Para escrevermos esta história criamos primeiro as criaturas fantásticas, que são as suas personagens, a partir de manchas de tinta. Desenhamo-las e, a seguir, atribuímos-lhes nome, idade, peso, outras características físicas, poderes, etc. Depois, com muita imaginação, conversando e chegando a acordo, definimos quem eram os heróis e os vilões, onde se desenvolveria a ação, quando e o que iria acontecer. Todas as semanas, fomos escrevendo um bocadinho, na biblioteca. E agora aqui está ela. Os autores, Bruno Santos Ismael Silva Jéssica Ventura Tiago Gameiro
Nome: Peligonhano Idade: 50 anos Peso: 2000 kg Altura: 4,5m Outras características físicas: 1 olho, 2 patas e 2 asas Lugar de nascimento: Cem Soldos Alimentação: come fios elétricos Forma de Locomoção: anda e voa Forma de comunicação: fala e assobia Outras características: o corpo é revestido por penas Criador do Peligonhano: Jéssica Ventura Nome: Coquilhogá Idade: 2 semanas Peso: 5Kg Altura: 5 cm Outras características físicas: 2 olhos e 4 patas Lugar de nascimento: uma quinta em Portugal Alimentação: ervas, cenouras, terra, e chaves Forma de Locomoção: voa e nada Forma de comunicação: fala Outras características: tem o corpo revestido por escamas, lança fogo, água, hipnotiza, congela Criador do Coquilhogá: Bruno Santos
Nome: Truzcaileia Idade: 100 anos Peso: 5000 Kg Altura: 5,5 Outras características físicas: 2 olhos e 2 barbatanas Lugar de nascimento: mar Mediterrâneo Alimentação: Forma de Locomoção: voa e nada Forma de comunicação: fala francês Outras características: pode ficar invisível e tem uma grande cauda Criador da Truzcaileia: Fábio Marques Nome: Retrolhos Idade: 200 anos Peso: 1000 kg Altura: 1,90m Outras características físicas:4 olhos e 5 membros Lugar de nascimento: deserto Alimentação: moscas Forma de Locomoção: voa e nada Forma de comunicação: fala francês Outras características: tem o corpo coberto de pelos, faz congelar e é polícia Criador do Retrolhos: Ismael Silva
Na madrugada do dia dezassete de novembro de dois mil e dezasseis, numa quinta em Cem Soldos, o Peligonhano e o seu filho adotivo, Coquilhogá, andavam a tratar dos animais e a regar as plantas, quando se aperceberam que não havia água da rede. Então, foram ver se havia água no poço, mas também não havia. Seguiram para o ribeiro e, também ali, não havia água. A Truzcaileia, assustada, disse: -Mas, o que é isto?... Isto não é normal!... Algum de vocês sabe o que se passa? -Não. Não sabemos de nada! - responderam o Peligonhano e o Coquilhogá. Mas, pode ser obra do Retrolhos. Cheira-nos que é isso, é coisa do Retrolhos. acrescentaram. - Alguém sabe dele?- perguntou o Coquilhogá. - Não. Já não o vejo há uma data de dias. - disse a Truzcaileia. -A última vez que o vi estava a beber água do poço. Começo a desconfiar que isto é mesmo obra dele.- disse o Peligonhano. -Vamos à procura do Retrolhos?- perguntou-lhes, entusiasmada, a Truzcaileia. -Sim. Vamos já!- responderam em uníssono.
O Coquilhogá sugeriu que fossem ver na Mata dos Sete Montes. A Truzcaileia queria que fossem primeiro à Mata dos Sete Montes mas, o Peligonhano disse: -E se fossemos primeiro à Mata e a seguir ao aqueduto? -Vamos, então. - disse o Peligonhano. E todos levantaram voo, em direção à Mata dos Sete Montes. Quando lá chegaram, sobrevoaram e observaram, com cuidado, tudo o que se passava, para ver se descobriam o Retrolhos. Havia visitantes por todo o lado. Muitos eram turistas estrangeiros, mas também havia muitas crianças no parque. A certa altura, lembraram-se de ir ao Tanque de El-Rei, não fosse o Retrolhos andar por lá e beber toda a água. Quando chegaram viram que já estava vazio e as rãs jaziam, mortas, no fundo. -Não há dúvida que ele esteve aqui! - afirmou o Peligonhano. - Não pode estar longe, há pegadas recentes. -Vamos seguir as pegadas! - disse a Truzcaileia. E lá foram seguindo as pegadas com a sua visão poderosa. Saíram da Mata na direção do Aqueduto dos Pegões e chegaram a uma ribeira onde também já não havia água. O Retrolhos tinha acabado de beber a água da ribeira e estava a comer moscas no meio do mato mas, quando se apercebeu de que estava a ser observado, fugiu. Logo, a Truzcalileia se tornou invisível e o perseguiu, sem ser vista.
Furioso, o Retrolhos lançava fogo por onde passava e o Coquilhogá e o Peligonhano iam apagando. Tomou a direção do rio Nabão e eles continuaram a persegui-lo. Assim que chegou à margem atirou-se para a água e a Truzcaileia que tinha ido atrás dele foi chamar os companheiros para ajudarem. O Coquilhogá congelou-o e os três foram buscá-lo e trouxeram-no para terra. Depois, telefonaram para a P.S.P. que chegou de imediato e explicaram o que tinha acontecido. Os P.S.P. levaram-no e foi condenado a ficar congelado, o resto da sua vida. Descobriram, entretanto, que tinha sido polícia, de um grupo de operações especiais que vivia no deserto e não podia ver água que tinha logo que a beber, porque tinha estado cento e noventa e nove anos sem beber. Depois de tudo isto, voltou a haver água em Cem Soldos, na Mata, na ribeira e no Aqueduto dos Pegões. Até porque, se assim não fosse, não poderia realizar-se o Festival Bons Sons, em agosto. Tudo voltou à normalidade.
Autores do texto e das Criaturas Fantásticas : Bruno Santos Ismael Silva Jéssica Ventura Tiago Gameiro Docentes que orientaram o trabalho: Idalina Varino (professora bibliotecária) Otília Nogueira (docente da equipa da biblioteca) Teresa Góis (docente de educação especial) Arranjo gráfico: Idalina Varino História produzida no âmbito do Projeto Todos Juntos Podemos Ler 2016/2017