GRUPO 3. Pergunta do Professor:



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Transcrição:

GRUPO 3 Amanda Lima de Oliveira Mat. 12/0055627 Fernanda Brandão de Souza Mat. 12/0030403 Luisa Barros de Melo Mat. 12/0017211 Paula Cristina Margotto Mat. 12/0039702 Sarah Araujo do Monte Mat. 12/0022168 Tamy Fernandes Yoshioka Mat. 12/0022681 Pergunta do Professor: O super Wi Fi foi adotado no Brasil? Como se propõe a universalização das telecomunicações rurais? Em 2011, a Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos aprovou a utilização dos espaços brancos, que são as faixas de frequência entre os canais de televisão, para criar o Super Wi-Fi. A diminuição da frequência proporcionou alcances muito maiores, atingindo uma área de cobertura ampla. Além disso, com o aumento da potência, há a possibilidade de ultrapassar paredes com maior facilidade e aumentando a velocidade. 1 Este avanço só foi possível com a transmissão digital, contando com os canais que utilizam o formato. No caso do Brasil, a implementação da TV digital iniciou-se em 2007. Dessa forma, ainda está ocorrendo a mudança da TV analógica para a digital. A ANATEL objetiva aguardar o amadurecimento das tecnologias para poder implementar equipamentos desse tipo de serviço e, então, transformar o sinal em Super Wi-Fi. 2 No âmbito das áreas rurais, a universalização das telecomunicações é proposta por meio de licitações, como por exemplo o Edital de Licitação de 450 MHz e de 2,5 GHz. Esse edital possui como uma de suas premissas e objetivos, a implementação de serviços de telecomunicações de voz e de dados em todos os municípios brasileiros, inclusive no âmbito das áreas rurais. Ele prevê um compromisso de abrangência da faixa de 450 MHz da empresa ganhadora do edital que possibilitará atender, até dezembro de 2015, 1 2 http://www.tecmundo.com.br/wi-fi/5608-o-que-e-super-wi-fi-.htm http://www.tecmundo.com.br/wi-fi/5608-o-que-e-super-wi-fi-.htm

100% dos municípios do Brasil, permitindo, por exemplo, serviços de voz e dados de varejo e conexões de dados em escolas públicas rurais. Pergunta do Grupo 1 A super Wi Fi é uma rede de conexão sem fio de altíssima velocidade. Apesar de já termos a tecnologia, o Brasil ainda não implementou tal tecnologia. Porque? Quais os entraves que impossibilitam sua implementação? A FCC, Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, aprovou em 2011 a utilização das faixas de frequência existentes entre os canais de televisão, os chamados espaços brancos para a criação da Super Wi-Fi. Isso foi possível porque nos EUA a transmissão digital é uma realidade em praticamente todo o país. No Brasil, a implementação da TV digital começou a partir de 2007. Porém somente após o sinal analógico de televisão sair do ar, prevista para 2016, é que será possível a implantação do Super Wi-Fi, para que seja liberado espaço do espectro para reutilização dos espaços em branco, Assim, pelo cronograma da ANATEL, apenas em junho de 2016 é que deixarão de existir canais de TV analógicos, abrindo um grande espaço para re-utilização desse espectro por tecnologias como a 802.11af Pergunta do Grupo 2 Meses após a divulgação das violações de sigilo do governo e de empresas brasileiras pela NSA, um dos pontos encampados pelo próprio governo brasileiro nos debates sobre o Marco Civil da Internet foi o de obrigar a instalação de datacenters no Brasil para empresas estrangeiras que armazenam dados de pessoas físicas e jurídicas brasileiras. Havia uma justificativa processual por parte do governo. Qual era? Empresas como o Google vislumbraram, além da ineficácia da medida para com os propósitos do governo, o perigo dessa regra inviabilizar muitos projetos no Brasil. Como esta regulação se mostra ineficaz e de que forma poderia coibir o ingresso de empresas no mercado brasileiro? Em resposta às estratégias de espionagem realizadas pela Agência de Segurança norte-americana e, ainda, com a finalidade de preservar os direitos de intimidade,

