RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ORGANISMO NACIONAL DE EXECUÇÃO DO REGULAMENTO (UE) Nº 181/2011, DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, DE 16 DE FEVEREIRO,

Documentos relacionados
DIREÇÃO DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DIREÇÃO DE PRODUTOS DE SAÚDE

Prospeto a publicar nas ofertas públicas de valores mobiliários

PLANOS MUNICIPAIS DE EMERGÊNCIA PERGUNTAS E RESPOSTAS

Sistema de Negociação de Ofertas de Atacado. Brasília-DF, 14 de Maio de 2015

Concurso de fotografia Somos todos peões REGULAMENTO 1. ENQUADRAMENTO

Capitania do Porto de Portimão ATIVIDADE MARÍTIMO-TÚRISTICA

Capítulo I Disposições Gerais

DECISÃO DA COMISSÃO. de

- Livro de Reclamações -

Orientações. relativas. ao tratamento de reclamações por. empresas de seguros

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 18/XII. Exposição de Motivos

Guia Sudoe - Para a elaboração e gestão de projetos Versão Portuguesa Ficha 7.0 Auxílio estatal

Acordo entre o Ministério da Saúde e a Associação Nacional das Farmácias sobre a implementação de programas de Saúde Pública

Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas REGULAMENTO DO CONCURSO DE APOIO A CONGRESSOS NOS DOMÍNIOS DA LÍNGUA E DA CULTURA PORTUGUESAS

DECRETO N.º 238/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

Comissão avalia o impacto do financiamento para as regiões e lança um debate sobre a próxima ronda da política de coesão

Prémio Hire.me app. Campanha nacional eskills for Jobs Regulamento

EMISSOR: Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social

Carta Circular n.º 6/2016/DES 2016/02/04

NORMATIZAÇÃO DE ESTÁGIO DOS CURSOS DE LICENCIATURA

PROCEDIMENTO MÚTUO DE OPERAÇÃO

D-Francoforte no Meno: Aluguer de salas de reuniões e conferências 2013/S Anúncio de concurso. Serviços

Principais medidas decorrentes do Decreto-Lei 197/2012, de 24 de Agosto:

Portaria n.º 1098/2008

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. RESOLUÇÃO do CNE (ainda depende Homologação do Ministro da Educação)

Regime fiscal das fundações. Guilherme W. d Oliveira Martins FDL

REGULAMENTO DO CONCURSO DE BOLSAS SANTANDER UNIVERSIDADES/ UNIVERSIDADE DE COIMBRA 2016

SUPERVISÃO Supervisão Comportamental

Critérios e Normas Técnicas para a Elaboração de Planos de Emergência de Protecção Civil

ÁGUAS DO CENTRO ALENTEJO, S.A. PROGRAMA DE PROCEDIMENTO

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL CREDITÁ S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

IVA - REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO PREVISTO NO ARTIGO 53.º DO CÓDIGO DO IVA

PROGRAMA ACOMPANHAMENTO. Jardins de Infância da Rede Privada Instituições Particulares de Solidariedade Social RELATÓRIO DO JARDIM DE INFÂNCIA

Assunto: Consulta Prévia para Prestação de Serviços de Consultoria-formativa e formação no âmbito do Programa CONVITE. Exmos. Senhores.

Decreto Regulamentar n. º 10/2009, de 29 de Maio

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

PROJETO DE CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS

Regulação e Contratualização

Conselho da União Europeia Bruxelas, 30 de junho de 2016 (OR. en) Secretário-Geral da Comissão Europeia, assinado por Jordi AYET PUIGARNAU, Diretor

, S.A., do despedimento de uma trabalhadora lactante em processo de

Orçamento Participativo. Carta de Princípios

FREGUESIA DE QUIAIOS NIPC

Certificação do Controlo da Produção

Bélgica-Geel: Fornecimento, instalação e manutenção de um sistema de digestão por micro-ondas de alta pressão e alta temperatura 2013/S

