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Transcrição:

ESTRUTURA SÓCIO-OCUPACIONAL DA RMSP (PNAD 2001-2008) - RELATÓRIO PRELIMINAR JULHO DE 2010 - OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES SÃO PAULO Lucia Maria M. Bógus Suzana Pasternak Rafael Serrao INTRODUÇÃO A Região Metropolitana de São Paulo é constituída pelo município de São Paulo e mais 38 municípios que se agrupam em torno da Capital do Estado e são diretamente por ela polarizados. Os 39 Municípios que integram a Região Metropolitana de São Paulo representam 3,24% do total do território do Estado, numa área de 8.051 km2. concentrando cerca de 48% da população de todo o Estado. No que diz respeito a sua evolução pode-se identificar diferentes fases na expansão da região metropolitana paulista. As fases mais recentes da evolução, que se iniciam em 1960, são marcadas pela estruturação de blocos de atividades industriais, liderados, principalmente pelo desenvolvimento da indústria automobilística, que reforçou as concentrações industriais ao longo da Via Anchieta e nos Municípios da Sub Região Sudeste. Um segundo impacto, não menos considerável, foi a motorização da população contribuindo para um aumento da demanda por vias e espaços de circulação. Essa nova realidade agravou consideravelmente os problemas de aglomeração, gerando situações de graves crises das estruturas urbanas. A metrópole não estava preparada para esse crescimento da frota. A motorização repercutiu muito diretamente na própria estrutura metropolitana, contribuindo para a mudança de certos hábitos de consumo e culturais, originando e consolidado novas concentrações comerciais e de atividades terciárias em geral. Esse processo evolutivo acentuou a extensão de áreas ocupadas pelos usos urbanos, na medida em que o crescimento reativado das atividades secundárias demandava a alocação de maior espaço para os estabelecimentos industriais e na medida em que, também, a RMSP 1

continuava a apresentar uma situação, em termos da oferta de empregos, nitidamente superior à das demais regiões do Estado, e mesmo do País. A partir dos anos 80, iniciou-se um período de grandes mudanças, cujos efeitos se fazem sentir até os dias de hoje. É a fase na qual a Região Metropolitana assistiu à desconcentrarão das atividades industriais e da população já iniciada em meados dos anos 70 à reestruturação das atividades econômicas, à inserção do país no contexto da globalização e ao crescimento das atividades terciárias, muitas vezes reduto dos desempregados do setor secundário da economia. São Paulo passou a ser conhecida como a metrópole dos serviços, sobretudo em virtude do papel desempenhado por essas atividades no município pólo. No município de São Paulo, concentraram-se, de maneira crescente, as atividades financeiras de natureza global, as sedes dos maiores bancos nacionais e internacionais, as grandes empresas multinacionais, concedendo à cidade a primazia entre as metrópoles nacionais e transformando-a na metrópole global por excelência. As características sócio-econômicas e demográficas apresentadas a seguir possibilitam compreender, em grande parte, a lógica que perpassa o conjunto dos processo metropolitanos e transformam a Região Metropolitana de São Paulo, ao mesmo tempo, em área de atração e expulsão populacional, em loqus de riqueza e de pobreza, com mercado de trabalho dinâmico e extremas desigualdades sociais. A Região Metropolitana de São Paulo, sofreu profundas transformações nas atividades econômicas nos anos 80 e 90, com continuidade na década de 2000, e permanece o principal centro industrial e financeiro do país. Ao longo das etapas de sua expansão recente, um conjunto de processos provocaram a alterações na estrutura de empregos por setores da atividade econômica na RMSP, reduzindo os empregos industriais e ao mesmo tempo impulsionando o crescimento dos empregos no terciário. Podem ser mencionadas como as principais transformações nas atividades econômicas aquelas que decorrem dos processos de desconcentração industrial, com mudanças na alocação industrial para outras regiões do estado de São Paulo e para outros estados, aquelas relacionadas ao desenvolvimento do terciário e as provocadas pela reestruturação produtiva. De fato, ao mesmo tempo em que se ocorreu o processo de desconcentração industrial provocando a redução do emprego na indústria, diversificaram-se as atividades do terciário, 2 2

que se consolidou na região metropolitana, que passou a sediar atividades altamente sofisticadas. Nos anos 90 assumiu, definitivamente, papeis de cidade mundial 1. A reestruturação produtiva também contribuiu para a diversificação dos serviços ao terceirizar e subcontratar atividades de apoio. Conforme Montali (2009:179) a partir de 1989, momento tomado como referência para a análise dos efeitos da intensificação da reestruturação da produção e das formas de gestão do trabalho, tanto na indústria como nos serviços, registra-se a queda progressiva da participação da indústria na composição do nível de emprego regional e o aumento da participação do emprego nos serviços. O conjunto dos empregos do setor serviços, incluindose nestes tanto os empregos do comércio, como dos serviços, representam 56% dos postos de trabalho em 1989, 62% em 1991, 67,4% em 1997 e cerca de 69% em 2000 e 2003. Ao mesmo tempo, o emprego industrial passou de 33% da força de trabalho ocupada em 1989 e 28,7% em 1991, para 21% em 1997 e cerca de 20% em 2000 e 2003 (PED-FSEADE). Cabe ressaltar que a redução do emprego industrial e o aumento do emprego em serviços não representa apenas uma "migração" entre os setores, mas implica em uma alteração na qualidade do emprego. O emprego com registro em carteira de trabalho que predomina na indústria vai sendo substituído por ocupações autônomas ou temporárias caracterizadas por vínculos contratuais precários e por maior instabilidade no emprego. Os municípios da região do ABC, que concentravam maiores proporções de trabalhadores residentes ocupados no setor industrial, apresentaram a redução mais acentuada no período considerado. Mas as proporções mais baixas de trabalhadores residentes ocupados na indústria foram encontradas no município de São Paulo, onde, em 1985, pouco menos que um terço dos ocupados estavam inseridos em atividades industriais. A reestruturação produtiva implicou, ainda, na crescente precarização das relações de trabalho, com a flexibilização da produção, acompanhada por terceirização e subcontratação da produção e de serviços, o que acabou resultando no surgimento de setores informais modernos (Dedecca e Baltar, 1997). A flexibilização atingiu, sobretudo nas regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre, também a contratação da mão- de -obra,que passou a ser feita, em muitos casos, diretamente pela empresa, sem carteira de trabalho 1 Dentre os estudos que apontam estes processos estão: Araujo, 1992; Cordeiro, 1993; Pacheco, 1993; Bógus e Montali, 1994; Cano e Semeguini, 1991; EMPLASA,1994, Véras, Pochmann, 2001. 3 3

