EDUCAÇÃO DISCIPLINAR: A OBEDIÊNCIA COMO VIRTUDE SOCIAL

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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTE CURSO DE PEDAGOGIA ANDREIA CONTRIGIANI DE SOUZA EDUCAÇÃO DISCIPLINAR: A OBEDIÊNCIA COMO VIRTUDE SOCIAL MARINGÁ 2013

ANDREIA CONTRIGIANI DE SOUZA EDUCAÇÃO DISCIPLINAR: A OBEDIÊNCIA COMO VIRTUDE SOCIAL Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, apresentado pela aluna ANDREIA CONTRIGIANI DE SOUZA ao Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, da Universidade Estadual de Maringá, como um dos requisitos para a obtenção da Licenciatura em Pedagogia, orientado pela Profª. Drª. TEREZINHA OLIVEIRA. MARINGÁ 2013

ANDREIA CONTRIGIANI DE SOUZA EDUCAÇÃO DISCIPLINAR: A OBEDIÊNCIA COMO VIRTUDE SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso TCC, apresentado ao Curso de Pedagogia, como requisito parcial para cumprimento das atividades exigidas na disciplina do TCC. Orientação: Profª. Drª. Terezinha Oliveira Aprovado em / / BANCA EXAMINADORA Profª Drª. Terezinha Oliveira DFE/ UEM Prof. Ms. Rafael Henrique Santin NEAD/ CESUMAR Prof.ª. Ms. Natalina Francisca Mezzari Lopes DFE/ UEM

4 EDUCAÇÃO DISCIPLINAR: A OBEDIÊNCIA COMO VIRTUDE SOCIAL Andreia Contrigiani de Souza 1 Terezinha Oliveira 2 RESUMO O objetivo deste trabalho é analisar uma Questão da Suma Teológica, de Tomás de Aquino. Está questão trata da Obediência (q. 104, II-II), que se refere aos comportamentos para a convivência social dos homens no século XIII. Esse comportamento tornou-se essencial para os homens daquela época. Ao estudarmos essa questão verificamos que nos tempos atuais, a educação disciplinar é um problema para o convívio social. Na história social entende-se que a maneira de viver que determina e transforma o homem em uma pessoa civilizada. Com o estudo de outros tempos históricos entendemos que tudo o que existe nas relações sociais não é natural, mas fruto das ações humanas. Desse modo, veremos a virtude da obediência como ações/comportamento humano. Palavra chave: Tomás de Aquino. Obediência. História da Educação Medieval. Disciplina DISCIPLINARY EDUCATION: OBEDIENCE AS SOCIAL VIRTUE ABSTRACT The objective of this study is analyzing a 'Question' the Suma Teológica of Tomás Aquino. The question comes of Obedience (Q.104 - II-II), which refers to the behaviors of men in the thirteenth century. This behavior has become essential for men of that time. In studying this question we found that in current times, the disciplinary education is a problem for social interaction. In social history means that the way of life that determines and transforms man into a civilized person. With the study of other historical times we understand that everything that exists in social relations is not natural but the result of human actions. Thus, we see the virtue of obedience as actions / human behavior. Keyword: Tomás de Aquino. Obedience. History of Medieval Education. Discipline 1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). E-mail: andreia.contrigiani@gmail.com 2 Professora do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

