PRÁTICAS VIVENCIADAS NO LABORATÓRIO DA DISCIPLINA PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO



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Transcrição:

PRÁTICAS VIVENCIADAS NO LABORATÓRIO DA DISCIPLINA PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO 1 Ana Kellen Coutinho Campos UNEB 2 Camila Vieira de Freitas - UNEB RESUMO O trabalho é baseado em vivências do laboratório de alfabetização realizado na disciplina Processos de Alfabetização, na Universidade do Estado da Bahia Campus XV. O laboratório foi realizado em 11(onze) encontros, com atividades de nossa escolha, sugestões da docente da disciplina e atividades solicitadas pela criança. Justifica-se a importância desta experiência, como forma de acompanhar, o processo alfabético da criança. Com o objetivo de nos auxiliar a perceber o nível de cada criança quando estivermos atuando como professoras. A prática contribuiu tanto para a criança quanto para nós Pedagogas em formação. Palavras-chave: Alfabetização, Prática, Nível alfabético. 1 Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus XV, Valença - BA. E-mail: milafreitas09@hotmail.com 2 Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus XV, Valença - BA. E-mail: kellemcampos19@hotmail.com

INTRODUÇÃO O presente trabalho consiste nas vivências do laboratório de alfabetização realizado na disciplina Processos de Alfabetização. O laboratório teve como objetivo inicial identificar o nível da escrita na evolução da psicogênese. A criança que participou do laboratório foi C. V. F. Q. C., tem 04 anos, estuda no G4, reside em Valença. De acordo com as observações feitas a partir das primeiras atividades percebemos que o mesmo estava na Etapa pré-silábica. De acordo com Ferreiro (2001) a alfabetização é um processo interno, que se desenvolve de formas diferentes em cada pessoa, a depender do meio em que é estimulado. Para o individuo adquirir seu pleno desenvolvimento alfabético, este passa por dificuldades cognitivas, fazendo com que sempre esteja reconstruindo o conhecimento adquirido no processo. O laboratório foi realizado em 11(onze) encontros, com atividades de nossa escolha e com algumas sugestões da professora da disciplina, vale ressaltar que algumas atividades a criança solicitou. Justifica-se a importância deste laboratório, como forma de acompanhar por um período, o processo alfabético da criança, através de atividades relevantes para o seu nível alfabético. Sendo uma proposta da disciplina Processos de Alfabetização, com o objetivo de nos ajudar a identificar o nível de cada criança quando estivermos atuando como professoras. Além de Emília Ferreiro, utilizamos também Ana Teberosky, Fanny Abramovich, Francisca Maciel e Sara Monteiro, para termos embasamento teórico ao apresentarmos as observações das atividades realizadas. REFLEXÕES A LUZ DE ALGUNS TEÓRICOS Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985) definiram a psicogênese da língua escrita em

cinco níveis: Hipótese pré-silábica; Intermediário I; Hipótese silábica; Hipótese silábica- alfabético ou Intermediário II e Hipótese alfabética. Para as autoras a aprendizagem da leitura é entendida como o questionamento a respeito da natureza, função e valor desse objeto cultural que é a escrita, inicia-se muito antes do que a escola o imagina, transcorrendo por insuspeitados caminhos. O primeiro nível da escrita, o pré-silábico, é o momento em que o aprendiz escreve e reproduz os traços típicos da escrita. Iniciando seu primeiro contato com a escrita a partir da grafia de seu próprio nome, assim é comum que as demais palavras não sigam uma sequência lógica na escrita. Nesta fase sua escrita é expressa através de desenhos, rabiscos e letras usadas aleatoriamente, que para os adultos pode até não ter um significado ou entendimento, mas a crianças faz uma leitura global, individual e sabe o quis escrever. Ferreiro (2001), apresenta que no início da alfabetização a criança ainda não distingue a unidade do símbolo gráfico de um todo, ou seja, a letra da palavra, assim como ainda não compreende que a escrita representa a fala, e que o som se refere à escrita de uma palavra, sendo muito importante à presença das imagens nessa primeira etapa, pois a criança não necessariamente precisa saber ler para extrair algo do que a imagem se aplica no texto. RELATO DAS ATIVIDADES A 1ª atividade foi realizada em 02/10/2013, pedimos para o mesmo escrever seu nome, percebemos que ele ficou alegre e curioso ao mesmo tempo. Queria saber o porquê e quem tinha mandado a atividade para ele. Ao término ele disse Que atividade boba, essa frase justifica-se por ele já saber escrever o seu próprio nome. Ele escreveu o nome que é composto, o sobrenome e pediu para dizermos como se escrevia os outros dois complementos do seu nome, informamos que naquele momento não poderíamos, mas que ele poderia escrever do jeito dele, porém não quis. Assim constatamos que a criança estava no nível pré-silábico. Em consonância, Maciel e Monteiro (2009) afirmam que a criança está neste nível ao observar que o mesmo

