Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica Ciência e sociedade: o movimento social pela cultura científica António Firmino da Costa Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE)
Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica É possível? Um Movimento Social pela Cultura Científica? A promoção da Cultura Científica pode tomar a forma de um Movimento Social?
Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica À partida, na bibliografia, algum cepticismo. Argumentos habituais: A ciência é um mundo demasiado restrito e hermético para permitir envolvimentos alargados A ciência está hoje demasiado institucionalizada para despertar a paixão pela mudança e pela alternativa Os movimentos sociais relativos à ciência moderna procuram mais questioná-la do que promovê-la
Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica E, no entanto... Contra-argumentos: A ciência está hoje cada vez mais presente na vida social (nos mais diversos aspectos) Variados empenhamentos em causas cívicas envolvem hoje relações recíprocas entre instituições e movimentos sociais (e não simples dissociação) A crítica faz parte intrínseca da cultura científica Muitos dos actuais questionamentos sobre as aplicações tecnológicas das ciências recorrem a argumentos científicos e apelam a novos contributos científicos
Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica Um estudo de caso: A CIÊNCIA VIVA como movimento social ou O surgimento e afirmação de um movimento social pela cultura científica
Ciência 2008 Encontro com a Ciência em Portugal Ciência Viva: Promover a Cultura Científica e Tecnológica CULTURA CIENTÍFICA e MOVIMENTO SOCIAL: Contributos para a análise do programa Ciência Viva António Firmino da Costa, Cristina Palma Conceição, Inês Pereira, Pedro Abrantes, Maria do Carmo Gomes Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) Celta Editora, 2005
Cultura Científica e Movimento Social Cultura Científica? cultura dos cientistas ciência como cultura (cultura erudita) compreensão pública da ciência : informação, conhecimentos, atitudes modos de relação com a ciência : diversos; maior ou menor proximidade; no estudo, no trabalho, no consumo, no lazer, no convívio, na comunicação, no envolvimento cívico
Cultura Científica e Movimento Social Movimentos Sociais? processos de acção colectiva, não rotineiros, com envolvimento deliberado de um conjunto de actores sociais, em torno de um objectivo ou de uma causa, implicando algum tipo de mudança social
Cultura Científica e Movimento Social Exemplos: MOVIMENTO SOCIAL CAUSA movimento ecologista movimento feminista movimento anti-racista defesa do ambiente direitos das mulheres combate à discriminação
Cultura Científica e Movimento Social Estudo de caso: CIÊNCIA VIVA, análise em especial de uma componente, os Projectos de Ensino Experimental das Ciências nas Escolas do Ensino Básico e Secundário
Cultura Científica e Movimento Social A partir de 1996: Concurso anual Continuidade (até interrupção em 2002) Concurso: Acolhimento de iniciativas descentralizadas Candidaturas apresentadas por professores e escolas (e eventuais outras entidades) Avaliação das candidaturas Projectos: Actividades experimentais Colaboração privilegiada de investigadores e instituições científicas Escolas: Pré-escolar Ensino básico Ensino secundário
Cultura Científica e Movimento Social Análise de documentos institucionais Análises de imprensa Análise de indicadores estatísticos (bases de dados institucionais, retrabalhadas) Entrevistas em profundidade (a actores centrais ) Pesquisa de terreno (Observação directa, conversa informal, participação em actividades Fóruns Ciência Viva, Pavilhão do Conhecimento, Centros Ciência Viva, Centros/Laboratórios de Investigação, Actividades Ciência Viva no Verão)
Evolução do número de candidaturas e projectos aprovados (1996-2001): uma dinâmica de crescimento rápido e continuado 1200 1000 935 1028 1124 800 600 490 889 791 800 400 200 0 258 442 217 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso * 5º Concurso Candidaturas Projectos aprovados
Evolução do número de alunos envolvidos em projectos (estimativa) (1996-2001): uma parte muito significativa dos alunos (a partir do 3º concurso somam-se ainda os alunos de projectos que duram mais de um ano) 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso
Evolução dos projectos segundo o nível de ensino alvo (1997-2001): a presença crescente do 1º ciclo do E. Básico 350 300 250 200 150 100 50 0 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso JI e básico com 1º ciclo Básico e secundário Básico sem 1º ciclo (2º e 3º ciclo) Secundário
Evolução dos projectos segundo a área disciplinar (1996-2001): as ciências naturais e exactas, em diversos contextos 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso Ciências da natureza Estudo do meio Técnicas e tecno lo gias Física e química M atemática
Evolução do número total de entidades participantes nos projectos (1996-2001): um envolvimento social alargado 4000 3398 3500 3000 2500 2000 1768 2221 2834 1500 1000 643 500 0 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso
Evolução do número de projectos segundo a existência de parceiros (1996-2001): o desenvolvimento de redes sociais 600 500 400 300 200 100 0 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso Sem parceria Com parceria
Distribuição dos projectos (1996-2001): nº por concelho nº por 10 mil habitantes grande abrangência territorial Número de projectos 13 e mais (69) 4 a 12 (90) 1 a 3 (64) 0 (52) Número de projectos > 4 (65) > 2 e <= 4 (77) > 0 e <= 2 (81) = 0 (52)
Evolução dos projectos por tipo de área geográfica (1996-2001): dinamização de espaços sociais com menor centralidade 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1º Concurso 2º Concurso 3º Concurso 4º Concurso 5º Concurso Área metropolitana de Lisboa Sedes de distrito Área metropolitana do Porto Outros concelhos
CIÊNCIA VIVA: Cultura Científica e Movimento Social Em síntese: Protagonismo activo / Iniciativa social Uma causa partilhada / Vivência intensa / Voluntariado Abrangência territorial / Descentralização / Implantação no tecido social
CIÊNCIA VIVA: Cultura Científica e Movimento Social Envolvimento social alargado Parcerias Redes sociais emergentes Diversos tipos de instituições envolvidas: Escolas, Instituições científicas, Câmaras municipais, Associações, Empresas; Ministério da Ciência, ANCCT Ciência Viva; Comunicação social; Meios sociais locais.
CIÊNCIA VIVA: Cultura Científica e Movimento Social Identidade colectiva / Visibilidade pública / Fórum Ciência Viva Incorporação de lógicas institucionais e referências culturais da ciência no sistema escolar
CIÊNCIA VIVA: Cultura Científica e Movimento Social Não são só os projectos de ensino experimental das ciências nas escolas Também as outras componentes integram o movimento social pela cultura científica: Semana da Ciência e Tecnologia Dia Nacional da Cultura Científica Actividades de Ciência no Verão Rede de Centros de Ciência Ocupação Científica dos Jovens (Unid. Investigação) Etc, etc.
Conclusões: CIÊNCIA VIVA: Um movimento social pela cultura científica CIÊNCIA VIVA: Aliança estratégica entre políticas públicas e movimento social
CIÊNCIA VIVA: Cultura Científica e Movimento Social Novas análises: Como vão evoluir estas relações? Cultura Científica Políticas Públicas Movimento Social