5 1 INTRODUÇÃO A obediência é uma palavra que, atualmente, remete à ações enfadonhas, por um lado, ou a comportamentos morais, por outro obedeça os costumes da família, obedeça seus pais etc. No entanto, entendemos que seja preciso considerar a obediência de maneira mais profunda, como virtude social fundamental para a organização da sociedade e para a formação humana. Por isso, o propósito deste trabalho é refletir sobre o conceito de obediência estabelecido por Tomás de Aquino enquanto um preceito educativo essencial que envolve o problema da (in) disciplina. A obra que estudamos para desenvolver este trabalho, a Suma Teológica, é um manual direcionado aos alunos da Faculdade de Teologia que pretende reunir, de maneira precisa e objetiva, todas as questões pertinentes para a formação do teólogo medieval. Assim, ela está dividida em três partes, sendo que a segunda parte está dividida em duas seções. Os conteúdos estão organizados à maneira do método da disputatio, pelo qual mestres e alunos conduziam as aulas na Universidade Medieval. A disputatio representou, para a educação do século XIII, a principal forma de ensinar e de aprender. Essa prática estruturava-se da seguinte forma: o mestre propunha um tema e, em seguida, houve os argumentos dos presentes; em seguida, ouvia os argumentos daqueles que se opunham às teses dos primeiros; depois, o próprio mestre discorria sobre o tema e as ideias já expostas, considerando o mérito dos posicionamentos já tomados; por fim, quando a síntese magistral exigia comentários aos argumentos, o professor respondia-os individualmente (NUNES, 1979). Podemos observar que a disputa caracterizava-se como um processo dinâmico de ensino e aprendizagem. Na Suma Teológica, os temas assumem a denominação de Questões que se subdividem, por sua vez, em Artigos. Para os limites deste trabalho, analisamos a Questão 104 da segunda seção da segunda parte, que trata da obediência enquanto virtude social. Por meio da reflexão acerca das concepções de Tomás de Aquino sobre essa virtude, procuramos extrair lições do mestre dominicano para pensarmos a relação entre professores e alunos nas instituições escolares contemporâneas, cujas nuanças causam perplexidade e questionamento em educadores e exigem respostas precisas e equilibradas.

6 Para compreendermos as ideias tomasianas, estudamos também obras de autores que se dedicaram à Idade Média, como Marc Bloch, Jean Lauand, Terezinha Oliveira, dentre outros. Também elegemos alguns dos autores que trata da questão da disciplina e da indisciplina na sociedade e na escola, especialmente Aquino (1996) e Vasconcellos (1956), pois entendemos que o estudo da obediência em Tomás de Aquino remete a um problema bastante importante da educação contemporânea: a disciplina/indisciplina. Como aporte teórico e metodológico, elegemos a história social, principalmente por meio das ideias de Marc Bloch. Na obra Apologia da Historia ou O Ofício de Historiador, Bloch (2000) afirma que o objeto da história não são os fatos do passado, mas sim os homens em sociedade: A história é busca, portanto escolha. Seu objeto não é o passado: A própria noção segundo qual o passado enquanto tal possa ser objeto de ciência é absurda. Seu objeto é o homem, ou melhor, os homens, e mais precisamente homens no tempo (BLOCH, 2000, p. 24). O autor compreende que o tempo é o meio e a realidade concreta da historia, ou seja, o historiador nunca deixa de lado o que existe ou já existiu, no entanto o presente bem referenciado e definido é que dá início ao processo fundamental do ofício de historiador, podendo compreender o presente pelo passado e também compreender o passado pelo presente. O historiador, enquanto sujeito que vive num determinado tempo, é ele próprio determinante para seu ofício. Em outra obra, intitulada A história, os homens e o tempo, Bloch (2002) evidencia que o homem é o sujeito da sua história e de que a história não pode ser apenas vinculada aos fatos, aos relatos, às datas. Existe um novo método para os historiadores que se dá por meio da interdisciplinaridade entre as ciências, da problematização e da crítica. Por fim, Bloch (2000; 2002) afirma que ser um historiador é envolver-se com a realidade de seu tempo sem deixar de lado o passado, pois é nele que estão as raízes do conhecimento sobre os homens e a sociedade.

