Universidade de Cuiabá Tangará da Serra Curso: Ciência Contabeis Disciplina: Noções de Atuária ORIGEM, EVOLUÇÃO E CONCEITO DE ATUÁRIA Aula: 02 Prof. Dr. Junio Martinez
Nos primórdios da civilização já se podia observar a idéia de uma garantia mútua, coletiva e social de indivíduos. Nos anos de 4500 AC o papiro "Les Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte" registrou uma "caixa" com o objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios, como entre os operários que construíram o primeiro grande templo dos judeus em Jerusalém na Idade Média e, ainda, o monopólio da caridade assumido pela Igreja com os soldados pós-guerra.
No período de 753 a 510 AC, ou seja, no Império Romano, já se notava a preocupação em registrar os nascimentos e as mortes ocorridos entre os habitantes de algumas regiões, e foi Domitius Ulpiames, prefeito de Roma, que deu os primeiros passos para o desenvolvimento do "seguro de vida", pois, considerado o maior economista de sua época, interessou-se pelo assunto e estudou documentos sobre "nascimentos" e "mortes", sendo que suas observações concorreram para o progresso da atuária, daí o título de "o primeiro atuário da História".
No século XVII, na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se comprometiam, mediante recebimento de uma quantia única em dinheiro, a pagar a determinadas pessoas, pensões vitalícias, em cumprimento das disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das quais desejavam se livrar os constantes devedores.
As quantias únicas, consideradas equivalentes aos compromissos assumidos pela instituição mercantil, eram determinadas por meio empírico, sem nenhum fundamento científico, insuficientes à responsabilidade a que se destinavam, pois a operação não raramente resultava na bancarrota do respectivo "segurador", com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários das pensões contratadas, na maioria por viúvas e órfãos.
Ao mesmo tempo, os próprios governos realizaram operações desta espécie, onde empenhavam-se em vender aos seus súditos títulos públicos que asseguravam ao tomador a percepção de uma renda vitalícia. Logo, a correta determinação da importância em dinheiro a ser cobrada em contraprestação dessa obrigação a prazo incerto, naturalmente lhes interessava de perto, e acabaram encarregando seus melhores matemáticos de estudar o problema e encontrar a solução.
A base matemática necessária havia sido estabelecida no mesmo século por Pascal e Fermat, na França, idealizadores do cálculo da probabilidade. De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na Inglaterra, estudaram o problema levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade humana, deduzida esta dos registros de nascimentos e óbitos.
De Witt recomendou elevação substancial no preço de venda dos referidos títulos públicos, o que não agradou ao governo da Holanda que suprimiu seu relatório durante dois séculos. Por outro lado, o relatório completo de Halley, matemático e astrônomo, descobridor do cometa que leva seu nome, publicado em 1693, recebeu ampla publicidade e tornou-se a pedra angular da nova ciência, posteriormente chamada de "matemática atuarial".
Embora não haja consenso e alguns autores acreditem que as primeiras tábuas foram construídas na Roma Antiga, os primeiros esforços para construção de uma Tábua de Mortalidade com algum rigor técnico foram empreendidos pelo cientista inglês John Graunt. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir seu trabalho.
Outro inglês, Edmund Halley em 1693, pode ser considerado o primeiro a concluir uma tábua de mortalidade sobre princípios científicos. Esta tábua foi construída com dados da cidade polonesa de Breslaw (atual Wroclaw), que apresentava pouca influência migratória. Em homenagem a cidade a tábua recebeu o nome de Breslaw Table.
A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à medida que matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Entre 1700 e 1900 ocorreu a construção de várias tábuas de mortalidade, como também o desenvolvimento das comutações, ferramenta fundamental utilizada no cálculo atuarial. Foi ainda nesse período que as empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e que também aconteceu o 1º Congresso Internacional.
Atuário é o profissional preparado para mensurar e administrar riscos, uma vez que a profissão exige conhecimentos em teorias e aplicações matemáticas, estatística, economia, probabilidade e finanças, transformando-o em um verdadeiro arquiteto financeiro e matemático social capaz de analisar concomitantemente as mudanças financeiras e sociais no mundo.
A profissão de atuário foi regulamentada pelo Decreto-Lei N 806, de 04/09/69, estando o exercício da profissão regulamentado pelo Decreto N 66.408, de 03/04/70. O mercado atuarial é de grande aceitação tanto para estagiários como para recém formados, sendo que, no caso do Rio de Janeiro a oferta de empregos para atuários é acrescida pela presença de órgãos federais demandantes de serviços atuariais. Já nas demais cidades de São Paulo, como em muitas das profissões, o mercado está um pouco saturado.
Não há obrigatoriedade de estágio. No Brasil, existem diversos cursos de especialização e MBA e um único mestrado (PUC RJ), sendo que alguns deles são recomendados aos atuários e pontuados pelo IBA, em atendimento à Resolução IBA 03/2008. Não há piso salarial, pois não há sindicato dos atuários. Não há noticias de muitos atuários desempregados.
Atividade dos atuários em vários segmentos: Fundos de Pensões Instituições Financeiras Companhias de Seguros e Companhias de Resseguros Empresas de Capitalização Órgãos Oficiais de Previdência (Municipal, Estadual e Federal). Entidades de Previdência Aberta sem fins lucrativos Entidades de Previdência Aberta com fins lucrativos Empresas de Assessoria e Consultoria em Atuária Órgãos de Fiscalização Previdência Social Perícia Técnica-Atuarial. Auditoria Atuarial Consultoria Atuarial Entidades de Planos de Saúde Ensino
É um campo vastíssimo que vai depender exclusivamente da disposição para o estudo, da criatividade, de aquisição de cultura específica da área em que vai atuar, do bom domínio da Língua Portuguesa e inglesa, conhecer informática, interessar-se em participar na condução dos negócios da empresa e caso queira atuar em consultorias, ter formação generalista.