PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

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Transcrição:

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA CAMARGO, Alexi Raquel de¹ ALMEIDA, Maria Clara de² VIEIRA, Fábio Henrique Antunes³ Acadêmica do curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva ¹ Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva² RESUMO O câncer de próstata tem grande incidência em todo o mundo, acometendo principalmente homens na terceira idade, com histórico familiar positivo e em grande maioria de etnia negra. O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica com o intuito em esclarecer a importância da prevenção e como realiza-la, tanto primária quanto secundária. Apesar de existirem meios de detecção precoce, sendo esta a principal maneira de combate à doença, os exames preventivos não são indicados no Brasil, somente quando há sintomas do câncer de próstata. Mesmo assim, os exames são oferecidos pelo SUS, para aqueles que os procurem. Nesse contexto, se constatou que a principal forma de combate é a informação e o bom uso da mesma. Palavras-Chaves: Câncer de próstata, precaução, detecção precoce. ABSTRACT Prostate cancer has great impact worldwide, affecting mainly men in old age, with a positive family history and vast majority of black race. This article it is a bibliographical research in order to clarify the importance of prevention and how to achieve it, both primary as secondary. Although there are early detection means, which is the main way to combat the disease, preventive examinations are not indicated in Brazil, only when there are symptoms of prostate cancer. Still, the tests are offered by SUS, for those who seek them. In this context, it was found that the main form of combat is information and good use of it. Key Words: Prostate cancer, precaution, early detection.

1. INTRODUÇÃO Segundo o INCA (2015), órgão pelo qual o Ministério da Saúde designa a função da prevenção e controle do câncer em geral no país, a próstata é uma glândula presente no homem, muito pequena e em forma de maça, situada próximo à bexiga e ao reto envolvendo parte da uretra, sendo o responsável pela produção de parte do sêmen. Nesse órgão, o câncer é comum e abrange grande parte da população masculina do mundo (GOMES, 2006). O câncer de próstata representa cerca de 10% de neoplasias malignas entre homens, sendo 15,3% em países desenvolvidos e 4,3% em países em desenvolvimento (MIRANDA, 2004). Além da grande ocorrência, estimativas indicam que o aumento da expectativa de vida tende a influenciar de forma negativa no que se refere à incidência da doença (BERTOLDO, 2010). Os acometidos por esse tipo de enfermidade estão, em grande maioria, na terceira idade, tendo em vista que três quartos dos homens que foram diagnosticados com a doença em todo o mundo possuem idade acima de 65 anos (INCA, 2015). De acordo com Paiva (2010), a cada seis homens acima de 45 anos, um pode ter câncer de próstata sem nem ao menos conhecer o diagnostico do tumor. Quanto à mortalidade, tendo em vista que a sobrevida média mundial após cinco anos é de 76% em países desenvolvidos e 45% em desenvolvimento, é possível afirmar que é relativamente baixa (MEDEIROS, 2010). Embora não se tenha muito conhecimento no âmbito de fatores de risco, e consequentemente não se possa evitar, além da idade avançada, pode-se citar, por exemplo, a alimentação, tais como carne vermelha, leite e gorduras em geral (PAIVA, 2010). O câncer de próstata também tem sido associado a pouca explosão a luz solar, proveniente da influencia desta no teor de vitamina D no organismo (RHODEN, 2010). Medeiros (2010) complementa os fatores de risco com a etnia, baseando-se na ocorrência maior em negros e também aponta a

hereditariedade como um aspecto propício ao desenvolvimento da neoplasia. De acordo com o INCA (2015), em casos de pai ou irmão com diagnóstico da doença antes dos 60 anos, o risco tende a ser de 3 a 10 vezes mais em ser acometido por esse tipo de câncer, comparados ao resto da população masculina. O INCA (2003) apresenta a importância da busca de um profissional especializado a partir dos sintomas, sendo os mais frequentes relacionados à dificuldade, dor e frequência em urinar. Após o diagnóstico da doença, existem processos de tratamento como, por exemplo, a protectomia radical, braquiterapia, radioterapia, observação entre outros (RHODEN, 2010). Migowski (2010), apresenta um aspecto importante, sendo este o fato de que mesmo após o tratamento, a neoplastia ainda trás danos e para exemplificar, o autor usa a disfunção erétil, que chega a acometer 80% dos pacientes submetidos à prostectomia radical e 50% aos que se submeteram à radioterapia externa. A partir desse contexto, o presente trabalho teve como função relatar sobre a precaução da doença, abrangendo o diagnóstico precoce e fatores de risco, baseando-se somente em literatura, buscando conhecer maneiras para que o profissional de enfermagem possa auxiliar no combate ao câncer de próstata. O tema foi escolhido tendo em vista os interesses próprio e também a importância do conhecimento e diagnóstico precoce perante ao combate à doença. 2. CONTEÚDO A importância da prevenção do câncer de próstata é extrema, e partindo desse aspecto, prevenir se secciona em duas partes: prevenção primária (evitando os fatores de risco) e prevenção secundária (d etecção precoce) (GOMES, 2006).