assinada, ou via empresa terceirizada ou, ainda, como trabalhador autônomo. O auge desse tipo de contratação ocorreu em 1.999, manifestando-se, também, em outras metrópoles nacionais, como Belo Horizonte, e Distrito Federal.(DIEESE,2001) Assim, acentuam-se nos anos 90 algumas tendências do mercado de trabalho que já se faziam presentes na década de 80, como é o caso da redução da inserção regulamentada e do emprego industrial. Conforme Pochmann, 2001, as mudanças decorrentes da reestruturação produtiva também se refletem na dinâmica do nível de atividade da economia nacional, com repercussões negativas sobre o nível geral de emprego, ao longo das últimas décadas. PARTE I 1 -O MERCADO DE TRABALHO FORMAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO Segundo dados da RAIS, a RMSP concentra percentual significativo do emprego formal do país. Em 2008, os 39 municípios que a compõem eram responsáveis por 16,6% do total do emprego formal do Brasil e por 55,8% do emprego gerado no estado de São Paulo. São mais de 6,5 milhões de empregos formais, sendo 57,3% deste total preenchidos por homens e 42,7% por mulheres. Entre 2001 e 2008 foi verificada uma pequena queda na participação da RMSP nos empregos formais, em relação ao país e ao estado de São Paulo, visto que este período foi marcado pelo crescimento mais acentuado do emprego formal em estados da Região Norte e Nordeste e em municípios localizados em regiões não metropolitanas. De qualquer forma, a geração de postos de trabalho formais na RMSP ainda pode ser considerada relevante, bem como a participação em relação ao estado e ao país (Tabela 1). Em nível nacional, no estado de São Paulo e na RMSP mais da metade dos postos de trabalho formais, em 2008, eram ocupados por homens, sendo que em nível nacional o percentual de trabalhadores do sexo masculino era um pouco mais elevado (58,9% dos postos de trabalho nacionais são ocupados por homens e no estado e RM são 57,3%). No Brasil e no estado de São Paulo o crescimento do emprego feminino entre 2001 e 2008 foi mais intenso que na RMSP, com taxas de aproximadamente 50% para o país e para o estado de SP e de 45,0% para a RMSP. 4 4

TABELA 1 Trabalhadores segundo sexo Regiões selecionadas 2001 e 2008 Regiões 2001 2008 Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Brasil 16.437.782 10.751.832 27.189.614 23.234.981 16.206.585 39.441.566 Estado de SP 5.072.211 3.155.156 8.227.367 6.962.967 4.750.196 11.713.163 RMSP 2.755.464 1.925.903 4.681.367 3.747.103 2.793.148 6.540.251 Participação RMSP/Brasil 16,8 17,9 17,2 16,1 17,2 16,6 Participação RMSP/Est. SP 54,3 61,0 56,9 53,8 58,8 55,8 Fonte: RAIS-MTE Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo O gráfico a seguir possibilita visualizar com maior detalhamento o crescimento do emprego formal na RMSP ano a ano. A geração de postos de trabalho entre um ano e outro foi mais intensa nos últimos anos da série, com destaque para a geração de mais de 438 mil postos de trabalho entre 2007 e 2006. Apesar da elevação significativa do número de postos de trabalho na RMSP no período, a taxa de crescimento de 39,7% foi inferior àquelas verificadas para o país (45,1%) e para o estado de São Paulo (42,4%). GRÁFICO 1 Número de trabalhadores RMSP 2001 a 2008 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Trabalhadores 4.681.367 4.906.071 4.928.566 5.168.965 5.426.661 5.721.804 6.160.103 6.540.251 Fonte: RAIS-MTE Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo 5 5

Quanto à distribuição do emprego entre os municípios metropolitanos, verifica-se que, em 2008, do total de 6,5 milhões de empregos formais da RMSP, mais de dois terços concentrava-se na capital 68,6%, ou 4,4 milhões de postos de trabalho sendo que esta predominância do município pólo se manteve inalterada ao longo do período analisado. Entre 2001 e 2008, a capital apresentou um crescimento do emprego igual à verificada para a média da Região Metropolitana crescimento de 39,8% para a capital e de 39,7% para a Região (Tabela 2). Já em relação aos demais municípios da RM, a geração de postos de trabalho entre 2001 e 2008 ocorreu de forma diferenciada. De maneira geral, o crescimento mais acentuado se deu em municípios que possuem menor participação em relação ao total de empregos da região, como Arujá, Cotia, Guararema e Pirapora do Bom Jesus, por exemplo. Entretanto, a taxa de crescimento acentuada não alterou substancialmente a participação dos mesmos em relação à região, visto que, apesar do crescimento, ainda eram poucos os postos de trabalho nestes municípios em 2008. Dentre os municípios que registraram mais de 100 mil postos de trabalho em 2008 (excluindo a capital, analisada anteriormente), o crescimento no número de empregos formais entre 2001 e 2008 também foi superior à média verificada para a RMSP, exceto para São Caetano do Sul. Em Barueri, Diadema, Guarulhos, Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo as taxas de crescimento do emprego variaram entre 40,0% e 47%. Apenas sete municípios registraram queda no número de postos de trabalho (Cajamar, Embu, Juquitiba, Poá, Salesópolis, São Lourenço da Serra e Vargem Grande Paulista), com a queda mais acentuada ocorrida no município de Juquitiba (-35,4%). Na maioria dos casos, trata-se de municípios onde se misturam as funções de municípios agrícolas e dormitórios. No que se refere à distribuição dos postos de trabalho por sexo, que também pode ser observado na Tabela 2, com exceção de Francisco Morato, em todos os demais municípios da RMSP o número de postos ocupados por homens é superior ao de ocupados por mulheres. Entretanto, entre 2001 e 2008 o crescimento no número de postos de trabalho ocupados por mulheres foi superior à taxa verificada entre os homens (45,0% de crescimento para as mulheres e 36,0% para os homens), indicando uma tendência à feminização da força de 6 6

