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Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2017) 53 final - ANEXO 1.

Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Transportes e do Turismo 2017/2067(INI) 16.10.2017 PROJETO DE RELATÓRIO sobre uma Estratégia Europeia para os Sistemas Cooperativos de Transporte Inteligentes (2017/2067(INI)) Comissão dos Transportes e do Turismo Relator: István Ujhelyi PR\1134575.docx PE610.712v01-00 Unida na diversidade

PR_INI ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU... 3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS... 7 PE610.712v01-00 2/9 PR\1134575.docx

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre uma Estratégia Europeia para os Sistemas Cooperativos de Transporte Inteligentes (2017/2067(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 30 de novembro de 2016, intitulada «Uma estratégia europeia relativa aos sistemas cooperativos de transporte inteligentes, uma etapa rumo a uma mobilidade cooperativa, conectada e automatizada» (COM(2016)0766), Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu, de 31 de maio de 2017, sobre os sistemas cooperativos de transporte inteligentes 1, Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Transportes e do Turismo (A8-0000/2017), A. Considerando que a estratégia europeia relativa aos sistemas de transporte inteligentes cooperativos (STIC) está estreitamente relacionada com as prioridades políticas da Comissão, nomeadamente a sua agenda para o emprego, o crescimento e o investimento, o mercado único digital e a estratégia para a União da Energia; B. Considerando que as autoridades dos Estados-Membros e o setor industrial devem responder à necessidade premente de tornar os transportes mais seguros, eficientes e sustentáveis; C. Considerando que a tendência positiva em matéria de segurança rodoviária registada na UE ao longo da última década abrandou e que o transporte rodoviário continua a ser responsável pela maior parte das emissões de gases com efeito de estufa e de poluentes atmosféricos imputáveis aos transportes; D. Considerando que os STIC permitirão aos utentes da estrada e aos gestores do tráfego partilhar e utilizar informações, bem como coordenar as suas ações; E. Considerando que a UE deve encorajar e continuar a desenvolver as tecnologias digitais que reduzem os erros humanos; F. Considerando que, graças à conectividade digital, este elemento cooperativo melhorará significativamente a segurança rodoviária, a eficiência dos transportes e a multimodalidade; G. Considerando que vários países do mundo (como, por exemplo, Estados Unidos, Austrália, Japão, Coreia e China) progridem rapidamente no sentido da implantação de tecnologias digitais, já se encontrando disponíveis no mercado veículos e serviços STIC; 1 JO C 288 de 31.8.2017, p. 85. PR\1134575.docx 3/9 PE610.712v01-00

Quadro geral 1. Acolhe com satisfação a comunicação da Comissão sobre uma estratégia europeia relativa aos sistemas cooperativos de transporte inteligentes (a «Estratégia») e o intenso trabalho que levou a cabo com peritos dos setores público e privado, o qual serviu de base à comunicação; 2. Sublinha o potencial das tecnologias digitais e dos respetivos modelos empresariais no setor do transporte rodoviário e reconhece que a Estratégia constitui uma etapa importante para o desenvolvimento de STIC e, em última análise, para a mobilidade automatizada; assinala que veículos cooperativos, conectados e automatizados podem estimular a competitividade da indústria europeia, bem como reduzir o consumo de energia e as emissões dos transportes; 3. Regozija-se com os resultados da segunda fase da plataforma STIC e sublinha a importância dos mesmos 1 ; 4. Sublinha que, embora a comunicação constitua uma etapa importante da estratégia da UE em matéria de veículos cooperativos, conectados e automatizados, não deve existir qualquer confusão entre estes diferentes conceitos; 5. Recorda que os STIC são sistemas que permitem que as diferentes estações STI (veículos, equipamento rodoviário, centros de controlo do tráfego e dispositivos nómadas) comuniquem e partilhem informações, utilizando uma arquitetura de comunicação normalizada; 6. Recorda que os veículos conectados são veículos que utilizam tecnologias STIC que permitem aos veículos rodoviários comunicar com outros veículos, semáforos e infraestruturas rodoviárias, bem como com outros utentes da estrada; 7. Recorda que os veículos automatizados são veículos capazes de funcionar e manobrar de forma independente em situações de tráfego reais e em situações em que um ou vários dos comandos principais de condução (direção, aceleração, travagem) são automatizados durante um período prolongado; 8. Salienta a necessidade de integrar sistemas de salvaguarda durante a fase de transição em que coexistirão veículos conectados e automatizados e veículos sem conectividade e sem automatização; 9. Lamenta a inexistência de um calendário claro para os serviços Day 1.5 e posteriores, bem como de uma avaliação de impacto completa e de informações exatas sobre as iniciativas de implantação dos serviços STIC e sobre possíveis ampliações dos serviços; 10. Solicita à Comissão que atribua prioridade aos serviços STIC, alcance o mais elevado potencial de segurança, elabore as definições e os requisitos necessários e atualize e integre a interface homem-máquina (IHM), dada a importância da interação entre o 1 Segunda fase final da plataforma STIC: https://ec.europa.eu/transport/sites/transport/files/2017-09-c-itsplatform-final-report.pdf PE610.712v01-00 4/9 PR\1134575.docx

