COLETOR SOLAR PARA DESINFESTAÇÃO DE SUBSTRATOS R.GHINI&W.BETTIOL

Documentos relacionados
Coletor Solar para Desinfestação de Substratos para Produção de Mudas Sadias

ESCOLA SECUNDÁRIA 2/3 LIMA DE FREITAS 10.º ANO FÍSICA E QUÍMICA A 2010/2011 NOME: Nº: TURMA:

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UM DISPOSITIVO PARA AMPLIAR A PRECISÃO DE LEITURA DE EVAPORAÇÃO DE UM ATMÔMETRO MODIFICADO

POSSIBILIDADES DE APROVEITAMENTO

Entre sistemas a temperaturas diferentes a energia transfere-se do sistema com temperatura mais elevada para o sistema a temperatura mais baixa.

d) condução e convecção b) radiação e condução e) condução e radiação c) convecção e radiação

Temperatura, calor e processos de transmissão de calor

AQS Água quente sanitária. É a água aquecida, usada para banhos, preparação ou confeção de alimentos.

COMPONENTES DE EDIFÍCIOS Aspectos de segurança e resistência mecânica do vidro. Índice

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA. Secador Solar de Frutos. por

MALHAS DE ALTA PERFORMANCE ALUMINIZADA VOCÊ NO CONTROLE!

SOLUÇÕESEMAÇO. 33Anos PARA SUA EMPRESA OU RESIDÊNCIA M E T A L Ú R G I C A. R. Martins Pena, Duque de Caxias RJ - CEP (21)

AÇÃO DA DESINFESTAÇÃO DE SUBSTRATOS COMERCIAIS SOBRE A EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DE PORTA-ENXERTOS CÍTRICOS INTRODUÇÃO

Inovação e sustentabilidade em coberturas cerâmicas

ArtMill Acessórios Ltda EPP Rua Antonio Amorim, 100 Distrito Industrial Cerquilho/SP Fone/Fax: (15)

Colégio Dominus Vivendi Professor Anderson Lista de exercícios 2º ano (REC)

6ª Ficha de Avaliação de Conhecimentos EXTRA Física e Química A - 10ºAno

3.4. Condutividade térmica

Sistema Ecoparede. Jardim de Parede. Canguru

Coletor solar (EA0031/EA0023) Manual de instruções. Manual de instruções. Coletor Solar EA0031/EA0023

Termossifão pressurizado (EA8893) Manual de instruções. Manual de instruções. Termossifão pressurizado (EA8893)

DIVULGAÇÃO DE TECNOLOGIA DE BAIXO CUSTO PARA O AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA, EM CERRO LARGO/RS: UMA AÇÃO DA EXTENSÃO EM PROL DA MORADIA SUSTENTÁVEL

CONDUÇÃO TÉRMICA. Condução é o processo de propagação de calor no qual a energia térmica passa de partícula para partícula de um meio.

SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DIDÁTICO EMPREGANDO UMA BANDEJA METÁLICA LABORATÓRIO CASEIRO

CONFORTO AMBIENTAL PROVA 1. M.Sc. Arq. Elena M. D. Oliveira

(74) Mandatário: (54) Epígrafe: COLECTOR SOLAR PARA AQUECIMENTO DE FLUÍDO TÉRMICO COM DUPLO CIRCUITO INTEGRADO

PROVA PARA ALUNOS DO 1 E 2 ANO

A Energia solar. Fontes alternativas de energia - aproveitamento da energia solar 1

Lista de Exercícios Aula 04 Propagação do Calor

KITS SOLARES TÉRMICOS >> SISTEMA TERMOSSIFÃO >> SISTEMA CIRCULAÇÃO FORÇADA SISTEMA HÍBRIDO

Eficiência de Coletores Solares

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

Projeto de Física. Fogão Solar Parabólico

KITS SOLARES TÉRMICOS >> SISTEMA TERMOSSIFÃO >> SISTEMA CIRCULAÇÃO FORÇADA SISTEMA HÍBRIDO

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO DE MOTOR STIRLING MOVIDO A ENERGIA SOLAR

CONFORTO AMBIENTAL Aula 2

Qualidade em Instalações de Aquecimento Solar. Boas práticas.