7 2 A OBEDIÊNCIA PARA TOMÁS DE AQUINO Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Roccasecca. Iniciou seus estudos aos cinco anos, em Monte Cassino. Aos quatorze foi matriculado no studium generale de Nápoles, onde teve o primeiro contato com obras aristotélicas e com a Ordem Dominicana, na qual ingressou aos 19 anos, mesmo contra a vontade de sua família. Foi aluno e professor também em Paris, centro cultural da cristandade medieval. Ele representa segundo Oliveira (2005) o apogeu do pensamento escolástico, pois por meio de sua obra promoveu uma relação equilibrada entre razão e fé duas naturezas de conhecimento distintas e complementares. Ao lermos Tomás de Aquino, observamos que a questão envolvendo as relações sociais vai além do campo da obediência, pode ser entendida também como uma forma de conduzir e organizar a sociedade em prol do bem comum. Tomás de Aquino diz que bem é o objeto do apetite, do desejo dos homens. O bem apetece porque possui uma perfeição, capaz de atrair. Assim, o bem é o fim buscado pelo agente (aquele que age) porque é atraído por ele. Assim, o bem comum tem como objetivo uma aprovação do indivíduo na sociedade de acordo com a lei moral (ST, I, q. 5, a. 1). Procuramos entender a palavra obediência 3, à luz das ideias tomasianas, como um comportamento que regula as relações sociais, pois na medida em que um sujeito obedece a outro, gera-se uma relação de respeito e de coletividade. Em contrapartida, quando há desobediência, passa a vigorar entre os homens comportamentos indisciplinados, em qualquer espaço social notadamente na escola. Tomás de Aquino afirma que [...] aquele que obedece é movido pela ordem daquele a quem obedece, como as coisas naturais são movidas por seus motores. Ora, assim como Deus é o primeiro motor de todas as coisas que se movem na natureza, é também o primeiro motor de todas as verdades, conforme já ficou demonstrado. Por conseguinte, assim como todas as coisas da natureza estão necessariamente submetidas à força da moção divina, da mesma forma, todas as vontades são obrigadas a obedecer ao império divino por uma necessidade de justiça. (ST, II-II, q. 104, a. 4). 3 Termo que designa um comportamento que é condicionado pela autoridade externa ao sujeito e que se repetem em função do receio pelos castigos, gosto pelas recompensas ou, simplesmente, aceitação refletida de instruções e normas que visam o bem de todos.

8 Nesta passagem, Tomás de Aquino esclarece a natureza da obediência, explicando que aquele que obedece segue a ordem daquele a quem obedece. A obediência segundo a ordem não significa, aqui, uma submissão à determinados pressupostos que definem o autoritarismo, mas sim um posicionamento consciente diante da organização em que se vive. A sociedade desenvolve-se por meio da ordem e não por meio da desordem. Por isso, o sujeito obediente é aquele que reflete, analisa e pondera o sujeito que se reveste de autoridade. É, portanto, uma ação inteligente e pressupõe o conhecimento. É neste contexto que mestre Tomás apresenta a obediência, como algo fundamental tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Para o teólogo, a virtude da obediência é uma condição de existência que abrange os mais elevados níveis, constituindo o conjunto de todas as qualidades essenciais do homem, tornando-o bom, sóbrio, trabalhador, caridoso e modesto qualidades de um homem virtuoso. Ele considera a obediência como a vontade do homem disposta a fazer a vontade do outro, a saber, daquele que manda (ST, II-II, q. 104, a. 2). A obediência é a qualidade de hierarquia a fim de manter a disciplina de uma sociedade na qual cada um é responsável pelos seus atos. O homem é um ser social como precisa estar em constante contato com seus semelhantes, sendo que um completa o outro. Para compreender melhor a obediência, o homem precisa reconhecer o lugar que ele ocupa na sociedade e qual a sua importância para o convívio social. Para Oliveira (2011), a obediência é um comportamento condicionado pela autoridade externa ao sujeito e que se repetem em função do receio pelos castigos, gosto pelas recompensas ou, simplesmente, aceitação refletida de instrução e normas que visam o bem de todos. Consequentemente, a obediência é uma virtude especial tendo por objeto um princípio expresso que está no intelecto do homem. Ao nos referirmos a obediência como uma virtude especial, significa que de acordo com Tomas de Aquino, a obediência a um superior é um dever de acordo com a ordem divina estabelecida no universo. O que chama atenção é que a obediência é a virtude pela qual se reconhece, pela ordem do direito natural e do divino, a retidão e a excelência do mando de uma autoridade superior (ST, II-II, q. 104, a. 1). Nessa perspectiva, a obediência não é fazer o que os outros querem, mas, num processo de discernimento, sempre buscar juntos o melhor caminho para o

