RELAÇÃO SOLO-VEGETAÇÃO DE ESPÉCIES PIONEIRAS DO IF SUDESTE MG, CAMPUS BARBACENA MG.

Documentos relacionados
2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

CÁLCULO DOS TEORES DE CARBONO NO SOLO NA ZONA DE TRANSIÇÃO DO BIOMA DE MATA ATLÂNTICA COM O CERRADO BRASILEIRO

Qualidade de sementes de café produzidas na Fazenda Experimental de Três Pontas da EPAMIG Sul de Minas

Uso de Adubação Verde em Videira no Submédio São Fran is o

Quadro 1 - Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unidades.

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 27 SUCESSÃO ECOLÓGICA

Conceitos florestais e Sucessão Ecológica

Avaliação de acessos do BAG jenipapo: ano 2015

GEOGRAFIA REVISÃO 1 REVISÃO 2. Aula 25.1 REVISÃO E AVALIAÇÃO DA UNIDADE IV

MINERAIS SECUNDÁRIOS

ESTUDO DIRIGIDO EM FÍSICA DO SOLO. Não estudar apenas por esta lista

Lauro Charlet Pereira Francisco Lombardi Neto - IAC Marta Regina Lopes Tocchetto - UFSM Jaguariúna, 2006.

Biomas / Ecossistemas brasileiros

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO NO CERRADO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DENSIDADE DO SOLO 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITOS

Principais Solos do Brasil. Prof a Adélia Aziz A. Pozza CSO 110 PEDOLOGIA

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085

Edson Vidal Prof. Manejo de Florestas Tropicais ESALQ/USP

IV Seminário de Iniciação Científica

Área de Atuação 2010/2011:

A função de distribuição acumulada dos valores abaixo do nível de corte é definida por: k valor do nível de corte; sao os pesos, I os indicadores,

Desenvolvimento de alface em diferentes fitomassas e manejos de adubos verdes

ESTUDO DE CONECTIVIDADE

Com base nos pontos foram determinadas direções intermediárias, conhecidas como. pontos : nordeste (NE), (NO), sudeste (SE) e (SO).

MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS) Fertilidade do Solo Prof. Josinaldo

Difratometria por raios X

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE DISCIPLINA DE SOLOS I UNIDADE VII

UNIDADE 4 USO DE INFORMAÇÕES SOBRE SOLOS

Manual para Elaboração dos Planos Municipais para a Mata Atlântica

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

Fertilidade do Solo e Nutrição do Castanheiro

ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

OBJETIVOS. Substituição parcial adubação mineral NPKS por orgânica com esterco de curral (Bacia leiteira confinamentos = Disponibiliade)

ATIVIDADES REVISÃO. Prova trimestral -2º trimestre 2011

PLANTIO CONSORCIADO DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA COM ADUBOS VERDES: PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO E OCORRÊNCIA DE PRAGAS PROJETO DE PESQUISA

FATORES FITOMÉTRICOS DO HÍBRIDO DE MILHO 2B688PW PARA SILAGEM SOB DIFERENTES DATAS DE SEMEADURA

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DE UM TRECHO DA MATA RIBEIRINHA DO CÓRREGO FUNDO, AQUIDAUANA-MS.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL: Recuperação de Solos Degradados para a Agricultura e Saneamento Básico e Manejo de Água

Objetivo. Material de apoio. Curso básico de mecânica dos solos (Carlos Souza Pinto, Oficina de Textos, 2006); Sumário

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA Luiz de Queiroz LSO Gênese, Morfologia e Classificação de Solos SOLOS SOLOS POUCO DESENVOLVIDOS RASOS

O USO E OCUPAÇÃO DA BACIA DO ALTO CURSO DO RIO UBERABINHA, MG E OS REFLEXOS NA PERMEABILIDADE DO SOLO E NA RECARGA DA ZONA SATURADA FREÁTICA

Composição Florística e Síndromes de Dispersão no Morro Coração de Mãe, em. Piraputanga, MS, Brasil. Wellington Matsumoto Ramos

