Diagnóstico e Avaliação do Potencial de Reabilitação de Antigos Edifícios Industriais

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Engenharia Diagnóstico e Avaliação do Potencial de Reabilitação de Antigos Edifícios Industriais João António Almeida Brandão Estêvão Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil (2º ciclo de estudos) Orientador: Prof. Doutor João Carlos Gonçalves Lanzinha Covilhã, Outubro de 2012

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Aos meus Pais e à Filipa iii

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Agradeço, em primeiro lugar, ao Prof. Doutor João Lanzinha, orientador deste trabalho, pelo apoio, disponibilidade e conhecimento transmitido. Ao Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior pela simpatia e disponibilidade. Aos meus colegas e professores do curso de Engenharia Civil. v

vi

Resumo O património industrial edificado na Covilhã, na maioria dos casos ligados à indústria de lanifícios, espelha uma época onde os critérios de localização da indústria mais condicionantes eram as fontes de água, energia e a matérias-primas. A cidade da Covilhã apresentava as características geográficas ideais pois, além da abundância de cursos de água, a atividade pastoril era um sector económico importante na região. A primeira manufatura portuguesa foi aí construída, por ordem do Marquês de Pombal, tendo começado a laborar em 1764. Desde então, o núcleo industrial desenvolveu-se e a cidade tornou-se no principal centro dos lanifícios em Portugal. Muitos são os edifícios devolutos que se encontram hoje por toda a cidade, alguns em ruinas e outros devolutos ou aproveitados para albergarem serviços como é o caso da Universidade da Beira Interior que muito tem ajudado à preservação e reabilitação do património industrial existente. Este trabalho de dissertação tem como principal objetivo a elaboração de um modelo de avaliação do potencial de reabilitação de edifícios industriais para habitação. Na base do modelo proposto neste trabalho está o estudo das exigências funcionais e dos requisitos legais em vigor na conceção de edifícios de habitação, bem como, as exigências e a evolução de disposições legais na conceção de edifícios industriais. Palavras-chave Reabilitação, Reconversão, Edifícios Industriais, Habitação. vii

viii

Abstract The industrial heritage built in Covilhã, Portugal, in most cases connected to the textile industry, reflects a time when the criteria for location of industry conditions were more sources of water, energy and raw materials. The city of Covilhã showed geographical features ideal because in addition to the abundance of watercourses, the shepherd activity was an important economic sector in the region. The first Portuguese Wool Manufacturing was built there by order of the Marquis of Pombal, having started operation in 1764. Since then the industrial core developed and the city became the main center of textile industry in Portugal. There are many vacant buildings which are now all over the city, some in ruins and other vacant or being used to accommodate services such as University of Beira Interior, which has greatly helped in the preservation and rehabilitation of existing industrial heritage in the city. This dissertation work has as main objective the development of a methodology to evaluate the potential for rehabilitation of industrial buildings for housing. On the basis of the model proposed in this work is the study of the functional and legal requirements in force in the design of residential buildings, as well as the requirements and the evolution of legal provisions in the design of industrial buildings. Keywords Rehabilitation, Conversion, Industrial Buildings, Residential building. ix

x

Índice CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO 3 1.1. Enquadramento 3 1.1.1. Estudo preliminar 4 1.1.1.1. Levantamento sumário dos antigos edifícios industriais da cidade da Covilhã 5 1.2. Objetivos do trabalho 7 1.3. Metodologia 8 1.4. Estrutura do trabalho 9 CAPÍTULO 2 O PATRIMÓNIO INDUSTRIAL, A INDÚSTRIA DOS LANIFÍCIOS E SUA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA 2. O PATRIMÓNIO INDUSTRIAL, A INDÚSTRIA DOS LANIFÍCIOS E SUA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA 13 2.1. Introdução 13 2.2. A cidade da Covilhã e a indústria dos lanifícios 15 2.3. Os processos de transformação da lã e a sua evolução 16 2.3.1. A fiação 16 2.3.1.1. Resumo Histórico e seu desenvolvimento 16 2.3.1.2. Operações gerais em fiação 17 2.3.1.3. Armazenagem 18 2.3.1.4. Escolha 18 2.3.1.5. Lavagem 19 2.3.1.6. Cardação 20 2.3.1.7. Desfeltragem 20 2.3.1.8. Penteação 21 2.3.1.9. Fiação 21 2.3.1.9.1. Fiação em carruagem 21 2.3.1.9.2. Contínuo de fiação 22 2.3.2. Tecelagem 22 2.3.2.1. Resumo histórico e seu desenvolvimento 22 2.3.2.2. Operações de preparação da tecelagem 24 2.3.3. Tinturaria 25 2.3.4. Ultimação 26 2.4. Tipologias de antigos edifícios industriais de lanifícios 27 2.4.1. Organização interna da produção como exigência na conceção e adaptação de edifícios 28 2.5. A evolução da indústria da construção e a disponibilidade de recursos Tecnológicos 30 xi