9 convívio social. É necessário senso crítico e vontade de transformações efetivas. Quando se trata da obediência dentro das escolas, é preciso discernimento para que a autoridade exercida pelos que carecem exercê-la contribua para a emancipação das consciências e promoção da maturidade, sem domesticar as pessoas. Na relação entre professor e aluno, por exemplo, o segundo obedece ao primeiro não porque necessita submeter-se ao seu poder, mas porque o aluno (aquele que não conhece e precisa conhecer) necessita do professor (aquele que conhece e deve ensinar) para chegar ao conhecimento. A obediência é, por conseguinte, uma virtude necessária para o desenvolvimento de sujeitos inteligentes e livres, compondo o complexo escopo de potências, atos e hábitos pelos quais o homem se desenvolve como ser racional. A exigência da obediência dá-se porque ela é uma virtude social e se justifica por causa de exigência de bem comum, de ordem pública, de cooperação entre os homens, como respeito às hierarquias constituídas, sendo condição para que haja uma ordem social entre os homens. 3 A (IN) DISCIPLINA NO MEIO ESCOLAR Para analisarmos a questão da (in) disciplina, destacamos os artigos Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas (1996) e A indisciplina e a escola atual, de Júlio Groppa Aquino (1998), e Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola, de Celso dos Santos Vasconcellos (1956). Esses estudiosos apontam para a percepção e a falta de obediência que ocasiona a violência, o desrespeito e a falta de autoridade. Por isso, retomamos também os escritos de Tomás de Aquino, a fim de compreender suas ideias acerca da obediência e extrair delas lições para lidarmos com nossos próprios problemas. Aquino (1998) afirma, ao tratar da indisciplina, que não podemos considerá-la somente no contexto da educação escolar. Nós precisamos observá-la como um comportamento que o indivíduo apresenta em outras instituições e grupos aos quais pertence. Assim, a indisciplina não é algo exclusivo da relação entre professores e alunos, é uma forma de agir de alguns indivíduos e que também se manifesta na

10 escola. Trata-se de algo que prejudica a organização do ensino e, por conseguinte, os objetivos da educação. A indisciplina parece ser uma resposta clara ao abandono à habilidade das funções docentes em sala de aula, porque é só a partir do seu papel evidenciado corretamente na ação em sala de aula que os alunos podem ter clareza quanto ao seu próprio papel, complementar ao do professor (AQUINO, 1998, p. 8). Dessa forma, o autor menciona que com a desordem em sala de aula, tornase impossível alcançar os objetivos do ensino e da aprendizagem. Cabe a cada professor estabelecer ou negociar regras entre o grupo, pois considerando que a educação escolar é, além de direito do cidadão e dever do Estado e da família, um meio fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, é preciso que a escola cumpra sua finalidade, sob pena de ser prejudicial à civilização. A indisciplina demonstra de alguma maneira, um formato de desobediência arrogante, tanto pela desordem dos comportamentos, quanto pela desorganização no ambiente escolar e também na sociedade. A desobediência aos pais, professores, enfim, o desrespeito a regras estabelecidas pela sociedade, vai moldando os homens a fim de não mais corresponder ao modelo de comportamento que se julga correto para garantir a ordem no seio familiar, na escola ou mesmo em quaisquer outras instituições. O padrão de comportamento humano tem influência nas atitudes e a abrangência dos nossos valores, a relação com as pessoas depende da nossa capacidade de perceber adequadamente o comportamento e a experiência do outro. A indisciplina seria, talvez, o inimigo número um do educador atual, cujo manejo as correntes teóricas não conseguiriam propor de imediato, uma vez que se trata de algo que ultrapasse o âmbito estritamente didático-pedagógico, imprevisto ou até insuspeito no ideário das diferentes teorias pedagógicas. (AQUINO, 1996, p. 40). Para Aquino (1996), a indisciplina na sala de aula é inimiga numero um do educador, constituindo-se como uma das mais prementes preocupações de intelectuais e profissionais da educação. A indisciplina é, muitas vezes, tratada com autoritarismo, com ameaças e punições, mas os educadores não são os únicos responsáveis pelos atos indisciplinados. Destacamos que a sociedade e o ambiente familiar em que o aluno vive servem de exemplo para direcionar e influenciar a sua conduta na escola. Nesse

