COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA

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5 a 8 de Outubro de ISBN 978-85-884-55- COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA Douglas Junior Nicolin, Bruno Luiz Marcondes, Cid Marcos Gonçalves Andrade 3, Luiz Mario de Matos Jorge 4 RESUMO: Tradicionalmente o modelo de Hsu tem sido utilizado na previsão e análise do processo de hidratação de grãos. No modelo de Hsu, a variação da umidade na superfície é representada por uma condição de contorno que considera esta variação como um processo de primeira ordem. Neste trabalho foi desenvolvido um modelo fenomenológico de parâmetros distribuídos (PDX eq ) similar ao modelo de Hsu, porém com uma condição de contorno na superfície diferente: admite que a superfície do grão alcance o valor de umidade de equilíbrio instantaneamente. Os experimentos de hidratação foram realizados considerando 3 g de grãos de soja que foram expostos à luz ultravioleta por 3 minutos. Uma solução de benzoato de sódio (,%) foi aquecida nas temperaturas do experimento e adicionada no recipiente para a hidratação. As amostras foram retiradas em tempos pré-estabelecidos até que a umidade de equilíbrio fosse atingida. A umidade em excesso foi retirada da superfície dos grãos com uso de papel toalha e a umidade dos grãos foi determinada pelo método clássico de secagem a 5 o C por 4h. As simulações dos modelos PDX eq e de Hsu nas condições experimentais de hidratação de grãos de soja sugerem que o modelo PDX eq represente melhor o processo de hidratação de grãos. Todas as simulações foram feitas com uso do software MATLAB. PALAVRAS-CHAVE: Difusão, hidratação, modelagem. INTRODUÇÃO Um interesse especial se encontra em caracterizar o comportamento dinâmico do processo de hidratação de grãos uma vez que este processo depende de variáveis como temperatura e umidade inicial do grão considerado. A variação da umidade de grãos com o tempo tem sido representada por dois tipos de modelos: os empíricos e os fenomenológicos (COUTINHO 6b). Modelos empíricos são aqueles que descrevem um processo baseados em correlações matemáticas mais simples oriundas de dados experimentais observados e seus parâmetros não possuem significado físico. Já os modelos fenomenológicos são aqueles que consideram etapas elementares de transferência de massa e os parâmetros obtidos em modelos como estes possuem significado físico. Acadêmico do Programa de Mestrado em Engenharia Química PEQ, da Universidade Estadual de Maringá UEM. Bolsista do CNPq. douglas.nicolin@gmail.com Acadêmico de Engenharia Química DEQ, UEM. brunoluizmarcondes@hotmail.com 3 Coorientador, Professor PhD do Departamento de Engenharia Química DEQ da Universidade Estadual de Maringá UEM. cid@deq.uem.br 4 Orientador, Professor PhD do Departamento de Engenharia Química DEQ da Universidade Estadual de Maringá UEM. lmmj@deq.uem.br