trabalho em alguns setores da economia, tanto em atividades qualificadas como não qualificadas. Entre os municípios com mais de 100 mil postos de trabalho em 2008 a taxa de crescimento do emprego feminino foi superior à do emprego masculino, exceto em Barueri, que registrou taxa semelhante para homens e mulheres. Nesse município houve grande expansão de atividades ligadas ao terciário moderno e à indústria de serviços, sobretudo vinculadas à distribuição, à informática e à logística. TABELA 2 Trabalhadores segundo sexo Região Metropolitana de São Paulo 2001 e 2008 Municípios 2001 2008 Crescimento 2001-2008 Homens Mulheres Total % Homens Mulheres Total % Homens Mulheres Total Aruja 6.842 2.722 9.564 0,2 11.769 5.414 17.183 0,3 72,0 98,9 79,7 Barueri 82.010 60.349 142.359 3,0 117.250 85.891 203.141 3,1 43,0 42,3 42,7 Biritiba Mirim 1.247 596 1.843 0,0 1.943 1.339 3.282 0,1 55,8 124,7 78,1 Caieiras 7.794 2.624 10.418 0,2 11.498 5.198 16.696 0,3 47,5 98,1 60,3 Cajamar 23.534 15.986 39.520 0,8 22.094 14.983 37.077 0,6-6,1-6,3-6,2 Carapicuiba 13.180 7.723 20.903 0,4 19.654 14.944 34.598 0,5 49,1 93,5 65,5 Cotia 22.355 12.939 35.294 0,8 40.886 25.562 66.448 1,0 82,9 97,6 88,3 Diadema 49.632 23.623 73.255 1,6 69.003 33.808 102.811 1,6 39,0 43,1 40,3 Embu 27.564 21.226 48.790 1,0 25.194 14.952 40.146 0,6-8,6-29,6-17,7 Embu Guacu 4.207 1.995 6.202 0,1 4.910 2.400 7.310 0,1 16,7 20,3 17,9 Ferraz de Vasconcelos 7.804 3.625 11.429 0,2 10.695 5.374 16.069 0,2 37,0 48,2 40,6 Francisco Morato 2.278 1.855 4.133 0,1 3.497 3.855 7.352 0,1 53,5 107,8 77,9 Franco da Rocha 4.987 2.783 7.770 0,2 7.983 4.510 12.493 0,2 60,1 62,1 60,8 Guararema 1.970 946 2.916 0,1 3.882 1.847 5.729 0,1 97,1 95,2 96,5 Guarulhos 136.242 61.736 197.978 4,2 193.762 97.354 291.116 4,5 42,2 57,7 47,0 Itapecerica da Serra 9.362 5.763 15.125 0,3 10.727 8.185 18.912 0,3 14,6 42,0 25,0 Itapevi 8.807 6.158 14.965 0,3 12.354 8.675 21.029 0,3 40,3 40,9 40,5 Itaquaquecetuba 15.643 7.019 22.662 0,5 22.467 11.487 33.954 0,5 43,6 63,7 49,8 Jandira 7.279 2.932 10.211 0,2 10.476 5.351 15.827 0,2 43,9 82,5 55,0 Juquitiba 6.991 3.633 10.624 0,2 5.192 1.667 6.859 0,1-25,7-54,1-35,4 Mairipora 5.955 2.643 8.598 0,2 7.627 4.664 12.291 0,2 28,1 76,5 43,0 Maua 21.838 12.347 34.185 0,7 38.953 19.542 58.495 0,9 78,4 58,3 71,1 Mogi das Cruzes 28.132 18.142 46.274 1,0 48.792 33.286 82.078 1,3 73,4 83,5 77,4 Osasco 64.851 37.080 101.931 2,2 85.831 58.892 144.723 2,2 32,4 58,8 42,0 Pirapora do Bom Jesus 1.032 449 1.481 0,0 2.083 1.601 3.684 0,1 101,8 256,6 148,8 Poa 30.287 15.366 45.653 1,0 22.996 17.999 40.995 0,6-24,1 17,1-10,2 Ribeirao Pires 8.588 5.187 13.775 0,3 14.614 7.890 22.504 0,3 70,2 52,1 63,4 Rio Grande da Serra 1.446 775 2.221 0,0 2.059 945 3.004 0,0 42,4 21,9 35,3 Salesopolis 1.279 764 2.043 0,0 1.010 698 1.708 0,0-21,0-8,6-16,4 Santa Isabel 4.168 2.657 6.825 0,1 5.480 3.419 8.899 0,1 31,5 28,7 30,4 Santana de Parnaiba 24.224 12.307 36.531 0,8 35.404 20.772 56.176 0,9 46,2 68,8 53,8 Santo Andre 71.161 47.698 118.859 2,5 101.662 72.679 174.341 2,7 42,9 52,4 46,7 Sao Bernardo do Campo 130.232 57.995 188.227 4,0 173.836 89.631 263.467 4,0 33,5 54,5 40,0 Sao Caetano do Sul 63.482 31.221 94.703 2,0 67.557 41.287 108.844 1,7 6,4 32,2 14,9 Sao Lourenco da Serra 5.784 2.645 8.429 0,2 4.146 3.792 7.938 0,1-28,3 43,4-5,8 Sao Paulo 1.804.485 1.407.537 3.212.022 68,6 2.463.791 2.025.285 4.489.076 68,6 36,5 43,9 39,8 Suzano 20.380 9.265 29.645 0,6 27.437 15.280 42.717 0,7 34,6 64,9 44,1 Taboao da Serra 22.046 11.583 33.629 0,7 32.637 19.178 51.815 0,8 48,0 65,6 54,1 Vargem Grande Paulista 6.366 4.009 10.375 0,2 5.952 3.512 9.464 0,1-6,5-12,4-8,8 Total 2.755.464 1.925.903 4.681.367 100,0 3.747.103 2.793.148 6.540.251 100,0 36,0 45,0 39,7 Fonte: RAIS-MTE Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo 7 7

Do total de postos de trabalho da RMSP em 2008, 42,3% correspondiam ao setor de serviços, que registrou maior crescimento no percentual de trabalhadores empregados entre 2001 e 2008 (no primeiro ano da série reunia 39,6% do total de postos de trabalho). Os setores do comércio e da construção civil também apresentaram crescimento do percentual de empregados entre 2001 e 2008, com 2,0 pontos percentuais e 0,7 pontos percentuais, respectivamente. Apesar da queda no percentual de trabalhadores empregados na indústria de transformação, este continua sendo o segundo setor que mais emprega na região (18,2%), seguido do comércio (17,7%) que ao longo dos anos analisados ultrapassou a administração pública (16,1%). Basicamente estes são os setores de atividade econômica que mais empregam na RMSP, enquanto os demais (extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública e agricultura) apresentam baixos percentuais e não passaram por alterações significativas ao longo dos últimos anos. Para a maioria dos municípios, os setores de serviços e indústria de transformação também são aqueles que mais empregam, sendo que dentre os municípios com maior número de empregos formais em 2008 (mais de 100 mil postos de trabalho) o setor de serviços é predominante com exceção de Diadema e Guarulhos, onde predominam os empregos na indústria de transformação. 8 8