privacidade e de proteger os dados pessoais de usuários e o sigilo das comunicações privadas, o Marco Civil da Internet buscou regular as formas de armazenamento de dados, inclusive em relação às empresas estrangeiras que atuam com brasileiros. Determina-se, por exemplo, pessoa jurídica sediada no exterior, prestadora de serviço ao público brasileiro, deverá se sujeitar às mesmas regras de empresas sediadas em território nacional, tal qual disposto no artigo 11, 2º, da lei 12.965/14 (Marco Civil): Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que, pelo menos, um desses atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas. [...] 2º. O disposto no caput aplica-se mesmo que as atividades sejam realizadas por pessoa jurídica sediada no exterior, desde que oferte serviço ao público brasileiro ou, pelo menos, uma integrante do mesmo grupo econômico possua estabelecimentos no Brasil. Esse tipo de regulamento se deve ao fato de que a Internet não se sujeita aos limites territoriais do Estado brasileiro; tornando-se, assim, necessário trazer para o ordenamento jurídico nacional todos os contratos estabelecidos com brasileiros usuários de Internet. Este ponto reflete o interesse de que, uma vez que estas empresas estejam sujeitas às leis nacionais, os princípios previstos no Marco Civil sejam respeitados. Com esse mesmo propósito, houve, no momento da edição da lei, a proposta governamental de armazenar fisicamente no país os dados de usuários, obrigando a instalação de datacenters em servidores presentes no território brasileiro, por empresas que operam no Brasil. Com isto, as empresas prestadoras de serviço na internet teriam necessariamente que respeitar as leis brasileiras, em que somente com autorização judicial seria possível proceder a uma quebra de sigilo de dados.

Tal proposta, contudo, foi amplamente criticada, primeiramente em razão da sua ineficácia: tornar obrigatório o armazenamento de dados de internautas em território nacional não garantiria esta privacidade desejada, e ainda ameaçaria prejudicar o desenvolvimento do setor de tecnologia. Nesse sentido, o professor Adriano Cansian, da Unesp de São José do Rio Preto, especialista em segurança da informação, argumentou: do ponto de vista técnico é complicado assegurar a proteção de dados de internautas brasileiros pelo simples fato de estocá-los em território nacional ; essas informações poderiam, em algum momento, passar pela rede, abrindo a possibilidade de espionagem. Além disto, poderia o país sofrer com um aumento de custos decorrente desta obrigatoriedade e ainda dificultaria a inovação e criaria barreiras desnecessárias para novas empresas, como foi alegado pela Google. Diante de tais obstáculos, a emenda não foi aprovada, mas nada impede que seja rediscutida em momentos posteriores. Pergunta do Grupo 4 O Marco Civil da Internet vem para regular a Internet e também buscando dar maior segurança a seus usuários. O Marco Civil por si só já é medida suficiente se forem seguidas as suas disposições ou serão necessárias outras medidas para poder proteger os dados dos usuários e para se evitar a espionagem como a que foi feita pelos Estados Unidos? O Marco Civil, por si só, não é suficiente para proteger os dados dos usuários e evitar a espionagem. Apesar de essa legislação ter um objetivo interessante e importante, suas previsões não terão plena eficácia se forem seguidas sozinhas. É necessário que suas disposições sejam seguidas ao lado de outras Legislações que versem sobre esse mesmo tema. O Marco Civil é um marco regulatório que regulamenta a questão da internet de maneira geral, necessitando da aplicação de outras legislações mais específicas. O ordenamento jurídico brasileiro funciona como um sistema, e é essa sistemática entre vários tipos de leis e normas que permite que nossa sociedade se organize de maneira a garantir as melhores condições de vida para todos os cidadãos e, no caso, evite a espionagem e proteja os dados dos usuários. Além disso, é necessária uma cooperação internacional visando uma gestão internacional da Internet multilateral, transparente e democrática, com a participação de governos, sociedade civil, setor privado e organismos internacionais.

