O que mudou na Lei /2014

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Transcrição:

O que mudou na Lei 13.019/2014 Dia 23 de janeiro entrou em vigor a Lei 13.019/2014 que altera as regras de parceria entre as organizações da sociedade civil e o governo. Depois de vários adiamentos a lei está valendo em todo o Brasil para parcerias realizadas com o governo estadual e federal. Para os governos municipais a aplicação da lei é facultativa até janeiro de 2017, por isso, vale conferir se a lei já está em vigor no seu município. Mas atenção, em novembro de 2015 a Lei 13.019/2014 foi consideravelmente modificada pela Lei 13.2014/2015, sendo excluídos alguns artigos que interferiam de forma relevante na administração das organizações como: A responsabilidade solidária do dirigente da instituição, independente de dolo ou culpa sobre os recursos da parceria; Os fornecedores das organizações deveriam permitir livre acesso dos servidores para fiscalização de documentos e registros contábeis. Também foram modificados artigos referentes ao processo de chamamento público, repasse de recursos, prestação de contas entre outros. O que é Organização da Sociedade Civil O conceito de organização da sociedade civil foi ampliado para abranger além das organizações sem fins econômicos que não distribuem lucros e resultados: As sociedades cooperativas previstas na Lei 9.867/99: Integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; Alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda;

Voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; Capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. As organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. Tipos de instrumentos Complementando os dois instrumentos previstos na primeira versão da lei: - termo de fomento e colaboração -, a lei traz o acordo de cooperação para parcerias sem repasse de recursos financeiros. Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil, para a consecução de finalidades, de interesse público e recíproco, propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil, para a consecução de finalidades, de interesse público e recíproco, propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil, para a consecução de finalidades, de interesse público e recíproco, que não envolvam a transferência de recursos financeiros Inaplicabilidade da Lei A lei não será aplicada para parcerias realizadas por meio de:

Transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado Federal, naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções internacionais são conflitantes com a lei; Transferências voluntárias regidas por lei específica, naquilo em que houver disposição expressa em contrário; Contratos de gestão celebrados com organizações sociais, na forma estabelecida pela Lei no 9.637/98; Convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do 1º do art. 199 da Constituição Federal; Termos de compromisso cultural referidos no 1º do art. 9º da Lei no 13.018/14; Termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público; Transferências referidas no art. 2º da Lei no 10.845, de 5 de março de 2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009; Pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por membros de Poder ou do Ministério Público, dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública, pessoas jurídicas de direito público interno e pessoas jurídicas integrantes da administração pública; Parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos. Manifestação de Interesse Social Instrumento criado para que organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos possam apresentar propostas ao poder público, para avaliação e realização de um chamamento público, objetivando a celebração de parceria, permitindo melhores resultados na aplicação de recursos para resolução de problemas locais. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não

implicará necessariamente na execução do chamamento público e execução da atividade proposta, que acontecerá de acordo com os interesses da administração. Chamamento Público Procedimento voltado a selecionar organização da sociedade civil que apresente melhor proposta e melhor capacidade técnica, tornando mais eficaz e a execução de um objeto. O edital de convocação deverá ser amplamente divulgado, tendo os prazos e procedimentos de abertura e recebimento de propostas determinados na lei, não podendo conter nenhuma informação capaz de frustrar a concorrência. Casos de Dispensa do Chamamento Público Urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias; Guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social; Realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança; Atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil, previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. Casos de Inexigibilidade do Chamamento Público Quando há a inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica.

A seleção dos projetos apresentados no chamamento público será realizada pela Comissão de Seleção, que julgará as propostas conforme diretrizes previstas no edital de convocação. A Comissão de Seleção é órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos, constituída por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública. O texto inicial da lei garantia pelo menos 2/3 de servidores efetivos ou permanentes, o que assegurava, de forma mais eficaz, a imparcialidade das decisões, independente de mudanças políticas. Fica impedida de participar da comissão de seleção, pessoa que, nos últimos cinco anos, tenha mantido relação jurídica com, ao menos, uma das entidades participantes do chamamento público. Foi alterada ainda o texto que vedava a realização de parcerias com instituições que tivessem algum dirigente com parentesco até segundo grau, com agente político de qualquer esfera governamental, passando a ser limitada ao parentesco na mesma esfera governamental da parceria realizada. Requisitos estatutários e tempo de existência Para a formalização da parceria, a instituição deverá apresentar seu Estatuto contendo, além das exigências descritas nos Arts. 53 a 69 da Lei 10.406/02, as seguintes previsões: Objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social; Que em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a outra pessoa jurídica, de igual natureza, que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta; Que a escrituração seja de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade.