Sumário PROGRAMA CEVAR - CONSERVAÇÃO DE ESPAÇOS VERDES DE ÁREA REDUZIDA (PROTOCOLOS DE COOPERAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO/REQUALIFICAÇÃO E PARA A MANUTENÇÃO)

Despacho n.º 18419/2010, de 2 de Dezembro (DR, 2.ª série, n.º 239, de 13 de Dezembro de 2011)

SUPERVISÃO Supervisão Comportamental

RESOLUÇÃO Nº 02/2014

PARECER N.º 2/CITE/2010

GESTÃO E SEGURANÇA DE OBRAS E ESTALEIROS

Como vender MAIS com base nos RECURSOS DA REGIÃO. 25 de maio de 2012 Castelo Branco Alberto Ribeiro de Almeida

Bélgica-Bruxelas: Programa de informação e empresarial da UE em Hong Kong e Macau 2014/S Anúncio de concurso. Serviços

Anexo III Plano de negócios. Plano de negócios da instituição financeira

REGULAMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA PARA A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

CONTRATO DE COMPRA DE ENERGIA ELÉTRICA UNIDADES DE MICROPRODUÇÃO

A8-0215/1 ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU * à proposta da Comissão

Portaria n.º 1458/2009. de 31 de Dezembro

Governação dos laboratórios: papel da regulação

4 de Setembro 2012 Direito Fiscal

Dispõe sobre a regulamentação do uso obrigatório do simulador de direção veicular.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA À OPERAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA INFORMÁTICO

A LEI DE BASES DA ECONOMIA SOCIAL (LBES) PALAVRAS-CHAVE: Lei de Bases Economia Social Princípios estruturantes - CRP Princípios orientadores - LBES

Adotada Total / Parcial. Fundamento da não adoção. Recomendação. Não adotada. 1. Princípios Gerais

SEMINÁRIO O ESTADO ACTUAL DA IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO MODELO INSTITUCIONAL PARA O SECTOR FERROVIÁRIO DECRETO PRESIDENCIAL 195/10

REGIMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE VILA FLOR

Acidentes de origem eléctrica em Portugal

Manual de preenchimento da planilha de cálculo do índice de nacionalização

Livro Verde sobre regimes europeus de pensões adequados, sustentáveis e seguros

Conselho Local de Ação Social de Figueira de Castelo Rodrigo

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Regulamento das Bolsas PARSUK Xperience 2014

Anúncio de adjudicação de contrato

LEI N 2908 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2001.

DOCUMENTO SÍNTESE UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA

EIXO 3 CONECTIVIDADE E ARTICULAÇÃO TERRITORIAL AVISO DE ABERTURA DE CONCURSO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS CONDICIONADO N.

REGULAMENTO DA APRESENTAÇÃO

Regras para publicação Revista Brasileira Militar de Ciências (RBMC)

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA FINANÇAS E TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL Diário da República, 1.ª série N.º 64 1 de abril de 2016

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC)

Manual do Revisor Oficial de Contas. Recomendação Técnica n.º 5

Convergência. Perguntas frequentes sobre a Prática Comum PC 6. Representação gráfica de desenhos ou modelos

O presente anúncio no sítio web do TED:

Impresso em 26/08/ :39:41 (Sem título)


Briefing Laboral # 18 1

Zona Vulnerável a Nitratos-Tejo. Condicionalidades e Obrigações. Agricultura Presente, um Projeto com Futuro

Anúncio de concurso. Fornecimentos

Despacho n.º /2015. Regulamento Académico dos Cursos de Pós-Graduação não Conferentes de Grau Académico do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria)

Instruções para o cadastramento da Operação de Transporte e geração do Código Identificador da Operação de Transporte CIOT.

NORMA DE ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS NORMATIVOS - NOR 101

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 185, DE 2011.