consegue fazer a escrita do seu nome, mas as demais escritas não seguem uma sequência lógica. No dia 03/10/2013 realizamos a 2ª atividade, solicitamos que escrevesse o nome do animal que mais gosta. A princípio disse que não sabia escrever e perguntou como se escrevia tigre, explicamos que poderia escrever do jeito que soubesse, assim, escreveu tigre utilizando outras letras e o mesmo se segue com leão e elefante, já na palavra urso, utilizou a letra u para iniciar e outras letras diferentes, finalizando com um desenho de urso. Vale ressaltar que para todas essas palavras ele perguntou quantas letras tinha, sendo que nós pedimos para ele fazer como sabia. A partir desta atividade reafirmamos as palavras de Maciel e Monteiro (2009), pois ao solicitarmos para escrever outras palavras diferentes do seu nome, a criança utiliza letras aleatórias, sem fazer relação com som das letras. Nos dias que não aplicamos as atividades, ele ficava perguntando quando ia fazer outras, porque tinha gostado. A 3ª atividade foi realizada em 09/10/2013, pedimos que escrevesse a palavra bola, ele escreveu primeiro a letra B, seguidas de outras letras que não fazem referência com as letras da palavra solicitada. Neste mesmo dia realizamos a 4ª atividade, pedindo que escrevesse a palavra casa, escreveu o CA e depois várias letras diferentes. Neste mesmo dia ele pediu para escrever os nomes dos pais e da irmã (5ª atividade). O nome do pai ele não teve dificuldade, pois é igual ao dele, o nome da irmã também que é Cássia, porém no nome da mãe que é Célia, ele escreveu o c corretamente, mais não conseguiu concluir corretamente (convencionalmente). No decorrer das atividades observamos que sempre às realizavam sem reclamar, com muito interesse e preocupação em saber se estava certo. Nesta atividade, percebemos um avanço relevante no que tange a sua psicogênese da escrita. Contextualizando, Ferreiro e Teberosky (1985) afirmam que: a primeira escrita é uma escrita de nomes, mas os portadores desses nomes tem, além disso, outras propriedades que a escrita poderia refletir, já que a escrita do nome não é ainda a escrita de uma determinada forma sonora. Neste sentido, o avanço percebido na atividade não pode ser considerado como um avanço para fase silábica, pois o mesmo pode ter

trabalhado essas escritas em outros momentos. A 6ª atividade aconteceu dia 16/10/2013, em que desenhamos uma flor, uma borboleta, uma bandeira e uma casa e pedimos que escrevesse o nome de cada desenho, escreveu, porém as letras eram outras, não fazendo correção com as letras das palavras. Percebemos que conseguiu identificar qual era o objeto através das imagens, mas não conseguiu escrevê-las corretamente. A criança fez a leitura da imagem, o que é muito importante nesta etapa. Assim, Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) no seu livro da Psicogênese da língua escrita traz no capítulo quarto uma abordagem da leitura com imagem, como uma escrita substituta, pois a crianças no primeiro nível da escrita não conseguem ainda decodificar o que está escrito, então através das imagens podem fazer uma leitura, uma interpretação das imagens. Antes de apresentarmos a atividade de criação do livro imagético para a criança, nós construímos os nossos livros. Abaixo relatamos a experiência de cada uma ao construílo: Ana Kellen: Foi muito interessante e oportuno a criação do livro imagético. De inicio pensei que não ia conseguir construir uma histórias a partir das imagens pré selecionadas. Minha criação surgiu numa noite após uma febre e muita dor de cabeça onde perdi o sono e peguei papel e caneta e comecei a fazer o esboço da minha história. Meu livro imagético é baseado em fato real, experiências vividas por me num curso de artesã em pintura em tecido. Essa atividade pode se aplicar a qualquer nível de escolaridade, pois leva o individuo a dá asas a sua imaginação e criatividade, dando á oportunidade de você ser autor de uma história. Muito gratificante a experiência. Camila: Para cortar o TNT pedi ajuda a professora, pois não sabia qual o tamanho ideal das folhas, para costurar tive a ajuda de minha mãe. Depois fiquei a imaginar como iria construir minha história, resolvi escolher as imagens e depois criá-la. A experiência foi muito boa, além de aprender a construir o livro, pude também apresentar uma indignação que nasceu no período de estágio, a falta de água quase diariamente. Uma atividade que para muitas pessoas pode ser simples, para mim foi encantador, até porque nos tempos de colégio, não ouvir falar e muito menos construir um livro imagético. A 7ª atividade foi à construção no livro imagético, ele ficou muito feliz quando falamos

