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Transcrição:

Sandra Jacinto 12-01-2010 Página 1

Na capital de Ruanda Kigali, no ano de 1994, um conflito político levou à morte quase um milhão de ruandeses, em apenas cem dias. O mundo fechou os olhos para Ruanda. Mas um homem abriu seus braços e coração e fez a diferença. Paul Rusesabagina era gerente de um sofisticado hotel na capital de Ruanda, quando o conflito começou. Munido apenas de sua coragem, ele abrigou no hotel mais de 1200 adultos e crianças. Hotel Ruanda conta a história real de Paul, para contar a história de Ruanda como um alerta ao mundo. Reflexão do filme Hotel Ruanda Hotel Ruanda é uma história verídica que fala de um conflito político onde milhares de pessoas foram chacinadas, haviam duas tribos, os Hutu e os Tutsi, mas só uma delas foi chacinada (os Tutsi). Sandra Jacinto 12-01-2010 Página 2

O avião onde o presidente de Ruanda seguia foi abatido, originando a sua morte, e os elementos do governo da tribo Hutu culparam os Tutsi por este acontecimento, dando início ao genocídio. Quando o conflito começou, Paul Rusesabagina que pertencia à tribo Hutu e era gerente de um sofisticado hotel na capital de Ruanda, deixa os ideais da sua tribo e decide então proteger a sua família, os seus amigos que pediram refúgio, crianças vindas de um orfanato a pedido da enfermeira da cruz vermelha, turistas do hotel que ele geria, enfim, ele fez de tudo para salválos, subornando os militares com dinheiro, uísque, cerveja, entre outros. Face à situação descontrolada, tropas canadianas vindas pela parte das Nações Unidas, tentam proteger os estrangeiros instalados no meio do caos, para que nada lhes acontecesse. Entretanto surgem tropas belgas apenas com o objectivo de resgatarem os estrangeiros. Paul vê-se numa situação difícil, tenta encontrar ajuda através do General, mas sem sucesso. A sua família fica a salvo depois de uma lista dos que vão ser levados para fora daquela situação, a sua família consta na lista, mas Paul não consegue virar costas aos outros, então manda a sua família a caminho de uma cilada dos Hutus, sem se aperceber de tal coisa. Durante este cenário, alguns dos Direitos Humanos foram violados, apenas um homem, seguindo os valores humanos, combateu a desvalorização da vida humana naquele massacre, dando bens materiais e dinheiro em troco de vidas, desfazendo-se de quase tudo o que possui-a. Violou-se a liberdade de escolha ao fazer-se distinção entre quem era de uma das tribos, então quem pertencesse à tribo Tutsi era abatido e alguns dos traidores da tribo Hutu, então é um pouco de racismo não de cor mas de um tipo de crença. Sandra Jacinto 12-01-2010 Página 3

Todos os seres humanos têm direito à liberdade, segurança pessoal e direito à vida, o que não aconteceu também. Todos são iguais perante a lei, não é verdade os acontecimentos são a prova disso. Direito de igualdade violado, inúmeras vezes. Invasão de privacidade, quando o Paul e a sua família estavam a dormir, apareceram os militares no seu lar, violando o seu espaço sem qualquer tipo de mandato. Todo o indivíduo tem o direito de abandonar qualquer país, sem estarem directamente ligados a qualquer tipo de infracção. Enfim, bastantes violações aconteceram neste genocídio de 94, em Ruanda. Nos tempos que correm deve-se respeitar as decisões de qualquer um, os seus gostos, as suas crenças e não culpar qualquer acontecimento, acusando grupos, crenças, religiões. Todos têm direito à vida independentemente da religião, etnia, raça ou estilo de vida. Hotel Ruanda dá motivos de sobra para nós nos sentirmos verdadeiramente envergonhados de sermos seres humanos. O general das tropas do governo demonstra, sem hesitar, que o que importa é o dinheiro, nada mais, somente o amor ao dinheiro e ao poder. Sandra Jacinto 12-01-2010 Página 4

Dinheiro, cobiça e desespero são as causas da desgraça em Ruanda. A trágica história do genocídio em Ruanda é algo horrível, mas não pode de forma alguma ser esquecida. Todo o sofrimento, violência, ódio entre as etnias, pobreza, dor, são reais, e precisam ser entendidos para que não se repitam. Infelizmente, a humanidade ainda está longe de aprender com os próprios erros. O genocídio em Ruanda não foi o primeiro da história e, infelizmente, não será o último. O genocídio em Ruanda não foi o primeiro da história e, infelizmente, não será o último. Sandra Jacinto 12-01-2010 Página 5