RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

Documentos relacionados
Escola de Ciências Jurídicas-ECJ

Olá, pessoal! Chegamos ao nosso décimo primeiro módulo. No módulo 10, tratamos dos recursos. Agora veremos algumas questões sobre a fase executiva.

Perde a característica de impenhorabilidade o bem oferecido como garantia pelo devedor.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Módulo 25 EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA

Aula 03. Execução. Título executivo judicial (art. 475-N, CPC) e título executivo extrajudicial (art. 585, CPC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Contextualização Necessária

Direito Processual Civil. Dos Embargos à Execução

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO ESPÉCIES DOS MEIOS DE EXECUTIVOS E CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTIVAS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Cumprimento de sentença. Prof. Luiz Dellore

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. Art. 119 a 138 CPC/2015

Curso Preparatório para o Concurso Público do TRT 12. Noções de Direito Processual Civil Aula 5 Prof. Esp Daniel Teske Corrêa

26/04/2019 AULA 8. EXECUÇÃO EM GERAL: conceito, espécies e classificações PRINCÍPIOS GERAIS DA EXECUÇÃO. Denis Domingues Hermida.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL.

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Execução Trabalhista: aula 1. Professora: Maria Inês Gerardo Site:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PROCESSO DE EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Cabimento: Procedimento utilizado para o adimplemento de obrigação de Fazer ou não Fazer. Artigos 814 e seguintes do CPC.

PROCESSO DE EXECUÇÃO

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A CLT (DA EXECUÇÃO) I DA LIQUIDAÇÃO E INÍCIO DA EXECUÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 16/05/2018) Obrigação de fazer e não fazer.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL.

DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Aula 19. É necessário parti da premissa que na doutrina e na jurisprudência havia uma divergência a respeito da amplitude da liquidação de sentença.

Obrigações. Líquidas e ilíquidas;

ANDRÉ LUIZ M. BITTENCOURT.

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

03/11/2018. Professor Hugo Penna

PROCESSO CIVIL IV EXECUÇÃO introdução

PROCESSO CIVIL IV EXECUÇÃO introdução

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Os títulos executivos extrajudiciais estão no art. 784 do NCPC:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Módulo 24 PROCESSO DE EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

PLANO DE ENSINO EMENTA

Sumário. Capítulo 1 A Situação Concreta Exposição da Situação Concreta e de suas mais de 50 Petições Vinculadas...1

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER

Aula de Exercícios. Data: 29/11/2013. Aula 3. Professor: Rodrigo Chindelar. Banca FCC

Súmario APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO REVISAÇO DIREITO PROCESSUAL CIVIL SÚMARIO 5

XVII EXAME UNIFICADO 2ª Fase Civil #ProfessorAoVivo em 12/1/2016 PROFESSOR AO VIVO. Revisão Prof. Darlan Barroso Estudo Dirigido Execução GABARITO

INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ASTREINTES: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E PREVISÃO LEGAL CAPÍTULO II A ASTREINTE E O DIREITO COMPARADO...

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: TRT - 12ª Região (SC) Prova: Analista Judiciário Oficial de Justiça Avaliador Federal De acordo com o Código de

FASE DE LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DO NCPC. Prof. Samantha Marques

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Direito Processual Civil

Direito Processual Civil. Processo de Execução: Da Execução em Geral

Direito Processual Civil

- A petição inicial é a peça exordial para a inauguração do processo civil, independente do rito.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Execução trabalhista Formas de defesa na Execução. Prof ª. Eliane Conde

3 Institutos fundamentais do direito processual Processo Jurisdição Ação... 36

1. AÇÃO ALVARÁ JUDICIAL 2. AÇÃO CONTRA EMPRESA DE TELEFONIA - não cumpre a promoção oferecida 3. AÇÃO DANOS MORAIS CONTRA BANCO 4.

Sumário. Introdução. Parte Geral. 1 Normas fundamentais do processo civil. 2 Aplicação das normas processuais

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior. (Aula 23/10/2017).

PROCESSO DE EXECUÇÃO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Prof. Luis Fernando

Motivos: má administração/má gestão ou crise econômica;

Ações judiciais na locação de imóveis urbanos

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 19/06/2018).

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (15/10/2018). Embargos de Terceiro.

Ação Monitória. Mattos, Raquel Monteiro Calanzani de. Ação monitória / Raquel Monteiro Calanzani de Mattos. Varginha, slides.

Prof. Ms. Guilherme Martins Teixeira Borges FACE: Guilherme Martins INSTA: Professor Guilherme Martins

Aula 18. Art CPC/73 A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

Embargos à Execução. Cabimento: Defesa do executado quando a execução está fundada em título executivo extrajudicial.