condutor humano e a máquina 1 ; 11. Exorta todos os Estados-Membros a aderirem à plataforma CRoads, dado que esta deverá desempenhar um papel importante na execução da Estratégia; Proteção da privacidade e dos dados 12. Chama a atenção para a importância da proteção da privacidade e dos dados transmitidos por STIC, que devem ser utilizados apenas para efeitos destes sistemas e não devem ser mantidos nem utilizados para outros fins; salienta que os automóveis inteligentes devem respeitar plenamente o Regulamento geral sobre a proteção de dados e que os prestadores de serviço STIC devem oferecer condições transparentes aos condutores, para que estes possam dar o seu consentimento livre e informado ao tratamento dos seus dados pessoais; Cibersegurança 13. Insiste na importância de normas de segurança elevadas para impedir ataques de pirataria e informáticos, em particular à luz do caráter crítico da segurança das comunicações STIC; observa que a cibersegurança é um desafio essencial que deve ser superado à medida que aumenta a digitalização e a conectividade do sistema de transportes; insiste na necessidade de evitar qualquer vulnerabilidade ou risco de um veículo ser vítima de um ataque de pirataria ou informático através do desenvolvimento de uma política comum de segurança e certificação para a implantação de STIC; 14. Sublinha que devem ser aplicadas normas de segurança igualmente rigorosas em todos os Estados-Membros, bem como no âmbito de eventuais acordos de cooperação com países terceiros; Tecnologias da comunicação e frequências 15. Considera que a abordagem de comunicação híbrida, que combina tecnologias de comunicação complementares é a abordagem correta e que o instrumento de comunicação híbrida mais promissor parece ser a combinação entre o ETSI ITSG5 do Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações e as redes celulares existentes (C-V2X), dado que tal garantirá o melhor apoio possível à implantação de serviços STIC de base; 16. Toma nota da referência à ligação entre os automóveis conectados e os sistemas europeus de navegação por satélite, EGNOS e GALILEO, e sublinha que a capacidade dos veículos para comunicar com sistemas 5G e de navegação por satélite pode ser incluída no instrumento de comunicação híbrida numa fase posterior; 17. Encoraja os operadores de telecomunicações que apoiam serviços STIC a gerir adequadamente a carga da rede no que se refere aos serviços STIC ligados à segurança rodoviária; 1 Declaração Europeia de Princípios relativa à interface homem-máquina para os sistemas de informação e comunicação instalados nos veículos (Comissão, 2008), https://goo.gl/zxsxhe PR\1134575.docx 5/9 PE610.712v01-00

Abordagem europeia comum 18. Encoraja os Estados-Membros e as autoridades locais, os fabricantes de veículos, os operadores rodoviários e a indústria de STI a implementarem os STIC, e insta a Comissão a apoiar os Estados-Membros e a indústria na implantação de serviços STIC, nomeadamente através do Mecanismo Interligar a Europa, dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento e do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos; 19. Salienta que é necessário criar um sistema de transportes verdadeiramente multimodal, que integre todos os modos de transporte num único serviço de mobilidade, permita um transporte fácil de porta a porta de pessoas e mercadorias e melhore a eficiência global dos transportes; 20. Recomenda que a Comissão crie rapidamente um quadro jurídico adequado para assegurar a interoperabilidade em toda a UE dentro do prazo; insta a Comissão a publicar uma proposta legislativa relativa ao acesso aos dados e recursos a bordo dos veículos até setembro de 2018; recomenda que a presente proposta assegure a terceiros condições de concorrência equitativas para o acesso gratuito aos dados a bordo dos veículos, a fim de proteger os direitos dos consumidores, promover a inovação e assegurar uma concorrência leal neste mercado, tendo em conta as conclusões do estudo da Comissão sobre o acesso aos dados e recursos a bordo dos veículos; 21. Sublinha a importância de encetar um diálogo com os parceiros sociais numa fase precoce, a fim de criar um clima de confiança e transparência e garantir a inexistência de efeitos negativos nas condições sociais e de emprego; 22. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão. PE610.712v01-00 6/9 PR\1134575.docx