2.5.1. Enquadramento histórico da utilização de materiais e soluções construtivas 30 2.5.2. Evolução da regulamentação em Portugal no domínio da construção e da segurança estrutural dos edifícios 34 2.5.3. A sustentabilidade na conceção de edifícios industriais 39 2.6. Considerações finais 39 CAPÍTULO 3 REABILITAÇÃO DE ANTIGOS EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS 3. REABILITAÇÃO DE ANTIGOS EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS 43 3.1. Introdução 43 3.2. A regeneração urbana e o património industrial 44 3.3. Ciclos de vida útil de edifícios 45 3.3.1. A perda de função e o abandono dos edifícios 46 3.4. Princípios na reconversão de edifícios antigos 48 3.4.1. Recomendações da SPAB The Society for the Protection of Ancient Buildings 48 3.4.2. Reabilitação de Interiores de edifícios históricos 49 3.5. Fases do processo de reabilitação 51 3.6. Exemplos de reabilitação de antigos edifícios industriais 53 3.6.1. Experiencias noutros países 53 3.6.2. Na cidade da Covilhã 55 3.7. Vantagens da reabilitação de antigos edifícios da indústria 56 3.8. Considerações finais 58 CAPÍTULO 4 EXIGÊNCIAS E REQUISITOS LEGAIS NA CONCEÇÃO DE EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO 4. EXIGÊNCIAS E REQUISITOS LEGAIS NA CONCEÇÃO DE EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO 61 4.1.Introdução 61 4.2.Organização e distribuição espacial da habitação 62 4.2.1. Zonas privativas, tipologias e áreas mínimas 62 4.2.1.1. Áreas mínimas dos vãos envidraçados 65 4.2.2. Zonas comuns e acessibilidades 66 4.2.3. Espessura mínima das paredes 69 4.3.Disposições legais do meio envolvente ao edifício 70 4.3.1. Segurança contra incêndios 72 4.3.2. Estacionamento 73 4.3.2.1. Estacionamento na via pública 74 4.3.2.2. Estacionamento em edifícios 76 4.4.Térmica 77 4.5.Acústica 78 xii

4.6. Segurança estrutural 80 4.6.1. Regulamentação no domínio do projeto de estruturas 81 4.7. Considerações gerais 82 CAPÍTULO 5 CONCEITOS DE ADAPTABILIDADE NA REUTILIZAÇÃO DE ANTIGOS EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS PARA HABITAÇÃO 5. EXIGÊNCIAS E REQUISITOS LEGAIS NA CONCEÇÃO DE EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO 87 5.1. Introdução 87 5.2. Estudo da adaptabilidade de antigos edifícios industriais 88 5.2.1. Adaptabilidade interior 89 5.2.1.1. Configuração em planta 90 5.2.1.2. Pé direito 95 5.2.1.3. Iluminação natural 96 5.2.2. Adaptabilidade exterior 98 5.2.2.1. Adaptação de vãos envidraçados 98 5.2.2.1.1. Tipo de aberturas de vãos envidraçadas em edifícios industriais 99 5.2.2.1.2. Possíveis adaptações 100 5.2.2.2. Adaptação de acessos 102 5.2.3. Meio envolvente e acessibilidades 102 5.2.3.1. Ampliação horizontal 102 5.2.3.3. Ampliação vertical 103 5.2.3.3. Meio Envolvente e acessibilidades 105 5.2.3.4. Arruamentos e acessos 105 5.2.4. Estruturas 105 5.2.4.1. Tipificação de soluções construtivas e elementos estruturais 105 5.2.4.1.1. Estruturas mistas 108 5.2.4.1.2. Estruturas porticadas 111 5.2.5. Envolvente exterior 112 5.2.5.1. Cobertura 112 5.2.5.2. Paredes exteriores 112 5.2.6. Estado de conservação 115 5.3. Considerações finais 116 xiii