II INFLUÊCIA DA UMIDADE E DA ESPESSURA DA CAMADA DE LODO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA TEMPERATURA

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

Aquecimento. Recuperadores, Salamandras, Fornos, Acessórios

EFEITO DO TAMANHO DO VASO E DA ÉPOCA DE CORTE DE PLANTAS DE TRIGO NO ESTUDO DA AÇÃO DOS NUTRIENTES N, P e K ( 1 )

Exercício Etapa 3 PEA 2200 / PEA Coletor solar : Aquecimento de água

2) (UFRJ) A figura a seguir mostra um objeto pontual P que se encontra a uma distância de 6,0 m de um espelho plano.

Volume III. Curso Técnico Módulo 2 INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ÁREA TÉCNICA DE REFRIGERAÇÃO E CONDICIONAMENTO DE AR

Certificado Energético Edifício de Habitação IDENTIFICAÇÃO POSTAL. Morada AVENIDA BRASILIA, 46, 3º ESQ Localidade APELAÇÃO

201 7 Iluminação LED

Colégio Santa Dorotéia

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR POR MEIO DE MEDIDAS DE TEMPERATURA DE DIFERENTES MATERIAIS EXPOSTOS AO SOL

corpora corpor tiv tiv s Dia da Mulher: floriculturas lotadas em busca do gesto singelo crescimento de 100%!!!

Heraeus Noblelight Aquecimento infravermelho na indústria automotiva

Cultivo Protegido. Floricultura e Plantas Ornamentais. Dr. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues

Prospecção de comunidade bacteriana para biocontrole de Colletotrichum sublienolum, agente causal da antracnose do sorgo

Efeito de fungicidas na inibição do crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum isolado de soja

ILUMINAÇÃO ILUMINAÇÃO

θ, onde q é medido em radianos, sabendo que = arctg( 4 3)

Unimonte, Engenharia Física Aplicada, Prof. Marco Simões Transferência de calor, exercícios selecionados do Sears & Zemansky, cap.

Informações Adicionais. Propriedades. Fabricação. Remoção

Componentes do Ambiente. Leonardo Rodrigues EEEFM GRAÇA ARANHA

FABRICO DE TERMOACUMULADORES E BOMBAS DE CALOR

9. (Uel 95) Uma escala de temperatura arbitrária X está relacionada com a escala Celsius, conforme o gráfico a seguir.

Instruções de Montagem do

GRSS. SOLDAGEM POR EXPLOSÃO Explosion WELDING

EFEITO DO RESÍDUO EXAURIDO DO CULTIVO DE COGUMELOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Eucalyptus dunnii

TELEFONE - FAX: (11) (11)


FORNO SOLAR A PARTIR DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

07/03/2012. Conceito de silagem:

ACUMULADORES DE CAMADAS PRO-HEAT

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA DE FARINHA

Lista de Exercícios para P2

Uma Empresa orientada pela necessidade do cliente e focada na excelência dos serviços prestados

CARROS LIGEIROS COM PLATAFORMA

Jana Koefender, Juliane Nicolodi Camera, Diego Pascoal Golle, Roberta Cattaneo Horn, Péricles Dalazeri Junho de 2017.

DILATAÇÃO TÉRMICA FONTE DA IMAGEM: CESGRANRIO. Esfriando-se o conjunto e supondo-se que o álcool não evapore, o volume da gota:

Sistema Integrado. Ecoesgoto

PRODUTOS ILUMINAÇÃO COM ENERGIA SOLAR LINHA RESIDENCIAL JARDINS E CONDOMÍNIOS Não requer energia elétrica - Recarregável com energia solar.

W = V x A. Desta forma, tendo dois valores de grandeza, poderemos calcular o terceiro.