TABELA 3 Trabalhadores segundo setor de atividade econômica Região Metropolitana de São Paulo 2001 e 2008(em %) Municípios RMSP Extrativa mineral Indústria de transformação Serviços ind. de Construçao civil utilidade pública Comércio 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 2001 2008 Aruja 0,3 0,3 42,4 47,6 1,9 0,1 7,1 4,6 14,6 16,2 24,3 22,0 8,0 7,7 1,4 1,4 9.564 17.183 Barueri 0,2 0,2 16,8 16,1 0,3 0,8 3,1 3,9 11,2 17,7 64,2 57,2 4,1 4,2 0,1 0,0 142.359 203.141 Biritiba Mirim 3,4 0,7 5,7 3,8 3,8 2,0 0,1 0,0 15,7 21,0 7,3 17,6 0,3 18,8 63,8 36,2 1.843 3.282 Caieiras 0,8 0,6 41,4 36,4 0,4 1,2 1,9 8,2 13,0 19,2 34,6 25,4 7,7 8,5 0,2 0,6 10.418 16.696 Cajamar 0,3 0,4 20,5 32,4 0,4 0,4 1,8 0,9 3,1 8,9 69,6 50,6 3,9 6,1 0,5 0,2 39.520 37.077 Carapicuiba 0,0 0,0 18,9 16,5 0,4 0,4 3,8 6,7 20,9 22,4 41,8 41,2 14,1 12,6 0,0 0,2 20.903 34.598 Cotia 0,0 0,0 28,2 28,9 0,7 0,5 3,3 3,4 21,8 22,9 33,7 36,3 10,8 7,5 1,4 0,6 35.294 66.448 Diadema 0,0 0,0 61,1 56,9 0,7 0,5 2,0 2,9 12,3 14,9 15,5 18,2 8,5 6,5 0,0 0,0 73.255 102.811 Embu 0,4 0,2 14,3 23,7 1,5 0,7 1,7 6,5 6,0 16,3 69,9 43,0 6,1 9,4 0,2 0,2 48.790 40.146 Embu Guacu 1,3 0,5 36,8 45,8 0,0 0,1 0,8 2,1 13,7 18,9 35,1 14,5 11,8 16,8 0,6 1,2 6.202 7.310 Ferraz de Vasconcelos 0,0 0,0 59,0 54,4 0,2 0,0 3,0 2,3 14,0 15,5 17,4 14,6 6,4 13,2 0,0 0,0 11.429 16.069 Francisco Morato 0,0 0,0 6,9 4,7 0,1 0,1 2,2 2,5 31,9 34,2 24,0 33,2 35,1 25,4 0,0 0,0 4.133 7.352 Franco da Rocha 0,0 0,0 26,8 31,9 9,2 1,7 1,1 2,9 28,1 27,4 20,6 21,3 13,9 14,6 0,3 0,2 7.770 12.493 Guararema 1,3 1,5 22,1 37,7 0,5 0,2 5,4 10,4 16,7 12,3 31,2 24,5 7,5 6,2 15,4 7,2 2.916 5.729 Guarulhos 0,3 0,2 40,1 38,0 2,4 2,3 2,3 2,4 15,6 19,1 32,3 31,8 7,1 6,1 0,1 0,1 197.978 291.116 Itapecerica da Serra 1,2 0,7 29,2 19,2 0,0 0,1 1,6 4,3 17,3 32,0 30,5 26,8 19,8 15,8 0,4 1,1 15.125 18.912 Itapevi 0,0 0,0 24,2 31,5 0,0 1,1 8,7 4,0 14,5 17,7 36,4 28,4 16,1 17,2 0,1 0,2 14.965 21.029 Itaquaquecetuba 0,5 0,6 51,8 50,5 0,3 1,3 0,9 1,3 13,2 18,0 19,0 15,4 13,9 12,3 0,3 0,5 22.662 33.954 Jandira 0,0 0,0 42,6 41,4 0,3 0,1 6,9 6,8 12,3 15,9 25,2 20,2 12,7 15,5 0,0 0,0 10.211 15.827 Juquitiba 0,2 0,4 3,7 7,0 0,4 0,7 9,0 1,0 7,3 12,4 75,7 67,2 3,5 10,3 0,2 1,0 10.624 6.859 Mairipora 0,0 0,4 21,8 27,2 3,1 1,2 7,0 4,9 20,0 22,2 33,3 29,4 14,4 14,2 0,5 0,6 8.598 12.291 Maua 0,0 0,1 46,0 43,4 2,1 2,2 2,4 5,0 19,9 20,1 17,4 19,7 12,2 9,5 0,0 0,1 34.185 58.495 Mogi das Cruzes 1,5 0,9 22,8 21,6 0,4 0,6 7,4 8,0 20,2 20,8 35,7 40,6 7,1 4,3 4,9 3,2 46.274 82.078 Osasco 0,0 0,0 24,8 21,9 2,2 0,5 2,2 2,9 21,9 23,6 37,4 39,8 11,5 11,2 0,0 0,0 101.931 144.723 Pirapora do Bom Jesus 5,7 1,5 25,3 16,9 0,0 0,0 0,6 2,7 8,0 40,7 31,3 37,6 29,0 0,5 0,1 0,2 1.481 3.684 Poa 0,0 0,0 10,0 17,1 0,5 0,7 8,0 6,4 6,8 9,0 71,9 60,8 2,8 5,8 0,0 0,2 45.653 40.995 Ribeirao Pires 0,2 0,0 40,7 38,3 3,0 0,2 1,2 2,9 15,3 17,3 26,1 29,9 13,4 11,3 0,2 0,1 13.775 22.504 Rio Grande da Serra 0,0 0,0 29,5 43,1 0,3 0,2 7,3 11,5 11,4 12,4 26,4 10,1 25,1 22,5 0,0 0,2 2.221 3.004 Salesopolis 0,3 0,5 4,9 1,3 5,7 0,8 2,6 0,9 11,5 21,1 37,7 23,4 15,4 23,2 21,9 28,7 2.043 1.708 Santa Isabel 4,2 3,1 34,1 27,7 0,3 0,7 4,5 5,6 13,0 18,5 26,9 29,2 12,0 11,2 5,0 4,0 6.825 8.899 Santana de Parnaiba 0,2 0,4 20,2 19,4 0,1 0,2 5,6 3,5 8,9 16,4 55,9 48,6 9,0 11,3 0,1 0,1 36.531 56.176 Santo Andre 0,0 0,0 22,9 21,3 0,3 1,0 2,5 4,7 21,3 20,9 44,6 46,3 8,4 5,8 0,0 0,0 118.859 174.341 Sao Bernardo do Campo 0,0 0,0 45,3 37,6 0,5 0,4 2,7 2,7 12,6 15,2 32,7 39,3 6,2 4,8 0,0 0,0 188.227 263.467 Sao Caetano do Sul 0,0 0,1 15,9 23,4 0,0 0,0 3,1 7,6 10,5 14,5 66,9 50,3 3,5 4,0 0,1 0,0 94.703 108.844 Sao Lourenco da Serra 0,2 0,2 3,2 8,5 0,6 0,8 0,6 3,2 15,0 5,7 75,7 73,9 4,0 6,3 0,6 1,4 8.429 7.938 Sao Paulo 0,1 0,1 14,6 12,6 0,9 0,7 4,4 5,0 16,2 17,4 38,5 44,1 25,3 20,0 0,1 0,1 3.212.022 4.489.076 Suzano 0,2 0,2 49,6 39,4 1,0 1,9 5,9 2,5 17,0 24,3 16,1 20,6 7,6 9,6 2,6 1,5 29.645 42.717 Taboao da Serra 0,0 0,0 33,0 28,8 1,0 1,0 4,5 7,0 13,4 19,2 37,1 34,7 11,0 9,3 0,0 0,0 33.629 51.815 Vargem Grande Paulista 0,0 0,0 23,7 36,5 0,0 0,0 1,9 2,9 11,0 20,1 55,6 26,0 7,4 12,2 0,3 2,2 10.375 9.464 Total 0,1 0,1 19,7 18,2 0,9 0,8 4,0 4,7 15,7 17,7 39,6 42,3 19,8 16,1 0,2 0,2 4.681.367 6.540.251 Fonte: RAIS-MTE. Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo Serviços Administraçao pública direta e autárquica Agricultura e pecuária... Total (n. absoluto) 9 9

A Tabela a seguir apresenta um detalhamento das atividades econômicas que mais empregavam em 2008, nos municípios, da RMSP com maior número de trabalhadores (acima de 100 mil trabalhadores). É possível identificar que, com exceção dos municípios de Guarulhos e São Caetano do Sul, cinco atividades econômicas são responsáveis por ¼ dos empregos do município. Em Guarulhos, as cinco principais atividades empregam um percentual menor de trabalhadores (18,9%) e São Caetano do Sul um percentual maior, de 38,6%. Conforme são observadas as atividades econômicas, percebe-se a importância da administração pública na geração de postos de trabalho formais. Em todos os municípios com maior número de empregos o setor público é responsável por percentual significativo de empregos formais, com percentuais que variam de 4,0% a 16,5% do total de empregos dos municípios, sendo que o maior percentual foi verificado para o município de São Paulo que agrega grande volume de empregos do setor público estadual e municipal. Os municípios de Diadema e São Bernardo do Campo são aqueles que têm como principais empregadores a indústria de transformação com a fabricação de produtos plásticos, de borracha, peças para automóveis, além da fabricação de automóveis e caminhões. Os demais municípios concentram atividades ligadas ao setor de serviços, com predominância de atividades de transporte, limpeza, entre outros. Vale ressaltar a importância da contratação em alguns municípios para realização de atividades terceirizadas, descritas como serviços prestados à empresas e de locação de mão-deobra. 1010

