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Transcrição:

Estas notas foram publicadas pela Secretaria Internacional da EITI para oferecer orientação para os países implementadores sobre como satisfazer os requisitos do Padrão da EITI. Aconselhamos os leitores a consultarem o Padrão da EITI diretamente e a contatarem a Secretaria Internacional para obter mais esclarecimentos. Dados para contato podem ser encontrados no site: www.eiti.org. Requisito 4.2(d) e (e) Em alguns países, as empresas fazem pagamentos diretos para esferas subnacionais do governo (por exemplo, governos regionais, municípios e chefaturas). Além disso, alguns governos também possuem mecanismos formais ou informais de compartilhamento de receitas que estipulam que uma parte das receitas provenientes do setor extrativo arrecadadas pelo governo central deve ser transferida para entidades governamentais subnacionais. Esses pagamentos e transferências muitas vezes são muito importantes para as partes interessadas, particularmente em discussões referentes aos benefícios proporcionados a comunidades locais, mesmo que esses pagamentos representem apenas uma parte do total das receitas nacionais. Receitas captadas localmente ou transferências de receita compulsórias são muitas vezes uma fonte de renda importante para governos regionais e locais. A transparência em relação a esses pagamentos e transferências pode servir para verificar se são realizados de fato e para pedir contas às autoridades regionais e locais. Estas notas oferecem orientações para os grupos compostos pelas diversas partes envolvidas (MSG) e administradores independentes sobre como lidar com essas questões, de acordo com o Padrão da EITI. Estas notas estão divididas em duas partes. A Parte 1 oferece orientações sobre os pagamentos diretos feitos por empresas a entidades subnacionais. O Padrão da EITI exige que, caso sejam materiais, os pagamentos diretos de empresas para entidades governamentais subnacionais, bem como o recebimento desses pagamentos, sejam divulgados e reconciliados no Relatório da EITI (Requisito 4.2(d)). A Parte 2 oferece orientações sobre transferências de receitas provenientes das indústrias extrativas entre os níveis central e subnacionais do governo. Quando as transferências entre entidades governamentais nacionais e subnacionais forem obrigatórias por constituição, estatuto ou outro mecanismo nacional de compartilhamento de receitas, as transferências materiais devem ser divulgadas no Relatório da EITI (Requisito 4.2(e)). O quadro 1 abaixo traz os requisitos detalhados.

Parte I: Lidando com pagamentos de empresas para entidades governamentais subnacionais

Passo 1 - Identificando pagamentos diretos de empresas para governos subnacionais Aconselhamos o MSG a conduzir uma revisão para obter entendimento sobre: Quais impostos, taxas e outros pagamentos as empresas precisam fazer para as esferas subnacionais do governo? Fluxos de benefício típicos incluem impostos sob propriedades, taxas de superfície/terreno, taxas para o uso de água ou outros recursos. Esses pagamentos podem ser obrigatórios por constituição, exigidos pela legislação ou regulamentação nacional ou local ou fixados em uma licença ou contrato. Quais entidades subnacionais recebem esses pagamentos (por exemplo, regiões, estados, municípios, conselhos distritais, chefaturas ou assembleias regionais)? Essas entidades arrecadam pagamentos diretamente ou por meio de outra agência nacional/federal ou outro nível subnacional? Quando empresas fazem pagamentos diretos para governos subnacionais, o MSG deve avaliar a materialidade desses pagamentos em relação às receitas governamentais totais e comparados às receitas totais recebidas pela entidade subnacional (ver Passo 2). Caso o MSG determine que não há pagamentos materiais, essa avaliação deve ser documentada. Pode ser útil fornecer um resumo disso no Relatório da EITI para que fique claro por que os pagamentos de empresas a entidades subnacionais não são abordados. Passo 2 Avaliando a materialidade dos pagamentos diretos de empresas para entidades subnacionais Quando o MSG determinar que há pagamentos diretos de empresas para governos subnacionais, deve-se estabelecer a materialidade desses pagamentos. O processo deve ser baseado na abordagem geral estabelecida no Requisito 4.1(a): Antes do processo de relatório, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve entrar em acordo sobre quais pagamentos e receitas são materiais e que, portanto, devem ser divulgados, incluindo definições e limites de materialidade adequados. Pagamentos e receitas são considerados materiais se sua omissão ou inexatidão afetar de maneira significativa a abrangência do Relatório da EITI. Uma descrição de cada fluxo de receita e definições e limites de materalidade relacionados devem ser incluídos no Relatório da EITI. Ao estabelecer as definições e os limites de materialidade, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve considerar o volume dos fluxos de receita em relação ao total de receitas. O grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve documentar as opções consideradas e o raciocínio utilizado para estabelecer as definições e os limites. Em alguns casos, os dados necessários para fazer essas avaliação podem já ter sido disponibilizados por empresas, autoridades governamentais subnacionais ou outras fontes. Em outros casos, pode ser possível somente estimar o volume dos pagamentos por meio de consultas com as partes envolvidas. Quando o grupo composto pelas diversas partes envolvidas determina que os pagamentos de empresas para entidades subnacionais são materiais, esses pagamentos e receitas devem ser divulgados e reconciliados no Relatório da EITI. Caso o grupo composto pelas diversas partes envolvidas determine que os pagamentos de empresas para entidades subnacionais não são materiais, a lógica dessa avaliação deve ser documentada. Pode ser útil fornecer um resumo no Relatório da EITI. Passo 3 - Divulgação e reconciliação de pagamentos diretos de empresas para entidades subnacionais

