Título: AS MULHERES DE ARISTÓFANES PROFESSORA ANA MARIA CÉSAR POMPEU 07 de abril a 26 de maio de 2017: das 9h às 12h40 16 horas/aula. Local: sala do PPGLetras 07/04 Leitura e estudo de Lisístrata; 28/04 Leitura e estudo de Tesmoforiantes; 12/05 Leitura e estudo de Assembleia de Mulheres; 26/05 Seminários sobre a recepção das peças femininas de Aristófanes na atualidade. 1. Apresentação O minicurso As Mulheres de Aristófanes ampliará o público do Seminário Temático I que será ofertado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras PPGLetras da UFC, integrando ex-alunos de pós e alunos que já cursaram a disciplina com o mesmo nome e outro conteúdo, alunos e ex-alunos dos cursos de extensão do Núcleo de Cultura Clássica e alunos e ex-alunos da graduação em Letras e áreas conexas. 2. Justificativa e Contextualização A abordagem do feminino na comédia de Aristófanes é um importante registro da vida na Atenas dos séculos V e IV antes de Cristo que interessa a todos os estudiosos do mundo antigo. No Grupo de Estudos da Comédia Aristofânica GECA, as peças de Aristófanes são estudadas e traduzidas separadamente. O estudo das três comédias femininas do poeta possibilitará uma visão mais objetiva do tema através do tempo, pois Lisístrata e Tesmoforiantes são de 411 antes de Cristo, e Assembleia de Mulheres é de 392 antes de Cristo, já no século IV, e após o final da Guerra do Peloponeso. 3. Objetivos. 13.1. Geral O curso tem por objetivo oferecer ao aluno uma introdução ao tema do feminino na comédia de Aristófanes e ampliar sua inserção na cultura ateniense dos séculos V e IV antes de Cristo, através da leitura e estudo de Lisístrata, Tesmoforiantes e Assembleia de Mulheres. 13.2. Específicos 1. Identificar a mulher como protagonista nas três comédias de Aristófanes; 2. Reconhecer o ambiente da Guerra do Peloponeso com suas consequências nas duas primeiras peças e a ausência da guerra na terceira peça; 3.Identificar o poeta cômico na voz das protagonistas das três comédias e verificar sua evolução; 4. Reconhecer a composição e participação coral das peças. 4. Metas 1. Leitura e compreensão das três peças estudadas; 2. Releituras das peças na atualidade. 5. Metodologia / Atividade 1. Leitura e estudo das três peças em traduções brasileiras e portuguesas; 2. Preenchimento de fichas de leituras de cada peça; 3. Apresentação de seminários em grupos sobre a recepção das peças na atualidade. P ÁG. 1
6. Relação Ensino Pesquisa Extensão Os nossos alunos de graduação e da pós-graduação em Letras, Filosofia, Psicologia, História, entre outros, aprimoram-se nos estudos clássicos através da leitura dos textos antigos. E este curso em conjunto com os cursos e grupos de extensão em grego clássico, latim e mitologia greco-romana dará a oportunidade desse aperfeiçoamento. O curso de extensão ampliará a participação dos alunos de graduação, extensão e pós-graduação no Seminário Temático I do PPGLetras. Ademais a peça Assembleia de Mulheres será traduzida pelo Grupo de Estudos da Comédia Aristofânica GECA, do programa de extensão Núcleo de Cultura Clássica, a partir de 2017.1. 7. Indicadores de Resultados O crescente interesse dos alunos em iniciar pesquisa nos Estudos Clássicos já direcionadas para a pós-graduação, fundamentando-se no conhecimento linguístico e cultural do grego antigo. 8. Resumo da Ação de Extensão (Contendo os principais objetivos e os resultados alcançados e/ou esperados, em 10 a 15 linhas). O minicurso de extensão As Mulheres de Aristófanes ofertado em 16 horas/aula, às sextas-feiras, das 9h às 13h, nos dias 7 e 28 de abril e 12 e 26 de maio de 2017, tem por objetivo oferecer ao aluno uma introdução ao tema do feminino na comédia de Aristófanes e ampliar sua inserção na cultura ateniense dos séculos V e IV antes de Cristo, através da leitura e estudo de Lisístrata, Tesmoforiantes e Assembleia de Mulheres. 9. Referências Bibliográficas ARISTÓFANES. A Revolução das mulheres. A greve do sexo. Tradução de Mário da Gama Kury. Editora Brasiliense, 1988.. As mulheres no Parlamento. Introdução, versão do grego e notas de Maria de Fátima Sousa e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1988. As mulheres que celebram as Tesmofórias. Introdução, versão do grego e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1978.. Duas comédias: Lisístrata e As Tesmoforiantes. Tradução, apresentação e notas Adriane da Silva Duarte. São Paulo: Martins Fontes, 2015.. Lisístrata. Tradução de Ana Maria César Pompeu. São Paulo: Editorial Cone Sul, 1998/São Paulo: Hedra, 2010.. Tesmoforiantes. Tradução, apresentação e notas de Ana Maria César Pompeu. São Paulo: Via Leitura, 2015. DEZOTTI, M. Celeste Consolin. Pandora Cômica: as mulheres de Aristófanes. Tese de Doutorado em Letras Clássicas, DLCV/U.S.P., 1 997. FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga. (Coord.) Maria Lígia Prado e Maria Helena Capelato. São Paulo: Atual, 1 996. (Discutindo a História). LORAUX, Nicole. Les enfants d Athéna: Idées atheniennes sur la citoyenneté et la division des sexes. Édition augmentée d une postface. Paris: La Déouverte, 1 990. POMPEU, Ana Maria César. A construção do feminino em Lisístrata de Aristófanes. REVISTA LETRAS, CURITIBA, N. 83, P. 75-93, JAN./JUN. 201 1. EDITORA UFPR. POMPEU, A. M. C. Lisístrata e seus planos: Mulheres e Acrópole Homens não entram. Aristófanes, Lisístrata. Estudo e tradução. Dissertação de Mestrado, São Paulo: FFLCH/USP, 1997. SILVA, Maria de Fátima. A mulher, um velho motivo de cómico. In: OLIVEIRA, Francisco de e SILVA, M. F. O teatro de Aristófanes. Coimbra: faculdade de Letras, 1991 P ÁG. 2