Balanço de Energia. Capítulo IV. Objetivos:

MANEJO DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO PARA PLANTIO DIRETO DE TRIGO. Resumo

CONDUÇÃO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EXERCÍCIOS EM SALA

MUNICÍPIO DE PALOTINA Rua Aldir Pedron, 898 Centro, Palotina Estado do Paraná CNPJ: / CEP:

A perfeita definição de qualidade. Calor é o nosso elemento. Bosch Group. Acumuladores Logalux. Logalux LT Logalux SU Logalux LTN Logalux SM.

METEOROLOGIA GERAL E AGRÍCOLA. aulas práticas. aulas práticas METEOROLOGIA GERAL E AGRÍCOLA

Tipos de transmissão. Sendo o calor a transmissão de energia térmica, podemos ter três diferentes formas de ocorrência: Transmissão por CONDUÇÃO

Termómetro bimetálico de leitura directa, para uso industrial

Informações do sistema

Águas sanitárias em balneários de recintos desportivos, de estabelecimentos sociais, empresariais e de ensino

POSTE Está construído em aço galvanizado, para evitar deterioração por agentes atmosféricos e calculado para suportar cargas de vento. Tem uma altura

Adesivos Estruturais Jet-Weld TM TE-030 TE-031 TE-100 TS-230

O tubo extrator do equipamento compõe-se de um material rígido (tubo de PVC-PBA rígido marrom) com diâmetro interno de 20,5cm, diâmetro externo de

Gerador de vapor. Manual de Instruções

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

Efeitos da adubação nitrogenada de liberação lenta sobre a qualidade de mudas de café

Colectores Solares Suportes

Aplicação. Onde pode ser aplicado? Edifícios Residenciais

NOME: TURMA: 33AA / 33IA / 33MA Nº PROFESSOR: ELIO ASSALIN TRABALHO DE RECUPERAÇÃO DE FÍSICA (VALOR DE 2,0 PONTOS) NOTA:

Luminárias Outdoor. UrbanStep. Iluminando o futuro. Segurança para os moradores

Dutos. 14 mm PLASTCS Emenda 90º PLASTCS-30 RETA Emenda Reta

UNIVERSEL WASH PRIMER FOSFATIZANTE SEM CROMATOS D831 DILUENTE REATIVO D832 DILUENTE REATIVO LENTO D833

1 / 10 Tel: +55 (19) LED Planet Importadora LED Tubes ou Tubular T8

Transcrição:

COLETOR SOLAR PARA DESINFESTAÇÃO DE SUBSTRATOS R.GHINI&W.BETTIOL EMBRAPA/CNPD A - Caixa Postal 69 - CEP: 13.820 - Jaguariúna - SP - Bolsistas do CNPq. Aceito para publicação em: 17AW1991. RESUMO Descreve-se a constm^so de um coletor solar para desinfestaçfto de substratos para produ(so de mudas. ABSTRACT SOLAR COLLECTOR FOR DESINFESTATION OF SUBSTRATES A solar collector for treatment o f plant growth substrates is described. A desinfestaçao de substratos para a produçflo de mudas é um problema comum para diferentes agricultores, assim como para diversos laboratórios em que se trabalha com ensaios conduzidos com plantas envasadas. De modo geral, a desinfestaçflo é obtida com a aplicação de um agente físico, como o calor produzido em forno a lenha, caldeira ou autoclave, ou um agente qufmico, como o brometo de metila. Estes dois sistemas apresentam limitaçoes quanto a fitotoxicidade, custo, segurança, resfduos e rendimento. Com a finalidade de desinfestar substratos para a produção de mudas em recipientes, através do uso da energia solar, ARMOND et al. (1989) desenvolveram protótipos de coletores solares que apresentaram alta eficiência DO controle de fitopatógenos, ausâncla de riscos para o operador, além da faciliüade de construção e aplicação do tratamento (AR MOND, 1990), Entretanto, estes protótipos apresentaram dificuldades quanto à carga e descarga do substrato, necessitando de uma mecanização dos processos. Para resolver esse problema, foi desenvolvido um protótipo construído com tubos de chapa galvanizada, onde o solo 6 colocado pela abertura superior e retirado peta inferior, através do efeito da gravidade (Figura 1). O protótipo t constituído por uma caixa de madeira, com 1,55 m x 1,00 m x 0,30 m, contendo 6 tubos dç chapa gawanizada (n 26) com 15 cm de diâmetro e 1,10 m de comprimento, pintados de preto externamente. A caixa é coberta por um filme plástico transparente e revestida, internamente, por uma chapa de alumínio (0,4 mm de espessura) pintada dc preto (Figura 2). Os coletores devem ser instalados com exposição na face norte e um ângulo de inclinação semelhante A latitude local acrescida de 10* permitindo a maior incidência de radiação solar no Inverno. A tampa refletora é construída com uma chapa de alumínio (1 mm de espessura), com dimensões de 1,00 x 1,55 m, pintada de branco na face externa e polida na face interna, com a finalidade de