Caso os pagamentos de empresas para entidades subnacionais sejam determinados como materiais, esses pagamentos e receitas devem ser divulgados e reconciliados no Relatório da EITI. Pode ser útil fornecer um resumo no Relatório da EITI. Os resultados das investigações do MSG (bem como referências e materiais de apoio) devem estar refletidos nos termos de referência do Administrador Independente. O Administrador Independente irá: Rever a avaliação do MSG sobre a materialidade dos pagamentos diretos de empresas para entidades subnacionais Quando aplicável, rever a proposta do MSG em relação aos limites de materialidade, e às entidades que serão solicitadas a fornecer relatórios Propor modelos de relatório para empresas e governos, bem como garantias a serem fornecidas Coletar e reconciliar esses dados e apresentar as conclusões no relatório do Administrador Independente Existe um desafio em particular referente à garantia de que todas as agências governamentais subnacionais participam do processo. Isso pode exigir um alcance adicional (incluindo pelo governo central), bem como treinamento e formação. 3. Exemplos Quadro 2 Imposto específico da indústria extrativa pago a governos locais em Serra Leoa Fonte: SLEITI - http://www.sleiti.gov.sl/userfiles/downloads/sierra%20leone-%202nd%20reconciliation%20report-final%20lamin%20boa.pdf

Quadro 3 Trecho das recomendações do Administrador Independente no Relatório da EITI de Serra Leoa de 2008-2010 Quadro 4 Impostos não específicos da indústria extrativa pagos a governos locais na Nigéria Os Relatórios da NEITE da Nigéria incluem fluxos de benefício que são específicos e não específicos ao setor extrativo. As contribuições para a Comissão de Desenvolvimento do Delta do Níger pagas por empresas foram reconciliadas. Já os impostos com retenção na fonte e PAYE, ou seja, impostos sobre salários, são pagos pelas empresas aos estados e não são específicos a empresas extrativas, mas foram considerados significativos e, portanto, foram divulgados, mas não reconciliados.

Quadro 5 Exemplo de modelo de relatório subnacional na Mongólia Para consultar o modelo completo, leia o Anexo 1 Implementing EITI at the Subnational Level (Banco Mundial, 2011) Parte II: Lidando com transferências entre os governos nacional e subnacionais A Secretaria recomenda um processo de 6 passos para lidar com transferências entre entidades dos governos nacional e subnacionais (ver Figura 2).

