LITERATURA DE EQUINÁCEA PURPÚREA



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Transcrição:

Nome Científico: Echinacea purpúrea (L.) Moench Sinônimo Científico: Rudbeckia purpúrea L. Nomes Populares: Flor-roxa-cônica, Cometa-roxo, Equinácea e Equinácea púrpura. Família Botânica: Asteraceae (Compositae) Parte Utilizada: Parte Aérea, Talos, Folhas e Flor. Descrição: Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescência em capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas de flores centrais diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes populares. É originária do Meio-Oeste dos Estados Unidos e cultivada no Brasil principalmente com fins ornamentais, contudo, já vem sendo implementado também o seu cultivo para uso medicinal em algumas regiões. Constituintes Químicos Principais: Alcamidas, Glicoproteinas, Ácido cafeico, Ácido cicórico, Verbacosídeo, Cafeoil-equinacosídeo, Echinosídeos, Polissacarídeos, Arbinogalactana, Óleo essencial, Cariofileno, Sesquiterpeno, Poliacetilênicos, Ácido Clorogênico, Ácido isoclorogênico, Ácido Caftárico, Alcalóides pirrolizínicos saturados, Tussilagina e Isotussilagina, Xiloglucano Ácidos graxos, Proteínas, Taninos e Vitaminas A,C e E.

Indicação: Seu emprego na medicina popular brasileira ainda é incipiente, contudo, nos Estados Unidos é a erva sensação do momento na indústria de fitoterápicos, podendo ser encontrada nas farmácias e lojas de ervas sob todas as formas farmacêuticas possíveis; cápsulas, extratos, tinturas, chás, etc. preparados a partir de suas raízes. Tem propriedades estimulantes do sistema imunológico, cicatrizante, antiviral, antibacteriano, comprovadas através de inúmeros estudos químico-farmacológicos e em rigorosos ensaios clínicos, realizados principalmente no exterior. O seu uso na medicina tradicional, entretanto, remonta há séculos, quando os índios americanos do Meio-Oeste já a usavam na forma de gargarejo, cataplasma e chás para a cura de uma larga gama de doenças, incluindo sangramento, envenenamento do sangue, picada de insetos, lesões de pele, problemas respiratórios, picada de cobra e dor de dentes. Quando os colonizadores europeus chegaram às pradarias americanas logo aprenderam a usar esta planta contra dor de cabeça, indigestão e malária, além de fazerem seu emprego externo na forma de cataplasma contra artrites, hemorroidas e doenças venéreas. Além das propriedades citadas, outras têm sido registradas na literatura, referindo seu uso como antialérgica, antisséptica, antimicrobiana, antivirótica, carminativa e estimulante do sistema linfático, bem como atividade antibacteriana e estimulante do sistema imunológico celular, tendo sido, por isso, empregada extensamente como remédio de rotina antes do aparecimento dos antibióticos na década de 30, quando, a partir de então, o se uso caiu no esquecimento geral, ressurgindo nos anos 70 com a onda naturalista. A grande série de estudos químico-farmacológicos feitos com esta planta levaram ao estabelecimento científico de suas propriedades farmacológicas como imunoestimulante, anti-inflamatório, estimulante de citocinas e protetor do colágeno, além de atividade antimicrobiana e antiviral, o que justifica as seguintes indicações terapêuticas: resfriado comum, tosse, bronquite gripe, infecções do trato urinário, inflamação na boca, faringite, tendência a infecções, ferimentos e queimaduras. A maior concentração de componentes ativos se encontra nos rizomas e raízes, contudo, frequentemente o suco fresco da planta obtido de folhas, hastes e flores também é utilizado. Farmacocinética: Estudos in vitro utilizando marcadores (que não são fármacos) sugeriram que extratos de Echinacea purpúrea não tiveram qualquer efeito significativo sobre a isoenzima CYP2D6 do citocromo P450, o que foi confirmado em estudos clínicos e in vitro utilizando fármacos como marcadores. Similarmente, estudos in vitro sugeriram que extratos de Equinácea pupúrea não inibiram ou inibiram apenas fracamente, as isoenzimas CYP1A2, CYP2C9 e CYP2C19. Esses resultados in vitro, no caso das isoenzimas CYP2C9 e CYP1A2, são esperados que se repitam, na maioria dos pacientes, como sugerido por estudos clínicos com marcadores tolbutamida e cafeína. Os efeitos foram sobre a isoenzima CYP3A4 menos evidentes. Alguns extratos inibiram fracamente ou moderadamente a isoenzima CYP3A4, enquanto um extrato

