes por ela utilizados. Por fim, houve a exemplificação da contabilização por ambos os regimes e demonstração do impacto que a adoção dos regimes gera no relatório final da entidade. 2 OBJETIVO DA CONTABILIDADE A contabilidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo da variação do patrimônio, que nada mais é o conjunto de bens, direitos e obrigações. Na contabilidade todos os fatos, sejam fluxos financeiros ou econômicos, são registrados, e assim no final de períodos a mesma resume essas informações e geram por produto final os Relatórios Contábeis, instrumentos que servem de balizadores para que gestores e usuários externos tomem suas decisões. Nessa esfera, conforme bem dito por Jose Carlos Marion (2009, p28), Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa (...). Os usuários externos da contabilidade são pessoas físicas ou jurídicas, que se interessam na situação da entidade, e utilizam-se das demonstrações contábeis para responderem suas duvidas, tomando assim suas decisões quanto à situação da empresa. Conforme dito por José Carlos Marion (2009, p.29): Os usuários são as pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na contabilidade suas respostas. Evidentemente, os gerentes (administradores) não são os únicos que se utilizam da contabilidade. Os investidores (sócios ou acionistas), ou seja, aqueles que aplicam dinheiro na empresa estão interessados basicamente em obter lucro, por isso se utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável; os fornecedores de mercadorias a prazo querem saber se a empresa tem condições de pagar suas dívidas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento; o governo quer saber quando de impostos foi gerado para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da empresa: os empregados, os sindicatos, os concorrentes etc.

Para que esses relatórios contábeis sejam emitidos de forma exata, deve-se estar atento quanto aos princípios e as técnicas que deverão ser utilizadas para a elaboração do relatório, pois para cada tipo de demonstração existe um regime contábil a ser seguido, emitindo assim relatórios que obtenham informações adequadas para o auxilio aos usuários. 3 REGIMES CONTÁBEIS Os regimes contábeis representam a forma como se reconhece os elementos nas demonstrações contábeis, sendo estes ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas. Tais elementos são utilizados pela a contabilidade e pela administração financeira, a fim de se mensurar o desempenho econômico, relacionado ao lucro, e financeira, relacionado à geração de caixa. Deste modo, os regimes contábeis existentes não são conflitantes, mas independentes e complementares. São eles: regime de caixa e regime de competência. 3.1 Reconhecimento de Receitas e Despesas Conforme o Regime de Caixa O regime de caixa apesar de não ser um princípio da contabilidade é bastante utilizado pela entidade para emissão de relatórios que necessitem demonstrar o fluxo diário do caixa. Para tanto, tal regime considera como fato gerador das receitas o seu recebimento (entrada em caixa) e das despesas o pagamento (saída de caixa). Segundo dito por Edson Cordeiro da Silva (2008, p.27): A administração financeira adota o regime de caixa para planejar e controlar as necessidades e sobras de caixa e apurar o resultado financeiro (superávit ou déficit de caixa). No regime de caixa, as receitas são reconhecidas no momento em que são recebidas e as despesas, no momento em que são pagas. Um exemplo de demonstração contábil que se utiliza o regime de caixa é o fluxo de caixa, onde conforme dito demonstra o resultado financeiro que a

empresa obteve durante determinado período, confrontando as entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período. 3.2 Reconhecimentos de Receitas e Despesas Conforme o Regime de Competência O regime de competência é um dos princípios da contabilidade que consiste no reconhecimento de receita e despesas da empresa no período que ocorrerem, independentemente de sua realização financeira. As normas brasileiras de contabilidade aceitam apenas a utilização do regime de competência para emissão de demonstrações contábeis, pois esse regime possibilita definir a posição financeira da entidade fidedignamente, conforme explicado no Comitê de Pronunciamento Contábeis 26 R(1), nos itens 27 e 28: 27 - A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de competência. (Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/documentos/316_cpc_27_rev%2003.p df> Data do acesso em 14.05.2017). 28 - Quando o regime de competência é utilizado, os itens são reconhecidos como ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas (os elementos das demonstrações contábeis) quando satisfazem as definições e os critérios de reconhecimento para esses elementos contidos na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil- Financeiro (Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/documentos/320_cpc_28_rev%2003.p df> Data do Acesso em 14.05.2017). Em síntese, o regime de competência é considerado o regime perfeito para a Contabilidade, já que ao contrário do regime de caixa, registra todos os fatos ocorridos, independentemente de sua realização financeira, possibilitando medir de forma mais eficiente o resultado econômico, confrontando, em determinado período, as receitas ocorridas e despesas consumidas.

