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1 CANTO A ESPERANÇA DE UM MUNDO FEMINISTA Somos jovens feministas, socialistas, estudantes universitárias, secundaristas, pósgraduandas, trabalhadoras, negras, brancas, indígenas, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Somos herdeiras das Guerrilheiras do Araguaia e carregamos no sangue a coragem e o amor à revolução. Somos as flores da Primavera Feminista! Ocupamos as ruas contra o PL5069 e ecoamos o #ForaCunha, ocupamos as escolas e universidades por uma educação não sexista e em defesa do debate de gênero. Construímos a Marcha das Margaridas, Marcha das Vadias e a Marcha das Mulheres Negras. Resistimos nas ruas à onda conservadora e golpista. Afirmamos a centralidade do feminismo para a construção do socialismo, pois sem mulheres não há revolução. Construímos a corrente feminista emancipacionista, que transversaliza indissociavelmente gêreno, raça e classe e se baseia no marxismo-leninismo. Sendo o

2 entrelace com a luta de classes o que nos distingue das demais concepções feministas que se apresentam para a juventude, é a radicalidade o fio condutor da nossa luta que rompe com as amarras do capitalismo e do patriarcado, indo na origem da opressão da mulher. Somos o movimento que mais empodera as mulheres, principalmente no movimento estudantil. Exemplo disso é a liderança protagonizada pelas três presidentas das Entidades Nacionais Estudantis: UNE, UBES e ANPG. Lutamos dia a dia contra o machismo e toda forma de opressão, lutamos por igualdade salarial, pela legalização e descriminalização do aborto, contra a cultura do estupro e pelo fim da violência contra as mulheres. Por mais mulheres no parlamento e nos espaços de poder. Por democracia e liberdade. Vivemos um momento emblemático para a luta feminista no Brasil pois o golpe em curso

3 que afasta do poder a primeira mulher presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, é machista e misógino e ataca todas as conquistas feministas dos últimos 14 anos. A eleição de Lula e Dilma significou muitas conquistas para as mulheres. Destacam-se entre elas a criação da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM), a realização de conferências que geraram os planos de políticas públicas para as mulheres e a criação da Lei Maria da Penha. Eleger a primeira mulher para a Presidência do Brasil, além de um marco histórico, mexeu com o imaginário popular, redefinindo os espaços de homens e mulheres na sociedade. Lugar de mulher é também na política! Nesta última década, cerca de 36 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza, deste total metade foram mulheres. 93% dos cartões do Bolsa Família têm a mulher como titular, e das 1 milhão e 600 mil casas já entregues pelo Minha Casa, Minha Vida, 52% estão no nome de mulheres e 87% dos lares brasileiros são chefiados por uma mulher. Estas mudanças são

4 fruto de políticas públicas de distribuição de renda e capacitação profissional. Na área educacional as transformações também foram muitas. A cada 10 estudantes do PRONATEC, 6 são mulheres de todas as faixas etárias. Metade dos bolsistas do PROUNI e FIES são mulheres. No mercado de trabalho, cerca de 2,4 milhões de empregos formais foram gerados para as mulheres. O golpe nos impõe uma agenda conservadora e retrógrada, uma ponte para o passado que semeia o fascismo e o ódio contra as mulheres. Devemos construir a unidade do movimento feminista e ocupar as ruas pela retomada da democracia, indispensável para a manutenção e conquista de mais direitos para as mulheres. Fora Temer, PLEBISCITO JÁ! São grandes os desafios para as mulheres no próximo período e a UJS jogará um papel estratégico, mobilizando as jovens feministas. Para tanto, é necessário popularizar o feminismo emancipacionista no Brasil. Fazer o feminismo chegar às mulheres que mais precisam, principalmente fortalecendo a luta

5 das mulheres negras e periféricas. Afinal, ampliou 54% a violência contra essas mulheres segundo o Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil. Combater o machismo perpassa por combater o racismo e feminilização da pobreza. Precisamos inaugurar um novo ciclo da frente de jovens feministas da UJS. Para tanto, é fundamental fortalecer a Frente de Jovens Feministas, investindo em cursos de formação, incentivando a criação de coletivos de jovens feministas, realizando campanhas permanentes de filiação e referentes ao diversos temas que circundam a juventude, como a luta pelo fim da violência contra as mulheres. Este tema deve concentrar maior atenção da nossa organização para que possamos construir uma metodologia de enfrentamento a violência contra as mulheres dentro e fora da UJS. A realidade da nossa luta é ampla e diversa, diariamente novos temas surgem e também se modificam, necessitando de estudo e formulação. Muitos foram os avanços ate aqui,

6 mas apenas começamos. A primavera seguirá florescendo. Convidamos a juventude a cantar a esperança de um mundo feminista, livre do patriarcado e todas as formas de opressão e construir o II Encontro Nacional de Jovens Feministas. Sem feminismo não há socialismo!