Lisístrata (411 a.c.) As mulheres como porta-vozes do poeta cômico, o discurso justo das mulheres para a cidade e sua competência para tal discurso Leituras básicas: Mulheres e Acrópole: Homens não entram. Estudo e tradução de Lisístrata. Dissertação de Mestrado de Ana Maria César Pompeu; Introdução de Isabela Tardin Cardoso à tradução de Lisístrata da Editora Hedra; o item 1 do capítulo 5 do livro O dono da voz e a voz do dono: a parábase na comédia aristofânica, de Adriane da Silva Duarte. I. Leia atentamente a peça Lisístrata de Aristófanes, de 411 a.c. e comente o que se pede, exemplificando com passagens da obra: a) Justifique o nome de Lisístrata. b) Por que o coro desta comédia é dividido em masculino e feminino e por que se torna uno no final? c) Quais são os dois planos de Lisístrata para fazer com que os homens gregos parem de guerrear entre si? d) Que deusas patrocinam a vitória das mulheres no plano político e sexual? e) Fale sobre o sublime e o obsceno em Lisístrata. P ÁG. 3
Tesmoforiantes (411a.C.) A criação artificial de um caractere feminino por Eurípides na cena cômica e a possível resposta das mulheres na parábase ao discurso misógino de Eurípides em Hipólito. Leituras básicas: Introduções de Maria de Fátima da Silva, Adriane Duarte e Ana Maria César Pompeu às suas traduções de Tesmoforiantes; item 2 do capítulo 5 do livro O dono da voz e a voz do dono: a parábase na comédia aristofânica, de Adriane da Silva Duarte. I. Leia atentamente a peça Tesmoforiantes de Aristófanes, de 411 a.c. e comente o que se pede, exemplificando com passagens da obra: a) Justifique o título da peça Tesmoforiantes, que também forma o coro, e sua relação com os protagonistas Eurípides e o seu parente. b) Por que Eurípides é condenado pelas mulheres como inimigo do gênero feminino? c) Por que Agatão é o primeiro a ser procurado por Eurípides? Qual o plano do poeta para se salvar das mulheres que pretendem matá-lo? Por que Agatão se recusa a fazer o que pede Eurípides? d) Quem substitui Agatão e como é a sua atuação diante das mulheres? Quais as peças de Eurípides que são parodiadas para a salvação do Parente? e) Como se dão as tréguas entre o poeta trágico e as mulheres? Tesmoforiantes é uma peça de tema unicamente literário ou traria uma mensagem política nas entrelinhas? P ÁG. 4
Assembleia de mulheres (392 a.c.) Com o desaparecimento da parábase, poderíamos, talvez, ler o discurso de Praxágora (vv.171-241), ao ensaiar a sua participação na assembleia, como o discurso do poeta para Atenas, já derrotada na guerra do Peloponeso. As ideias comunistas das mulheres após assumirem o governo da cidade contêm semelhanças flagrantes com as ideias encontradas no livro V da República de Platão. Leituras básicas: Introdução de Maria de Fátima Sousa e Silva à sua tradução de Assembleia de Mulheres (As mulheres no Parlamento); o capítulo 6 do livro O dono da voz e a voz do dono: a parábase na comédia aristofânica, de Adriane da Silva Duarte; capítulo referente à peça estudada na tese Aristófanes e Platão: a justiça na pólis, de Ana Maria César Pompeu e a tese de doutorado de Greice Drumond A comédia de Aristófanes na fase de transição (2010). I. Leia atentamente a peça Assembleia de Mulheres de Aristófanes, de 392 a.c. e comente o que se pede, exemplificando com passagens da obra: a) Justifique o título da peça Assembleia de Mulheres, que forma o coro da comédia, e sua relação com a protagonista Praxágora. b) Compare o artifício do disfarce das mulheres em homens nesta peça com o do parente de Eurípides em Tesmoforiantes. c) Em que se distingue a tomada de poder das mulheres desta peça com a das mulheres de Lisístrata? d) Explique o plano comunista de Praxágora. Qual a justificativa do homem que não quer entregar seus bens ao governo das mulheres? e) Em que consiste o ridículo do plano comunista do governo das mulheres? Compare a peça ao livro V da República de Platão, acerca da comunidade de mulheres e de filhos. f) Nesta peça não há mais parábase; nas peças do período anterior o coro já fala em nome próprio; o protagonista geralmente é o porta-voz do poeta e convence o coro, espelhando o convencimento dos espectadores pelo poeta; em Assembleia de Mulheres, como se dá o convencimento do coro pela protagonista e do público pelo comediógrafo? P ÁG. 5