Palavras-chave: LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DO PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO.

SUMÁRIO. Capítulo 2 JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 2.1 Organização da Justiça do Trabalho... 59

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Aula 43. Juros sobre Honorários Advocatícios

Direito Civil CERT Regular 4ª fase

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA RELAÇÃO DE CONSUMO

Defesas do Executado e o novo CPC

SUMÁRIO. Capítulo 2 JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 2.1 Organização da Justiça do Trabalho... 83

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE. Artigos 824 e seguintes do Código de Processo Civil

SUMÁRIO. Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Capítulo 2 JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

FALÊNCIA 3ª PARTE. Profa. Mônica Gusmão

SUMÁRIO. Capítulo 2 JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 2.1 Organização da Justiça do Trabalho... 87

A CLÁUSULA PENAL possui limites em lei, desta forma não pode superar a 2%, previsão no art. 52, 1º do C.D.C.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (10/10/2018). Ação Monitória.

SUMÁRIO PARTE CÍVEL LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE CAPÍTULO I Disposições Gerais

COMPRA E VENDA E SUAS CLÁUSULAS

SUMÁRIO SOBRE OS AUTORES E COLABORADOR... 5

Aula nº 84. Efeitos da falência sobre as obrigações do falido:

PARTE I PARTE GERAL DA EXECUÇÃO TRABALHISTA

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PRÁTICA FORENSE EM DIREITO DO CONSUMIDOR

A responsabilidade pessoal dos sócios nas sociedades empresárias. Michele Schwan Advogada OAB/RS

FASES DO PROCESSO NO DIREITO MÉDICO - PERITO JUDICIAL - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS

1.1. Legitimidade Ativa Execução Fiscal contra a Fazenda Pública Aplicação Subsidiária do Código de Processo Civil...

SUMÁRIO PARTE I PROCESSO DE EXECUÇÃO CAPÍTULO 1 JURISDIÇÃO, EFETIVIDADE DO PROCESSO E A SATISFAÇÃO DOS DIREITOS... 3

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSO CIVIL.

Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Textos, filmes e outros materiais. Tipo de aula. Semana. Princípios Gerais da

NOTA INTRODUTÓRIA PARTE I PARTE GERAL DA EXECUÇÃO TRABALHISTA

PROCESSO CIVIL V 12/05/2019 AULA 9. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Introdução. Denis Domingues Hermida I- INTRODUÇÃO

EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA CERTA E INCERTA (Art. 621 ao 631, CPC):

Transcrição:

RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL Sujeição de um bem ou do patrimônio de determinada pessoa ao cumprimento da obrigação. 1. OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE DÉBITO RESPONSABILIDADE o Débito (Schuld) Adimplemento espontâneo. Não envolve demanda judicial executiva. Pode haver débitos sem responsabilidade. EXEMPLOS: Dívida de jogo. Débitos prescritos. o Responsabilidade (Haftung) Pressupõe inadimplemento. Exige demanda judicial. Necessita de invasão patrimonial. Pode haver responsabilidade sem débito. EXEMPLOS: Sócios respondendo pelas dívidas da sociedade utilizada de forma fraudulenta. Fiador. 2. BENS SUJEITOS À EXECUÇÃO Art. 591, CPC. o Todos os bens presentes e futuros, salvo as exceções previstas em lei. o É possível a penhora: Frações ideais de bens. Bens dados em hipoteca. Cotas sociais em sociedades de responsabilidade limitada. 3. BENS NÃO SUJEITOS À EXECUÇÃO Art. 649, CPC. o OBS: Pecúlios: capital pago em caso de morte de um segurado. Montepios: rendas oriundas de instituições partiulares nas quais os segurados contribuem a fim de deixar pensão por morte a seus descendentes. Também não são penhoráveis. o Bens alienados fiduciariamente (enquanto não quitado o débito). o Bem de família (Lei nº 8009/90 art. 1º). Restrições ao bem de família (arts. 2º e 3º da Lei 8.009/90). 4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DE TERCEIROS Art. 592, CPC. o BENS DO SUCESSOR A TÍTULO SINGULAR Adquirente do bem litigioso pertencente ao devedor. A alienação da coisa litigiosa é possível, porém ineficaz perante o credor.

