CRESCIMENTO DE MUDAS DE GENÓTIPOS DE MANGABEIRA (Hancornia speciosa GOMES) EM DIFERENTES SUBSTRATOS

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Transcrição:

CRESCIMENTO DE MUDAS DE GENÓTIPOS DE MANGABEIRA (Hancornia speciosa GOMES) EM DIFERENTES SUBSTRATOS INTRODUÇÃO O Nordeste Brasileiro abriga uma considerável diversidade de espécies frutícolas tropicais de alto valor comercial, além de apresentar um clima favorável para o cultivo. Dentre essas espécies, a mangabeira (Hancornia speciosa, Gomes), tem despertado enorme interesse nos setores agroindustrial e farmacêutico (LOBO et al., 2008). A exploração desta fruteira nativa tem se destacado como uma importante atividade geradora de emprego e renda para comunidades que residem nas regiões de tabuleiros e baixadas litorâneas do Nordeste, região na qual, esta espécie é encontrada em abundância e, segundo Sousa et al. (2005) é responsável por quase a totalidade da produção nacional. Não obstante, suas potencialidades e importância na geração de renda, há necessidades de informações técnicas para o planejamento dos novos sistemas de produção, principalmente, no que concerne a fase de produção de mudas, com a combinação de genótipos ideais, associado à composição do substrato, proporcionado, assim, mudas mais vigorosas e resistentes ao transplantio. O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes composições de substratos no crescimento de mudas de diferentes genótipos de mangabeira, sob condições de viveiro protegido. MATERIAL E MÉTODOS Teresina, PI. O experimento foi conduzido, de março a setembro de 2006, na Embrapa Meio Norte, em

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com 3 repetições com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 6 x 10, com três repetições e parcela constituída de quatro plantas. Como tratamentos, foram avaliadas seis composições de substratos: 1. Areia (90%) + Esterco Curtido (EC-10%) + Osmocote (1,0 g L -1 ); 2. Terra Vegetal (TV) + Osmocote (1,0 g L -1 ) + Superfosfato Simples (SS-1,5 kg m -3 ); 3. TV (50%) + Casca de Arroz Carbonizada (CAC- 50%) + SS (1,5 kg m -3 ); 4. TV (80%) + Fibra de Coco (FC 20%) + SS (1,5 kg m -3 ); 5. TV (75%) + CAC (25%) + SS (1,5 kg m -3 ); 6. TV (75%) + FC (25%) + SS (1,5 kg m -3 ) e 10 genótipos (E-SPA, E-IAA, E-IAA2, E-FCPS, E-KTS, E-TBS, E-ASM, E-CFOF, E-MBN e E-IBM) provenientes da coleção de germoplasma da Empresa Paraibana de Pesquisa Agropecuária (EMEPA). Em viveiro telado, com 50% de sombreamento, as sementes dos genótipos de mangabeiras foram semeadas em bandejas de isopor de 72 células em substratos contendo areia lavada, com o intuito de não interferir na nutrição das mudas. Cerca de 60 dias após a germinação, as plântulas foram repicadas para os respectivos substratos em avaliação. Os substratos foram acondicionados em recipientes bem drenados de polietileno preto, nas dimenções de 15 x 28 cm, com capacidade para 4,0 dm 3. O suprimento hídrico para as mudas foi realizado diariamente, no período matutino, com microaspersores de vazão de 3,5 L h -1. As avaliações foram efetuadas aos 180 dias após o transplantio das mudas para os substratos, sendo avaliado o crescimento de mudas em diferentes substratos. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F para diagnosticar os efeitos dos tratamentos, com médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os maiores resultados em alturas de mudas de mangabeiras foram verificadas com a utilização dos substratos 4 e 3, sendo que o substrato 6 promoveu uma menor altura (Tabela 1). Dias et al. (2009), observaram que o substrato que proporciona maior crescimento e composição mineral mais equilibrada nas mudas de mangabeira deve ser constituído por 14% de esterco, 56% de terra vegetal, 15% de fibra de coco, 15% de areia e 4 g dm -3 de superfosfato triplo. No caso do substrato 3, possivelmente esse incremento no crescimento em altura das mudas se deva ao fato da utilização da casca de arroz carbonizada. Segundo Puchalski e Kämpf (2000), a casca de arroz carbonizada possui espaço de aeração superior a 42% e porosidade total acima de 80%, características ideais para substratos utilizados em recipientes com pequeno volume. TABELA 1. Valores médios para efeitos de substratos, genótipos e interação substrato x genótipo na altura de plantas de mudas de mangabeira (Hancornia speciosa, GOMES), 180 dias após a germinação, avaliadas sob condições de viveiro protegido.