CAPÍTULO 6 DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REABILITAÇÃO DE ANTIGOS EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS 6. DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REABILITAÇÃO DE ANTIGOS EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS 119 6.1. Introdução 119 6.2. Estudo de outras metodologias de avaliação de edifícios 121 6.2.1. Metodologia aplicada na realização do inventário City of New Bedford Historic Mill Inventory 122 6.2.2. Metodologia exigencial aplicada à reabilitação de edifícios de habitação, MEXREB 125 6.2.3. Método de avaliação do estado de conservação de edifícios, MAEC 128 6.3. Proposta de uma metodologia de diagnóstico e avaliação do potencial de reabilitação de antigos edifícios industriais 129 6.3.1. Esquematização da metodologia proposta 130 6.3.2. Descrição e classificação dos parâmetros de avaliação do potencial de reabilitação 131 6.3.2.1. Localização e acessibilidades 133 6.3.2.1.1. Proximidade a equipamentos sociais 134 6.3.2.1.2. Características do terreno de implantação e do meio envolvente 136 6.3.2.1.2.1. Obstáculos no meio envolvente 136 6.3.2.1.2.2. Relevo do terreno 138 6.3.2.1.2.3. Fator de orientação solar e sombreamento 140 6.3.2.1.3. Acessos e arruamentos existentes 142 6.3.2.1.4. Estacionamento 145 6.3.2.1.5. Vizinhança do imóvel 145 6.3.2.2. Compatibilidade e eficiência de aspetos construtivos 146 6.3.2.2.1. Tipificação da construção 147 6.3.2.2.1.1. Paredes exteriores 148 6.3.2.2.1.2. Cobertura 149 6.3.2.2.1.3. Tipologia estrutural 150 6.3.2.3. Adaptabilidade 150 6.3.2.3.1. Adaptabilidade interior 150 6.3.2.3.1.1. Configuração em planta do piso 152 6.3.2.3.1.2. Distribuição de abertura 153 6.3.2.3.1.3. Distribuição de elementos construtivos 153 6.3.2.3.1.3.1 Distribuição dos pilares 153 6.3.2.3.1.3.2 Distribuição das parede interiores 154 6.3.2.3.1.4. Condições de acesso ao piso 155 xiv

6.3.2.3.2. Ampliações horizontais 155 6.3.3. Classificação do potencial de reabilitação 156 6.3.3.1. Exemplo de apresentação do relatório de avaliação 158 6.4. Considerações finais 158 CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES 7. CONCLUSÕES 159 7.1. Principais conclusões 161 7.2. Propostas para trabalhos futuros 163 xv

xvi

Lista de Figuras Figura 1.1 Planta de localização com identificação das zonas estudadas 5 Figura 1.2 Planta de localização com identificação das linhas de nível 6 Figura 1.3 Esquema de organização da metodologia do trabalho 8 Figura 2.1 Complexo Industrial da Fábrica Campos de Melo e Irmão no ano de 1900 (antigas instalações da Fábrica Nacional das Sarjas e Baetas) 14 Figura 2.2 Carda. (fotografia tirada no Museu dos Lanifícios da UBI) 20 Figura 2.3 Disposição de uma linha de penteado 21 Figura 2.4 Máquina de fiar por carruagem. (fotografia tirada no Museu dos Lanifícios da UBI) 22 Figura 2.5 Contínuo de fiação. (fotografia tirada no Museu dos Lanifícios da UBI). 22 Figura 2.6 Teares mecânicos, do séc. XVIII e início da segunda metade do séc. XX. (fotografias tiradas no Museu da Tecelagem dos Meios e no Museu dos Lanifícios da UBI). 24 Figura 2.7 Máquina de Urdissagem. (fotografia tirada no Museu dos Lanifícios da UBI) 24 Figura 2.8 Operações de preparação à tecelagem 25 Figura 2.9 Classificação da morfologia dos edifícios industriais 28 Figura 3.1 Esquema de vida útil de um do edifício.. 45 Figura 3.2 Ciclo de vida útil de um edifício 46 Figura 3.3 Esquema das fases de abandono de um edifício 47 Figura 3.4 Complexo de edifícios que compõem a Manufaktura 54 Figura 3.5 Biblioteca Vapor Badia, Sabadell 54 Figura 3.6 Imagens de edifícios reconvertidos pela UBI 55 Figura 3.7 Complexo Industrial do Sineiro 56 Figura 4.1 Esquema ilustrativo das disposições alternativas de rampas 68 Figura 4.2 Via pública zona pedonal e colocação do mobiliário 73 Figura 4.3 Parâmetros geométricos envolvidos no dimensionamento de estacionamentos 74 Figura 5.1 Agrupamento de corpos estruturais na conceção de edifícios industriais 90 Figura 5.2 Divisão do espaço interior em frações em pisos com o mínimo de 8 metros de largura 92 Figura 5.3 Divisão do espaço interior em frações para pisos com 12 a 16 metros de 93 xvii