Pergunta do Grupo 5 Com o advento da Internet, e sua alta capacidade de compartilhamento, os governos passam a ter que lidar diuturnamente com um grave problema, a possibilidade de terem informações governamentais sigilosas violadas e espalhadas na rede global quase que instantaneamente, fato esse que já ocorre de forma rotineira no que refere a esfera privada de certas pessoas que tem sua intimidada exposta na rede. Dessa forma quais atitudes têm sido adotadas pelo Governo brasileiro para coibir ou mesmo punir este tipo de violação? Seja no Plano referente a violação de informações governamentais ou mesmo com a exposição da privacidade de um indivíduo. Com o objetivo de coibir e punir as violações de informações sigilosas, o Governo Brasileiro adotou a criação de medidas legislativas como o Marco Civil da Internet e reabriu a discussão da criação de um serviço de e-mails geridos pela empresa de Correios e Telégrafos Do ponto de vista externo, algumas medidas realizadas pelo Brasil chamaram a atenção. No dia 02/07/2015, foi realizado o segundo encontro do Ciclo de Conferências "CGI.br 20 anos - princípios para a governança e uso da Internet", com a participação de Frank La Rue, advogado e ex-relator especial da ONU para o direito à liberdade de expressão e opinião; e do jornalista e escritor James Bamford. 3 Em sua fala, Bamford declarou que: "O Brasil foi inovador com a construção do cabo submarino que vai de Fortaleza a Portugal. Essa é uma maneira de evitar a espionagem da NSA, uma ótima ideia que outros países devem adotar. (http://www.governoeletronico.gov.br/noticias-eeventos/noticias/especialistas-debatem-violacao-deprivacidade-na-internet-em-conferencia-dos-20-anos-docgi.br) 3 http://www.governoeletronico.gov.br/noticias-e-eventos/noticias/especialistasdebatem-violacao-de-privacidade-na-internet-em-conferencia-dos-20-anos-do-cgi.br

Por usa vez, La Rue elogiou o Brasil por institucionalizar o diálogo multissetorial com a criação do Comitê Gestor da Internet e elaborou e aprovou o Marco Civil da Internet com o objetivo de garantir certos direitos na Internet. Cabe ressaltar que o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) é um modelo de governança da Internet democrático, multilateral e transparente, elogiado internacionalmente, no qual os setores da sociedade participam de forma igualitária de suas decisões. Este é responsável pelo estabelecimento de diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordenação e integração das iniciativas de serviços, ampliando a qualidade técnica, inovação e disseminação dos serviços ofertados. 4 Pergunta do Grupo 6 Considerando-se o sigilo do fluxo de comunicações da Internet, bem como a proteção dos dados pessoais dos usuários e sua regulamentação pelo Marco Civil da Internet, como se dá a guarda de registros de conexão? E como a governança da Internet pode aprimorar a segurança de dados na rede mundial de computadores? O art. 13, caput e seus respectivos parágrafos da Lei n. 12.965/2014, preenchem a lacuna antes existente em relação à obrigatoriedade e os prazos de preservação de dados de usuários da Internet registrados pelos provedores, in verbis: "Art. 13. Na provisão de conexão à internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 1 (um) ano, nos termos do regulamento. 1 o A responsabilidade pela manutenção dos registros de conexão não poderá ser transferida a terceiros. 2 o A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderá requerer cautelarmente que os 4 http://www.governoeletronico.gov.br/noticias-e-eventos/noticias/especialistasdebatem-violacao-de-privacidade-na-internet-em-conferencia-dos-20-anos-do-cgi.br