Genótipo Substrato 1 Média C.V. (%) 1 2 3 4 5 6 E-IAA 28,59Aba 24,18Bab 35,23Aa 27,03Bc 24,65Ba 23,04Bab 27,12 13,85 E-ASM 27,92ABab 23,26Bab 28,79Abc 31,59Aab 26,69ABa 16,87 Cb 25,85 16,16 E-TBS 27,66ABabc 26,02BCa 27,78ABbc 29,74Aabc 23,84CDa 20,90Dab 25,99 12,98 E-MBN 24,71Bbcd 24,02Bab 26,94Bbc 32,91Aa 24,92Ba 19,22Cb 25,45 15,67 E-IBM 24,40BCbcd 25,15BCab 30,70Aab 28,25ABbc 24,20BCa 22,40Cab 25,85 15,95 E-KTS 24,11ABcd 23,97ABab 25,74ABc 28,60Abc 22,11Ba 26,02ABa 25,09 17,28 E-IAA2 23,86BCDd 24,52BCab 28,53Abc 25,63Bc 22,20CDa 21,77Dab 24,42 11,50 E-CFOF 23,64Bd 23,48Bab 27,70Abc 28,12Abc 25,15ABa 22,53Bab 25,10 12,80 E-SPA 22,57Ad 25,31Aa 27,01Abc 26,50Ac 22,89Aa 17,06 Bb 23,56 16,07 E-FCPS 22,05ABd 20,77Bb 30,87Aab 28,76ABabc 24,81ABa - 25,45 20,10 C.V. (%) 10,61 13,80 12,87 11,03 15,62 23,71 - - Média 24,95 24,07 28,93 28,71 24,15 21,09 - - Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; 1 Substratos: 1 = Areia 90% + Esterco Curtido 10% + Osmocote 1,0 g L -1 ; 2 = Terra Vegetal + Osmocote 1,0 gl -1 + Superfosfato Simples 1,5 kgm -3 ; 3 = Terra Vegetal 50% + Casca de Arroz Carbonizada 50% + Superfosfato Simples 1,5 kgm -3 ; 4 = Terra Vegetal 80% + Fibra de Coco 20% + Superfosfato Simples 1,5 kgm -3 ; 5 = Terra Vegetal 75% + Casca de Arroz Carbonizada 25% + Superfosfato Simples 1,5 kgm -3 ; e 6 = Terra Vegetal 75% + Fibra de Coco 25% + Superfosfato Simples 1,5 kgm -3 ). À exceção do genótipo E-KTS, o substrato 6 proporcionou as menores médias de altura de plantas. Como provável causa do comportamento negativo do substrato 6 na altura de plantas de mangabeira (H. speciosa), pode ser atribuído pelo maior percentual de fibra de coco nesse substrato, em razão da relação C/N elevada neste tipo de material orgânico, possibilitando, na sua decomposição e mineralização iniciais, que o N não seja disponibilizado às plantas devido à sua utilização na atividade da biomassa microbiana, pode ser o responsável pelo menor crescimento das mudas em altura (MARCHNER, 2002; TAIZ; ZEIGER, 2009). Os substratos com o osmocote observaram-se crescimento inferior das mudas em altura inferior àqueles tratados com a casca de arroz carbonizada e a fibra de coco, nas proporções de 50 e 20%, respectivamente, indicando uma possível contribuição desses materiais na melhoria física e química dos substratos. Em relação a genótipos de mudas de mangabeira os genótipos E-IBM e E-TBS, tiveram a melhor performance em relação a característica altura de plantas, ao passo que genótipo E-SPA apresentou a menor média em altura de plantas, sendo que não houve diferença para os demais genótipos estudos em relação a característica altura de plantas (figura 2). Independente do genótipo, Nogueira et al. (2003) observaram que os substratos contendo areia, autoclavada, solo natural coletado em pomar espontâneo da espécie e uma mistura de húmus, areia e terra vegetal na proporção de 2: 4: 4 (v/v/v) não influenciaram na altura de mudas. CONCLUSÕES

Os substratos, os genótipos de mangabeira (Hancornia speciosa, GOMES) de forma isolada, e conjuntamente, afetam o crescimento em altura. Os substratos contendo terra vegetal (50%) + casca de arroz carbonizada (50%) + superfosfato simples (1,5 kg m-3) e terra vegetal (80%) + fibra de coco (20%) + superfosfato simples (1,5 kg m-3) proporcionam as melhores condições para o crescimento de mudas de mangabeira(h. speciosa) BIBLIOGRAFIA DIAS, T. J.; PEREIRA, W. E.; CAVALCANTE, L. F.; SOUSA, V. F.; SOUZA, V. A. B. Mangabeira seedling mineral nutrition cultivated in substrates containing coconut fiber and fertilized with phosphorus. Revista Caatinga, v.22, n. 3, p. 191-201, 2009. LOBO, F. A.; CAMPELO JUNIOR, J. H.; RODRÍGUEZ-ORTÍZ, C. E.; LUCENA, I. C.; VOURLITIS, G. L. Leaf and fruiting phenology gas exchang of Mangabeira in response to irrigation. Brazilian Journal Plant Physiology, v. 20, n. 1, p. 1-10, 2008. NOGUEIRA, R. J. M. C.; ALBUQUERQUE, M. B.; SILVA JUNIOR, J. F. Efeito do substrato na emergência, crescimento e comportamento estomático em plântulas de mangabeira. Revista brasileira de Fruticultura, v. 25, n. 1, p. 15-18, 2003. MARCHENER, H. Mineral nutrition of higher plants. 4 ed. San Diego: Academic Press, 2002. 889p. PUCHALSKI, L. E. A.; KÄMPF, A. N. Efeito da altura do recipiente sobre a produção de mudas de Hibiscus rosa sinensisl. em plugs. In: KÄMPF, A. N.; FERMINO, M. H. (Eds.). Substrato para plantas: a base da produção vegetal em recipientes. Porto Alegre: Genesis, 2000. p. 209-215. SOUSA, C. S.; SILVA, S. A.; COSTA, M. A. P. C; DANTAS, A. C. V. L.; FONSECA, A. A.; COSTA, C. A. L. C.; ALMEIDA, W. A. B.; PEIXOTO, C. P. Mangaba: perspectivas e potencialidades. Bahia Agrícola, v. 7, n. 1, p. 29-31, 2005. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2009. 820p.