o BENS DOS SÓCIOS Regra: o patrimônio da pessoa jurídica responde pelas dívidas desta. Em caso de insolvência, os bens dos sócios podem ser atingidos de forma subsidiária. A responsabilidade pode ser ilimitada ou limitada. Varia conforme o tipo societário. Desconsideração da personalidade jurídica. Aplicável para casos de desvirtuamento da finalidade empresarial. A empresa não deixa de existir. Os bens dos sócios que passam a responder pelo pagamento da dívida. o BENS DO DEVEDOR EM PODER DE TERCEIRO Mesmo o bem do devedor estando na posse de terceiro, ficará sujeito à execução. Trata- se de responsabilidade do devedor. O bem ainda pertence ao próprio devedor, não ao terceiro. o BENS DO CÔNJUGE Dívidas contraídas: Por ambos os cônjuges: ambos são devedores Por um dos cônjuges: o Se reverter em proveito do casal ou da família: AMBOS RESPONDEM; o Se não reverter: APENAS quem contraiu a obrigação responderá. Presume- se, até prova em contrário, que a dívida contraída por um dos cônjuges, beneficia o outro ou a família. o O ônus da prova caberá aos cônjuges. o BENS ALIENADOS OU GRAVADOS COM ÔNUS REAL EM FRAUDE À EXECUÇÃO É ato atentatório à dignidade da justiça. Caracteriza- se pela alienação do bem quando já há ação em andamento. (CPC, art. 593) A fraude contra credores fica caracterizada quando a venda se dá em momento em que não existe ação judicial. (CC, art. 158).

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Para que possa haver execução é imprescindível que o título permita a identificação do quantum debeatur. O título indica a quantidade de bens ou valores que constituem a obrigação. Não há liquidação de título executivo extrajudicial. Título judicial ilíquido = fase intermediária de liquidação. (Antes da fase de cumprimento da sentença. 1. DIVERSAS ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO REDAÇÃO ORIGINAL DO CPC o Três modalidades: Por cálculos do contador; Por arbitramento; Por artigos. o A lei 8.898/94 corrigiu a falha e extinguiu a liquidação por cálculos do contador. Os cálculos não definiam o valor. Apenas determinavam a quantia numérica de título já líquido. Perduraram as duas outras formas de liquidação: Por arbitramento; Por artigos. 2. FASE DE LIQUIDAÇÃO Histórico: processo de liquidação autônomo. Atual: fase de liquidação processo sincrético. o CPC, arts. 475- A até 475- H. o Não existe mais em nosso ordenamento o processo autônomo de liquidação. o O devedor não é mais citado. É intimado na pessoa de seu procurador para acompanhar a liquidação (CPC, art. 475- A, 1º). 3. LEGITIMIDADE PARA A LIQUIDAÇÃO Pode ser requerida: o Pelo credor. Legitimidade oriunda do interesse em receber. o Pelo devedor. Legitimidade oriunda do interesse em pagar. 4. NATUREZA DA LIQUIDAÇÃO Inclui- se como um processo de conhecimento. o Serve para que o juiz diga o quantum debeatur. O ato decisório do juiz na liquidação é decisão interlocutória. o Recorrível pelo recurso de agravo. 5. LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA

REGRA: Execução que se promove na pendência de recurso em que não tenha sido atribuído efeito suspensivo pode ser liquidada provisoriamente. o EXCEÇÃO: Liquidação na pendência de recurso com efeito suspensivo. Liquidação não se confunde com execução. Por isso pode ser promovida mesmo sem o trânsito em julgado. CPC, art. 475- A, 2º. Enquanto não houver o trânsito em julgado, não poderemos passar da liquidação para a execução. 6. MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO CÁLCULO DO CONTADOR o Modalidade não mais existente como liquidação específica. o Se para definição do valor for necessário simples cálculo aritimético. Cumpre ao credor requerer a execução. Apresentando memória de cálculo. Indicando de forma especificada: o Itens da cobrança; o Acréscimos de correção monetária e juros; o Outras situações fixadas no título executivo. CPC, art. 475- B, 3º. Não se trata de retorno da modalidade de liquidação por cálculos do contador. o O juiz não irá decidir no final se os cálculos do credor estão corretos ou incorretos. o Se houver divergência de valores, o juiz autoriza a penhora apenas até o limita apurado pelo contador. CPC, art. 475- B, 4º. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO o É aquela que se presta à apuração do valor de um bem ou serviço. Dependerá da nomeação de um perito. Não há qualquer fato novo a ser demonstrado. o EX: juiz condena o réu a pagar indenização correspondente ao valor do aluguel, durante doze meses. Será nomeado perito para averiguar o valor de cada mês de aluguel. o O juiz nomeará o perito e fixará prazo para entrega do laudo. Intimará a parte adversa para acompanhar a realização da prova técnica. A parte poderá formular quesitos e indicar assistentes técnicos. Com a entrega do laudo, as partes poderão se manifestar em 10 dias. Após isso, o juiz decidirá ou designará audiência. Na audiência o perito será ouvido. LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS o É aquela em que há necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao quantum debeatur. (CPC, art. 475- E) Não é fato ocorrido após a sentença. Não foi apreciado pela sentença e diz respeito ao quantum. o Na petição inicial, o autor (liquidante) apresentará os fatos e eles constituirão a causa de pedir da liquidação.