largura Figura 5.4 Divisão do espaço interior em fracções para pisos com 30 metros de largura 93 Figura 5.5 Divisão do espaço interior e descrição detalhada dos compartimentos para edifícios de 8 metros de largura e habitações do tipo T1 94 Figura 5.6 Divisão do espaço interior e descrição detalhada dos compartimentos para edifícios de 10 metros de largura e habitações do tipo T1 94 Figura 5.7 Divisão do espaço interior e descrição detalhada dos compartimentos para edifícios de 20 metros de largura e habitações do tipo T2 95 Figura 5.8 Aproveitamento do espaço interior com duplex 95 Figura 5.9 Orientação do edifício considerando os solstícios de verão e inverno 98 Figura 5.10 Representatividade de vãos envidraçados nas fachadas, exemplos de edifícios industriais da Covilhã 99 Figura 5.11 Exemplo de um helióstato (sistema seguidos da posição do sol) para aproveitamento da luz natural 101 Figura 5.12 Ampliação horizontal do edifício 103 Figura 5.13 Soluções de ampliação vertical do edifício 104 Figura 5.14 Níveis de qualidade térmica elementos opacos verticais e horizontais 114 Figura 5.15 Esquema do estudo da adaptabilidade 116 Figura 6.1 Ficha de avaliação do imóvel 124 Figura 6.2 Fluxograma da metodologia de avaliação exigencial 127 Figura 6.3 Fluxograma geral da metodologia de avaliação 132 Figura 6.4 Fluxograma da metodologia e coeficientes de avaliação 132 Figura 6.5 Coeficientes de proximidade a equipamentos 135 Figura 6.6 Limitação do meio envolvente 137 Figura 6.7 Avaliação da altura dos obstáculos no meio envolvente 138 Figura 6.8 Esquemas relativos aos fatores de orientação dos vãos envidraçados (F O ) e sombreamento de horizonte da fachada 141 Figura 6.9 Fluxograma geral de avaliação do parâmetro 146 Figura 6.10 Fluxograma geral de avaliação da construção existente. 147 Figura 6.11 Classificação do piso 152 Figura 6.12 Distribuição de pilares 154 Figura 6.13 Esquema de ampliações laterais. 155 xviii

Lista de Tabelas Tabela1.1 Número de edifícios por zona de localização. 5 Tabela 3.1 Faseamento do processo de reabilitação 52 Tabela 4.1 Áreas para cada tipologia, T0 a T2, justificando por compartimentos apresentados no REGEU 62 Tabela 4.2 Áreas para cada tipologia justificado por compartimentos 64 Tabela 4.3 Iluminâncias recomendadas para Zonas interiores 66 Tabela 4.4 - Classificação das espessuras mínimas do tipo de paredes e em função do piso. 70 Tabela 4.5 - Classificação dos edifícios quanto à altura 72 Tabela 4.6 Disposições relativas às vias de acesso ao edifício (adaptado do RSCIE) 72 Tabela 4.7 Parâmetros geométricos para o dimensionamento dos lugares de estacionamento 75 Tabela 4.8 Número de lugares de estacionamento obtidos ao longo da área adjacente á via para diferentes orientações.. 75 Tabela 4.9 Coeficientes de transmissão térmica máximos admissíveis 78 Tabela 4.10 Disposições legais relativas à acústica para edifícios de habitação 80 Tabela 4.11 - EC0 (Q A1.1) - valores de Ψ recomendados para os edifícios 81 Tabela 4.12 - EC1 (Quadro 6.2) - sobrecargas em pavimentos. 82 Tabela 4.13 - EC1 (Q6.4) - Sobrecargas em pavimentos devidas a armazenamento 82 Tabela 4.14 - Comparação das sobrecargas em pavimentos e quantificação das ações das categorias A e E 83 Tabela 5.1 Classificação da configuração em planta piso. 91 Tabela 5.2 Refletâncias em % de superfícies de materiais utilizados no interior. 97 Tabela 5.3 Dipositivos de sombreamento e principais características 101 Tabela 5.4 Épocas de construção e sistemas estruturais utilizados nos edifícios industriais 108 Tabela 5.5 Classificação de paredes-mestras em pedra 109 Tabela 5.6 Soluções de paredes exteriores estudadas mobiliário 113 Tabela 5.7 Valores do coeficiente de condutibilidade térmica (U) das soluções de paredes exteriores estudadas 113 Tabela 5.8 Níveis de qualidade térmica das soluções de paredes exteriores estudadas 114 Tabela 5.9 Classificação de anomalias em elementos construtivos 115 Tabela 6.1 - Classificação dos edifícios em função das características e época de construção 125 Tabela 6.2 - Listagem de exigências das paredes exteriores 126 xix