A partir do contexto de prevenção primária, a alimentação baseada em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais tem grande importância em precaver a doença em geral, além de exercícios físicos e também o baixo consumo de álcool e tabagismo (INCA, 2015). Porém, os fatores de risco nem sempre podem ser evitados, o que dificulta ao cuidado prévio em adquirir a doença (RODRIGUES, 2013). No que se refere à prevenção secundária, o INCA (2015), estabelece duas estratégias, sendo uma destinada a pessoas que apresentam os sintomas (diagnóstico precoce), e outra para àquelas que são assintomáticas (rastreamento). O diagnóstico precoce se torna possível a partir do toque retal (TR), dosagem do Antígeno Específico Prostático (P SA) e a biópsia através da ultrassonografia transretal (USTR) (RODRIGUES, 2013). Todavia, nos estágios iniciais, a doença não possui sintomas (TONON, 2009). Em relação ao rastreamento, segundo o INCA (2003), o TR e a PSA, não apresentam significância na redução dos índices de mortalidade. O INCA se baseia em estudos americanos, apresentados pelo ACS (American Cancer Society) e também canadenses, feito pelo CTF (Canadian Task Force) e em ambas entidades, o toque retal é indicado anualmente, sendo a dosagem de PSA indicada somente pela ACS (TUCUNDUVA, 2004). O toque retal, que deveria ser feito anualmente a partir dos 40 anos, possui baixo custo financeiro para o governo, porém a cultura popular do país influência a busca do exame, justificado pelo desconforto do toque, o medo em sentir dor ou ter uma ereção e ter sua masculinidade questionada por isso (LIMA, 2007). O INCA (2014), por meio de um informativo sobre a doença, afirma que a dosagem de PSA pode detectar um câncer que não causaria danos ao acometido, gerando exames e consultas desnecessárias. Como agente na precaução, o Instituto estabelece que os profissionais da saúde devem estar bem orientados quanto aos sintomas e fatores de risco, para que além de procedimentos técnicos, possam auxiliar na informação perante a sociedade.

A informação sempre é válida no que se refere a prevenção do câncer em geral, porém, embora existam reportagens em meios de comunicação como revistas, muito pouco se é divulgado quanto aos sintomas de cada tipo de neoplasia, com algumas exceções e dentre elas o de próstata, mas ainda sem grandes esclarecimentos (JURBERG, 2009). Tonon (200 9), afirma que existe um descaso da população masculina em relação à prevenção e até mesmo conhecimento do câncer de próstata, e além disso, um descaso ainda maior nas medidas preventivas para que se cesse a incidência da doença. Existe um aumento de casos do câncer de próstata nos últimos anos, e isso se deve não só à ausência de informação perante a população, como a dificuldade do acesso aos hospitais públicos e a falta de preparação dos mesmos (RAMOS, 2006). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer de próstata atinge grande parte dos homens, independente do país, porém a prevenção se torna difícil perante aos fatores de riscos principais, como por exemplo a idade, serem inevitáveis. Nesse contexto, o diagnóstico precoce seria o principal meio para que se combatesse a doença de forma significativa, mas ainda assim possui algumas dificuldades. Por mais barato e por mais difícil que seja, no âmbito do machismo atual, os exames de prevenção não são indicados no país. Ora, se a doença não apresenta sintomas em suas fases iniciais e que, grande parte de óbitos se deem devido ao estágio avançado da doença, impossível que um exame preventivo não possa ser indicado. Ainda assim, o exame do toque é oferecido pelo S.U.S. (Sistema Único de Saúde), porém a divulgação e a informação sobre a importância de precaver a doença é menosprezada perto do que parecer homossexual causa. É uma

forma de preconceito gerando outra, e o conhecimento sobre a relevância da precaução acaba sendo esquecido na população. Em tudo que se constatou diante da pesquisa, como os exames são pouco indicados, sendo somente em caso de sintomas ou desejo do paciente, a principal forma de combate acaba se resumindo na informação, na divulgação da doença e dos seus riscos em geral, mesmo após a cura. Diante disso, torna-se válido usar da imagem negativa do câncer como um todo, perante a sociedade, para que o medo incentive aos exames preventivos, e talvez assim, o câncer de próstata tenha sua incidência reduzida no país. Conclui-se então que o profissional da saúde tem como auxilio para a prevenção do câncer de próstata os exames preventivos e ainda mais que isso, o conhecimento e o ato de educar, buscando deixar a população ciente do que a doença representa e das consequências da mesma. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTOLDO, SA; PASQUINI, VZ. Câncer de próstata: um desafio para a saú.de do homem. Rev Enferm UNISA, v. 11, n. 2, p. 138-142, 2010. Disponível em:< https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt. > Acesso em: 23 mai. 2015. BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata> Acesso em: 13 mai. 2015. BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Informativo detecção precoce. Boletim ano 5, n.2 maio/agosto 2014. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/inca/arquivos/informativo_deteccao_precoce_2_agos to_2014.pdf.> Acesso: em 10 jun. 2015. BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Disponível em <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_49/v04/pdf/norma2.pdf.> Acesso em: 10 jun. 2015. GOMES, R; REBELLO, LEFS; ARAÚJO, FC; NASCIMENTO, EF. A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.13, n.1, p. 235-246, jan. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n1/26.pdf.> Acesso em 10 jun. 2015.

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