ao Orçamento Geral da União
Introdução A CNM realizou uma analise da execução orçamentária das emendas parlamentares individuais e coletivas no período de 2003 a 2007, por Estado e por município. Foram contabilizados apenas as informações de emendas com caráter estadual ou municipal, excluindo-se as emendas/projetos de caráter nacional e regional.
Metodologia O estudo considera o pagamento de emendas entre 2003 e 2007, incluindo os restos a pagar. Ou seja, no primeiro ano do governo Lula, também foram considerados os pagamentos de emendas aprovadas e empenhadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). Quais tipo de emendas existem? Exclusivas e nãoexclusivas. Uma emenda exclusiva é aquela que se refere a um projeto que não existia no Orçamento antes da emenda, por exemplo uma obra de interesse local, como um ginásio de esportes em determinado Município. A não-exclusiva, ao contrário, é uma emenda a um projeto inserido no Orçamento pelo próprio governo, por exemplo, mais recursos para um determinado programa, como o Bolsa Família.
Metodologia Quando falamos de projeto, estamos fazendo uma simplificação. Na verdade, pelo SIAFI, o que define se uma emenda é exclusiva ou não é sua funcional programática, uma espécie de código genético. Cada emenda sempre é apresentada e registrada em um código de funcional programática que servirá para identificar a destinação do recurso. Por exemplo: 10.1336.1112.0000A. Os primeiros dois números definem a função da despesa (saúde, educação, etc...); os números seguintes definem o programa, o projeto/ação e, finalmente, a localidade estadual ou municipal. No caso de uma emenda não-exclusiva, o parlamentar simplesmente propõe mais dinheiro para uma funcional programática que já possui recurso no Orçamento preparado pelo governo. Nesse caso, temos um problema? No momento em que o governo aplica o dinheiro nessa funcional, não sabemos se ele estava executando sua prioridade ou simplesmente atendendo um parlamentar/bancada.
Metodologia Para separar o joio do trigo, presumimos que o dinheiro inicialmente aplicado em determinado projeto atende à proposta original do governo e que só quando valor original é ultrapassado é que a emenda parlamentar de fato começa a ser atendida. Mas também existe um outro caso: vários parlamentares apresentam emendas para uma mesma funcional programática. Nesse caso, como vamos saber qual deles foi contemplado pela liberação da verba? Assumimos que o valor seja liberado proporcionalmente ao valor da emenda de cada um quando a funcional é repetida. Enfim, essas explicações metodológicas apenas servem para entender-se a nomenclatura que usamos quando apresentamos os resultados da execução das emendas, no total, das exclusivas e das não-exclusivas (ou compartilhadas).
Resultados Totais das Emendas Em R$ mil
Resultados Totais das Emendas O Estado de São Paulo apresenta a melhor performance na comparação entre o valor aprovado e o desembolso de recursos por parte do governo: 56,87% das emendas regionais já foram realizadas e pagas. O pior resultado é do Amapá, com apenas 19,91% de desembolso. Destaca-se que o Estado mais desenvolvido do país, recebeu mais recursos das chamadas transferências voluntárias da União, cuja execução não é obrigatória. Entretanto, a liberação de menos de 40% dos recursos esperados, gera frustração de expectativa e disperdício de recursos com a elaboração de projetos, cujo custo apenas de fiscalização estimado em R$ 100 mil pelo próprio TCU.
Resultados Emendas Exclusivas Em R$ mil
Resultados Emendas Exclusivas Enquanto a bancada de São Paulo tem o melhor índice de aproveitamento de emendas coincidentes com os projetos do governo (91,43%), nas emendas exclusivas esse desempenho cai para 23,49%. O maior índice de aproveitamento das emendas exclusivas ocorre no Acre (44,40%), seguido por Minas Gerais (33,13%), Piauí (27,45%) e Tocantins (27,21%),. Ou seja, há claras evidências de que a liberação da emenda exclusiva depende de condicionantes de natureza política, enquanto as emendas compartilhadas são liberadas por critério de prioridade.
Resultados Emendas Compartilhadas Em R$ mil
Resultados Municípios Beneficiados A pesquisa da CNM mostra também que, dos 5.562 municípios, somente 2.261 foram contemplados com emendas em 2007, o que confirma a adoção de critérios políticos na liberação de recursos em detrimento dos demais 3.301 municípios. Este número são os municípios que estão identificados nas emendas, mas pode haver outros municípios beneficiados através das emendas guarda-chuva. Esse tipo de emenda é feita genericamente em favor de municípios de um determinado Estado e a escolha do município ocorre posteriormente, por indicação do parlamentar ao Executivo.
Resultados emendas empenhadas e pagas por Estado Em R$ mil
Resultados emendas exclusivas empenhadas e pagas por Estado Somando-se as emendas exclusivas dos parlamentares dos anos de 2005, 2006 e 2007, obtemos que do total que foi empenhado 46% foi efetivamente pago. Os estados com os maiores percentuais de pagamento são o Distrito Federal que teve 96% de seus empenhos pagos, seguidos de Acre com 76% e Tocantins com 59%. Os estados que tiveram os menores percentuais de pagamentos foram, Maranhão 17%, Amapá 23% e Ceará com 26%.
Resultados emendas exclusivas empenhadas por Estado
Resultados emendas exclusivas empenhadas por Estado Selecionando dentre as emendas exclusivas os 20 maiores empenhos individuais de cada um dos anos, podemos verificar que Ceará, Minas Gerais e Rio de Janeiro tem o maior numero de emendas empenhadas neste período.
Resultados emendas exclusivas pagas por Estado
Resultados emendas exclusivas pagas por Estado Selecionando dentre as emendas exclusivas os 20 maiores pagamentos de emendas individuais de cada um dos anos, podemos verificar que a distribuição fica mais uniforme, se destacando São Paulo como o maior beneficiado, seguido de perto por Ceará e Minas Gerais com maior numero de emendas pagas neste período.