Passo 1 Estabelecer as transferências exigidas por constituição, estatuto ou outro mecanismo nacional de compartilhamento de receitas Ao identificar se existem transferências entre entidades governamentais nacionais e subnacionais provenientes das indústrias extrativas que são obrigatórias por constituição, estatuto ou outro mecanismo nacional de compartilhamento de receitas, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas pode considerar: Se há alguma legislação, regulamentação ou acordo que exige transferências de receitas provenientes de recursos do governo nacional ou federal para entidades governamentais subnacionais específicas (por exemplo, em áreas de produção). Se sim, há uma fórmula ou procedimento estabelecido para determinar o volume e o prazo dessas transferências? Qual entidade ou entidades governamentais são responsáveis pelo cálculo, transferência e arrecadação dessas receitas? Quando as transferências não são obrigatórias, mas ocorrem de forma ad-hoc, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas é incentivado a divulgá-las e, sempre que possível, deve reconciliar tais transferências. Para mais informações, consulte o passo 4. Passo 2 - Avaliar a materialidade das transferências relacionadas à indústria extrativa entre entidades nacionais e subnacionais Quando o MSG determina que existem transferências entre entidades governamentais nacionais e subnacionais provenientes de recursos das indústrias extrativas, o MSG deve conduzir um trabalho adicional de escopo para determinar a materialidade dessas transferências. Da mesma forma que em pagamentos e receitas, o processo deve ser baseado na abordagem definida no Requisito 4.1(a): Antes do processo de relatório, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve entrar em acordo sobre quais pagamentos e receitas são materiais e que, portanto, devem ser divulgados, incluindo definições e limites de materialidade adequados. Pagamentos e receitas são considerados materiais se sua omissão ou inexatidão afetar de maneira significativa a abrangência do Relatório da EITI. Uma descrição de cada fluxo de receita e definições e limites de materialidade relacionados devem ser incluídos no Relatório da EITI. Ao estabelecer as definições e os limites de materialidade, o grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve considerar o volume dos fluxos de receita em relação ao total de receitas. O grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve documentar as opções consideradas e o raciocínio utilizado para estabelecer as definições e os limites. Em alguns casos, os dados necessários para fazer essa avaliação podem já ter sido disponibilizados (por autoridades governamentais ou outras fontes). Em outros casos, pode ser que seja possível somente estimar o volume das transferências por meio de consultas com as partes envolvidas. Quando o grupo composto pelas diversas partes envolvidas determina que as transferências entre entidades nacionais e subnacionais provenientes de recursos das indústrias extrativas são materiais, essas transferências devem ser divulgadas no Relatório da EITI. Caso o grupo composto pelas diversas partes envolvidas determine que as

transferências entre entidades nacionais e subnacionais provenientes de recursos das indústrias extrativas não são materiais, a lógica dessa avaliação deve ser documentada. Pode ser útil fornecer um resumo no Relatório da EITI. Passo 3 Estabelecer um procedimento de relatório para divulgar transferências compulsórias O MSG deve estabelecer um procedimento de relatório para divulgar transferências compulsórias entre entidades nacionais e subnacionais que sejam materiais, destacando quaisquer desvios da fórmula de compartilhamento de receitas acordada. Um procedimento de reconciliação também é recomendado. Caso acordada, a reconciliação pode seguir os mesmo passos sugeridos para a reconciliação de pagamentos diretos de empresas para entidades subnacionais. O Relatório da EITI deve publicar a fórmula de compartilhamento de receitas, se houver, assim como qualquer discrepância entre a quantia calculada para a transferências de acordo com a fórmula de compartilhamento relevante e o montante real que foi transferido entre o governo central e cada entidade subnacional relevante. Passo 4 Lidar com transferências discricionárias ou ad-hoc O MSG é incentivado a estabelecer um procedimento de relatório que divulgue transferências discricionárias ou adhoc de receitas relacionadas a recursos e a incluir esse trabalho nos termos de referência do Administrador Independente. Um procedimento de reconciliação também é incentivado. O grupo composto pelas diversas partes envolvidas deve documentar a abordagem seguida para lidar com transferências subnacionais. Pode ser útil fornecer um resumo no Relatório da EITI.

Quadro 6 Estudos de caso para Madagascar e Peru Peru O Relatório da EITI de 2010 mostra que 34% das receitas totais provenientes dos setores de petróleo e mineração no Peru são transferidas automaticamente para governos subnacionais. O maior contribuinte é o Canon Minero, que é derivado de impostos sobre rendimentos pagos por empresas extrativas. Dos impostos sobre rendimentos arrecadados, 50% vão diretamente para entidades locais, de acordo com a seguinte distribuição: 10%, 25% e 40% para municipalidades dos distritos, províncias e departamentos onde a atividade extrativa acontece e 25% para governos regionais. Uma fórmula parecida é aplicada para os royalties de mineração. Por outro lado, os royalties de hidrocarbonetos são distribuídos segundo um procedimento comparável que beneficia principalmente o governo regional (para petróleo) e as municipalidades (para gás). Os Relatórios da EITI do Peru incluem uma explicação detalhada desse regime. Os Relatórios da EITI reconciliam os valores calculados para o Canon Minero, obtidos nas divulgações de impostos sob rendimentos e fórmulas aplicadas, com os valores determinados pela agência governamental responsável por administrar essas transferências (Escritório do Primeiro Ministro). Comparações similares estão incluídas para a distribuição de royalties de mineração entre as royalties divulgadas agregadas (por região) e os valores transferidos de acordo com o Escritório do Primeiro Ministro. Para a distribuição dos royalties de petróleo, os relatórios também reconciliam os valores divulgados por empresas com os valores calculados pelas autoridades. No caso de royalties de gás, a distribuição para o Departamento de Cusco, o único recipiente de royalties de gás, também é reconciliada entre as empresas que participam da reconciliação e a agência coletora em Perupetro. Essas reconciliações no Relatório da EITI revelaram diferenças insignificantes no caso da distribuições de royalties de gás e pequenas discrepâncias no caso do Canon Minero, mas diferenças significativas no caso dos royalties de mineração. Madagascar Uma taxa administrativa ( Frais d administration miniere ) é arrecadada pelo escritório nacional de cadastros ( Bureau des Cadastres Miniers ) e depois distribuída para governos locais (conforme uma fórmula preestabelecida, sendo que aproximadamente 24% do total arrecadado de taxas vão para o governo local). O Relatório da EITI de 2010, publicado em setembro de 2011, mostrou que receitas arrecadadas centralmente em nome das comunidades locais não foram transferidas para os seus beneficiários intencionais. O relatório revelou os principais problemas que impedem que as comunidades locais recebam suas receitas. Após a publicação do relatório, prefeitos de comunidades afetadas pela mineração protestaram oficialmente perante o seu ministro superior direto, reivindicando o pagamento dessas receitas. Isso levou a um importante diálogo 1 e 1 Ver: http://www.eiti-madagascar.org/fr/content/frais-dadministration-mini%c3%a8re-d%c3%a9faillance-du-syst%c3%a8mede-reversement e http://www.lexpressmada.com/revenu-minier-madagascar/46656-des-regions-et-des-communes-nonpayees.html