registros de conexão sejam guardados por prazo superior ao previsto no caput. 3 o Na hipótese do 2 o, a autoridade requerente terá o prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir do requerimento, para ingressar com o pedido de autorização judicial de acesso aos registros previstos no caput. 4 o O provedor responsável pela guarda dos registros deverá manter sigilo em relação ao requerimento previsto no 2 o, que perderá sua eficácia caso o pedido de autorização judicial seja indeferido ou não tenha sido protocolado no prazo previsto no 3 o. 5 o Em qualquer hipótese, a disponibilização ao requerente dos registros de que trata este artigo deverá ser precedida de autorização judicial, conforme disposto na Seção IV deste Capítulo. 6 o Na aplicação de sanções pelo descumprimento ao disposto neste artigo, serão considerados a natureza e a gravidade da infração, os danos dela resultantes, eventual vantagem auferida pelo infrator, as circunstâncias agravantes, os antecedentes do infrator e a reincidência." Assim, os provedores manterão armazenados os dados pelo período de um ano, em sigilo, ambiente controlado e de segurança, podendo o prazo ser estendido mediante requerimento cautelar de autoridade policial ou administrativa ou do Ministério Público. 5 Neste panorama, a governança da Internet contribuiria na desconcentração dos serviços de web, com mecanismos para proteger os usuários de ameaças, crimes cibernéticos, invasão de privacidade e espionagem, sem comprometer a liberdade de expressão e de informação. A segurança cibernética é um assunto internacional devendo ter uma abordagem multissetorial pela importância de atores diferentes da sociedade para o 5 http://www.conjur.com.br/2014-abr-30/marco-civil-internet-poe-fim-lacunasexistentes-legislacao

desenvolvimento de uma estratégia nacional. Não é uma questão que pode ser resolvida apenas por governos ou forças de segurança, mas que necessita da ajuda de atores da sociedade. Tem por base a conscientização sobre a segurança cibernética entre os usuários da Internet. 6 Pergunta do Grupo 7 Qual a importância da regulação interna e externa no setor de comunicações para os Estados, tendo em vista a questão do sigilo nas telecomunicações? A regulação interna e externa do setor de comunicações é importante para que esses dois tipos de regulação, de forma conjunta e complementar, determinem dispositivos normativos necessários para que o sigilo das telecomunicações possa ser preservado e controlado protegendo os direitos individuais das pessoas e a soberania dos países. Pergunta do Grupo 8 Não enviaram. Pergunta do Grupo 9 De que maneira é possível a conciliação do conflito existente entre a proteção da intimidade e da vida privada das pessoas, garantida constitucionalmente pelo inciso X, do artigo 5º, e a necessidade de obtenção de informações relacionadas a serviços de telefonia móvel - dados cadastrais de clientes de empresas telefônicas, bem como o histórico e o conteúdo de chamadas telefônicas - por autoridades policiais diante de investigações criminais em inquéritos policiais? E até qual ponto a autorização judicial de quebra de sigilo telefônico pelas empresas de telefonia, para possibilitar o curso de investigações 6 OPPERMANN, Daniel. GOVERNANÇA DA INTERNET E SEGURANÇA CIBERNÉTICA NO BRASILRevista de Relações Internacionais da UFGD, Dourados, v.2. n.3, jul./dez., 2013. Pp. 1-25.

policiais, é possível, tanto infra quanto constitucionalmente, de forma a não infringir a proteção destes dados cadastrais dos clientes, assim regulamentada pela própria Constituição Federal, bem como pela Lei Geral de Telecomunicações e Regulamentações referentes à Anatel? A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a proteger, com a devida importância, o sigilo das informações de telecomunicações. O inciso X do artigo 5º da Carta Magna já dispõe o modo como a conciliação entre a proteção da intimidade e a garantia da necessidade de informação será dada. Somente com autorização judicial poderá ser quebrado esse sigilo telefônico, porém, para essa autorização judicial ser válida é preciso ser respeitado algumas regras impostas pela Lei 9296, tais como: haver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis; e o fato investigado constituir infração penal punida com pena de reclusão. Pergunta do Grupo 10 O inciso XII do artigo 5º da CF estabelece que "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal". A expressão "no último caso" faz aparente referência ao caso das comunicações telefônicas, deixando de fora da possibilidade de violação as outras formas de comunicação citadas. A Lei nº 9.296/96, por sua vez, dispõe que "aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática". Ou seja, a lei pretende aplicar-se, aparentemente, para casos de comunicação via dados. Existe, portanto, inconstitucionalidade neste dispositivo da lei? Como a doutrina e jurisprudência resolvem tal questão? O inciso XII do artigo 5º da CF protege a comunicação de dados e relativiza a telefônica, porém, o dispositivo constitucional não é claro e de fácil interpretação, principalmente atualmente com a realidade tecnológica vivenciada. O constituinte originário não pode prever o avanço tecnológico que aconteceria, mas o legislador, já ciente dessa realidade, previu a hipótese de relativização do sigilo de dados informáticos e telemáticos na Lei 9.296.