Organização dos Estados Ibero-americanos. Para a Educação, a Ciência e a Cultura

CIRCULAR RELATIVA À AVALIAÇÃO E VALORIZAÇÃO DE PROJETOS DE CONSTRUÇÃO DESENVOLVIDOS POR ORGANISMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

Transcrição:

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ORGANISMO NACIONAL DE EXECUÇÃO DO REGULAMENTO (UE) Nº 181/2011, DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, DE 16 DE FEVEREIRO, RESPEITANTE AOS DIREITOS DOS PASSAGEIROS NO TRANSPORTE DE AUTOCARRO PERÍODO 2013/2014

ENQUADRAMENTO O Regulamento (UE) N.º 181/2011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011, adiante designado por Regulamento, relativo aos direitos dos passageiros no transporte de autocarro, tem como objetivos assegurar um elevado nível de proteção e de assistência aos passageiros em todos os EstadosMembros da UE, semelhante ao que existe para o transporte aéreo, ferroviário e marítimo, e garantir que os operadores económicos atuem em condições harmonizadas no mercado interno, estabelecendo para o efeito regras para o transporte de autocarro nos seguintes domínios: i) Não discriminação dos passageiros no que se refere às condições de transporte oferecidas pelos transportadores; ii) Direitos dos passageiros em caso de acidente decorrente da utilização do autocarro de que resulte a morte ou danos não patrimoniais ou o extravio ou danos nas bagagens; iii) Não discriminação e assistência obrigatória às pessoas com deficiência e às pessoas com mobilidade reduzida; iv) Direitos dos passageiros em caso de cancelamento ou de atraso; v) Informações mínimas a prestar aos passageiros; vi) Tratamento de reclamações; vii) Regras gerais de execução. Nos termos do artigo 29.º do Regulamento, Até 1 de Junho de 2015 e em seguida de dois em dois anos, os organismos de aplicação designados nos termos do n.º 1 do artigo 28.º publicam um relatório sobre as atividades realizadas nos dois anos anteriores, o qual deve incluir, designadamente, uma descrição das medidas tomadas para aplicar o presente regulamento e estatísticas sobre as reclamações e as sanções aplicadas., pelo que o presente relatório se refere ao período compreendido entre os meses de março de 2013 e dezembro de 2014. 1. ORGANISMO NACIONAL DE EXECUÇÃO DO REGULAMENTO O Regulamento determina que cada EstadoMembro deve designar o organismo encarregue da aplicação do Regulamento (NEB), no que respeita aos serviços regulares 2

de categorias não específicas de passageiros sempre que o ponto de embarque ou desembarque esteja situado no território de um EstadoMembro. No caso de Portugal, o organismo nacional ao qual foi incumbida a tarefa de coordenar, implementar, fiscalizar e supervisionar a aplicação do Regulamento é o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. (IMT, I.P.). No entanto, salientase que, na sequência do Programa de Assistência Económica e Financeira em 2014, foi criada a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), concretizada pelo DecretoLei n.º 78/2014, de 14 de maio, que operou a autonomização da função regulatória para esta nova entidade. 2. ISENÇÕES Portugal, no uso da faculdade prevista no n.º 4 do artigo 2.º do Regulamento, solicitou a exclusão da aplicação do mesmo aos serviços regulares domésticos pelo período de quatro anos após a data de aplicação do Regulamento. 3. RECLAMAÇÕES 3.1 PROCEDIMENTO A lei portuguesa estatui que o passageiro abrangido pelo Regulamento que pretenda apresentar uma reclamação, o possa fazer de acordo com o mecanismo previsto no DecretoLei n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado pelos Decretos Lei n.º 371/2007, de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de maio, e 317/2009, de 30 de outubro, que cria o livro de reclamações e determina que as reclamações de consumidores, efetuadas através deste meio, devem ser remetidas à entidade reguladora do sector de atividade no qual os agentes económicos se inserem (no caso presente, o setor dos transportes), que, à data do período em análise no atual relatório, era o IMT,I.P.. No termos daquele diploma, o original da folha de reclamação deve ser remetido no prazo máximo de 10 dias úteis, pelo transportador à entidade reguladora setorial, ficando aquele na posse de um triplicado e o reclamante de um duplicado, por forma a garantir que todos os intervenientes no processo tenham acesso à reclamação. Destacase também que, no período referente ao relatório agora apresentado, foi iniciado um processo de produção legislativa nacional que culminou com a publicação do DecretoLei n.º 9/2015, de 15 de janeiro, o qual define as condições 3