Tabela 6.3 listagem de exigências 126 Tabela 6.4 Pontuação dos parâmetros de avaliação na metodologia 133 Tabela 6.5 Pontuação dos parâmetros de avaliação da localização e acessibilidades 134 Tabela 6.6 Ficha de avaliação da proximidade a equipamentos sociais 136 Tabela 6.7 Pontuação dos parâmetros de avaliação das características do terreno de implantação e do meio envolvente 136 Tabela 6.8 Pontuação dos critérios de avaliação para a classificação dos obstáculos no meio envolvente 137 Tabela 6.9 Ficha de avaliação do relevo do terreno 138 Tabela 6.10 Avaliação do relevo do terreno 139 Tabela 6.11 Ficha de avaliação do relevo do terreno 139 Tabela 6.12 Fator de sombreamento de horizonte da fachada (F S ) 141 Tabela 6.13 Fator de orientação da fachada (F O ) 141 Tabela 6.14 Ficha de avaliação do parâmetro obstrução e sombreamento 142 Tabela 6.15 Valores de referência da para a avaliação do parâmetro (C OS ) e pontuação a atribuir 142 Tabela 6.16 Descrição e coeficiente de avaliação dos modelos de arruamentos 143 Tabela 6.17 Esquema e pontuação das características do arruamento. 144 Tabela 6.18 Ficha de avaliação do parâmetro acesso e arruamentos 144 Tabela 6.19 Descrição e coeficiente de ajustamento dos modelos de arruamentos 145 Tabela 6.20 Critérios e pontuação da vizinhança do imóvel 145 Tabela 6.21 Critérios de avaliação do estado de conservação de elementos construtivos 148 Tabela 6.22 Coeficientes de avaliação do estado de conservação de elementos construtivos 149 Tabela 6.23 Coeficientes de avaliação cobertura. 149 Tabela 6.24 Coeficientes de avaliação da tipologia estrutural. 150 Tabela 6.25 Parâmetros de avaliação da adaptabilidade interior 151 Tabela 6.26 Classificação da configuração em planta do edifício 152 Tabela 6.27 Classificação da distribuição das aberturas de envidraçados 153 Tabela 6.28 Classificação da distribuição de pilares 154 Tabela 6.29 Classificação da distribuição de paredes interiores 154 Tabela 6.30 Classificação das condições de acesso ao piso 155 Tabela 6.31 Classificação da distribuição de paredes interiores 155 Tabela 6.32 Classificação do potencial de reabilitação 156 Tabela 6.33 Quadro de análise comparativa.. 156 Tabela 6.34 Correspondência dos intervalos de classificação para aplicação no quadro de comparação 157 xx

Lista de Acrónimos UBI RGEU RBA REBA REBAP SCIE RSCIE RCCTE RGR RRAE MAEC NRAU Universidade da Beira Interior Regulamento Geral de Edificações Urbanas Regulamento do Betão Armado Regulamento de Estruturas de Betão Armado Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado Segurança contra Incêndios em Edifícios Regulamento de Segurança contra Incêndios em Edifícios Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios Regulamento Geral do Ruído Regulamento dos Requisitos Acústicos do Edifício Método de Avaliação de estudo de Conservação de Edifícios Novo Regime de Arrendamento Urbano xxi

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