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Introdução O mundo avança para uma revolução industrial e digital extremamente rápida, na qual a União também participa de algum modo, mas para a qual nem a economia nem a sociedade europeias estão convenientemente preparadas. Existem grandes disparidades em termos de nível de desenvolvimento e grau de preparação dos Estados-Membros, mas não podemos permitir que a digitalização e os avanços tecnológicos acentuem este desequilíbrio. Todos os cidadãos europeus devem beneficiar em igual medida da nova revolução industrial e das suas vantagens. Também o setor dos transportes está prestes a passar por uma transformação radical, à qual a UE deve dar respostas próprias, úteis e a longo prazo. Temos de cumprir os requisitos de segurança, eficácia e sustentabilidade. Os progressos efetuados a nível das tecnologias digitais no setor dos transportes permitem o intercâmbio de dados em tempo real entre os vários meios de transporte, o que possibilita, por exemplo, diminuir o número de acidentes, racionalizar os sistemas de transporte e reduzir as emissões de substâncias nocivas. As novas tecnologias, que incluem os Sistemas de Transporte Inteligentes Cooperativos (STIC) que são objeto do presente relatório, representam um extraordinário progresso e um verdadeiro desafio para os responsáveis políticos europeus, designadamente em termos de harmonização da legislação, até agora desorganizada e fonte constante de novos problemas. Certo é que a Comissão e as instituições europeias registam atrasos neste domínio e não conseguem acompanhar o ritmo a que a revolução tecnológica avança. A resolução desta situação é uma tarefa real e urgente. Do mesmo modo, temos de reconhecer que a UE necessita de uma cooperação paralela, e não de uma concorrência isolada, no domínio das inovações digitais que têm repercussões no setor dos transportes, já que só deste modo poderá fazer face aos desafios para o desenvolvimento mundial que colocam os Estados Unidos e a China, por exemplo, que estão na vanguarda em termos de avanços da tecnologia STIC. A nova revolução industrial moderna oferece, por conseguinte, uma excelente oportunidade para desenvolvermos e garantirmos a segurança dos nossos sistemas de transporte, mas, ao mesmo tempo, exige um trabalho de regulamentação contínuo e responsável. Antecedentes Há quase dez anos que a Comissão e o Parlamento se ocupam da questão dos sistemas de transporte e dos veículos inteligentes. A introdução de automóveis inteligentes e do sistema ecall é uma parte importante deste processo. O relator acolhe favoravelmente o processo legislativo que permite ao Parlamento pronunciar-se sobre o reforço da segurança dos veículos automóveis, as cartas de condução e a formação dos condutores, bem como sobre a estratégia europeia de mobilidade hipocarbónica. É particularmente importante alterar a Diretiva 2010/40/UE a fim de ampliar o âmbito de aplicação dos atos delegados. Estes completam a estratégia exposta na comunicação da Comissão relativa à introdução de sistemas de transporte inteligentes (COM(2016)0766). O relator considera importante realizar paralelamente uma série de programas de I&D da UE, bem como iniciativas comunitárias, como os programas CRoads e GEAR 2030. Particularmente importantes são os resultados do programa da plataforma STI 2016-2017, no âmbito do qual a Comissão publicou recentemente os resultados do trabalho realizado por oito grupos de trabalho. É indispensável que todos os setores da indústria telecomunicações, indústria automóvel, PR\1134575.docx 7/9 PE610.712v01-00