COUTINHO et al (6a) e HSU (983) utilizaram modelos fenomenológicos para a análise do fenômeno de hidratação. Este tipo de modelo também se divide em duas vertentes conhecidas como modelos de parâmetros concentrados, que não consideram variações espaciais da propriedade descrita, e modelos de parâmetros distribuídos levam em consideração a variação da propriedade em pontos espaciais distintos do material de análise. OMOTO et al (9) propuseram um modelo fenomenológico de parâmetros concentrados para a hidratação de ervilhas. No trabalho apresentado por COUTINHO et al (9) há a solução do Modelo Fenomenológico de Parâmetros Distribuídos (MFPD), com condição de contorno de igualdade de fluxos na superfície e coeficiente de difusão constante, para a hidratação de grãos de soja na qual são introduzidas variáveis adimensionais e o modelo é resolvido numericamente. COUTINHO et al () compara os parâmetros obtidos pela solução numérica do MFPD com os obtidos pelo ajuste do modelo de HSU (983) que considera que a umidade na superfície do grão é descrita como um processo de primeira ordem e coeficiente de difusão como uma função da umidade. O presente trabalho tem como objetivo propor um modelo fenomenológico de parâmetros distribuídos com condição de contorno de umidade na superfície do grão constante e compará-lo com as do modelo de HSU (983). MATERIAIS E MÉTODOS Os dados experimentais utilizados para a validação dos modelos do presente trabalho são os obtidos por COUTINHO (6b) de acordo com o seguinte procedimento experimental: O equipamento utilizado neste estudo se constituiu de um banho termostático, no qual foi colocado um recipiente retangular de alumínio com amostras de grãos de soja com umidade inicial de % (peso). Os experimentos foram realizados como segue: ) Pré-tratamento: a) As amostras foram expostas a luz ultravioleta por 3 min; b) Uma solução diluída (,%) de benzoato de sódio foi preparada; c) O benzoato de sódio foi aquecido a, 3 e 5 o C e adicionado no recipiente. ) Aproximadamente 3 g de grãos de soja foram adicionados na hidratação; 3) Amostras da hidratação foram retiradas em tempos pré-estabelecidos até que a umidade de equilíbrio fosse atingida; 4) As amostras foram colocadas em papel toalha para remoção do excesso de água na superfície; 5) A umidade das amostras foram determinadas pelo método clássico de secagem a 5 o C por 4h (ADOLFO LUTZ, 985). Os modelos a serem resolvidos diferem da condição de contorno na superfície. A equação diferencial que descreve o processo de hidratação leva em consideração um coeficiente de difusão que é função da umidade e é mostrada a seguir. X t k X X X X = DO e + k + () r r r r Condição inicial e condição de contorno em r = : X = para todo r e t = () X O

X r = para r = e t (3) Condições de contorno na superfície: Modelo PDX eq : X = X eq para r = R e t > (4) Modelo de Hsu: βt β X = e X + X e para r = R e t > (5) ( ) t eq O Os modelos foram resolvidos pelo comando ode3s do MATLAB por se tratarem de problemas do tipo stiff. O ajuste dos parâmetros foi feito a partir da minimização da função objetivo pelo comando fminsearch do MATLAB. A função objetivo é mostrada a seguir. φ = N + i= i i ( X calc X ) exp 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela mostra os parâmetros obtidos no ajuste dos modelos e a Tabela mostra os resíduos quadráticos provenientes da minimização da função objetivo para cada modelo em várias temperaturas. (6) Tabela : Parâmetros ajustados Modelo PDX eq HSU T ( o C) k (kg/kg) D o. (m /s) k (kg/kg) β. 3 (/s) D o. (m /s),693,334,998 5,,6 3,7 6,9,778 3,8 3,64 5,4,76,464 8,83 3,8 Tabela : Resíduos quadráticos HSU Modelo PDX eq T ( o C) φ médio T ( o C) φ médio,5,4 3,78 3,54 5, 5,89 As Figuras e mostram os perfis de umidade em função do raio para vários valores de tempo. As Figuras 3 e 4 mostram os perfis de umidade em função do tempo para várias posições. Todas mostram perfis para a temperatura de o C.