4 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E OS REGIMES CONTÁBEIS As demonstrações contábeis são um conjunto de informações fornecidas pela contabilidade para divulgação da posição econômico-financeira, patrimonial, desempenho e fluxo da empresa durante um determinado período. Seu objetivo é auxiliar sócio, acionista e os vários usuários externos a tomarem decisões, utilizando-se de alterações e resultados da empresa, Conforme dito por José Francisco Ribeiro Filho et al (2009, p. 79): O objetivo das demonstrações contábeis consiste em promover informações úteis para a tomada de decisão de seus usuários, representando a posição econômico-financeira da entidade, suas alterações e seus resultados (...). Para uma exibição adequada de todas as demonstrações exige-se uma representação confiável do reconhecimento para ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas. O conjunto completo de demonstrações contábeis vigentes, conforme constam no Comitê de Pronunciamento Contábeis 26 R(1), item 10, são: Item 10: O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: (a) balanço patrimonial ao final do período; CPC_26_R1 (b1) demonstração do resultado do período; (b2) demonstração do resultado abrangente do período; (c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; (d) demonstração dos fluxos de caixa do período; (e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas; (Alterada pela Revisão CPC 08) (ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos itens 38 e 38A; (Incluída pela Revisão CPC 03) (f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03). (f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03) A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados neste Pronunciamento Técnico, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente. (Disponível em: < http://www.cpc.org.br/cpc/documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57> Acesso em 20.05.2017).

Das Demonstrações Contábeis, as três principais são a Demonstração do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial e Demonstração dos Fluxos de Caixa. A Demonstração do Resultado do Exercício tem por finalidade demonstrar o lucro ou prejuízo operacional da empresa, que é encontrado através da confrontação das receitas e despesas por meio da utilização do regime de competência, representando assim o desempenho econômico que a empresa teve durante um determinado período, que normalmente é de 12 meses seguindo o ano calendário. Cabe ressaltar que para as companhias abertas, aquelas que possuem negociação de ações na bolsa de valores, sua publicação se dá de forma trimestral. O balanço patrimonial compreende a demonstração contábil mais ampla da entidade, pois nela os usuários externos podem obter informações quanto às alterações patrimoniais e financeiras da empresa entre exercícios. Este relatório representa um resumo ordenado dos elementos que compõem o ativo, passivo e patrimônio liquido, conforme constam no Comitê de Pronunciamento Contábeis 26 R(1), item 54: Item 54: O balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, as seguintes contas: (Alterado pela Revisão CPC 08) (a) caixa e equivalentes de caixa; (b) clientes e outros recebíveis; (c) estoques; (d) ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas a, b e g ); (e) total de ativos classificados como disponíveis para venda (Pronunciamento Técnico CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração) e ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; (f) ativos biológicos dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 29; (Alterada pela Revisão CPC 08) (g) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; (h) propriedades para investimento; (i) imobilizado; (j) intangível; (k) contas a pagar comerciais e outras; (l) provisões; (m) obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas k e l ); (n) obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 32 Tributos sobre o Lucro; (o) impostos diferidos ativos e passivos, como definido no Pronunciamento Técnico CPC 32; (p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31; (q) participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido; e