energia e transportes unam forças para que os resultados dos progressos no domínio digital possam ser devidamente postos em prática e aplicados. Igualmente importante é a cooperação das instituições europeias e a participação dos Estados-Membros. O relator regozija-se com o parecer elaborado pelo Comité das Regiões e pelo Comité Económico e Social Europeu. A maior parte dos veículos em circulação na UE são antigos e foram construídos com tecnologias que impedem a sua ligação às mais recentes tecnologias e ao diálogo digital. O mesmo é válido para os sistemas rodoviários que não fazem parte das redes transeuropeias e não são autoestradas. É legítimo perguntar de que modo devemos garantir a conectividade destes veículos e quem assumirá os custos. Quem paga a fatura? Serão necessários aproximadamente 3 mil milhões de euros por ano para financiar a introdução dos serviços C da lista «Day 1» e permitir a ligação de cerca de 30 milhões de automóveis. Estão disponíveis fundos do MIE, dos FEEI e do FEIE para financiar o desenvolvimento de redes de banda larga e infraestruturas de transporte. Além disso, realizam-se atualmente projetos I&D no âmbito do Programa-Quadro Horizonte 2020. O relator está convicto de que a evolução é muito mais rápida do que indicam os prazos do planeamento estratégico. É por esta razão que é necessário associar os Estados-Membros e decidir o financiamento. A principal questão que se coloca é a de saber como devemos ter em conta o papel das tecnologias digitais na próxima fase da planificação financeira. Segurança O relator concorda com a proposta da Comissão de introduzir os protocolos tanto da lista Day 1 como da lista Day 1.5 e de dar início ao primeiro pacote em 2019, e congratula-se com estes objetivos ambiciosos. Ao mesmo tempo, lamenta a ausência de um calendário preciso e de um estudo de viabilidade, os quais são necessários para a realização desses objetivos. Apoia a conclusão do grupo de trabalho especializado sobre a segurança na segunda fase da plataforma STIC, segundo a qual todos os veículos devem respeitar um conjunto mínimo de requisitos 1. Está convencido de que a tecnologia e a automatização só terão vantagens se todos os veículos estiverem ligados ao sistema de transporte. Temos de avançar por etapas. Durante o período que decorre até todos os STIC estarem acessíveis, é fundamental elaborar um protocolo de segurança que inclua o fator humano e preveja tempo suficiente para a interação «homem-máquina» 2. Segurança dos dados O rápido intercâmbio de dados em tempo real e em grande escala avança a passos largos e torna-se a norma, o que levanta questões quanto à utilização da tecnologia adequada e à segurança dos dados. É essencial que os regulamentos europeus em vigor sejam alargados ao domínio da automatização. A Comissão apresentou recentemente uma proposta sobre a cibersegurança, que prevê a criação de um novo sistema europeu de certificação para garantir uma utilização segura dos produtos e serviços digitais. O relator considera igualmente que uma das futuras tarefas mais importantes é a de determinar com precisão o acesso a dados 1 Segunda fase final da plataforma STIC. https://ec.europa.eu/transport/sites/transport/files/2017-09-c-itsplatform-final-report.pdf. 2 Declaração Europeia de Princípios relativa à interface homem-máquina para os sistemas de informação e comunicação instalados nos veículos (Comissão, 2008). https://goo.gl/zxsxhe. PE610.712v01-00 8/9 PR\1134575.docx

gerados por veículos em circulação e o acesso a dados de «terceiros». É necessário velar por que os pareceres e as sugestões de todas as partes envolvidas sejam ouvidos e por que sejam encontradas as melhores soluções comuns. Questões ligadas às tecnologias da comunicação e às frequências Se olharmos para a União Europeia no seu conjunto e, ao mesmo tempo, tivermos em conta os programas levados a cabo nos últimos meses, constatamos enormes divergências em termos da sua execução. Num extremo, temos uma cobertura Internet com um valor de 0 (sem WiFI e sem cobertura geral superior a 2G) e, no outro extremo, temos «comboios de camiões» («platooning»). É necessário o maior cuidado para não alargar a fratura digital. A questão da «tecnologia» é objeto de consenso na medida em que não há exclusividade, pelo que a solução poderia consistir numa aplicação híbrida de tecnologias existentes. Existe uma coordenação permanente em relação a esta questão entre as associações profissionais e a Comissão. Outros domínios importantes/observações O futuro da mobilidade urbana é outro elemento importante da automatização e a sua evolução deve ser uma questão fundamental. A organização dos centros urbanos e das regiões circundantes numa rede de transporte inteligente é um aspeto essencial do desenvolvimento regional. Passamos o tempo a falar apenas na ligação de veículos e em infraestruturas. E os «intervenientes em risco», como peões, ciclistas e motociclistas? Como integrá-los em sistemas inteligentes que comunicam entre si? Além disso, ao visarmos a automatização total, não podemos esquecer a evolução das condições de obtenção da carta de condução e as competências que é necessário transmitir. Como deve a formação dos condutores ser completada? PR\1134575.docx 9/9 PE610.712v01-00