.8.6.4..8.4 9375 s 864 s 576 s 43 s Modelo de Hsu 34 s 8 s 3 s 6 s 4 s 6 s.5.5 Raio (m).5 3 3.5 x -3 Figura : Perfis de umidade em função do raio para vários valores de tempo Modelo de Hsu. s.8.6.4..8.4 4375 s 864 s 576 s 43 s 34 s Modelo PDXeq 8 s 3 s 6 s 4 s 6 s.5.5 Raio (m).5 3 3.5 x -3 Figura : Perfis de umidade em função do raio para vários valores de tempo Modelo PDX eq. s.8.6.4.,35 cm,3 cm,5 cm,7 cm cm Modelo de Hsu.8.6.4.,35 cm,3 cm,5 cm,7 cm cm Modelo de PDXeq.8 r.8 r.4.4.5.5 Tempo (s).5 3 x 5.5.5 Tempo (s).5 3 x 5 Figura 3: Perfis de umidade em função do tempo para várias posições Modelo de Hsu Figura 4: Perfis de umidade em função do tempo para várias posições Modelo PDX eq. O fato de o modelo PDXeq conduzir a menores valores dos resíduos quadráticos com um parâmetro ajustável a menos sugere que o modelo tem uma capacidade de predição maior que o modelo de HSU. As Figuras e mostram a variação da umidade do grão em função do raio para vários valores de tempo. Analisando-as, pode-se observar que o grão de soja atinge a umidade de equilíbrio depois de 9375 s no modelo de HSU, enquanto no PDX eq, o grão leva 4375 s para que este valor de umidade seja alcançado. Logo, o modelo PDX eq apresenta um tempo para alcançar a umidade de equilíbrio 5,8% maior do que o modelo de HSU. Esta tendência manteve-se para todas as temperaturas de hidratação. As duas diferentes condições de contorno ficam nítidas ao se observar as Figuras 7 e 8 para r =,35 cm. Embora estas condições representem situações diferentes na superfície do grão de soja, a simulação dos perfis como um todo praticamente não se alteram. Analisando-se as curvas restantes das Figuras 7 e 8, observa-se uma considerável similaridade entre os perfis.

4 CONCLUSÃO Comparando-se os dois modelos pode-se concluir que o modelo PDX eq representou melhor a realidade do fenômeno ao se analisar os resíduos quadráticos médios que representam o desvio entre dados calculados pelo modelo e dados obtidos experimentalmente. Isoladamente, para cada temperatura, o modelo PDX eq apresentou menores valores de φ médio do que o modelo de HSU. Para que todo o grão de soja atingisse a 99% do valor da umidade de equilíbrio X eq na temperatura de o C, o modelo PDX eq estimou que fossem necessários 4375 s, enquanto que o modelo de HSU forneceu um tempo de 9375 s, 5,8% menor do que o modelo PDX eq. Por mais que as condições de contorno dos modelos de PDX eq e Hsu representassem situações diferentes ocorrendo na superfície do grão de soja, os resultados obtidos por simulação são similares. REFERÊNCIAS ADOLF LUTZ, Normas Analíticas do Instituto Adolf Lutz, v., 3 a ed., São Paulo: O Instituto, 985. COUTINHO, M. R.; OMOTO, E. S.; PARAÍSO, P. R.; ANDRADE, C. M. G.; JORGE, L. M. M. Modelagem da Hidratação de Grãos de Soja Segundo a Abordagem de Parâmetros Distribuídos. XVI COBEQ, Santos, SP, 6a. COUTINHO, M. R. Modelagem, Simulação e Análise de Hidratação de Grãos de Soja. 6, f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR. 6b. COUTINHO, M. R.; OMOTO, E. S.; CONCEIÇÃO, W. A. S.; ANDRADE, C. M. G.; JORGE, L. M. M. Modeling of the Soybean Grains Hydration by a Distributed Parameters Approach. International Journal or Food Engineering, vol. 5, iss. 3, art., 9. COUTINHO, M. R.; OMOTO, E. S.; CONCEIÇÃO, W. A. S.; ANDRADE, C. M. G.; JORGE, L. M. M. Evaluation of Two Mathematical Models Applied to Soybean Hydration. International Journal of Food Engineering, vol. 6, iss. 6, art. 7,. HSU, K. H. A Diffusion Model with a Concentration-Dependent Diffusion for Describing Water Movement in Legumes During Soaking. Journal of Food Science, v. 48, p. 68 6 e 645, 983. OMOTO, E. S.; ANDRADE, C. M. G.; JORGE, R. M. M.; COUTINHO, M. R.; PARAÍSO, P. R.; JORGE, L. M. M. Modelagem Matemática e Análise da Hidratação de Grãos de Ervilha. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 9(): 8, jan-mar. 9.