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS VOÇOROCAS DA SERRA DA FORTALEZA EM CAMPOS GERAIS, SUL DE MINAS GERAIS

DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS EM MG

DETERMINAÇÃO DO PREÇO DA TERRA EM GOIÁS A PARTIR DO USO DE GEOESTATÍSTICA

AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO DE ROCHA DA EMPRESA SULCAMAR

Atividade extra. Fascículo 7 Biologia Unidade 16. Exercício 1 Cecierj Exercício 2 Cecierj

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ABRANTES. Turma: A, B, C, D ANO: 8º ANO LECTIVO 2010/2011 ACTIVIDADES/ ESTRATÉGIAS. Discussão / Debate.

Produtividade e qualidade de diferentes genótipos de Bourbon cultivados em Minas Gerais visando à produção de cafés especiais

DESFLORESTAMENTO DA MATA ATLÂNTICA

Fatores de Formação do Solo

FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO

2 03/11 Relatório Final R.A. O.S. O.A. PU. 1 30/09 Alterado Endereço do Terreno R.A. O.S. O.A. PU

Terminologia Vegetal

Espaçamento alternado e controle de crescimento do feijoeiro com aplicação do fungicida propiconazol

GRUPOS DE PLANTAS ORNAMENTAIS UTILIZADAS NO PAISAGISMO NOS CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS DA CIDADE DE LAVRAS-MG.

Renascimento de florestas

A BIOSFERA 2ª AULA - 1º BLOCO (ECOLOGIA GERAL) CIÊNCIAS DO AMBIENTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIEÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DEFESA DE MONOGRAFIA

CRESCIMENTO DE MOGNO AFRICANO APÓS ADUBAÇÃO QUÍMICA E ADUBAÇÃO QUÍMICA COM LODO DE ESGOTO

Clima, Vegetações e Impactos

GEOGRAFIA FÍSICA DO BRASIL

Análise química do solo: amostras para análise

EUVG PARQ 5 TECNOLOGIAS E MATERIAIS E TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO III

ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE JARDIM OLINDA - PR

Acidez do solo em plantios de Eucalyptus grandis sob efeito residual da adubação com diferentes lodos de esgoto

02 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS SEMENTES

Osvaldo Antonio R. dos Santos Gerente de Recursos Florestais - GRF. Instituto de Meio Ambiente de MS - IMASUL

TEORIA DAS FUNDAÇÕES EXERCÍCIOS DE CÁLCULO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS (2003/04) DEC FCTUC

Efeito do uso de MAP revestido com polímeros de liberação gradual em parâmetros vegetativos do milho.

1ª série EM - Lista de Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL - GEOGRAFIA

Terminologia, Conceitos, definições e esclarecimentos...

Monitoramento Nutricional e Recomendação de Adubação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE DISCIPLINA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLOGICA DAS SEMENTES NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DA SOJA. Material e Métodos. Sementes (Brasil, 2009.

Professora Leonilda Brandão da Silva

Adendo ao Parecer Único SUPRAM-ASF nº /2014 Processo Administrativo: 17700/2012/001/2012 PARECER ÚNICO Nº /2014

PORTARIA FEPAM N.º 85/2014


À CÂMARA NORMATIVA E RECURSAL DO CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL DE MINAS GERAIS CNR/COPAM

PRODUÇÃO DE MUDAS PARA

Intemperismo. Profa. Maristela Bagatin Silva

FERTILIDADE DE SOLOS EM RONDÔNIA

Characterization of Rainfall Patterns in the Projeto Rio Formoso Region in the Araguaia Basin, Tocantins State, Brazil

Avaliação do impacto das queimadas no acesso aos Produtos Florestais na Reserva Nacional do Niassa (RNN)

Manejo Florestal. Edson Vidal Professor Doutor Departamento de Ciências Florestais Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP

3 Aspectos Geológicos e Geotécnicos

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Restauração ecológica de mata ciliar utilizando talhão facilitador diversificado

Influência de uma atividade secular na distribuição e mobilização do cobre em solos da Região vinhateira do Douro: Projeto DVINE