o Será utilizado o procedimento comum, ordinário ou sumário. Obedeceremos o critério utilizado para a etapa condenatória. o O réu será intimado para contestar, sob pena de revelia quanto aos fatos relacionados ao quantum debeatur. Todos os meios de prova serão admitidos. o Ao final, o juiz proferirá decisão interlocutória, julgando a liquidação. o Nada impede que seja realizada mais de uma execução por artigos. Apuram- se os danos até então. Em momento futuro apuram- se os danos manifestados posteriormente. 7. EXECUÇÃO ESPECÍFICA Aborda os meios de que o juiz dispõe para compelir o executado a satisfazer a obrigação, tal qual foi constituída. Objetiva que o devedor cumpra exatamente aquilo que foi convencionado. o Não se cogita inicialmente em conversão em perdas e danos. Técnicas disponíveis: o Sub- rogação Obrigações fungíveis. Obrigações não personalíssimas. o Coerção Obrigações infungíveis. Obrigações personalíssimas. Providências que assegurem o resultado prático equivalente o CPC, art. 461. Determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. O juiz deve verificar se para o caso há alguma medida que possa assegurar o resultado prático. Caso não identifique nenhuma alternativa, cogitaremos em perdas e danos. o Mecanismos para compelir o devedor a adimplis a obrigaçãoo CPC, art. 461, 5º. Multa por tempo de atraso. Busca e apreensão. Remoção de pessoas ou coisas. Desfazimento de obras Impedimento de atividades nocivas. São poderes afetos à execução de obrigações de fazer e não fazer, assim como nas de entregar coisa. o MULTA Meio de coerção mais comumente utilizado. Sinônimo oriundo do direito francês: astreintes. A lei não a restringe às execuções de obrigações infungíveis. Podem ser fixadas em execuções cujo objeto sejam obrigações de fazer, não fazer, de entregar coisa, fungíveis ou infungíveis. A finalidade da multa é coercitiva, não repressiva ou punitiva. Não representa sanção ou pena.

FIXAÇÃO DA MULTA O valor deve atender a razoabilidade. o Não pode ser elevado demais. o Não pode ser irrisório. O juiz tem ampla liberdade para fixar o valor. o A mesma liberdade está presente para casos de alteração do valor fixado, quando se verificar que tornou- se extremamente oneroso ou insuficiente. O juiz pode fixar livremente o valor mesmo nas ações de execução de título extrajudicial. o CPC, art. 621 Obrigações de entrega de coisa. o CPC, art. 645 Obrigações de fazer e não fazer. O juiz só não terá liberdade para fixação da multa se esta tiver sido convencionada pelas partes. o Neste caso, prevalece o acordo de vontades. Contudo, o juiz poderá diminuir o valor, se notar que é excessivamente alto. Não poderá elevar o valor, em respeito ao acordo. A multa sempre reverte em benefício do CREDOR. MOMENTO PARA FIXAÇÃO DA MULTA O juiz só fixa a multa depois de impor ao réu o cumprimento da obrigação. Mesmo que a multa não seja fixada na sentença, poderá ser fixada em momento posterior, verificando- se o inadimplemento. o Pode ser determinada: DE OFÍCIO. MEDIANTE REQUERIMENTO. COBRANÇA DA MULTA O prazo para o cumprimento da obrigação começa a correr com a intimação pessoal do executado. o Não basta a intimação do advogado. Não pode ser cobrada enquanto a decisão que a determinou for recorrível. o EX: Concessão em tutela antecipada. o Quando a decisão se tornar definitiva, incidirá a multa desde o momento em que findou o prazo para o cumprimento da obrigação. VALOR DA MULTA Não se trata de cláusula penal. o Por isso: O CPC não estabelece limites quantitativos. o Deve ser mantida dentro dos limites razoáveis. o Não pode constituir em fonte de enriquecimento sem causa para o credor/exequente. Perdurando por muito tempo e não cumprida: Deve o juiz dar por encerrada sua incidência, reduzindo- a a patamar razoável.