investigações mais detalhadas mostraram de 3 a 4 anos de receitas não pagas a municipalidades. O relatório também mostrou que transferências foram feitas para contas pessoais de agentes locais, pois muitas municipalidades não tinham contas bancárias. Esse diálogo levou a importantes reformas, mas a questão ainda é um desafio. O Relatório da EITI de 2011 está tratando dos pagamentos subnacionais mais detalhadamente.

Quadro 7 Transferências compulsórias no Peru: distribuição de royalties e Canon Minero Os royalties dos setores de mineração, petróleo e gás são arrecadados por uma autoridade nacional e uma parte deles é posteriormente distribuída para autoridades locais (cada setor seguindo um mecanismo de distribuição diferente). Além disso, o Canon Minero é a proporção (atualmente 50%) do total de impostos sobre rendimentos arrecadados das indústria extrativas que é automaticamente transferida para governos e universidades locais. Fonte: Relatório da EITI do Peru de 2004-2007

Quadro 8 Fonte: Relatório da EITI do Peru de 2008-2010

Quadro 9 Discrepâncias nos royalties de mineração transferidos para governos regionais no Peru (2010) Tabela 10.1 Transferências calculadas no relatório de reconciliação, de acordo com a fórmula (A) e os valores reais transferidos pelas autoridades relevantes (B) (A) (B) Tabela 10.2- Discrepâncias (A-B) Fonte: Relatório da EITI do Peru de 2008-2010

Quadro 10 Divulgação de transferências discricionárias no Peru (2005-2010) por região (Programa Mineiro de Solidariedade com o Povo sigla em espanhol: PMSP funcionou de 2005 a 2010 e representou uma parte importante das receitas geradas pelo setor mineiro nesses anos). Divulgação empresa por empresa Como isso pertence às informações públicas, acesse o link a seguir para mais detalhes: http://www.minem.gob.pe/minem/archivos/informe036 %20PMSP%20Agosto%202011.pdf Fornecemos valores Depositados, Comprometidos e Executados em termos globais, por empresa e por tipo de fundo, acumulados em agosto de 2011 (mês do fechamento do programa). Como isso pertence às informações públicas, acesse o link a seguir para mais detalhes: http://www.minem.gob.pe/minem/archivos/informe036 %20PMSP%20Agosto%202011.pdf http://eiti.org/document/implementing-eiti-impact-handbook-policy-makers-and-stakeholders http://eiti.org/files/swg/world_bank_swg_paper_note_on_eiti_reporting_by_subnational_governments_ April_2012.pdf http://www.eiwatch.org/2013/09/endorsing-the-sub-national-eiti-principles-to-the-region/ http://www.revenuewatch.org/publications/fact_sheets/subnational-oil-gas-and-mineral-revenuemanagement http://www.odi.org.uk/publications/5021-sub-national-implementation-extractive-industries-transparencyinitiative-eiti http://commdev.org/enhancing-local-benefits-taking-eiti-sub-national-level https://login.mailingwork.de/public/a_1593_d1cwj/file/data/2332_giz_en_2012_04_eiti_subnational_level. pdf