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Transcrição:

BERLIM: UMA NOVA FRONTEIRA 1 onde os mesmos procuram divulgar as suas culturas e também levantar algum dinheiro Também constatei como é desigual o tratamento dado pela população aos 1 158 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

de Tempelhof, local onde foi criado um dos maiores campos de refugiados na cidade. O Ao chegar em Tempelhof, na entrada principal de acesso ao campo, encontrei alguns refugiados do lado de fora, crianças brincando e pessoas entrando e saindo, MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 159

Voltei para casa e pedi para minha amiga alemã entrar em contato por meio do 160 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

no horário indicado, minha amiga Nicole foi comigo, ela também se interessou pela ideia MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 161

O antigo aeroporto de Tempelhof é enorme, entramos por uma entrada do outro lado da entrada principal, até acharmos esse local. Ao chegar no local, esperamos do lado não parecia um local muito amigável onde pessoas conversavam e interagiam. observando a movimentação. Muitas crianças estavam brincando ali, crianças cuidando de coisas, tinha uma sala, na porta dessa sala duas pessoas brigavam com algumas mulheres, era aumentou, as mulheres aos gritos umas com as outras iam pegando algumas crianças e iam embora, crianças pegavam crianças menores e iam saindo também, por um momento na minha direção. Ela estava sorridente e seu pai logo atrás, uma cena linda para uma bela 162 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

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me passou, tentei ligar sem sucesso e depois de alguns dias, ele me respondeu, seu nome forma ao meu trabalho, mas sem muito sucesso. Os dias passaram e apesar de ter dias dia seguinte para nos encontrarmos em um café, e conversarmos pessoalmente sobre o assunto. uma estação de metrô, ele muito simpático estava me esperando. Fomos a um café e ele me contou um pouco sobre a sua história, a ir em outro campo de refugiados, um afastado do centro. O campo foi feito em um galpão atrás de um supermercado, sua dos carros e logo ao chegar vi algumas crianças brincando por ali, e assim como muitas coisas além de crianças. estava distante demonstrava um sentimento muito agoniante, como se ela não tivesse 164 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

teria problemas para fotografar do lado de fora. interagir, mas voltava a se concentrar na sua brincadeira. Outras crianças estavam MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 165

para o garoto menor. Ele pega seu carrinho e sai saltitante e sorridente como se tivesse pessoas adultas nem o notam e ele sai caminhando chorando copiosamente, sem ninguém de refrigerante congelada. Ele rasga o plástico da garrafa e com a mão vai tirando pedaços 166 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

parece não saber se gosta da ideia. Al Ali logo começa a falar de sua história em árabe, para não morrer. Ele tira o celular do bolso e começa a me mostrar fotos de familiares das maneiras mais brutais e sem motivos descontraia, seu olhar continuava sério e um consigo compreender. Então Al Ali se levanta e pergunta onde fuma o seu cigarro, mas nada conseguimos conversar, pois não falamos a mesma língua. MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 167

buscar pessoas ilegais dentro dos campos. dele, toda semana ele se esconde para não ser deportado. Khalil também aceita o convite de conversar e ser fotografado, mesmo com certa As crianças comem um lanche e olham Eles são de Damasco, saíram da Síria há um ano e após seis meses na Suécia, estão para as fotos, seu Pai também, porém a mãe, estão bem ambientadas com a cidade. Tiramos algumas fotos, ele não fala muito 168 MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017

sobre sua história. Reparo na mulher cheguei e ela continua no mesmo lugar, na mesma posição, com seu dela, ascende um cigarro para ela, o o cigarro a boca, repousar o braço novamente em sua cadeira. Ficamos ali por mais algum e comer. Foi servida uma carne com e um pouco apimentado, muito gostoso por sinal, acompanhado de Saímos e outras pessoas se mostram MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 169

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fossem oportunistas. encontrar trabalho e aos poucos irão se misturando construindo a nova cara mas também como uma pessoa mais humana, um fotógrafo com um pouco não só pelo registro de uma época ou seguir com ela. MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017 171