282 Summa Phytopathologica Vol. 17 Figura 1. Projeto para construção do coletor solar (dimensacs em cm).

Jul./Dcz. 1991 283 CORTE B'B ELEVAÇ/TO I Figura 1 (continuação). Projeto para construção do coletor solar (dimensões em cm).

284 Summa Phytopathologica Vol. 17 Figura 1 (continuação). Projeto para construção do coletor solar (dimensões em cm).

Jul./Dez. 1991 285 l'ig u ra 1 (conlinuai^âo). P ro je to p a ra to n s lru ^ ã o d o a ^ lc io r sohii (d im e n s õ e s cm c tn ) Figura 2. Vista geral do colcïor solar.

286 Summa Phytopathologica Vol. 17 aumentar a radiação recebida pelos tubos. Com essas dimensões, o protótipo possui a capacidade de 116 I de substratos, atingindo as temperaturas apresentadas na Figura 3. As temperaturas de inativaçâo de diversos microrganismos, segundo BAKER & ROISTACHER (1957), sflo inferiores às atingidas pela massa de solo contida no coletor solar, sendo estas suficientes para controlar os patógenos com a cxposiçflo durante um dia de radiaçflo plena. Em ensaios realizados com o equipamento, verificou-se a inativaçâo de Meloidogyne artnaria, Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum e Fusariutn solani f. sp. phaseoli, após tratamento por um dia de radiado plena (G H IN Iet al., 1991ab). LITERATURA CITADA 1. ARMOND, G.; BRAGA, C A. da S.; BET- TIOL, W.; GHINI, R. Desenvolvimento de um sistema de desinfesta^ao de solo com uso direto de energia solar. Jaguariún», EMBRAPA/CNPDA, 1989. 23p. (EMBRAPA/CNPDA - Boletim de Pesquisa, 4). 2. ARMOND, G.; BRAGA. C.A. da S.; BEJTn O L, W.; GHINI, R. Coletor solar plano para tratamento térmico do solo. O A*ronômlco, 42(3); 185-189,1990. 3. BAKER, K.F. & ROISIACHER, C.N. Heat treatment of soil. In: BAKER, K.F.; ed. The U.C. system for producing healthy container grown plants. Berkeley, California Agriculture Experiment Station Extension Service, 1957. p.123-37. 4. GHINI, R.; BEITIOL, W.; ARMOND, G.; BRAGA, C.A.S.; INOMOTO, M.M. Utilization of solar collector for treatment of plant growth substrates. In; INTER NATIONAL PLANT PROTECTION CONGRESS, 12, Rio de Janeiro, 1991. Abstracts. Rio de Janeiro, 1991a. 5. GHINI, R.; MELO, IS.; SILVA, E.E.; LUCHIARI, F. Comparação de métodos de controle de Fusarium solani f. sp. phaseoli, em condições de casa de vegetação. In; REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS DE PLANTAS, 4, Campinas. 1991. Anais. Campinas. EMBRAPA/ CNPDA, 1991b, p.l9. HORÁRIO Figura 3. Eficiência do coletor solar no aquecimento de substratos, sendo: 0 = temperatura do substrato C Q : temperatura ambiente ( C); + «intesidade luminosa (0,10.cal/cmVmin).