que ele iria construir uma história. Dividimos a atividade em dois momentos. No primeiro momento ele cortou e colou as imagens. No segundo momento, a criança contou a história e ao mesmo tempo gravamos, o título foi Os três Porquinhos. Percebemos algo interessante, os porquinhos não foram citados em momento algum da história, ao término perguntamos: qual é mesmo o nome da história? Ele já respondeu chateado: Eu não já disse que é Os três Porquinhos?. Transcrição da história contada por C. V. F. Q. C. Os Três Porquinhos Mas é uma pena, eu não sei eu disse... Não sei se aqui é um zoológico, (tá filmando o que? Já começou a filmar, deixa eu olhar, não!), eu não sei contar história não. Uma cama, um pinguim e carro e uma, duas portas, tá certo? Um urso colar e outro urso colar, pera aê viu? E um carro e um violão e cor peta e um relógio e um hambuguer, não sei como é o nome disso, esqueceu? Um celular, uma gama, um cachorro bem bavo e um carro e um número cinco e um gato e uma panta (esqueceu de uma coisa, não foi? Que eu não sei como é o nome disso) palece uma avezinha, outro celular, uma árvore de Papai Noel e outro isso que eu não sei e uma coisa que toca música mas eu não sei o nome, você sabe como é o nome disso? um patinete, um taco e um sabonete. Fim. Abramovich (1997) afirma que numa narrativa apenas visual, onde toda história é contada através de fotos e desenhos, muitos autores utilizam estratégias e possibilidades para mexer com a criatividade e imaginação das crianças. A 8ª atividade realizada em 28/11/2013 foi uma contação de história Branca de Neve, após a leitura conversamos sobre a história e depois pedimos para que ele reescrevesse o nome dos anões. Realizou a atividade sem questionar, porém percebemos que gostou. No dia 29/11/2013 (9ª atividade) solicitamos que realizasse a atividade de ligar a figura

do objeto à escrita deste objeto, a princípio pedimos para ele falar o nome do objeto e a partir daí repetíamos a palavra dando ênfase ao som das letras. Dos seis objetos ele ligou corretamente três e quando não ligou a palavra correta, a primeira letra do objeto estava correta. A 10ª atividade foi realizada a partir da frase O Natal de Pinóquio e depois pedimos para ele reescrever a mesma. Como não lemos a frase no início, ele fez sem muita empolgação, porém quando lemos a frase, os olhos dele brilharam e deu um sorriso gostoso. O motivo de tamanha alegria justifica-se porque esse foi o tema da festa de final de ano, da escola em que estuda. Notamos que essa foi uma das atividades que ele mais gostou, pois foi algo referente a sua realidade. Por se tratar de uma atividade que fez referencia com algo do seu cotidiano, entretanto ainda não tinha trabalhado a escrita do tema de sua festa. Realizamos a 11ª atividade no dia 11/12/2013, que foi o 2º momento da atividade anterior. Primeiro perguntamos a ele se lembrava da frase da última atividade, ele respondeu que lembrava e a partir daí demos a mesma frase com palavras soltas e pedimos para ele organizar a frase para formar O NATAL DE PINÓQUIO. Ele fez assim: O DE NATAL PINÓQUIO, ao final da atividade mostramos a frase escrita corretamente, ele foi comparando palavra por palavra e identificou que tinha trocado de lugar o DE e o NATAL. CONCLUSÃO Ao final das atividades podemos relatar que a experiência com o laboratório nos proporcionou muitos aprendizados, principalmente por ainda não termos experiência com a docência, e ter a oportunidade de vivenciar a prática na luz da teoria. Nas primeiras atividades percebemos que C. V. F. Q. C. estava na etapa pré-silábica, porém em algumas atividades percebemos que estava no início da etapa silábica, já em outras voltava pra primeira etapa. Talvez esteja em uma fase de transição, a criança já consegue transcrever seu nome, mas as demais escritas ainda não seguem uma sequência lógica das escritas das palavras.

Realizamos as atividades propostas da melhor forma possível, sempre preocupadas com a satisfação da criança para que pudesse contribuir nas próximas atividades e que os momentos que passamos juntos fossem de aprendizado mútuo, então fizemos atividades lúdicas. Para tanto, nosso laboratório foi levado a sério e com responsabilidade, com intuito de contribuir tanto para a criança quanto para nós Pedagogas em formação. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997. FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2001, p.136. FERREIRO, Emília e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: ArtMed, 1985. MACIEL, Francisca Izabel Pereira; BAPTISTA, Mônica Correia; MONTEIRO, Sara Mourão (orgs.). A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos: orientações para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de crianças de seis anos de idade. Belo Horizonte: UFMG/FaE/CEALE, 2009.