11 contexto, a disciplina dos alunos torna-se fator indispensável para a instituição escolar, sabendo que sua finalidade é educativa. O desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem precisa ser satisfatório qualificado, permitindo ao aluno a obtenção das habilidades e conhecimentos essenciais para eles enquanto sujeitos de uma determinada sociedade, de um determinado tempo. Para Vasconcelos (1995), os alunos necessitam ser sempre orientados a aprimorar e adquirir valores, assim como dominar os impulsos, respeitar as regras e os limites, ter responsabilidade e ser comprometido com os compromissos da vida pessoal, escolar e familiar, entre outros. [...] não se trata simplesmente de transmitir determinados conteúdos socialmente acumulados pela humanidade: trata-se, além disso, de inserir o sujeito no processo civilizatório, bem como na sua necessária transformação tendo em vista o bem comum (VASCONCELLOS, 1995, p. 33). É importante proporcionar ao aluno uma educação de conscientização, levando-o a perceber que a sociedade está em constante mudança e que precisam acompanhá-las, buscando o aprimoramento pessoal e também o desenvolvimento da sociedade. Nesse sentido a disciplina se constrói pela interação com os outros e com a realidade, os homens se disciplinam em comunhão, fazendo da disciplina condição indispensável para um trabalho coletivo de aprendizagem. De acordo com Aquino (1996), o processo do desenvolvimento moral e, também, a construção da disciplina, dependem de ambientes organizados de acordo com determinado princípios: Esse nível de desenvolvimento ideal de autonomia moral dificilmente poderá ser alcançado por sujeitos que vivam constantemente em ambientes de coação e respeito unilateral, uma vez que esse tipo de relação é irredutível à moral do bem. Somente poderão construí-lo lentamente (como possibilidade) os indivíduos que tenham oportunidade de estabelecer relações interindividuais com base na cooperação, na reciprocidade e no respeito mútuo. (Aquino 1996, p. 110). Deste modo, a disciplina é promovida a partir das relações entre os indivíduos, da cooperação, da reciprocidade e do respeito mútuo. Esses pressupostos não são exclusivos de uma ou outra instituição, mas faz parte do cotidiano dos homens, tanto na escola quanto na família.

12 No entanto, a escola e a família exercem papéis distintos no processo educativo. O papel da família é, tradicionalmente, a transmissão de valores morais, estabelecendo as bases da convivência com os outros, a transmissão da história, tradições, valores e costumes familiares, a construção das virtudes e da moral familiar e o ensinamento de princípios éticos. A escola, porém, tem o papel de transmissão do conhecimento histórico, social e moral (AQUINO, 1998). A formação moral e intelectual do ser humano se constitui em um longo processo e dessa forma, o ser humano cresce e constrói o seu ser. Cada um respeita suas diferenças e trata cada individuo conforme sua necessidade, pois, assim como a vida, o processo de ensino-aprendizagem é marcado pelo prazer. O respeito com os outros permitirá ao individuo a construção de sua autonomia. Os motivos da indisciplina são vários, habitualmente ocorrem no âmbito escolar, e também se originam em outros ambientes relacionados à realidade do aluno. A falta de autoridade e de limites imposta pelas famílias reflete na escola. E fica evidenciado que existem muitos desafios para a escola/professor em transmitir conhecimento aos alunos. Dessa forma, tanto a escola quanto a família encontram dificuldades para educá-los, pois vivemos em uma época na qual os valores éticos e morais estão sendo perdidos. A família nem sempre conseguem impor limites aos seus filhos, e esses filhos/alunos chegam à escola sem entender os princípios básicos de como o respeito ao próximo, a necessidade de respeitar as regras, tanto da sociedade como da escola. Os professores nem sempre estão preparados para lidar com esses alunos. Repetindo: se a culpa é da relação social, é necessário transformalá, na escola e na sala de aula. Criar uma nova relação educacional entre os agentes da comunidade. É esta nova relação que vai gerar novos homens. A participação alienada e passiva deve-se, pois, opor a participação consciente e interativa, numa coletividade organizada. (VASCONCELLOS, 1956, p. 41). Portanto a coletividade é vista como principal instrumento de construção de individualidade. Se a realização da humanidade das pessoas acontece somente quando elas sentem que contribuem para a construção da felicidade coletiva, a felicidade não pode ser encarada como um bem individual. Nesse sentido, a construção de coletividade onde estas relações se transformam, não pode ter um caráter embrutecerdor, mas ser promovida pelo respeito e pela tolerância. Dessa