de equinácea purpúrea causou tanto indução quanto inibição fracas de isoenzimas CYP3A4. No entanto, em outro estudo, as propriedades inibitórias variaram enormemente. Esses fatos parecem estar relacionados aos teores de alcamidas dos extratos, porém outros constituintes podem ter papel na inibição da isoenzima CYP3A4. De fato, um estudo mostrou que os derivados do ácido cafeico, equinacosídeo e ácido cicórico, causaram uma inibição moderada ou bastante fraca da isoenzima CYP3A4, respectivamente. Os resultados de um estudo clínico utilizando midazolam (um substrato para a isoenzima CYP3A4) também foram complexos, mas parecem sugerir apenas um efeito clinicamente moderado da equinácea sobre a isoenzima. Efeitos colaterais: Paladar desagradável, diarreia, elevação da temperatura corporal, acentuação de reações alérgicas, erupções cutâneas, aumentos dos leucócitos. Contraindicação: Não usar em desordens autoimunes, tuberculose, HIV positivo ou outra doença sistêmica grave. Precaução com doentes que apresentam asma ou alergia às plantas da família da margarida (Asteraceae). Não utilizar durante a gestação (segurança não estabelecida). Revisão de Interação: Teoricamente, a equinácea pode antagonizar os efeitos de imunossupressores. O uso de equinácea foi estudado com uma série de fármacos utilizados como substratos para avaliação da atividade do citocromo P450 ou da glicoproteína-p. Com as possíveis exceções do midazolam e da cafeína, nenhuma interação clinicamente relevante foi identificada. A equinácea parece apresentar baixo risco de provocar interações, como resultado desses mecanismos. a) Equinácea + Alimentos Nenhuma interação foi encontrada. b) Equinácea + Cafeína A equinácea parece ter um efeito variável sobre a farmacocinética da cafeína. Na maioria dos pacientes, a equinacea provavelmente não aumenta os níveis de cafeína. Mecanismo: A equinácea é um inibidor da isoenzima CYP1A2 do citrocromo P450, que está envolvida no metabolismo da cafeína. Espera-se, portanto, que a equinácea eleve os níveis de cafeína. Embora os estudos demonstrem que os níveis de cafeína foram moderadamente aumentados pela equinácea, esse fato não parece estar relacionado a um efeito da equinácea sobre a isoenzima CYP1A2 (os efeitos observados foram brandos). Importância e conduta: As evidências parecem ser limitadas aos dois estudos realizados, o que sugere que, na maioria dos pacientes, é improvável que a equinácea aumente os níveis de cafeína pela inibição da isoenzima CYP1A2. Entretanto, alguns pacientes apresentaram um decréscimo na eliminação da cafeína, sugerindo que, raramente, os níveis

de cafeína podem ser elevados. Alguns pacientes podem, portanto, apresentar mais efeitos adversos em relação à cafeína, como dor de cabeça, tremor e inquietação, principalmente se ingeriram grandes quantidades. Caso isso ocorra, aconselha-se aos pacientes que suspendam a administração de equinácea e/ou reduzam a ingestão de cafeína. A cafeína é utilizada como um substrato para a avaliação da atividade da isoenzima CYP1A2 e, portanto, esses resultados também sugerem que é pouco provável uma interação farmacocinética entre a equinácea e outros substratos da isoenzima CYP1A2. c) Equinácea + Dextrometorfano A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a farmacocinética do dextrometorfano. Evidências experimentais: Estudos in vitro demonstraram que um extrato alcoólico de equinácea purpúrea produziu uma inibição discreta e pouco significativa do metabolismo do dextrometorfano, um marcador para avaliação da atividade da isoenzima CYP2D6. Efeitos semelhantes foram encontrados com outros substratos da isoenzima CYP2D6. Mecanismo: Estudos in vitro surgiram que a equinácea teve um efeito inibitório fraco sobre a isoenzima CYP2D6 do citocromo P450; no entanto, o estudo in vivo usando debrisoquina (outro substrato da isoenzima CYP2D6) sugeriu que esse efeito não foi clinicamente relevante. Importância e conduta: As evidências disponíveis sugerem de forma segura que, na maioria dos pacientes, a equinácea não afeta a farmacocinética do dextrometorfano. Aqueles que são carentes ou deficientes na isoenzima CYP2D6 podem ter um aumento modesto nos níveis de dextrometorfano. No entanto, sabe-se que o dextrometorfano tem uma ampla faixa terapêutica, e a dose individual não precisa ser ajustada. Portanto, é pouco provável que uma interação seja relevante clinicamente. O dextrometorfano é usado como um substrato para avaliação da atividade da isoenzima CYP2D6 e, portanto, esses resultados (juntamente àqueles para a debrisoquina) também sugerem que é pouco provável que haja uma interação farmacocinética clinicamente relevante entre a equinácea e outros substratos da isoenzima CYP2D6. d) Equinácea + Digoxina A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a farmacocinética da digoxina. Evidências experimentais: Um estudo in vitro mostrou que o extrato de Echinacea purpúrea não afeta de forma significativa a farmacocinética da digoxina, um substrato para a glicoproteína-p. Mecanismo: Nenhum mecanismo previsto. Importância e conduta: As evidências disponíveis sugerem que a equinácea não afeta significativamente a farmacocinética da digoxina e, portanto, nenhum ajuste na dose da digoxina parece ser necessário se a equinácea for administrada conjuntamente.