(r) capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade. (Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/documentos/312_cpc_26_r1_rev%20 03.pdf> Acesso em: 10.05.2017). A Demonstração dos Fluxos de Caixa, também bastante utilizada pela a administração da entidade, tem por finalidade demonstrar as modificações no saldo de caixa e equivalentes de caixa da empresa, evidenciando as entradas e saídas financeiras ocorridas no período. Segundo dito por Edson Cordeiro da Silva (2008, p. 20): É o principal instrumento da gestão financeira que planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período projetado. Pode-se dizer também que consiste numa representação gráfica (planilha) e cronológica de entradas (ingressos) e saídas (desembolso) de recursos monetários, o que permite as empresas executar suas programações financeiras e operacionais, projetadas para certo período de tempo. Esta demonstração utiliza-se do regime de caixa para elaboração, pois através dele a entidade consegue mensurar as sobras de caixa de determinado período. 5 IMPACTOS OCASIONADOS PELOS REGIMES NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Conforme dito nos tópicos acima os regimes da contabilidade não são conflitantes, mas sim complementares. A Contabilidade tem por regime perfeito o de competência, mas utilizam os dois regimes para confecção de seus relatórios, de forma a fornecer informações importantes à tomada de decisão por parte dos usuários das para demonstrações contábeis. Segue abaixo uma exemplificação do porque cada demonstração utiliza-se de um regime para sua elaboração. O autor Edson Cordeiro da Silva, no livro Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas (2008, p 27 e 28), traz um exemplo, da utilização dos regimes para a elaboração dos demonstrativos: A empresa ABC vendeu no mês de dezembro R$40.000, e os recebimentos foram distribuídos da seguinte maneira: R$10.000, no próprio mês,

dezembro R$10.000 em janeiro, R$10.000 em fevereiro e R$10.000 em março. As despesas do mês de dezembro foram de R$28.000, mas o pagamento dessas despesas está distribuído da seguinte forma: R$10.000, no próprio mês de dezembro, R$9.000 em janeiro e R$9.000 em fevereiro. A tabela a seguir, mostra a distribuição das receitas e despesas da empresa ABC, considerando os regimes de competência e de caixa (SILVA, 2008, p. 27/28). QUADRO 1 Distribuição das Receitas e Despesas da Empresa ABC REGIME DE TIPOS DE REGIME DE CAIXA COMPETÊNCIA CONTAS DEZEMBRO DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO RECEITAS R$40.000 R$10.000 R$10.000 R$10.000 R$10.000 DESPESAS R$28.000 R$10.000 R$9.000 R$9.000 - LUCRO R$12.000 R$0 R$1.000 R$1.000 R$10.000 SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas. (2008, p27 e 28). Nota-se que a contabilização por ambos os regimes são bem distintas, no regime de competência se consideram as receitas e as despesas no mês em que ocorreram os fatos, gerando assim o lucro operacional da entidade; entretanto no regime de caixa os recebimentos e os pagamentos são considerados no momento em que são efetivamente recebidos e pagos, encontrando assim o resultado financeiro do período da empresa. A análise destes dois resultados, lucro operacional e financeiro, é de extrema importância para a entidade e seus gestores, já que se pode identificar as causas de uma possível necessidade de caixa quando se há lucro operacional, e vice-versa. Tal comparação possibilita o estudo e elaboração de estratégias por parte dos gestores, visando a obtenção de melhores resultados econômicos e financeiros. 6 CONCLUSÃO

Por fim, conclui-se que na gestão e análise de desempenho de uma entidade, não se deve escolher entre um dos regimes contábeis, que são os de caixa e competência, mas sim utilizá-los de forma complementar. As Demonstrações Contábeis, conhecendo a importância que o a comparação entre o resultado econômico (lucro operacional) e resultado financeiro (caixa) exerce sobre as decisões dos usuários da informação contábil, possibilitam esta análise. Através da Demonstração dos Fluxos de Caixa, torna evidente o resultado financeiro da entidade, utilizando-se do regime de caixa para sua elaboração, já que neste relatório são retratadas as entradas e saídas de caixa e seus equivalentes, conforme a real movimentação financeira da entidade. Já o resultado econômico, pode ser identificado através da Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada tendo por base o regime de competência, trazendo a comparação das receitas e despesas ocorridas no período, auferindo-se, assim, o desempenho operacional da entidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Comitê de Pronunciamento Contábeis. CPC 26 (R1) Apresentação das demonstrações contábeis. Disponível em: < http://www.cpc.org.br/cpc/documentos-emitidos/pronunciamentos> Data do Acesso em 14.05.2017. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 1.282/2010. Disponível em: < http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2010/001282&arquivo= Res_1282.doc> Data do acesso em 17.05.2017. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 4ºEdição, editora Atlas. Ano 2009.. Contabilidade Básica. 10º Edição, Editora Atlas. Ano 2009.. Manual de Contabilidade para Pequenas e médias Empresas, Editora Atlas. Ano 2013. RIBEIRO, José Francisco Filho et al. Estudando Teoria da Contabilidade. Editora Atlas. 2009.

SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas.3º Edição, Editora Atlas. Ano 2008.