TERMO DE REFERÊNCIA CONSULTORIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO DA INICIATIVA DIÁLOGO EMPRESAS E POVOS INDIGENAS (JULHO à DEZEMBRO DE 2017) I. Histórico e Contexto Em 2012, associações indígenas e setoriais, empresas, órgãos de governo e ONGs uniramse para criar no Brasil a Iniciativa Diálogo Empresas e Povos Indígenas, com a proposta de estreitar o relacionamento entre o setor corporativo e essa população tradicional. Os objetivos principais da Iniciativa são consolidar uma agenda positiva para garantir os direitos indígenas, reduzir os riscos operacionais e de reputação das empresas, bem como potencializar oportunidades para os povos e comunidades indígenas e as companhias. Desde então, vêm sendo realizadas reuniões setoriais (dos segmentos dos bancos, setores mineral e elétrico e pecuária, entre outros), encontros de líderes e organizações indígenas e eventos intersetoriais que já envolveram mais de 50 empresas e dirigentes indígenas de mais de 70 povos de todas as regiões do Brasil. Nesse processo, foi instituído um Núcleo de Articulação Intersetorial (NAI), com a participação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), da Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpin-Sul) e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), representantes de segmentos econômicos estratégicos, Funai, TNC 1 e outras ONGs. O NAI tem assumido a função de coordenar o processo de discussões, estratégias e realização de eventos. Um dos frutos da Iniciativa é o processo pioneiro de construção coletiva entre Empresas e Povos Indígenas da Proposta de Diretrizes Brasileiras de Boas Práticas Corporativas com Povos Indígenas, que foi lançado em 2015 é hoje é um dos principais instrumentos nacional e internacional para melhoria do relacionamento entre empresas e Povos Indígenas. O documento propõe orientações básicas sobre o desenvolvimento de capacidades internas das empresas para relacionamento com indígenas, além de mecanismos de monitoramento e avaliação de impactos, requisitos para consultas e acordos com essa população e, ainda, informações sobre como apoiar o etnodesenvolvimento dos povos indígenas por meio de investimentos sociais e negócios inclusivos. Em março de 2017, em sua sétima reunião, o Núcleo de Articulação Intersetorial (NAI) definiu as prioridades seguintes para a Fase 2 (2017-2019): 1 Com a missão de conservar as terras e águas das quais a vida depende, a The Nature Conservancy (TNC) foi fundada em 1951 nos Estados Unidos e hoje está presente em mais de 35 países, e é considerada a maior ONG de conservação ambiental do mundo. Os projetos da TNC ajudam a conservar a vida nas principais regiões do planeta em consonância com o desenvolvimento econômico e social e com respeito aos costumes das comunidades locais. As ações de conservação são sempre desenvolvidas em parceria com governos de todas as instâncias, empresas privadas, comunidades indígenas, instituições multilaterais e outras organizações sem fins lucrativos. 1
Consolidação das Diretrizes Brasileiras de Boas Práticas Corporativas com Povos Indígenas como referência para as empresas e para os indígenas por meio do fortalecimento das capacidades técnicas e institucionais das organizações e comunidades indígenas; Ampliação do Diálogo Empresas e Povos Indígenas por meio de encontros/mesas de diálogos setoriais e regionais; Construção de experiências piloto regionais e setoriais de implementação das Diretrizes que sirvam como exemplos/casos de sucesso/aprendizado. Também nesta reunião, o NAI decidiu um novo arranjo de governança para a Iniciativa, composto pelas seguintes estruturas: Núcleo de Articulação Intersetorial: o NAI continua sendo o espaço principal de articulação entre os membros da Iniciativa com o papel de definir prioridades, planos de trabalho, fazer avaliações e oferecer orientações estratégicas para a Iniciativa; Comitê Gestor Bipartite: grupo criado para fazer o acompanhamento das atividades e a fiscalização financeira do NAI visando atingir metas e resultados definidos e de supervisão da secretaria executiva da Iniciativa. O Comitê é composto por dois membros do segmento indígena e dois membros do segmento empresarial; Secretaria Executiva: tem a função de articular e facilitar a implementação do plano de trabalho definido pelo NAI, apoiar os grupos de trabalho setoriais, elaborar relatórios e apoiar na gestão financeira e operacional das atividades da Iniciativa. A Secretária Executiva ficará sediada administrativamente em uma organização anfitriã que será responsável por contratar e oferecer apoio. A TNC (The Nature Conservancy i ) foi convidada e continuará apoiando na implementação da fase 2 da Iniciativa como organização anfitriã da Secretaria Executiva e apoiadora da implementação do plano de trabalho. Este termo de referência orienta a seleção e contratação de consultoria de curto prazo para apoiar o Comitê Gestor Bipartite na consolidação da nova estrutura organizacional e na implementação da agenda 2017 da Iniciativa Diálogo Empresas e Povos Indígenas. A contratação será efetivada pela TNC com recursos próprios. II. Propósito de contratação: Consultoria de pessoa jurídica ou física para apoiar o Comitê Gestor Bipartite da Iniciativa Diálogo Empresas e Povos Indígenas (a Iniciativa ) na: i) Estruturação do arranjo de governança da Iniciativa; 2