que devem ser observadas no contrato de transporte rodoviário de passageiros e bagagens em serviços regulares, bem como estabelece o regime sancionatório às infrações ao Regulamento. Este diploma dispõe, na alínea h) do n.º 2 do artigo 5.º, que é obrigação do transportador disponibilizar o livro de reclamações, nos termos da Lei e do Regulamento. 3.2 ESTATÍSTICAS No período em análise, atendendo às isenções solicitadas para exclusão da aplicação do Regulamento aos serviços regulares domésticos, foram apresentadas as seguintes reclamações relativas ao transporte rodoviário internacional de passageiros: Ano 2013 (01.03 a 31.12) 2014 (01.01 a 31.12) Número de reclamações Total Número Tipo de reclamação Obs. 1 Problemas de informação ao Público 3 Falta de urbanidade/incorreção do tratamento do funcionário/motorista 11 2 Problemas com aquisição de títulos 1 Problemas na prestação do transporte 2 Incumprimento de horários 2 Outros 3 Falta de urbanidade/incorreção do tratamento do funcionário/motorista 1 Falta de informação ou informação enganosa nos locais de atendimento 2 Problemas com aquisição de títulos 11 1 Equipamentos sanitários inexistentes ou fora de serviço 1 Problemas na prestação do transporte 2 Incumprimento de horários 1 Desaparecimento/furto ou dano de bagagem 3.3 CONTRAORDENAÇÕES No período em análise não foi registada qualquer contraordenação sobre infrações ao Regulamento em resultado do regime sancionatório aplicável ao mesmo ter sido publicado em janeiro de 2015, por via do DecretoLei n.º 9/2015, de 15 de janeiro, conforme mencionado no ponto 3.1. 4

Ano Número total de contraordenações Número de contraordenações por montante Número de contraordenações por tipo 2013 0 2014 0 3.4 COOPERAÇÃO COM NEB DE OUTROS ESTADOSMEMBROS Face ao reduzido número de reclamações relativas aos serviços de âmbito internacional, não foram desenvolvidas diligências no sentido de estabelecer relações de cooperação com NEB de outros EstadosMembros. A cooperação entre os representantes dos EstadosMembros no NEB poderá, em nosso entender, ser alcançada através da implementação de uma plataforma informática, na qual todos os NEB estivessem em rede, permitindo, simultaneamente, ao passageiro (reclamante) e ao transportador (reclamado) obter informação sobre a reclamação apresentada, num sistema semelhante ao existente em Portugal, e que se designa "Rede Telemática de Informação Comum RTIC, relativamente às reclamações apresentadas no âmbito da defesa do consumidor. Esta plataforma é, em síntese, uma base de dados em rede que permite, para além do registo e da gestão das reclamações, apurar e proceder à troca de informação estatística sobre as reclamações nela registadas, e simultaneamente fornecer aos reclamantes informação sobre o estado da reclamações que efetuaram no livro de reclamações. 4. AÇÕES O IMT, I.P. disponibiliza no seu site informação relevante sobre direitos dos passageiros no transporte de autocarro. Adicionalmente, o IMT, I.P., no âmbito das suas atribuições, desenvolve ações de fiscalização sobre os transportadores, com o objetivo de averiguar o cumprimento da legislação setorial aplicável ao transporte rodoviário de passageiros, na qual se incluem as obrigações decorrentes do Regulamento. 5