A constituição de um Conselho Fiscal não será mais exigência para formalização de parceria, embora seja um importante instrumento de controle e transparência da instituição e gestão de recursos públicos. O novo texto da lei mudou também a exigência de tempo de existência da instituição, escalonando os períodos conforme a esfera governamental. A instituição deverá comprovar sua existência por meio do registro do CNPJ, sendo exigido: 01 ano de existência para parcerias firmadas com o município; 02 anos de existência para parcerias firmadas com o estado; 03 anos de existência para parcerias firmadas com a união. O texto inicial da lei, aprovado em 2014, previa a obrigatoriedade de apresentar um Regulamento de Compras e Contratações formulado pela própria instituição, para normatizar os procedimentos utilizados para o uso dos recursos do projeto, incluindo contratação de fornecedores e de pessoal. Embora esse documento não seja mais exigido, ele é uma ferramenta valiosa na organização da gestão institucional, garantindo a transparência e a segurança durante a execução e prestação de contas. Plano de Trabalho O plano de trabalho é item obrigatório a ser apresentado pela organização na participação do chamamento público, ou até mesmo nos casos de dispensa e inexigibilidade, norteará todas as atividades e metas durante a execução do projeto. A nova redação da lei simplificou as exigências na apresentação do plano, sendo necessárias: Descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou projetos e metas; Descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados;

Previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos projetos abrangidos pela parceria; Forma de execução das atividades, dos projetos e das metas a eles atreladas; Definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas. O plano de trabalho deverá conter todas as despesas do projeto, incluindo pagamento de pessoal e todas as despesas decorrentes como alimentação, transporte, FGTS, férias, décimo terceiro, verbas rescisórias e demais encargos tributários e trabalhistas, podendo ser uma contratação prevista ou um empregado já contratado pela instituição. É aceito o pagamento de salário, benefícios e reflexos por rateamento de despesas com outros projetos, desde que comprovada documentalmente a atuação. O novo texto da lei excluiu a limitação de 15% para custos indiretos do projeto, sendo necessário apenas sua descriminação no plano de trabalho. Os custos indiretos poderão ser apresentados, cabendo ao edital limitar ou à Comissão avaliar sua viabilidade. A organização poderá propor um projeto com atuação em rede que será formalmente reconhecida pela a administração pública, para a realização de um projeto, na qual a instituição celebrante mantém integral responsabilidade pelo termo de fomento ou colaboração. A celebrante deverá possuir mais de cinco anos de existência comprovada em CNPJ e demonstrar capacidade técnica e operacional para supervisionar e orientar diretamente a atuação da rede. Despesas do Projeto Em regra, todo o pagamento realizado pela instituição no âmbito do projeto deverá ser mediante crédito na conta bancária de titularidade dos fornecedores e prestadores de serviços, podendo ser realizado em espécie, sem limitação de valor, em caso de demonstração da impossibilidade física de pagamento mediante transferência eletrônica.

Monitoramento e Prestação de Contas O monitoramento do projeto será realizado pela administração pública gestora do termo, verificando o cumprimento das atividades e metas executadas. Os relatórios oriundos dessa avaliação serão submetidos à Comissão de Monitoramento e Avaliação que homologará, independente da prestação de contas devida pela instituição. Comissão de Monitoramento e Avaliação é órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas com organizações da sociedade civil mediante termo de colaboração ou termo de fomento, constituída por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública. Da mesma forma que a Comissão de Seleção, o texto inicial da lei garantia pelo menos 2/3 de servidores efetivos ou permanentes, o que assegurava de forma mais eficaz a imparcialidade das decisões, independente de mudanças políticas. A prestação de contas deverá ser feita com observância das regras contidas na lei 13.019/14, além de prazos e normas de elaboração constantes no instrumento de parceria e no plano de trabalho. A Lei determina que será realizada prestação de contas simplificada sem limite de valores, cabendo à administração pública regulamentar limites e procedimentos a serem adotados nesse caso. Além disso, a lei prevê a prestação de contas parcial para projetos com tempo de execução superior a 01 ano e a utilização de uma plataforma eletrônica que permita a visualização por qualquer interessado da prestação de contas e todos os atos que dela decorram, sendo que, municípios com menos de 100 mil habitantes poderão utilizar outros meios convenientes de prestação de contas. Para fins de demonstração da origem dos documentos anexados a prestação de contas, a instituição deverá manter sob sua guarda, todos os documentos pelo prazo mínimo de 10 anos.

Disposições transitórias As parcerias realizadas entre a administração pública e a instituição com data anterior a vigência da lei permanecerão inalteradas até o término de sua vigência, sendo regidas pela legislação da época de sua celebração, sem prejuízo da aplicação subsidiária desta Lei, naquilo em que for cabível, desde que em benefício do alcance do objeto da parceria. Não poderá haver prorrogação após a vigência da Lei, exceto no caso de atraso na liberação de recursos por parte da administração pública, limitado ao período equivalente ao atraso. As parcerias firmadas por prazo indeterminado ou prorrogáveis por período superior ao inicialmente estabelecido, no prazo de até um ano após a data da entrada em vigor da Lei, serão, alternativamente substituídas pelo Termo de Cooperação ou Fomento, conforme o caso ou rescindido unilateralmente pela administração pública. Outras Alterações A lei 13.204/2015 alterou também o texto de outras leis, sendo que as principais mudanças foram: Revogação da Lei 91/1935 - Utilidade Pública Federal, que passa a não existir a partir da vigência da lei 13.019/2014. Essa revogação não veio acompanhada de nenhuma regra de transição, sendo que, a princípio, presume-se que não haverá qualquer procedimento a ser adotado pelas instituições que possuem o título. Ampliação dos benefícios fiscais para as organizações da sociedade civil independentemente de qualquer certificação para receber doações de empresas, até o limite de 2% (dois por cento) de sua receita bruta, receber bens móveis considerados irrecuperáveis, apreendidos, abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e distribuir ou prometer distribuir prêmios, mediante sorteios, vale-brindes, concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de arrecadar recursos adicionais destinados à sua manutenção ou custeio.