Assim, a doutrina e a jurisprudência entendem que a palavra dados constante desse dispositivo constitucional, se refere à comunicação de dados, não aos dados em geral. Ademais, em um mundo extremamente informatizado, onde a maior parte da comunicação é feita via e-mail e em softwares como skype, whatsapp e facebook, não há como não relativizar a quebra de sigilo desse tipo de comunização, devendo, então ser considerado constitucional a aplicação da Lei 9.296 à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Pergunta do Grupo 11 O artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal de 1988, prevê que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Em razão desse dispositivo, a jurisprudência entendia como ilícita a prova obtida por meio de gravação de conversa telefônica sem o consentimento de ambas as partes, mesmo com ordem judicial. Qual era a justificação do STF para tal conduta? Quando tal interpretação foi modificada e quais as novas condições para sua licitude? As primeiras decisões do STF consideravam a gravação de conversa telefônica sem o consentimento de ambas as partes como prova ilícita, bem como a interceptação telefônica mesmo com autorização judicial, uma vez que entendia que, no último caso, era preciso lei específica para regulamentar os casos em que seria admitido a autorização judicial para interceptação telefônica. Em 1992, o STF mudou seu entendimento e começou a entender que a gravação de conversa telefônica gravada por uma das partes sem anuência da outra não poderia ser ilícita, uma vez que somente era uma documentação da comunicação oral, o que, em princípio, não configura a violação do princípio da proteção ao sigilo, uma vez que não é um grampo telefônico, ou seja, não há, nessa hipótese, uma violação de correspondência alheia. Em 1996, com o advento da Lei 9.296, que regula a interceptação telefônica e de dados, o STF passou a permitir a licitude das provas advindas de quebra de sigilo, uma vez que as regras que a autorizavam já estavam determinadas em lei.

REFERÊNCIAS CERQUEIRA Fº, Carlos Roberto de Almeida. Os arquivos Snowden: o episódio e os reflexos no Brasil. Tese apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política Estratégica (CAEPE). Rio de Janeiro: ESG, 2014. CIRIACO, Douglas. O que é Super Wi-Fi?. Disponível em <http://www.tecmundo.com.br/wi-fi/5608-o-que-e-super-wi-fi-.htm> Acesso em: 23 de outubro de 2015. Especialistas debatem violação de privacidade na Internet em conferência dos 20 anos do CGI.br. Disponível em <http://www.governoeletronico.gov.br/noticias-eeventos/noticias/especialistas-debatem-violacao-de-privacidade-na-internet-emconferencia-dos-20-anos-do-cgi.br> Acesso em: 24 de outubro de 2015. GIACCHETTA, André. FREITAS, Ciro. MENEGUETTI, Pamela. Marco Civil na Internet põe fim a lacunas existentes na legislação. Disponível em <http://www.conjur.com.br/2014-abr-30/marco-civil-internet-poe-fim-lacunasexistentes-legislacao> Acesso em: 23 de outubro de 2015. OLIVEIRA, Sergio R S. 802.11AF SUPER WIFI WHITE SPACES. Disponível em: https://truthhasnoowner.wordpress.com/2010/09/26/802-11af-super-wifi-whitespaces/. Acesso em: 24 de outubro de 2015. OPPERMANN, Daniel. Governança da Internet e Segurança Cibernética no Brasil.

Revista de Relações Internacionais da UFGD, Dourados, v.2. n.3, jul./dez., 2013. Pp. 1-25.