Aula 4: Decantação. Introdução. Decantação

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Curso: Engenharia Civil Disciplina: Sistema de Tratamento de Água e Esgoto Prof(a): Marcos Heleno Guerson de O Jr Nota de Aula! Aula 4: Decantação Introdução No floculador, mecânica ou hidraulicamente a água é agitada em velocidade controlada para aumentar o tamanho dos flocos para, em seguida, a água passar para os decantadores, onde os flocos maiores e mais pesados possam se depositar. Essas águas, ditas floculadas, são encaminhadas para os decantadores, onde após processada a sedimentação, a água já decantada é coletada por calhas superficiais separando-se do material sedimentado junto ao fundo das unidades constituindo o lodo, onde predominam impurezas coloidais, matéria orgânica, hidróxido de Alumínio (ou de Ferro) e impurezas diversas. Portanto, água decantada é aquela que se purificou através de separação, por gravidade, das partículas sólidas. Estas partículas sedimentam-se no interior da água. Dessa forma: os flocos separam-se da água porque sedimentam-se; e a água, isenta desses flocos, é chamada de água decantada. Decantação A decantação ou sedimentação é um processo dinâmico de separação de partículas sólidas suspensas nas águas, que ocorre pela diminuição da velocidade de escoamento das águas, reduzijndo-se os efeitos da turbulência, provocando a deposição de partículas mais pesadas do que a água, suspensas nas correntes líquidas. O processo de sedimentação para remoção de partículas sólidas em suspensão é um dos mais comuns no tratamento da água. Consiste na utilização das forças gravitacionais para separar partículas de densidade superior a da água, depositando-as em uma superfície ou zona de armazenamento. As partículas que não são removidas na sedimentação, seja por seu pequeno tamanho ou por serem de densidade muito próxima a da água, deverão ser removidas na filtração. Normalmente a água contém materiais finamente divididos, no estado coloidal, ou em solução, que não podem ser removidos por sedimentação simples, sendo necessária à adição de coagulante para formar aglomerados ou flocos que sedimentam com 1

facilidade. A sedimentação, com coagulação prévia, é um processo de clarificação usado na maioria das estações de tratamento, visando reduzir a carga de sólidos aplicada aos filtros. A sedimentação de partículas floculentas é usualmente chamada de decantação e, as unidades onde se realiza este processo, de tanque de decantação, ou simplesmente de decantadores. Velocidade de sedimentação Velocidade de sedimentação a 20º C, de partícula com densidade de 2,65. Objetivos da Sedimentação Remoção de areia: para evitar erosão, depósitos e entupimentos em bombas e instalações mecânicas. Remoção de partículas sedimentáveis finas (sem coagulação): quando se utilizam águas de rios com grande transporte de sólido (alta turbidez). Retenção de flocos: decantação após coagulação: quando se utilizam processos de coagulação para remoção de matéria coloidal, cor e turbidez, após floculação química. Tipos de decantadores Decantadores de escoamento horizontal: a água escoa na direção longitudinal, sendo que o comprimento é a dimensão predominante. Decantadores de escoamento vertical: a água escoa em movimento ascendente da parte inferior até a superfície dos tanques. Dentre os decantadores de escoamento horizontal, destaca-se os decantadores do tipo clássico e o do tipo tubular. 2

Tempo de decantação O tempo detenção corresponde ao necessário para encher o decantador com a vazão Q. Na seção de montante, a distribuição de partículas é uniforme e de diversos tamanhos. As partículas suspensas descem com velocidade constante, sem interferência mútuas, mantendo inalteradas sua forma, peso e tamanho, numa água que apresenta temperatura uniforme e invariável. Cada partícula que atinge o fundo é automaticamente eliminada, ou seja, fica em repouso.! 3

Onde: T = tempo de detenção (h) C = capacidade do decantador (m3) Q = vazão (m3/h) L = comprimento do decantador H = altura V = velocidade horizontal da água V1 = velocidade de decantação da menor partícula que se deseja remover. A partícula na posição a está na condição mais desfavorável para decantação. Para que isto ocorra é necessário que sua trajetória seja af. Caso isto aconteça, estando definidos L e H, o período de detenção deve igualar a! Para as partículas com velocidade de decantação igual ou maior tem chance de ser eliminada, atingido o fundo antes da extremidade f. Os pontos a e b, com partículas com velocidade V1 menor que V, são desfavoráveis para eliminação. Para o ponto a, por exemplo, sua trajetória seria ae, o que não atingiria o fundo, que para isso teria que percorrer a trajetória af. As partículas elimináveis com velocidade V1 e V atendem à proporção:! Decantadores clássicos O tipo mais utilizado é o de seção retangular, em planta. Entretanto algumas estações de tratamento de água possuem decantadores de seção circular, também em planta. Embora menos utilizado, este último tipo permite, em determinadas situações, que se crie um manto de lodo em seu interior, capaz de melhorar muito a qualidade da água decantada. São dotados na zona de entrada de uma cortina distribuidora (parede perfurada), que tem por objetivo uniformizar o fluxo da água em tratamento que entra no decantador. O principal fator para o adequado desempenho dos decantadores clássicos é a Taxa de Escoamento Superficial (Tes), dada pela fórmula : 4