ii) Articulação e facilitação da implementação do Plano de Trabalho da Iniciativa, definido pelo Núcleo de Articulação Intersetorial (NAI). A consultoria será contratada pela TNC e deverá trabalhar de forma articulada com as equipes da TNC envolvidas no apoio a implementação da Iniciativa, notadamente as equipes Indigenista, Comunicação, Desenvolvimento, Contratos e Finanças e com o Comitê Gestor Bipartite. III. Descrição das atividades: a) Apoiar a estruturação da governança da Iniciativa: o Apoiar a elaboração de projeto para a Fase 2 da Iniciativa e para viabilizar a estrutura mínima para uma Secretaria Executiva; o Apoiar o Comitê Gestor Bipartite na elaboração da carta de adesão aos signatários da Iniciativa e na elaboração de um documento orientador que defina as regras de funcionamento da Iniciativa; o Coordenar a organização das reuniões do NAI e acompanhar e apoiar a coordenação dos Grupos de Trabalho durante o período de vigência deste contrato. b) Apoiar o funcionamento ordinário do Comitê Gestor Bipartite da Iniciativa: o Articular, facilitar e relatar as reuniões presenciais e teleconferências do Comitê Gestor Bipartite e do NAI; o Alimentar de informações os grupos eletrônicos do NAI e os Grupos de Trabalho setoriais, com periodicidade regular; o Apoiar Comitê Gestor Bipartite no acompanhamento financeiro do orçamento da Iniciativa; o Coordenar a logística das atividades do NAI. c) Apoiar as ações de consolidação das Diretrizes de Boas Práticas como referência para as empresas: o Organizar capacitações; o Coordenar a elaboração de Cartilha das Diretrizes como ferramentas para facilitar o uso das diretrizes por indígenas e empresas. d) Apoiar a estruturação e o funcionamento dos Grupos de Trabalho Setoriais (GT) da Iniciativa: 3
o Apoiar a organização e a facilitação das reuniões dos GTs Setoriais; o Coordenar a elaboração do diagnóstico integrado dos projetos e iniciativas empresariais; o Apoiar os GTs na identificação de experiências piloto de Implementação das Diretrizes. IV. Produtos Esperados: i. Plano de trabalho de implementação das ações de curto prazo previstas pelo NAI e outras definidas neste TDR ou pelo Comitê Gestor Bipartite; ii. Consolidação do projeto de implementação da Fase 2; iii. iv. Proposta de documento orientador interno (semelhante a um estatuto) Estatuto e de carta de adesão a Iniciativa; Planos de preparação (agenda, logística, etc) e relatório final da Oitava reunião do NAI, dos Encontros Temáticos da Iniciativa e dos Grupos de Trabalho; v. Três relatórios (bimensais) das atividades do Comitê Gestor Bipartite e dos Grupos de Trabalho, incluindo agendas e memória das reuniões realizadas por demanda do Comitê Gestor Bipartite e do NAI; vi. Cartilhas das Diretrizes como ferramentas para facilitar o uso das diretrizes por indígenas e empresas; Relatório de diagnóstico integrado de projetos e iniciativas empresariais. V. Perfil do contratado: Nível superior e/ou com cursos de especialização em assuntos correlatos com os objetivos da consultoria; Desejável conhecimento de práticas de negócios, responsabilidade social corporativa, empreendedorismo social e direitos indígenas; Experiência de trabalho comprovada com Povos e Organizações Indígenas; Experiência em negociação de acordos complexos; Habilidades de coordenação e comunicação em um contexto multi-institucional; 4
Experiência em redação de relatórios e publicações; Capacidade de coordenar programas de pesquisa, planejamento e desenvolvimento participativos; Experiência em treinamento; Fluência em comunicação oral e escrita em Português. VI. Local de trabalho e valor da prestação de serviços Conforme consta acima, um dos principias produtos desta consultoria será de apoiar o Comitê Gestor Bipartite na elaboração do Projeto de implementação da Fase 2, o qual deverá ser apresentado na forma de uma proposta de trabalho detalhada (com cronograma e descrição dos serviços que serão prestados) e incluindo valor sugerido para este projeto, que será avaliado caso a caso junto ao CV do candidato. A consultoria deverá trabalhar em regime de home-office (trabalho de casa), preferivelmente em São Paulo, e deverá ter disponibilidade para viagens periódicas, acompanhando a agenda prevista no TDR. VII. Prazo Encaminhar proposta de trabalho e CV do consultor responsável pelo projeto até o dia 15 de julho para o e-mail giovanna.sanches@tnc.org. 5