Colecção Designers portugueses. Paulo Heitlinger Sebastião Rodrigues / 1

Sebastião Rodrigues Colecção Designers portugueses Paulo Heitlinger Sebastião Rodrigues / 1

Sebastião Rodrigues / 2

Portugal IKOFA 196o Sebastião Rodrigues / 4

Placa de xisto Identificador dos depositados nas antas megalíticas Sebastião Rodrigues / 5

Placa de xisto Identificador dos depositados nas antas megalíticas Sebastião Rodrigues / 6

Portugal IEFA 1960 Sebastião Rodrigues / 7

Exposição no SNI, Lisboa, 1963 Sebastião Rodrigues / 8

Sexto Salão dos Novíssimos, Lisboa, 1964 Sebastião Rodrigues / 9

Fundação Calouste Gulbenkian 1965 Sebastião Rodrigues / 10

INDIO BRASILEIRO HELVETICA Arte do Índio brasileiro Fundação Calouste Gulbenkian, Embaixada do Brasil 1966 Sebastião Rodrigues / 11

Exposição bibliográfica Sebastião Rodrigues / 14

Cartaz 1967 Sebastião Rodrigues / 15

VIANA Sebastião Rodrigues / 22

Anos 80 Sebastião Rodrigues / 33

Mosteiro da Batalha Sebastião Rodrigues / 34

Tapetes Orientais Caslon? Cartaz 1985 Sebastião Rodrigues / 44

Revista Almanaque Sebastião Rodrigues / 52

Design Editorial Investimentos em Portugal, 1968 Sebastião Rodrigues / 66

Capas de livro Sebastião Rodrigues / 72

madre antiga gotica rotunda Sebastião Rodrigues / 74

Aparição Vergílio Ferreira Portugália 1960 Sebastião Rodrigues / 81

Sr. Ypsilante 1963 Arcádia Sebastião Rodrigues / 82

Alexandre Grine, O Apelo do Mar Arcádia 1961 Sebastião Rodrigues / 83

TRABALHO POÉTICO I e II Carlos de Oliveira Ed. Sá da Costa, Lisboa, 1978 Sebastião Rodrigues / 86

Sebastião Rodrigues Sebastião Rodrigues / 87

Sebastião Rodrigues (1929-1997) Trabalhou para a Cultura, mais especificamente para as instituições culturais que marcaram o passo da vida cultural em Portugal, nos anos 50, 60 e 70: Fundação Gulbenkian, Secretariado Nacional da Informação (SNI) e os museus de Portugal. Trabalhou para editoras letrárias de renome; publicidade comercial, pouco fez. Os seus objectos gráficos nasciam da investigação. Na pesquisa e no aprofundamento das expressões gráficas da cultura popular portuguesa está uma das chaves da expressividade do seu trabalho. Também aprofundou os conhecimentos sobre as culturas visuais de outros países: grega, japonesa, dos índios brasileiros, etc. O contacto com a Fundação Calouste Gulbenkian estimulou e nutriu este interesse. As pesquisas reflectem-se directamente na escolha dos elementos gráficos dos seus cartazes. Na Tipografia, Sebastião Rodrigues foi sóbrio e limitado, como «mandavam» os preceitos do Swiss International Style, vigente por todo o mundo a partir dos anos 60. Nascido e criado no Dafundo, Sebastião Rodrigues exerceu o seu ofício em Lisboa. Desde muito cedo aprendeu o ofício com o pai, executando pequenas tarefas gráficas para o serviço de publicidade do jornal A Voz. Em 1940 e 1941 estudou na Escola Industrial Marquês de Pombal, tendo como professores o arquitecto Frederico George e o pintor Calvet Magalhães. Em 1945 foi trabalhar no Atelier de Publicidade Artística (APA) onde conheceu o seu futuro companheiro de trabalho Manuel Rodrigues, que o acompanhou durante 30 anos. Sebastião Rodrigues / 88

Curriculo A partir de 1948, no atelier de Manuel Rodrigues, executou cartazes, folhetos e montras para o Secretariado Nacional da Informação (SNI). O estilo «sixties» que aplicou a estes trabalhos manter-se-á em parte dos seus trabalhos mais tardios. Com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian (1959 60), viajou durante meio ano pelo Norte do País para recolher material gráfico de raiz popular. Foi nestas e noutras viagens que fazia com frequência que Sebastião Rodrigues recolheu o material que viria a constituir matéria prima para os seus trabalhos. Em 1954 partiu para o Brasil onde permaneceu um ano. Sebastião Rodrigues foi um perfeicionista. O domínio de todo o processo de design, desde a concepção ao produto final o impresso era feito com todo o rigor. Trabalhava com todos aqueles que faziam parte do vasto processo de produção gráfica e com todos eles trocava conhecimentos e experiência. Influências Combinou as potencialidades da impressão em offset com inspiração de raiz popular e tradicional e ainda com influências tão vastas que vão desde o design norteamericano (Paul Rand, Alvin Lustig) até ao nacional (Victor Palla). O seu grafismo foi uma das heranças deixadas por Victor Palla. A grande inovação estava na harmonização do lettering utilizado na capa do livro e da ilustração que geralmente estava sempre presente. Assim, o papel da Tipografia passou a ser o de ilustração também. Sebastião Rodrigues / 89

Almanaque De 1959 a 1961 foi o resposável pelo design gráfico da revista mensal Almanaque. Nesta publicação, da qual eram editores José Cardoso Pires e Figueiredo Magalhães, Sebastião Rodrigues trabalhou em colaboração com diversos artistas contemporâneos, como por exemplo Abel Manta. Depois da revista Almanaque participou em vários outros projectos com as editoras Sá da Costa e Arcádia (primeiro projecto em 1961) e Editorial Verbo (primeiro projecto em 1979). A imagem gráfica, desde os cartazes, desdobráveis, livros, catálogos, etc., da Fundação Calouste Gulbenkian foi projectada desde a década de 60 por Sebastião Rodrigues. Sebastião Rodrigues fez cartazes, desdobráveis, livros, catálogos, etc. Muito material publicado pela Gulbenkian foi projectado desde a década de 60 por S. Rodrigues. Realizou trabalhos gráficos para as editoras Europa-América e Verbo, trabalhou para o Banco de Fomento Nacional, participou na montagem da exposição "Bernardo Marques" e desenha inúmeras capas para livros. Foi responsável pelo design gráfico do livro O Papel-Moeda em Portugal, que se tornou uma das suas obras de referência. Prémios Recebeu vários prémios e menções honrosas ao longo da vida e a Medalha de Grande Oficial da Ordem de Mérito, atribuída pelo Presidente da República, em 1995. Foi distinguido com o 'Diploma de Honra' no cartaz para as Olimpíadas Helsínquia 1952 e o 'Award of Excellence 1991' pelo International Council of Graphic Associations. Foi ainda sócio-fundador da Associação Portuguesa de Designers, em 1976, e autor do logótipo da APD. Desde 1989 deixa de produzir, vitimado por doença. Morreu em 1997. Depoiamentos Henrique Cayatte sobre Sebastião Rodrigues: «Era um designer de enorme qualidade em qualquer parte do mundo. Foi um autodidacta porque a formação dele não era essa. Era um homem de imensa cultura e mudou completamente o paradigma do design em Portugal. O Sebastião pertenceu à primeira geração dos designers em Portugal». Bibliografia/Catálogos Fundação Calouste Gulbenkian, Catálogo da Exposição Sebastião Rodrigues, Designer, Jul/Set 1995. Catálogo de exposição Falando do Ofício (1986, Sociedade Tipográfica) Sebastião Rodrigues / 90