Se a taxa de escoamento superficial for inferior à velocidade de sedimentação dos flocos que se deseja remover, então ele terá desempenho satisfatório. De acordo com a NBR 12.216/92, a taxa limite de escoamento superficial depende da capacidade da estação de tratamento de água, conforme a tabela a seguir : Para assegurar o adequado desempenho do decantador, não é suficiente observar apenas a taxa de escoamento superficial, mas também a velocidade de escoamento horizontal em seu interior, para evitar que sejam arrastados os flocos sedimentados. A velocidade máxima de escoamento horizontal segundo a NBR 12.216/92 não deve ser superior aos valor resultante das expressões : vmax = (NR/8) 1/2 para fluxo laminar, com número de Reynolds NR menor que 2000. vmax = 18.vs para fluxo turbulento, com número de Reynolds NR maior que 15.000. onde : vs é a velocidade de sedimentação dos flocos fornecida pela tabela anterior. Outro detalhe fixado pela norma diz respeito a vazão máxima das calhas coletoras de água decantada, que não deve ser superior a 1,8 l/s por metro de borda vertente. 5

Dimensionamento do Decantador Quanto ao aspecto hidráulico da sedimentação devem ser considerados dois tipos de decantação: Decantação turbulenta ou convencional; Decantação laminar ou de alta taxa.! No primeiro caso, o escoamento se realiza em regime turbulento com números de Reynold acima de 2.000. Para conseguir o escoamento laminar são utilizados módulos na área de escoamento junto à saída de água, para reduzir consideravelmente o número de Reynolds. A taxa de escoamento superficial antes limitada a 30 m3 / m2.dia atualmente, desde que seja assegurada uma boa operação, poderá elevar-se até 45 m3/ m2.dia nos decantadores convencionais de fluxo horizontal e até 60 m3/ m2.dia, no caso de escoamento vertical. O período de detenção em decantadores com escoamento turbulento geralmente fica compreendido entre 2,5 e 4,0 horas Taxa de Escoamento Superficial A eficiência de um decantador está relacionada com a taxa de escoamento superficial/ tempo, expressa em m3 de água por m2 de superfície de decantação por dia. Essas taxas são dotadas em função da qualidade da água: Relação entre comprimento e largura Nos decantadores de fluxo horizontal, deve-se ter uma relação conveniente entre o comprimento e a largura. Comprimentos relativamente pequenos dificultam a boa distribuição da água. Comprimentos relativamente grandes podem resultar em velocidades longitudinais elevadas que causam o arrasto de flocos. Geralmente são aceitos os limites seguintes: 6

Período de Decantação Deve-se assegurar um certo tempo de permanência para a água nos decantadores, para possibilitar a sedimentação das partículas que se deseja remover. Adota-se: Para decantadores clássicos adota-se geralmente entre 2h e 2h30. Profundidade dos Decantadores Com o período de detenção e a vazão, obtém-se o volume do decantador, que juntamente com a área superficial, fornecerá a profundidade. 7

A velocidade de escoamento das águas, deve ser inferior a velocidade de arraste das partículas sedimentadas, V < 1,25 cm/s. O número mínimo de decantadores em uma E.T.A deve ser de 2 unidades, para possibilitar limpeza e reparos, sem interromper o tratamento. Decantadores de fluxo horizontal A relação Q/A é conhecida como taxa e escoamento superficial e é, usualmente dada em m3/m2 xdia. A taxa de escoamento superficial é numericamente igual à velocidade crítica de sedimentação. Todas as partículas com velocidade de sedimentação igual ou superior a Vcs serão integralmente removidas no decantador. Partículas com velocidade de sedimentação menores que Vcs só serão removidas se entrarem no decantador, Figura 15, a uma profundidade do fundo não superior a x = Vs x to, sendo to tempo nominal de detenção. 8

Os flocos de sulfato de alumínio geralmente sedimentam a uma velocidade compreendida entre 0,02 e 0,08 cm/s, ou seja, entre 18 e 70 m3/m2xdia. Em primeira análise, poder-se-ia concluir, pois que a taxa e escoamento superficial deve ficar entre esses valores. Com os recursos modernos, compreendendo a dispersão de regentes, a coagulação com agentes auxiliares e a floculação mais eficiente, consegue-se obter flocos com melhores condições de sedimentação. A limitação da velocidade longitudinal máxima a um valor adequado para evitar o arrasto e a resuspensão de flocos já depositados, irá impor uma condição de profundidade mínima nos decantadores dado pela seguinte equação: Onde: h e l são respectivamente o comprimento e a profundidade do decantador; A e a, áreas da superfície e da secção transversal. A profundidade dos decantadores convencionais tem sido adotada geralmente entre 3,5 a 4,5 m. Pode-se adotar profundidades menores quando se faz remoção contínua de lodos. Com a fixação de uma profundidade mínima resulta um tempo de detenção, parâmetro indevidamente usado como critério básico de projeto há algum tempo. 9

Exercício: Uma E.T.A, com 2 decantadores deverá purificar 60 L/s (216 m3/hora; 5.184 m3/dia) de águas coloidais. Calcular os decantadores. Bibliografia: Vianna, Marcos. Hidráulica aplicada às estações de tratamento de água. 4ª Edição. Imprimatur Artes, ltda. 2002. Sperling, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Volume 1. 3ª Edição. Universidade Federal de Minas Gerais. 2005 Filippo, Sandro. Saneamento Básico I. Instituto Militar de Engenharia. Apostila. 2002 Guedes, Antônio e Carvalho José. Manual de Operação de ETA. CAGEPA. Apostila. 1997. COPASA. Tratamento de Água. Disponível em www.copasa.com.br Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Aracruz. Disponível em http:// www.saaeara.com.br/arquivos/outros/tratamento_de_agua.pdf Universidade Federal de Campina Grande. Noções de Tratamento de Água. Disponível em http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/tratam03_coag.htm 10