A digoxina é utilizada como um substrato para glicoproteína-p e, portanto, esses resultados também sugerem que é pouco provável uma interação farmacocinética clinicamente relevante entre a equinácea e outros substratos da glicoproteína-p. e) Equinácea + Imunossupressores A interação entre a equinácea e imunossupressores é baseada somente em uma suposição. Evidências, mecanismos, importância e conduta: A equinácea tem efeitos imunoestimulantes. Portanto, teoricamente, poderia antagonizar os efeitos de medicamentos imunossupressores. Os fabricantes de três produtos de equinácea licenciados no Reino Unido pela Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) desaconselham o uso concomitante de imunossupressores, especialmente ciclosporina e metotrexato. Não parece existir qualquer relato clínico de uma interação, mas, até que se obtenham mais informações, seria prudente considerar essa recomendação. f) Equinácea + Medicamentos Fitoterápicos Nenhuma interação foi encontrada. g) Equinácea + Midazolam A equinácea não parece alterar a ASC e o clearance do midazolam administrado oralmente, embora a biodisponibilidade possa ser aumentada. O clearance do midazolam administrado intravenosamente pode ser moderadamente aumentado em pacientes tratados com equinácea. Mecanismo: O midazolam é predominantemente metabolizado pela isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Foi sugerido que a equinácea pode ter efeitos opostos sobre a isoenzima CYP3A do citocromo P450 no fígado e no intestino, o que explicaria a diferença nos efeitos do midazolam administrado via oral e via intravenosa. Importância e conduta: As evidências diretas de uma interação entre midazolam e equinácea parecem estar limitadas aos estudos clínicos. Seus resultados sugerem que é pouco provável que a equinácea interaja com midazolam administrado por via oral, pois mesmo que a biodisponibilidade tenha aumentado, esta não afetou sua concentração máxima ou a ASC. A interação da equinácea com midazolam administrado por via intravenosa é, no máximo, moderada. Como a dose de midazolam administrada por via intravenosa é normalmente relacionada à resposta individual de cada paciente, a possibilidade de um efeito reduzido pode ter sido adaptado. Os autores de um dos estudos da isoenzima CYP3A4 podem depender do fato de apresentarem alta biodisponibilidade oral e do grau de extração hepática, e isso não é facilmente previsível. Estudos mais detalhados são necessários para estabelecer se a equinácea tem qualquer efeito clinicamente relevante sobre uma série de substratos da isoenzima CYP3A4.

h) Equinácea + Tolbutamida A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a farmacocinética da tolbutamida. Importância e conduta: estudo sugere que a equinácea não afeta significativamente a farmacocinética da tolbutamida e, portanto, nenhum ajuste na dose da tolbutamida parece ser necessário se a equinácea for ingerida conjuntamente. A tolbutamida é usada como um substrato para avaliação da isoenzima CYP2C9 e, em consequência, esses resultados também sugerem que é pouco provável uma interação farmacocinética clinicamente relevante entre a equinácea e outros substratos da isoenzima CYP2C9. Referências Bibliográficas: 1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa SP - Brasil, 2008. 2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos. Editora Artemed, Porto Alegre RS, 2012. 3. ECHINACEA PURPUREA. Disponível em: http://www.tuasaude.com/echinacea-pupurea/