TABELA 4 Trabalhadores segundo atividade econômica Atividades que mais empregam em municípios da RMSP com maior número de trabalhadores 2008 % em relação ao tota Municípios Atividades econômicas Trabalhadores de trabalhadores do município Limpeza em prédios e em domicílios 12.944 6,4 Atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente 8.724 4,3 Barueri Administração pública em geral 8.439 4,2 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação 8.160 4,0 Locação de mãodeobra temporária 8.039 4,0 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores não especificados anteriormente 6.929 6,7 Administração pública em geral 6.700 6,5 Diadema Fabricação de artefatos de material plástico não especificados anteriormente 5.074 4,9 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente 3.372 3,3 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 3.299 3,2 Transporte rodoviário de carga 17.792 6,1 Administração pública em geral 16.852 5,8 Guarulhos Comércio varejista de mercadorias em geral, c / predominância de prod. alimentícios hiper e supermercados 7.103 2,4 Locação de mãodeobra temporária 6.887 2,4 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores não especificados anteriormente 6.532 2,2 Administração pública em geral 16.266 11,2 Bancos múltiplos, com carteira comercial 11.006 7,6 Osasco Serviços de catering, bufê e outros serviços de comida preparada 6.573 4,5 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal e em região metropolitana 4.399 3,0 Transporte rodoviário de carga 4.359 3,0 Administração pública em geral 10.061 5,8 Limpeza em prédios e em domicílios 8.670 5,0 Santo André Locação de mãodeobra temporária 6.740 3,9 Fabricação de pneumáticos e de câmarasdear 6.190 3,6 Atividades de atendimento hospitalar 5.328 3,1 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 16.344 6,2 Fabricação de caminhões e ônibus 14.458 5,5 São Bernardo do CampoAdministração pública em geral 12.616 4,8 Transporte rodoviário de carga 11.544 4,4 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores não especificados anteriormente 9.729 3,7 Limpeza em prédios e em domicílios 14.819 13,6 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 8.899 8,2 São C aetano do Sul Atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente 8.072 7,4 Instalações elétricas 5.863 5,4 Administração pública em geral 4.404 4,0 Administração pública em geral 742.382 16,5 Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas 126.071 2,8 São Paulo Atividades de teleatendimento 109.551 2,4 Atividades de atendimento hospitalar 108.162 2,4 Bancos múltiplos, com carteira comercial 95.398 2,1 Fonte: RAIS-MTE Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo O crescimento no número de empregos formais na RMSP entre 2001 e 2008 levou a um aumento da massa salarial da região. Por outro lado, a remuneração média não apresentou movimento positivo neste período, saindo de R$ 1.943,64 em 2001 para R$ 1.883,65 em 2008. Apesar da queda verificada para a média da Região Metropolitana, o movimento da remuneração se deu de maneira diferenciada entre os municípios durante o mesmo período. Do total de 39 municípios, 16 deles apresentaram elevação da remuneração média no período, enquanto os demais, assim como a média regional, tiveram queda. 1111

Entre aqueles com maior número de empregos formais, Barueri registrou elevação da remuneração média, Santo André praticamente não apresentou alteração e os demais registraram queda na remuneração média. TABELA 5 Trabalhadores, massa salarial e remuneração média RMSP Municípios Trabalhadores 2001 e 2008 Massa de remuneração* Remuneração média em dezembro* Trabalhadores Massa de remuneração Remuneração média em dezembro Aruja 9.564 14.744.843,52 1.541,70 17.183 24.443.981,25 1.422,57 Barueri 142.359 262.973.552,85 1.847,26 203.141 397.769.017,15 1.958,09 Biritiba Mirim 1.843 1.457.730,84 790,96 3.282 2.890.471,73 880,70 Caieiras 10.418 13.414.047,51 1.287,58 16.696 22.100.147,88 1.323,68 Cajamar 39.520 44.015.801,95 1.113,76 37.077 55.775.541,41 1.504,32 Carapicuiba 20.903 22.645.758,81 1.083,37 34.598 34.375.354,28 993,56 Cotia 35.294 60.197.899,36 1.705,61 66.448 108.546.626,11 1.633,56 Diadema 73.255 125.387.028,59 1.711,65 102.811 171.419.318,26 1.667,32 Embu 48.790 52.344.207,46 1.072,85 40.146 50.360.707,47 1.254,44 Embu Guacu 6.202 6.543.809,51 1.055,11 7.310 8.648.553,27 1.183,11 Ferraz de Vasconcelos 11.429 12.170.692,63 1.064,90 16.069 18.198.598,18 1.132,53 Francisco Morato 4.133 4.199.422,41 1.016,07 7.352 8.763.417,37 1.191,98 Franco da Rocha 7.770 13.007.181,93 1.674,03 12.493 16.720.231,24 1.338,37 Guararema 2.916 3.474.350,88 1.191,48 5.729 8.328.746,35 1.453,79 Guarulhos 197.978 332.647.972,72 1.680,23 291.116 473.339.174,01 1.625,95 Itapecerica da Serra 15.125 25.312.878,80 1.673,58 18.912 36.563.043,05 1.933,33 Itapevi 14.965 21.803.926,88 1.456,99 21.029 31.823.597,15 1.513,32 Itaquaquecetuba 22.662 29.839.305,28 1.316,71 33.954 42.929.202,56 1.264,33 Jandira 10.211 13.751.398,63 1.346,72 15.827 24.517.215,89 1.549,08 Juquitiba 10.624 8.289.392,98 780,25 6.859 8.177.453,78 1.192,22 Mairipora 8.598 10.152.490,98 1.180,80 12.291 13.668.255,43 1.112,05 Maua 34.185 60.135.212,00 1.759,11 58.495 96.889.390,14 1.656,37 Mogi das Cruzes 46.274 66.462.050,72 1.436,27 82.078 107.385.919,38 1.308,34 Osasco 101.931 183.812.750,03 1.803,31 144.723 234.704.500,07 1.621,75 Pirapora do Bom Jesus 1.481 2.156.624,58 1.456,19 3.684 3.583.546,56 972,73 Poa 45.653 46.794.651,71 1.025,01 40.995 45.847.706,05 1.118,37 Ribeirao Pires 13.775 18.403.611,45 1.336,02 22.504 28.602.785,11 1.271,01 Rio Grande da Serra 2.221 3.021.320,17 1.360,34 3.004 4.045.068,91 1.346,56 Salesopolis 2.043 2.549.979,12 1.248,15 1.708 1.361.181,75 796,94 Santa Isabel 6.825 6.976.275,58 1.022,16 8.899 9.546.308,67 1.072,74 Santana de Parnaiba 36.531 45.626.095,61 1.248,97 56.176 73.611.423,24 1.310,37 Santo Andre 118.859 185.851.214,26 1.563,63 174.341 274.764.295,51 1.576,02 Sao Bernardo do Campo 188.227 451.674.345,56 2.399,63 263.467 566.278.780,95 2.149,33 Sao Caetano do Sul 94.703 166.767.833,02 1.760,96 108.844 178.025.312,64 1.635,60 Sao Lourenco da Serra 8.429 7.785.209,08 923,62 7.938 6.143.536,81 773,94 Sao Paulo 3.212.022 6.662.625.657,71 2.074,28 4.489.076 8.980.071.721,71 2.000,43 Suzano 29.645 48.074.300,97 1.621,67 42.717 67.316.362,01 1.575,87 Taboao da Serra 33.629 50.374.851,06 1.497,96 51.815 70.628.919,64 1.363,10 Vargem Grande Paulista 10.375 11.429.657,75 1.101,65 9.464 11.352.302,46 1.199,52 Total 4.681.367 9.098.895.334,89 1.943,64 6.540.251 12.319.517.715,43 1.883,65 Fonte: RAIS-TEM *Preços constantes de dezembro 2008 - Deflacionada pelo INPC-IBGE. 2001 2008 Elaboração: Observatório das Metrópoles São Paulo 1212

