V Jornadas Empresariais Portuguesas Encontros de Vidago



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Transcrição:

V Jornadas Empresariais Portuguesas Encontros de Vidago Internacionalização das Empresas Luís Laginha de Sousa 2 de Junho de 2006

Agenda Conclusões Um quadro de referência Internacionalizar inevitabilidade ou alternativa? A Bolsa e a internacionalização das empresas Exemplos Notas finais 2

Conclusões As empresas, para sobreviver, têm de crescer. É impossível um crescimento sustentado exclusivamente baseado no mercado doméstico, pelo que, a internacionalização, é uma inevitabilidade. A internacionalização é fundamental para preservar os centros de decisão em Portugal. A opção pelo financiamento da expansão através de endividamento, é limitadora do crescimento. O acesso ao mercado de valores mobiliários é a forma, não só de ultrapassar as limitações de financiamento, mas, também, de reforçar a competitividade das empresas. 3

Um quadro de referência Dimensões relevantes da Internacionalização Imperativos económicos - Unificação Imperativos políticos - Fragmentação Selecção de país/mercado Selecção de modo de entrada/operação Selecção do Marketing Mix internacional Gestão do risco (económico, político, cambial, ) Recursos humanos Controlo da actividade internacional A Internacionalização, não sendo um fim, mas sim um meio, é também m um processo que consome recursos e que não deve ser implementado como uma fuga para a frente,, sob pena de ter um efeito contrário rio ao pretendido. 4

Um quadro de referência Panorama empresarial internacional Cerca de 50% do comércio internacional é efectuado intraempresa (sendo a tendência crescente) Portugal é uma das economias mais abertas ao exterior (Importações representam cerca de 40% do PIB) Apesar do forte aumento do stock de I.D.P.E., continuamos com um valor acumulado bastante inferior ao I.D.E.P. 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1996 Mar 1996 Set 1997 Mar 1997 Set 1998 Mar 1998 Set 1999 Mar 1999 Set 2000 Mar 2000 Set 2001 Mar 2001 Set 2002 Mar 2002 Set 2003 Mar 2003 Set 2004 Mar 2004 Set 2005 Mar 2005 Set 5 Posição de investimento internacional - Passivos - Investimento directo do exterior em Portugal Posição de investimento internacional - Activos - Investimento directo de Portugal no exterior Fonte: Banco de Portugal Unidade: 10^6 Euros As empresas estrangeiras estão cada vez mais activas em Portugal sendo a sua acção particularmente sentida pelos players locais em situações de estagnação ou declínio do mercado.

Internacionalizar inevitabilidade ou alternativa? Back to Basics Maximizar o Lucro objectivo crucial das empresas Maximizar receitas Expandir comercialmente, encontrando, criando, desenvolvendo e servindo mercados e clientes. Minimizar custos Encontrando as melhores alternativas de fornecimento, produção e distribuição. Para sobreviver, as empresas em geral (as portuguesas não são excepção) têm de crescer e de se internacionalizar. A maximização das receitas e/ou minimização dos custos, não é compatível com uma actuação exclusivamente doméstica 6

Internacionalizar inevitabilidade ou alternativa? Há cada vez menos àreas de actividade que não estejam expostas à concorrência internacional (esta encontra-se até onde menos se espera) Não crescer significa, em termos empresariais, definhar: Não ter capacidade de atrair os melhores talentos Não cativar os investidores/financiadores Internacionalização não é uma alternativa mas sim, uma condição necessária (embora não suficiente) para a sobrevivência. Small is beautiful é cada vez menos verdade no mundo empresarial 7

A Bolsa e a internacionalização das empresas 300,00% 250,00% 200,00% 150,00% 100,00% Capitalização bolsista em % do PIB (2006) Portugal tem um dos mais baixos índices de capitalização bolsista em percentagem do PIB no âmbito da OCDE O reduzido crescimento económico encontra também explicação no baixo recurso ao mercado de valores mobiliários por parte das empresas portuguesas 50,00% 0,00% Alemanha Áustria Bélgica Dinamarca Espanha Finlândia França Grécia Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg Holanda Irlanda Itália Luxemburgo Portugal Reino Unido Suécia Vários sectores de actividade não estão, ou estão pouco representados na Bolsa portuguesa (ex: seguros, turismo) 8

A Bolsa e a internacionalização das empresas Recurso a endividamento Custo do endividamente tende a ser crescente Existem limites ao endividamento Limite ao nível de endividamento é limite ao crescimento Exigência e pressão Fundamentais para a evolução empresarial Clientes, fornecedores, accionistas (mas também outros stakeholders ) Acesso à Bolsa como fonte de capital próprio prio é uma alternativa a ponderar seriamente 9

Exemplos empresas estrangeiras Inditex (Espanha) Capitalização bolsista em 2001 (data de admissão em Bolsa) 11.000 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +82% Presença a em 58 países, dos quais cerca de 30, após entrada em Bolsa 20.000 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 10

Exemplos empresas estrangeiras Prosegur (Espanha) Capitalização bolsista em 1987 (data de admissão em Bolsa) 65 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +1.750% Presença a em 11 novos países, após entrada em Bolsa 1.200 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 11

Exemplos empresas estrangeiras Folli Follie (Grécia) Capitalização bolsista em 1997 (data de admissão em Bolsa) 191 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +250% Presença a em mais de 20 países, maioria dos quais após entrada em Bolsa 675 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 12

Exemplos empresas portuguesas Millennium BCP Capitalização bolsista em 1987 (data de admissão em Bolsa) 350 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +2.240% Presença em 8 países, após entrada em Bolsa 8.200 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 13

Exemplos empresas portuguesas Sonae SGPS Capitalização bolsista em 1989 (data de admissão em Bolsa) 450 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +450% Presença a em vários países após s entrada em Bolsa 2.500 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 14

Exemplos empresas portuguesas Cimpor Capitalização bolsista em 1997 (data de admissão em Bolsa) 720 M Capitalização bolsista actual (Junho 2006) +400% Presença a em 8 países, dos quais 7 após entrada em Bolsa 3.600 M Fonte: FESE, Euronext, Bloomberg 15

Notas finais Fazer crescer as nossas empresas é um imperativo nacional se quisermos ter um papel activo no quadro do processo de globalização em curso Fazer crescer as nossas empresas é a única forma de assegurarmos oportunidades para as gerações futuras A Bolsa (à semelhança da Internacionalização) não é um fim, mas sim um meio, disponível para apoiar as empresas a materializar os seus objectivos de crescimento. A Bolsa Portuguesa (Euronext Lisbon) pelo facto de estar englobada numa bolsa pan-europeia, permite acesso aos fluxos de capitais necessários para ajudar a internacionalização das empresas Portuguesas, proporcionando-lhes, também, uma visibilidade acrescida. 16

V Jornadas Empresariais Portuguesas Encontros de Vidago Internacionalização das Empresas Luís Laginha de Sousa 2 de Junho de 2006