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradadas. Aula 4. Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração. Contextualização

Fatores de Formação de Solos

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE CISTERNAS RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE ARARUNA-PB

IMPACTO AMBIENTAL DA MINERAÇÃO DE AREIA SOBRE A REGENERAÇÃO DA MATA CILIAR DA ÁREA DE PROTEÇÃO PERMANENTE (APP) DO RIO ACRE, EM RIO BRANCO, ACRE

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

REDE CTPETRO AMAZÔNIA PROJETO PI2 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA DINÂMICA DO SOLO

Transcrição:

RELAÇÃO SOLO-VEGETAÇÃO DE ESPÉCIES PIONEIRAS DO IF SUDESTE MG, CAMPUS BARBACENA MG. Carlos Magno Guedes Azevedo¹, Santuza Aparecida Furtado Ribeiro², Glauco Santos França³, Elton Luiz Valente (in memoriam) 4. 1, 2, 3, 4. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena. 1- Introdução As espécies pioneiras são conhecidas pela sua rusticidade devido à alta resistência à radiação solar e por se desenvolverem em solos de baixa fertilidade. Elas estão preferencialmente presentes em bordas de mata, clareiras, locais abertos, onde ocorre uma maior incidência de luminosidade. E também são de grande importância na reabilitação de áreas degradadas, proporcionando condições favoráveis à biota e promovendo a neogênese do substrato. As espécies pioneiras estão associadas à sucessão que vai até o estágio clímax. São espécies que se adaptam a condições extremas de baixa fertilidade, clima e relevo, sendo utilizadas na reabilitação de áreas degradadas, mananciais e florestas atlânticas. Por apresentarem rápido crescimento, alta adaptabilidade e baixa exigência a fertilidade do solo são espécies que apresentam potencial econômico. (Valente, 2009). As relações solo-vegetação nos Neotrópicos ainda não são perfeitamente estabelecidas. A vegetação de um determinado local pode nos trazer informações sobre a composição físico-química do solo. As pesquisas realizadas sobre a relação solo e vegetação têm como objetivo entender a composição florística de determinadas áreas e sua distribuição. Palavras chave: Relação solo- vegetação; espécies pioneiras, fitossociologia. Categoria/Área: BIC (PROBIC/FAPEMIG; PIBIC/CNPq; PIBIC-Af/CNPq; PIBICTI/IF Sudeste MG) Ciências Agrárias e Ciências Ambientais 2. Objetivo Analisar a influência dos componentes físico-químicos dos solos na distribuição das espécies pioneiras presentes no Campus Barbacena.

3- Materiais e Métodos O Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena está localizado na região do Campo das Vertentes, Serra da Mantiqueira no município de Barbacena, Minas Gerais (21º 14 27 S e 43º 45 47 W). O relevo da região é montanhoso com altitude média de 1.200 m s.n.m. O clima é do tipo Cwb, de Köppen. A fitofisionomia predominante é a Floresta Estacional Semidecidual Montana, sendo encontradas também a Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, o Cerrado e áreas de candeal (Araújo, 2009). Os solos na região são de baixa fertilidade, textura média e argilosa, forte grau de suscetibilidade à erosão, composta por diferentes tipos de solos com: 1º Cambissolo Háplico, 2º Latossolo Vermelho-Amarelo (Embrapa, 2010). Outros tipos de solos também ocorrem na região, tais como: Argissolos, Gleisolos, Organossolos e outros de ocorrência restrita. Foram demarcadas seis áreas distintas no Campus Barbacena, a saber: A1 - Mata do Ginásio; A2 - Candeial (NZ); A3_1 - Mata ciliar da Equoterapia; A3_2 - Mata de topo de morro da Equoterapia; A4 - Mata próxima à linha férrea; A5 - Mata próxima à propriedade do Sr. Picinim. Em cada área foi marcado um transecto linear de 200 metros, contendo 20 pontos demarcados por estacas de bambú, com uma distância de 10 metros entre os pontos. Foi utilizado para a amostragem fitossociológica o método de ponto quadrante, sendo analisados quatro indivíduos por ponto. Em cada quadrante realizou-se a coleta de uma amostra de cada indivíduo arbóreo. No total foram estudados 80 indivíduos por área avaliada. O critério para inclusão da planta amostrada foi a medida do CAP (circunferência à altura do peito) maior ou igual a 10 cm, considerando a árvore mais próxima de cada ponto. Foi medida ainda a distância da árvore ao ponto e estimada a altura da mesma com o auxílio de um podão telescópico. Os parâmetros fitossociológicos de cada área foram analisados com o auxílio do programa FITOPAC (Shepherd, 1994). A identificação do material vegetativo foi realizada através de consulta a herbários virtuais nacionais, ao herbário do Campus Barbacena e através de consultas a sites específicos. As amostras de solo foram retiradas próximas ao ponto quadrante, a profundidade de 0-20 cm, sendo 20 amostras simples por área para formar