2- A POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO SEGUNDO CONDIÇÃO DE ATIVIDADE A tabela 6, elaborada a partir de dados da PNAD, revela a distribuição da população da RMSP segundo a condição de atividade. A primeira das informações refere-se à População em Idade Ativa (PIA), isto é, à população com possibilidades de participar da vida produtiva e que no Brasil refere-se àqueles com 10 anos ou mais de idade. Entre 2001 e 2008 a PIA da RMSP apresentou crescimento de aproximadamente 10%, variou de pouco mais de 15,3 milhões de pessoas para 16,8 milhões, percentual inferior ao verificado para o país no mesmo período (em torno de 15%) e semelhante ao percentual para o estado de São Paulo (10%). Entretanto, nem toda população que compõe a PIA está presente no mercado de trabalho. Apenas aqueles que estão ocupados ou desempregados fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) que, no período estudado, teve incremento de mais de 15% na RMSP. A Taxa de Participação a relação entre a PEA e a PIA também é um indicador que confirma a incorporação de mais pessoas no mercado de trabalho. Entre os oito anos analisados pelos dados da PNAD, a taxa passou de 60,1% para 63,3% (avanço de pouco mais de 5%). Entretanto, foi em 2005 que a taxa apresentou maior percentual: 63,9%. Além disso, a Taxa de desocupação acompanhou todo o movimento descrito anteriormente, ou seja, entre 2001 e 2008 a proporção de desocupados na PEA recuou de 13,2% para 9%, melhor resultado da série estudada. TABELA 6 Estimativas da População em Idade Ativa (PIA), da População Economicamente Ativa (PEA), dos ocupados e desocupados RMSP 2001 a 2008 Estiativas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 PIA (10 anos ou mais) 15.329.764 15.374.928 15.658.499 15.774.319 16.105.186 16.280.985 16.596.539 16.873.383 PEA 9.213.874 9.598.776 9.576.560 9.723.310 10.297.137 10.378.167 10.567.842 10.685.295 Ocupados 8.001.206 8.305.661 8.178.720 8.361.365 8.915.762 9.129.952 9.420.181 9.720.894 Desocupados 1.212.668 1.293.115 1.397.840 1.361.945 1.381.375 1.248.215 1.147.661 964.401 Taxa de Participação (%) 60,1 62,4 61,2 61,6 63,9 63,7 63,7 63,3 Taxa de Desocupação (%) 13,2 13,5 14,6 14,0 13,4 12,0 10,9 9,0 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE 1313

A participação da RMSP em relação à PIA do estado de São Paulo, apresentou relativa estabilidade no transcorrer dos oito anos estudados, recuou de 48,2% para 47,9%. Algo parecido ocorreu com a PEA, a variação foi de apenas 0,1 p.p. entre 2001 e 2008. Por outro lado, quando considerada a população desocupada, percebe-se o encolhimento de 3 p.p. na participação da RMSP frente ao total de desocupados no estado de São Paulo, fato que indica que a metrópole paulista elevou o nível de ocupação em ritmo superior se comparada com a Unidade da Federação. TABELA 7 Participação da RMSP em relação ao Estado de São Paulo (em %) PIA, PEA e população desocupada 2001 a 2008 Ano PIA PEA População desocupada 2001 48,2 48,5 56,9 2002 48,0 49,2 57,5 2003 47,9 48,3 57,0 2004 47,9 48,3 60,2 2005 47,9 48,9 56,8 2006 47,7 48,5 58,2 2007 47,8 48,6 56,7 2008 47,9 48,4 53,9 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA PIA: Com relação às características da PIA, a tabela 8 revela que do total de mais de 16,8 milhões de pessoas em 2008, 52,6% eram do sexo feminino, sendo que nos sete anos anteriores a predominância de mulheres na composição da PIA permaneceu, apresentando percentuais semelhantes entre os anos. Além disso, a participação das mulheres na PIA da RMSP é bastante parecida tanto com a do município de São Paulo (53,1%) como com a que apresenta o Estado de São Paulo (52%). 1414

TABELA 8 Pessoas de 10 anos e mais de idade por sexo segundo ano de referência RMSP 2001 a 2008 Sexo Ano Masculino Feminino Total N. % N. % N. % 2001 7.242.435 47,2 8.087.329 52,8 15.329.764 100,0 2002 7.304.262 47,5 8.070.666 52,5 15.374.928 100,0 2003 7.376.874 47,1 8.281.625 52,9 15.658.499 100,0 2004 7.404.107 46,9 8.370.212 53,1 15.774.319 100,0 2005 7.544.899 46,8 8.560.287 53,2 16.105.186 100,0 2006 7.681.567 47,2 8.599.418 52,8 16.280.985 100,0 2007 7.808.527 47,0 8.788.012 53,0 16.596.539 100,0 2008 7.993.502 47,4 8.879.881 52,6 16.873.383 100,0 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE A distribuição da PIA segundo faixas de idade (Tabela 9) mostra um processo de envelhecimento no período compreendido entre 2001 e 2008: enquanto que a participação das faixas de 10 a 14 anos e de 15 a 24 anos apresentou encolhimento, a faixa de 60 anos ou mais ganhou importância (passou de 10,2% para 13,3% do total da população em idade ativa). Tal comportamento é indicativo da reinserção de aposentados no mercado de trabalho e do empreendedorismo entre idosos. TABELA 9 Pessoas de 10 anos e mais de idade por faixa de idade segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Faixas de Idade Ano de 10 a 14 De 15 a 24 De 25 a 39 De 40 a 59 60 ou mais Total % % % % % % 2001 10,5 23,2 28,9 28,9 10,2 100,0 2002 10,2 22,8 29,6 29,6 10,6 100,0 2003 9,8 23,4 28,9 28,9 11,1 100,0 2004 9,8 22,0 29,0 29,0 11,3 100,0 2005 9,7 22,4 27,9 27,9 11,5 100,0 2006 9,5 20,8 29,5 29,5 12,0 100,0 2007 9,9 19,9 28,9 28,9 12,5 100,0 2008 9,3 19,5 28,5 28,5 13,3 100,0 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE 1515

Com relação à cor/raça da População em Idade Ativa (Tabela 10), verifica-se um comportamento diferente. Apesar de se manter em patamar elevado, gradativamente o percentual de pessoas brancas recuou de 67,3% em 2001 para 61% em 2008. Esta tendência de encolhimento foi verificada no município sede e no estado, porém o percentual de brancos registrados em 2008 foi superior, 64,2% e 65,8%, respectivamente. TABELA 10 Pessoas de 10 anos e mais de idade por cor ou raça segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Ano Cor ou raça Branco Não Branco¹ Total N. % N. % N. % 2001 10.088.893 67,3 4.911.874 32,7 15.000.767 100,0 2002 9.901.476 65,5 5.210.836 34,5 15.112.312 100,0 2003 10.139.416 66,1 5.203.641 33,9 15.343.057 100,0 2004 10.023.581 64,8 5.456.754 35,2 15.480.335 100,0 2005 9.814.470 62,3 5.929.129 37,7 15.743.599 100,0 2006 9.879.066 62,2 6.004.201 37,8 15.883.267 100,0 2007 10.265.561 63,1 5.992.827 36,9 16.258.388 100,0 2008 10.031.795 61,0 6.417.142 39,0 16.448.937 100,0 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE Nota 1: Não branco corresponde à pretos e pardos. No que diz respeito à escolaridade, observa-se que em 2008 pouco mais de um terço da população em idade ativa possuía entre 9 e 11 anos de estudo, o que equivale ao ensino médio, e somente 16,6% do total da PIA alcançou 12 anos ou mais de estudo, isto é, ao menos iniciou o ensino superior. Além do que é apresentado na tabela 11 a seguir, quando considerados outros recortes espaciais, conclui-se que o município sede apresentava ocorrência mais elevada na faixa de 12 ou mais: 19,1% ao menos ingressou no ensino superior. Por outro lado, no estado de São Paulo como um todo em 2008, 27,8% não ultrapassou sequer o ensino fundamental (0 a 4 anos de estudo). 1616

