Ano 7, Número 04, abril de 2016 Construção potiguar continua suavizando as taxas de retração RESUMO E COMENTÁRIOS A Sondagem Indústria da Construção, elaborada pela FIERN, apontou uma continuidade na desaceleração da retração do nível de atividade do setor no mês de abril, tendência que vem sendo sinalizada pela Sondagem desde janeiro. O indicador de nível de atividade alcançou 42,6 pontos, o maior patamar dos últimos 17 meses. Mesmo assim, o nível de atividade efetiva ainda se encontra abaixo do padrão usual para o período, tendência que se repete desde fevereiro de 2013. Acompanhando o recuo da atividade, o número de empregados e o nível médio de utilização da capacidade de operação (UCO) também apontaram contração. Apesar da reação positiva no nível da atividade por uma minoria das empresas, o conjunto dos empresários do setor tem expectativas mais pessimistas em relação ao desempenho nos próximos seis meses, do nível de atividade, das compras de insumos e matérias-primas, da contratação de novos empreendimentos e serviços e da evolução do número de empregados. Além disso, a Sondagem evidencia uma menor disposição do empresário para investir no curto prazo. Comparando-se os indicadores avaliados pela Sondagem Indústria da Construção potiguar com os resultados nacionais divulgados em 20/05 pela CNI, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram em termos de percepção de cenário do setor e do recuo na intenção de investimentos. No entanto, constatam-se sutis diferenças entre os dois grupos. Enquanto o indicador de nível de atividade do Brasil acentuou a retração, o do Rio Grande do Norte apresentou moderação. Mesmo assim, o primeiro grupo tem expectativas menos pessimistas em relação aos próximos seis meses. EVOLUÇÃO MENSAL DA INDÚSTRIA Os resultados da Sondagem Indústria da Construção CNI/CBIC/FIERN, realizada entre os dias 2 e 12 de maio de 2016, mostram que, na opinião da maioria dos empresários, a atividade do setor continuou em queda e ficou abaixo do padrão usual para o período. O indicador do nível de atividade do setor aumentou 9,23%, passando de 39,0 para 42,6 pontos, mas permaneceu abaixo de 50 pontos, mostrando que o nível de atividade caiu em relação ao mês anterior (valores abaixo de 50 pontos indicam queda), embora com menor intensidade. A tendência de suavização na retração do setor vem ocorrendo desde janeiro. Este é o maior índice de nível de atividade dos últimos 17 meses. Na comparação com abril de 2015 o indicador subiu 13,30%. O indicador do nível de atividade efetiva-usual declinou 12,10%, ao passar de 31,4 para 27,6 pontos, situando-se abaixo de 50 pontos, revelando que a atividade permaneceu abaixo do padrão usual para os meses de abril. Mesmo assim, na comparação com abril de 2015, o índice apresentou um crescimento de 15,00%. Sondagem Indústria da Construção. Sondagem Mensal CNI/FIERN/CBIC. Ano 7, Número 04, abril de 2016. 1
Indicadores do nível de atividade (em pontos) 24,0 27,3 27,1 26,8 24,7 24,4 31,2 31,7 26,4 24,7 27,3 31,4 27,6 37,6 38,7 37 35,5 33,4 32,4 35,0 38,5 30,4 34,6 39,6 39,0 42,6 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 ou/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 Nível de atividade Nível de atividade efetiva-usual Indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam aumento ou atividade acima do usual. O indicador de evolução do número de empregados aumentou 18,12%, ao passar de 29,8 para 35,2 pontos, mesmo assim, ficou abaixo dos cinquenta pontos, revelando queda no emprego em relação ao mês anterior. Na comparação com abril de 2015, o indicador subiu 2,03%. 41,6 Indicador de evolução do número de empregados (em pontos) 36,0 34,8 35,2 37,7 34,5 31,9 29,8 37,0 36,5 33,9 34,5 35,5 39,1 36,5 35,9 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valor acima de 50 pontos indica aumento. Em abril, o nível médio de Utilização da Capacidade de Operação (UCO) do setor atingiu 48%, seis pontos percentuais a menos do índice verificado no mês anterior (54%) e três pontos percentuais aquém do valor observado em abril de 2015, quando o indicador alcançou 51%. Utilização da Capacidade de Operação - UCO (%) 42 48 46 47 56 54 51 51 52 48 47 48 48 51 49 45 Sondagem Indústria da Construção. Sondagem Mensal CNI/FIERN/CBIC. Ano 7, Número 04, abril de 2016. 2