uma amostra composta. As análises foram realizadas pelo laboratório de solos do Campus Barbacena, para a determinação dos seguintes parâmetros fisicoquímicos: K, P, Ca, Mg, Al, Al+ H, SB (Soma de Bases), t (Capacidade de Troca Catiônica Efetiva), T (Capacidade de Troca Catiônica), V (Saturação de Bases) M.O (Matéria Orgânica), C.O (Contração de Óxidos). Os atributos físicos analisados foram: areia total, argila e silte. 4- Resultados e Discussão As seis áreas estudadas apresentaram como característica em comum o fato de terem sofrido interferência antrópica. Entre estas intervenções pode ser citado exploração de madeira, queimadas sucessivas e áreas de aterro. Os solos das áreas estudadas não apresentaram similaridade em relação aos atributos químicos analisados (Tabela 1): Tabela 1 Características de solo analisadas em cinco áreas de Floresta Estacional Semidecidual Montana no IF Sudeste MG, Campus Barbacena. Os maiores e menores valores encontram-se sublinhados. A1; A2; A3_1; A3-2; A4; A5. A1 A2 A3_1 A3_2 A4 A5 ph em água 5,52 5,62 5,18 5,18 5,18 4,72 H + Al 1,33 2,18 3,22 3,97 3,22 6,92 Al +++ (cmolc.dm 3 ) 0,35 0,45 0,85 1,05 0,3 1,15 Ca ++ (cmolc. dm 3 ) 0,99 0,22 0,78 0,11 2,41 0,33 Mg ++ (cmolc.dm 3 ) 0,19 0,13 0,31 0,09 0,43 0,24 P (mg.dm 3 ) 1,5 2 5,39 3,1 2,5 2,9 K (mg.dm 3 ) 23 29 47 38 48 46 Soma de Bases * 1,24 0,42 1,21 0,3 2,96 0,35 T-Capacidade de troca de cátions * 2,57 2,6 2,06 4,27 6,18 7,61 t-capacidade efetiva de troca de cátions * 1,59 0,87 2,06 1,35 3,26 1,84 m-índice da saturação de alumínio (%) 22 51,7 41,3 77,8 9,2 62,5 V-Índice da saturação de bases (%) 48,2 16,2 27,3 7 47,9 9,1 Matéria orgânica (dag. kg -1 ) 1,52 1,75 2,87 2,48 3,14 3,84 C (dag.kg -1 ) 0,88 1,02 1,66 1,44 1,82 2,23 N (dag.kg -1 ) 0 0 0 0 0 0 Areia grossa (%) 36 43 28 39 27 23 Areia fina (%) 15 7 14 11 13 14 Silte (%) 17 19 10 7 21 7 Argila (%) 32 31 48 43 39 56