13 maneira, acredita-se que a formação de indivíduos participantes, ativos e responsáveis é mais eficaz. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O ato de educar pressupõe, minimamente, as ações do professor e as ações do aluno. Ambos precisam relacionar-se de maneira satisfatória e organizada para que o processo se dê de maneira eficaz tanto para professores quanto para os estudantes. O domínio do conhecimento específico por parte do docente, bem como habilidades didáticas, é essencial para ministrar boas aulas, preparar avaliações produtivas e auxiliar os alunos a amadurecerem. Por parte do aluno, exige-se atenção, dedicação e interlocução com o professor. O estudo da Questão 104 da Suma Teológica de Tomás de Aquino nos leva a pensar que a obediência é parte desse processo. Com efeito, para um bom aproveitamento na educação escolar, é preciso que haja obediência dos alunos ao professor que, por sua vez, exercer a autoridade de maneira sistemática, organizada e, sobretudo, ética. Obedecer segundo a ordem natural, na perspectiva tomasiana, significa aceitar a autoridade de maneira livre, isto é, entendendo que o que está a acontecer é bom e necessário para o desenvolvimento individual e coletivo. Precisamos, portanto, repensar não somente as concepções acerca da obediência e da disciplina, mas também promover mudanças práticas, nas ações diárias que tomamos diante dos alunos. O estudo de autores que trataram, no passado, de temas que são caros ao homem enquanto ser inteligente e social nos move para o conhecimento, mas também mover para a ação. Para encerrarmos a nossa análise sobre a questão da obediência em Tomas de Aquino, entendemos que os autores contemporâneos que trouxemos para o debate, tal como o mestre dominicano no seu tempo, manifestam suas preocupações e soluções para problemas que afligem os homens. Aquino (1996; 1998), Vasconcellos (1956; 1995; 2004a; 2004b) e Oliveira (2013a; 2013b), olham para a educação a fim de cumprir verdadeiramente a formação dos alunos para o exercício da cidadania nas relações sociais.

14 Concluímos que o educador precisa instrumentalizar-se, preparar-se para exercer sua autoridade com competência, a fim de contribuir para o crescimento dos alunos e, por conseguinte, da sociedade. Além disso, não podemos deixar de lado um olhar totalizante para a o trabalho pedagógico, uma vez que dessa forma podemos entender a profissão docente como parte de uma totalidade. Vale ressaltar, por fim, que ao mesmo tempo em que a prática docente é influenciada pela sociedade, ela também promove mudanças. REFERÊNCIAS AQUINO, Julio Groppa (Org). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 3. ed. São Paulo: Summus, 1996. AQUINO, Julio Groppa. A Indisciplina e a Escola Atual. Rev Fac. Educ. São Paulo, vol.24 n.2, Jul/Dez.1998. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 15 jul. 2013. AQUINO, Tomás. Sobre o ensino (De magistro), os sete pecados capitais. Tradução de L. J. Lauand. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. AQUINO, Tomás. Questão 104 Obediência. In:. Suma Teológica. São Paulo: Editora Loyola, 2002. Sessão II Parte II, v. VI. BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. NUNES, Ruy Afonso da Costa. Capítulo IX A escolástica. In:. História da Educação na Idade Média. São Paulo: Edusp, 1979, p. 243-286. OLIVEIRA, Terezinha. Escolástica. São Paulo: Editora Mandruvá, 2005. OLIVEIRA, Terezinha. Intelectuais e educação no século XIII: Tomás de Aquino e Boaventura. SHBE: Intelectuais, pensamento social e educação UEM, Maringá. Disponível em: http:<//www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe4/individuaiscoautorais/eixo06/terezinha%20oliveira%20-%20texto.pdf> 15. Acesso em: 15 jul. 2013a. OLIVEIRA, Terezinha. Notandum: A Importância da leitura de escritos tomasianos para a formação docente. Editoração eletrônica: Hugo Alex da Silva, S. Paulo/Porto Ano XII N. 21 p. 75-83 Set/dez 2009. Disponível em: <http://www.hottopos.com/notand21/notandum21.pdf>. Acesso em: 15 de jul. 2013b.

15 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. 2. ed. São Paulo: Libertad, 1956.. VASCONCELLOS, Celso Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1995.. VASCONCELLOS, Celso Santos. (In) Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 2004a. VASCONCELOS, Mário Sérgio. Afetividade, Cognição e Resolução de Conflitos no Espaço Educativo. Temas em Educação III. Curitiba: Futuro, p. 135 143, 2004b.