EXPECTATIVAS Quanto às expectativas para os próximos seis meses, em maio, os empresários reafirmaram o pessimismo ante o levantamento do mês anterior, tendo todos os indicadores avaliados - nível de atividade, compras de insumos e matérias-primas, novos empreendimentos/serviços e número de empregados - registrado valores inferiores a 50 pontos. (Indicadores de expectativas variam de 0 a 100 pontos. Valores abaixo de 50 pontos revelam pessimismo). O indicador de expectativas quanto à evolução do nível de atividade recuou 8,13%, passando de 50,4 para 46,3 pontos e referente aos novos empreendimentos/serviços decresceu 14,77%, ao passar de 41,3 para 35,2 pontos, revelando que os empresários potiguares preveem queda na atividade do setor e na contratação de novos empreendimentos/serviços nos próximos seis meses. 41,5 Indicadores de expectativa do nível de atividade e de novos empreendimentos e serviços para os próximos seis meses (em pontos) 46,4 43,8 42,6 48,6 37,5 38,3 41,0 40,1 39,8 38,6 37,6 44,3 37,3 37,7 42,8 39,7 36,6 43,2 41,7 50,4 41,3 40,6 41,3 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 Nível de atividade Indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam expectativa positiva. Novos empreendimentos/serviços 46,3 35,2 O indicador relativo às compras de insumos e matérias-primas subiu 8,47%, passando de 42,5 para 46,1 pontos e o do número de empregados declinou 2,90%, ao passar de 42,6 para 41,4 pontos, revelando que os empresários potiguares esperam retração em ambos indicadores. Indicadores de expectativa das compras de matérias-primas e do número de empregados para os próximos seis meses (em pontos) 35,2 43,0 42,8 40,4 43,8 42,9 40,7 46,6 37,6 35,8 40,8 41,3 42,6 42,6 41,4 39,5 36,5 40,8 42,5 39,1 35,1 38,7 46,1 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 Compras de insumos e matérias-primas Número de empregados Indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam expectativa positiva. INTENÇÃO DE INVESTIMENTO Em maio, o indicador que mede a intenção de investimento da Indústria da Construção recuou 8,8 pontos em relação ao mês anterior e atingiu 18,5 pontos. Quando comparado com maio de Sondagem Indústria da Construção. Sondagem Mensal CNI/FIERN/CBIC. Ano 7, Número 04, abril de 2016. 3
2015 (26,0 pontos) a redução foi de 7,5 pontos, denotando que os empresários estão menos propensos a investirem no setor. Note-se, porém, que o índice varia de 0 a 100 pontos; quanto maior o índice, maior a disposição para o investimento na indústria. Intenção de Investimento nos próximos seis meses ( em pontos ) 40,6 40,6 31,5 22,6 26,0 22,3 26,8 24,0 27,4 20,0 26,1 22,3 24,4 22,5 17,4 27,3 18,5 O indicador varia de 0 a 100. Quanto maior o indicador, maior a propensão de investimento Sondagem Indústria da Construção. Sondagem Mensal CNI/FIERN/CBIC. Ano 7, Número 04, abril de 2016. 4
Indicadores Indústria da Construção Atividade Mensal Abr/15 Mar/16 Abr/16 Nível de atividade 37,6 39,0 42,6 Atividade efetiva-usual 24,0 31,4 27,6 Número de empregados 34,5 29,8 35,2 Utilização da Capacidade Operação - UCO (%) 51 54 48 Expectativas para os próximos seis meses Mensal Mai/15 Abr/16 Mai/16 Nível de atividade 41,5 50,4 46,3 Compras de insumos e matérias-primas 42,5 46,1 Novos empreendimentos e serviços 37,5 41,3 35,2 Número de empregados 35,2 41,4 Intenção de investimento* 26,0 27,3 18,5 Indicadores variam no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento da atividade e do emprego, atividade acima do usual para o mês, satisfação com a margem de lucro operacional e a situação financeira da empresa, facilidade no acesso ao crédito, elevação no preço médio das matérias-primas ou expectativas otimistas para os próximos seis meses. *O índice varia no intervalo de 0 a 100. Quanto maior o índice, maior é a intenção de investimento. Sumário Metodológico Perfil da amostra: 20 empresas, sendo 5 pequenas e 15 médias e grandes. Período de coleta: de 2 a 12 de maio de 2016 A Sondagem Indústria da Construção é elaborada mensalmente pela Unidade de Economia e Estatística da FIERN em parceria com a CNI, com a participação de empresas de todo o Rio Grande do Norte. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto realizado com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativas de evolução das variáveis pesquisadas. As alternativas são associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. Os resultados são apresentados na forma de indicadores de difusão que variam no intervalo de 0 a 100 pontos. Esses indicadores são obtidos ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os indicadores gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas: Pequenas (entre 10 e 49 empregados), Médias (entre 50 e 249 empregados) e Grandes (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável Pessoal Ocupado, segundo o Cadastro de Estabelecimentos Empregadores do Ministério do Trabalho e Emprego - CEE/MTE. EXPEDIENTE: Sondagem Indústria da Construção. Publicação Mensal CNI/FIERN/CBIC, Ano 7, N 04, abril de 2016. Unidade de Economia e Estatística - Elaboração: Ediene Maria da Cruz - Colaboraram: Silvana Maria de Araújo e Sandra Lúcia Barbosa Cavalcanti - Fone: (84) 3204-6271 - Fax: (84) 3204-6291 - E-mail: edienecruz@fiern.org.br, silvana@fiern.org.br, sandra@fiern.org.br - Home page: www.fiern.org.br. Sondagem Indústria da Construção. Sondagem Mensal CNI/FIERN/CBIC. Ano 7, Número 04, abril de 2016. 5