* cmolc.dm 3 Algumas áreas estavam localizadas em área de transição de Cerrado e Mata Atlântica, características também observadas em trabalhos realizados por Oliveira Filho, 2008. Nas áreas pesquisadas foram avaliados no total 400 indivíduos arbóreos, sendo distribuídos em 26 famílias e 81 espécies. A família Fabaceae apresentou o maior número de espécies (14), seguida de Myrtaceae (8), Asteraceae (7), Solanaceae (6), Melastomataceae (5), Myrtaceae (4) e Lauraceae (4). As áreas estudadas apresentaram 42 espécies pioneiras, o que demonstrou que estão em regeneração. Considerando os parâmetros de densidade, dominância e frequência relativas entre as 10 famílias com os maiores Valores de Importância (IV), verificou-se que Fabaceae, Asteraceae, Solanaceae e Myrtaceae foram as mais representativas. Fabaceae esteve presente nas seis áreas, e isto provavelmente tem relação com a sua capacidade de recondicionar o ambiente e realizar simbiose com microrganismos fixadores de nitrogênio (Tabela 2). Tabela 2 Características estruturais de cinco áreas de Floresta Estacional Semidecidual Montana do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena. A1 A2 A3 A4 A5 Número de espécie 30 13 38 28 30 Número de família 16 8 18 17 18 Diâmetro médio (cm) 8,84 10,2 8,3 13,81 7,09 Altura média (m) 4,73 4,33 4,68 7,78 4,53 Altura máxima (m) 12 6,8 11 20 12 H' (nats. Indivíduo -1 2,705 1,405 3,363 2,895 2,969 J' 0,796 0,548 0,924 0,869 0,873 *H = Índice de diversidade de Shannon-Wiener. A relação solo vegetação dos Neotrópicos é difícil de ser estabelecida, pois temos muitos fatores que podem ser eventuais responsáveis pela presença ou não de determinada espécie. Microclima, relevo e índice pluviométrico podem ser determinantes, porém a gênese do solo é um dos principais fatores junto à umidade (Valente, 2009). As áreas estudadas foram formadas pelo embasamento cristalino de gnaisse e granito. No geral o solo é ácido, de baixa CTC e baixa saturação de bases. Outro fator determinante foi a altitude que limitou o número de espécies em determinados lugares ou até a sua ausência.

5- Conclusão A distribuição das espécies nas áreas estudadas esteve condicionada a solos ácidos com baixa fertilidade e alto teor de alumínio, esta relação solovegetação ocorreu com a espécie Eremanthus erythropappus. Piptadenia gonoacantha, Machaerium nyctitans, Machaerium acutifolium apresentaram uma boa adaptabilidade às condições físico químicas dos solos em questão. Três espécies de Fabaceae foram importantes condicionadores de solo, pois possuem a capacidade de associação simbiótica com bactérias fixadoras de Nitrogênio (N). Solanaceae apresentou uma grande importância por se estabelecer em solos de baixa fertilidade, ph ácido, alta saturação de alumínio e insolação. Ela foi representada pelas espécies Solanum eryanthum e Solanum lycocarpum. 6- Referências Bibliográficas ARAÚJO, P. O. L. C.; Metodologia Para Adequação das Escolas Agrotécnicas à Legislação Ambiental, tese UFLA. p. 54-65, 2009. Nogueira, N.O.; Oliveira, O.M.; Martins, C.A.S.; Bernardes, C.O.; UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer. Goiânia, v.8, N.14; p.2122, 2012. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões tropicais. Campinas, 2010. OLIVEIRA FILHO, A. T; VAN DEN BERG, A; SOBRAL, M.E.G; PIFANO, D.S ; SANTOS, R.M.; VALENTE, A.M; MACHADO,E.L.M.; MARTINS, J.C.; SILVA, CP.C.; Inventário Florestal de Minas Gerais: Espécies Arbóreas da Flora Nativa. Lavras: UFLA, c. 5, p. 217-418, 2008. SHEPHERD, G.J. FITOPAC 1: manual do usuário. Universidade de Campinas, Campinas. 32p, 1994.VALENTE, E.L.; Relações Solo-Vegetação No Parque Nacional da Serra do Cipó, Espinhaço Meridional, Minas Gerais, tese de doutorado. UFV. p.10-42, 2009.

poio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais FAPEMIG.