TABELA 11 Pessoas de 10 anos e mais de idade por faixa de escolaridade segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Faixa de escolaridade (em anos) Ano De 0 a 4 De 5 a 8 De 9 a 11 12 para cima Total N. % N. % N. % N. % N. % 2001 4.767.979 31,2 4.625.922 30,3 3.892.916 25,5 1.984.379 13,0 15.271.196 100,0 2002 4.541.348 29,6 4.490.495 29,3 4.212.878 27,5 2.086.850 13,6 15.331.571 100,0 2003 4.487.741 28,7 4.321.047 27,7 4.595.673 29,4 2.220.025 14,2 15.624.486 100,0 2004 4.410.925 28,1 4.178.900 26,6 4.933.432 31,4 2.187.307 13,9 15.710.564 100,0 2005 4.401.307 27,4 4.202.899 26,2 5.071.788 31,6 2.366.880 14,8 16.042.874 100,0 2006 4.113.532 25,3 4.167.693 25,7 5.393.201 33,2 2.571.593 15,8 16.246.019 100,0 2007 4.062.298 24,5 4.282.837 25,8 5.475.514 33,0 2.763.026 16,7 16.583.675 100,0 2008 4.163.528 24,7 4.210.958 25,0 5.674.819 33,7 2.801.372 16,6 16.850.677 100,0 Fonte: PNAD, 2001 2008 / IBGE CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA PEA A participação da população ocupada em relação ao total da PEA atingiu patamar mais elevado no último ano do período analisado: são mais de 9,7 milhões de pessoas, o que representa 91% do total de pessoas inseridas no mercado de trabalho. Considerando-se outros recortes espaciais, como o estado de São Paulo e município de São Paulo, entre os anos de 2001 e 2008 o avanço no total de ocupados também ocorreu; deve-se pontuar, entretanto, que a população ocupada do estado de São Paulo atingiu quase 92% em 2008 (Tabela 12). TABELA 12 População economicamente ativa por condição de ocupação segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Condição de ocupação Ano População ocupada População desocupada Total N. % N. % N. % 2001 8.001.206 86,8 1.212.668 13,2 9.213.874 100,0 2002 8.305.661 86,5 1.293.115 13,5 9.598.776 100,0 2003 8.178.720 85,4 1.397.840 14,6 9.576.560 100,0 2004 8.361.365 86,0 1.361.945 14,0 9.723.310 100,0 2005 8.915.762 86,6 1.381.375 13,4 10.297.137 100,0 2006 9.129.952 88,0 1.248.215 12,0 10.378.167 100,0 2007 9.420.181 89,1 1.147.661 10,9 10.567.842 100,0 2008 9.720.894 91,0 964.401 9,0 10.685.295 100,0 1717

Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE A disseminação da proteção social 2 é apresentada na tabela abaixo. Exatamente 64% do universo dos ocupados de 2008 na RMSP contribuíam com a Previdência Social, frente a pouco menos de 60% em 2001. Esse percentual é semelhante ao apresentado para o estado de São Paulo (64,5%), assim como para o município sede da RMSP (64,2%). TABELA 13 População ocupada por condição de proteção no trabalho segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Condição de proteção no trabalho Ano Protegido Não Protegido Total N. % N. % N. % 2001 4.771.435 59,6 3.229.771 40,4 8.001.206 100,0 2002 4.717.244 56,8 3.588.417 43,2 8.305.661 100,0 2003 4.900.898 59,9 3.277.822 40,1 8.178.720 100,0 2004 4.986.548 59,6 3.374.817 40,4 8.361.365 100,0 2005 5.250.785 58,9 3.664.977 41,1 8.915.762 100,0 2006 5.536.556 60,6 3.593.396 39,4 9.129.952 100,0 2007 5.918.391 62,8 3.501.790 37,2 9.420.181 100,0 2008 6.217.686 64,0 3.503.208 36,0 9.720.894 100,0 Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE Já a distribuição da PEA, na RMSP, segundo o sexo revela diferenças na inserção de homens e mulheres no mercado de trabalho. Enquanto que para os de sexo masculino 93,3% encontravam-se em 2008 ocupados, para o sexo feminino a situação era menos favorável, já que o percentual de ocupação registrado foi de 88,3% (Tabela 14). A melhor condição foi identificada no estado de São Paulo, onde 94,2% dos homens e 89,1% das mulheres estavam ocupados naquele ano. 2 São considerados como protegidos todos os trabalhadores que contribuem para a Previdência Social (com carteira ou sem carteira vínculo formal de trabalho), além de militares e funcionários públicos. Foram considerados como não protegidos os empregados sem carteira e sem contribuição previdenciária. Não fazem parte da análise os empregadores. 1818

TABELA 14 População economicamente ativa por condição de ocupação e sexo segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Ano População ocupada Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE Masculino Condição de ocupação População desocupada População ocupada Feminino População desocupada N. % N. % N. % N. % 2001 4.576.816 88,4 602.891 11,6 3.424.390 84,9 609.777 15,1 2002 4.749.725 88,8 598.612 11,2 3.555.936 83,7 694.503 16,3 2003 4.597.362 87,4 660.648 12,6 3.581.358 82,9 737.192 17,1 2004 4.692.552 88,3 624.283 11,7 3.668.813 83,3 737.662 16,7 2005 4.926.109 89,2 598.534 10,8 3.989.653 83,6 782.841 16,4 2006 5.090.732 91,0 501.727 9,0 4.039.220 84,4 746.488 15,6 2007 5.142.893 91,3 492.513 8,7 4.277.288 86,7 655.148 13,3 2008 5.407.297 93,3 390.896 6,7 4.313.597 88,3 573.505 11,7 A proteção no trabalho de acordo com o sexo mostra maior ocorrência de homens com contribuição previdenciária em qualquer um dos três recortes geográficos. Na RMSP 67,3% dos trabalhadores de sexo masculino estavam protegidos em 2008, para o sexo feminino o percentual foi de 59,8%, ocorrência pouco inferior ao ano de 2007, momento no qual 60,1% das mulheres ocupadas contavam com a proteção no trabalho (Tabela 15). O percentual de proteção para os homens alcançou 67,5% no Estado de São Paulo, enquanto para as mulheres verificou-se cenário mais positivo no município de São Paulo (60,9% do total de ocupadas contribuíam com a Previdência Social). TABELA 15 População ocupada por condição de proteção no trabalho e sexo segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Condição de proteção no trabalho Ano Masculino Feminino Protegido Não Protegido Protegido Não Protegido N. % N. % N. % N. % 2001 2.835.307 61,9 1.741.509 38,1 1.936.128 56,5 1.488.262 43,5 2002 2.757.932 58,1 1.991.793 41,9 1.959.312 55,1 1.596.624 44,9 2003 2.857.689 62,2 1.739.673 37,8 2.043.209 57,1 1.538.149 42,9 2004 2.905.506 61,9 1.787.046 38,1 2.081.042 56,7 1.587.771 43,3 2005 3.016.388 61,2 1.909.721 38,8 2.234.397 56,0 1.755.256 44,0 2006 3.214.062 63,1 1.876.670 36,9 2.322.494 57,5 1.716.726 42,5 2007 3.347.412 65,1 1.795.481 34,9 2.570.979 60,1 1.706.309 39,9 2008 3.637.438 67,3 1.769.859 32,7 2.580.248 59,8 1.733.349 40,2 1919

Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE No último momento do período estudado, a PEA da RMSP era composta por 61% de pessoas de cor branca e, conseqüentemente, de 39% de não brancos. Além disso, observou-se que o nível de ocupação da população branca foi sensivelmente mais elevado que para os não brancos, isto é, ao passo que 92,5% dos brancos encontravamse ocupados, o percentual para os não brancos era de 89% (Tabela 16). A situação mais favorável para os brancos e não brancos foi identificada no estado de São Paulo: 93,0% e 90,2% de ocupados, respectivamente. TABELA 16 População economicamente ativa por condição de ocupação e cor ou raça segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Ano Condição de ocupação Branco Não Branco População População ocupada População desocupada População ocupada desocupada N. % N. % N. % N. % 2001 5.341.613 88,9 669.205 11,1 2.482.180 82,3 533.990 17,7 2002 5.367.626 88,3 714.511 11,7 2.779.638 83,1 565.264 16,9 2003 5.345.625 86,9 805.208 13,1 2.656.245 82,2 575.626 17,8 2004 5.315.096 87,3 770.407 12,7 2.881.574 83,2 582.682 16,8 2005 5.469.365 88,3 724.913 11,7 3.234.885 83,5 640.662 16,5 2006 5.586.370 89,4 659.946 10,6 3.303.208 85,4 565.542 14,6 2007 5.789.763 89,9 652.388 10,1 3.423.673 87,6 485.165 12,4 2008 5.774.476 92,5 469.860 7,5 3.703.595 89,0 459.007 11,0 Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE Conforme os dados da tabela 17, em 2008 o trabalhador branco contava com proteção no trabalho em percentual mais elevado que os não brancos, a diferença era de pouco mais de 4 p.p.: enquanto que 65,7% dos ocupados brancos contribuíam para a Previdência social, esse percentual foi de 6,5% para os demais. Para o total do estado de São Paulo e para o município núcleo o percentual de proteção dos não brancos foi ligeiramente superior, 61,6% e 62,0%, respectivamente. 2020

TABELA 17 População ocupada por condição de proteção no trabalho e cor ou raça segundo o ano de referência RMSP 2001 a 2008 Indicador de proteção Ano Branco Não Branco Protegido Não Protegido Protegido Não Protegido N. % N. % N. % N. % 2001 3.276.288 61,3 2.065.325 38,7 1.384.053 55,8 1.098.127 44,2 2002 3.189.043 59,4 2.178.583 40,6 1.426.495 51,3 1.353.143 48,7 2003 3.313.469 62,0 2.032.156 38,0 1.481.998 55,8 1.174.247 44,2 2004 3.290.734 61,9 2.024.362 38,1 1.587.788 55,1 1.293.786 44,9 2005 3.345.474 61,2 2.123.891 38,8 1.771.032 54,7 1.463.853 45,3 2006 3.508.650 62,8 2.077.720 37,2 1.878.437 56,9 1.424.771 43,1 2007 3.775.620 65,2 2.014.143 34,8 2.025.157 59,2 1.398.516 40,8 2008 3.793.372 65,7 1.981.104 34,3 2.277.240 61,5 1.426.355 38,5 Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE Ao se analisar a condição de ocupação de acordo com a escolaridade da PEA, observa-se relativa homogeneidade nos resultados em 2008. Porém, é interessante notar que de 2001 a 2008 o nível de ocupação das pessoas com 12 ou mais anos de estudo (o que nos garante que no mínimo a pessoa iniciou o ensino superior) sempre se manteve acima de 93%, com seu patamar mais elevado no último ano da série (95,7%). Para as demais faixas observa-se que a de 0 a 4 anos de estudo é a que mais se aproxima da escolaridade superior: 92,3% da PEA estava ocupada. Por fim, quando se compara os resultados da RMSP com o estado de São Paulo e município sede, não é possível encontrar diferenças significativas. A única informação que deve ser destacada é que a ocupação na faixa de 12 anos ou mais de estudo atingiu 96,1% na cidade de São Paulo. 2121

TABELA 18 População economicamente ativa por condição de ocupação e faixa de escolaridade segundo o ano de referência Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE RMSP 2001 a 2008 Condição de ocupação Ano De 0 a 4 De 5 a 8 De 9 a 11 12 ou mais Ocupados Desocupados Ocupados Desocupados Ocupados Desocupados Ocupados Desocupados % % % % % % % % 2001 87,6 12,4 82,9 17,1 85,8 14,2 94,3 5,7 2002 88,9 11,1 83,3 16,7 83,5 16,5 93,7 6,3 2003 87,5 12,5 82,5 17,5 81,8 18,2 93,6 6,4 2004 88,9 11,1 82,7 17,3 82,8 17,2 94,1 5,9 2005 89,5 10,5 83,0 17,0 83,8 16,2 93,4 6,6 2006 89,8 10,2 86,3 13,7 85,0 15,0 94,1 5,9 2007 92,4 7,6 86,9 13,1 86,0 14,0 95,0 5,0 2008 92,3 7,7 89,4 10,6 88,7 11,3 95,7 4,3 Quando o assunto é remuneração, nota-se que a renda média da população ocupada da RMSP tem um comportamento bastante instável. Entre os anos de 2001 e 2004 a trajetória foi de queda gradual, recuou de R$ 1.631,88 para R$ 1.329,29 mensais. No momento seguinte iniciou uma recuperação que se manteve até 2007. Entretanto a remuneração média verificada em 2008 voltou a diminuir e encerrou o período analisado em patamar aproximadamente 10% menor que o apurado em 2001 (Tabela 19). TABELA 19 População ocupada por renda média segundo o ano de referência Ano RMSP 2001 a 2008 Renda Total¹ Média N. Desvio Padrão 2001 1.631,88 7.460.308 2.716,50 2002 1.582,99 7.815.416 2.495,41 2003 1.423,03 7.725.522 2.109,26 2004 1.329,29 7.839.768 2.356,44 2005 1.436,41 8.491.874 2.359,25 2006 1.440,51 8.574.906 2.131,05 2007 1.493,65 8.840.392 2.110,09 2008 1.459,34 9.240.184 2.299,77 Fonte: PNAD, 2001-2008 / IBGE Nota 1; Preços constantes de 2008 - Deflacionada pelo INPC. 2222

PARTE II ESTRUTURA SOCIOCOCUPACIONAL DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE 2000 1. Perfil e evolução da estrutura socioocupacional A tabela 1 mostra a distribuição da população ocupada nos 3 grandes recortes territoriais: Estado de São Paulo, Região Metropolitana e Município de São Paulo Tabela 1 População ocupada por categorias socioocupacionais, em percentual, do Estado de São Paulo, Grande São Paulo e Município de São Paulo, 2001 e 2008, em % Categorias sócioocupacionais Estado de São Grande São Município de Paulo Paulo São Paulo 2001 2008 2001 2008 2001 2008 Dirigentes 1,2 0,9 1,4 0,9 1,9 0,9 Profissionais de nível superior 5,9 7,2 6,8 8,1 7,8 9,8 Pequenos empregadores 3,3 2,6 2,7 2,3 3,0 2,4 Categorias superiores 10,4 10,7 10,9 11,3 12,7 13,1 Categorias médias 25,4 27,1 30,2 30,2 31,8 31,6 Trabalhadores do terciário 17,4 19,4 18,6 21,0 19,7 21,4 Trabalhadores do secundário 24,0 23,8 22,5 22,2 18,6 19,3 Trabalhadores do terciário não 17,0 14,9 17,2 14,7 16,8 14,2 especializado Trabalhadores manuais 58,4 58,1 58,3 57,9 55,1 54,9 urbanos Agricultores 5,8 4,1 0,7 0,6 0,2 0,3 Total 100,00 100,00 100,0 100,00 100,0 100,0 Fonte: PNAD 2001 e 2008 2323