Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Documentos relacionados
& RELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E O TEMPO DE DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 1

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO MUSCULAR PARA QUADRÍCEPS EM UM PACIENTE PORTADOR DE DPOC E REPERCUSSÕES NA QUALIDADE DE VIDA

Autores/Editores Adília da Silva Fernandes; Carlos Pires Magalhães; Maria Augusta Pereira da Mata; Maria Helena Pimentel; Maria Gorete Baptista

AVALIAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM PACIENTE DPOC EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO HOSPITALAR.

TÍTULO: REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL COMO ESTRATEGIA DE TRATAMENTO PRA PACIENTES COM DPOC INSERIDOS EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

& EFEITOS DE UM TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL DE UM PACIENTE ASMÁTICO

Programação. Sistema Respiratório e Exercício. Unidade Funcional. Sistema Respiratório: Fisiologia. Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório

A EFICÁCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE DPOC

PREVALÊNCIA DOS SINTOMAS DA ASMA EM ADOLESCENTES DE 13 E 14 ANOS

ELETROESTIMULAÇÃO E PACIENTES COM DOENCA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: um relato de casos

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade Funcional; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); Fisioterapia; Reabilitação Pulmonar (RP).

Estudo comparativo da qualidade de vida entre pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e pacientes asmáticos

PLANO DE AULA. Prática Clínica Supervisionada

Data: 18/06/2013. NTRR 100/2013 a. Medicamento x Material Procedimento Cobertura. Solicitante: Juiza de Direito Dra. Herilene de Oliveira Andrade

ESTADO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO DESTINADO À ELABORAÇÃO DE UMA DISSERTAÇÃO ORIGINAL NO ÂMBITO DO CURSO DE MESTRADO EM EPIDEMIOLOGIA (1ª EDIÇÃO)

Sessão Televoter Pneumologia Como eu trato a DPOC

Programa de Cuidado Clinico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: resultados e evolução dos indicadores clínicos

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

DOENÇAS PULMONARES PULMONARE OBSTRUTIVAS ASMA

Protocolo de reabilitação pulmonar em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2013 Nome: PARTE 2 QUESTÕES SOBRE AS LINHAS DE PESQUISA

Profa Dra Cláudia Ferreira da Rosa Sobreira Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM PACIENTES COM LIMITAÇÃO AO FLUXO AÉREO EXPIRATÓRIO 1

Seminário Nacional Unimed de Medicina Preventiva

ESTUDO COMPARATIVO QUANTO A QUALIDADE DE VIDA E FUNÇÃO PULMONAR EM PACIENTES ASMÁTICOS APÓS CONDICIONAMENTO FÍSICO

AVALIAÇÃO NO PÓS OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA DE INDIVÍDUOS QUE REALIZARAM TERAPIA COM INCENTIVADOR RESPIRATÓRIO A FLUXO

APRESENTAÇÃO DE POSTERS DIA 16/10/2015 (10:15-10:30h)

Reabilitação pulmonar na DPOC: uma análise crítica

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PILATES NA CAPACIDADE RESPIRATÓRIA FUNCIONAL EM PACIENTES COM DPOC

15º FÓRUM DE FISIOTERAPIA EM CARDIOLOGIA AUDITÓRIO 10

DOENÇAS PULMONARES OCUPACIONAIS

TÍTULO: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE ANTI INFLAMATORIOS NÃO ESTEROIDAIS DE UMA DROGARIA DE AGUAÍ-SP

PROVA DE CONHECIMENTO EM METODOLOGIA CIENTÍFICA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO NÍVEL MESTRADO PROVA A. Candidato:

Título do Trabalho: Ansiedade e Depressão em Pacientes com Esclerose Múltipla em Brasília Autores: Tauil CB; Dias RM; Sousa ACJ; Valencia CEU; Campos

Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36)

1 de 6. (1) Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Castelo Branco. (2) Associação Regional de Solidariedade p/ o Progresso do Alto Zêzere, Covilhã

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA. (Baseado nos consensos e diretrizes brasileiras de VM)

SOBRECARGA DO CUIDADOR DE DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL E DOENÇA DE ALZHEIMER.

PALAVRAS-CHAVE DPOC. Reabilitação pulmonar. Força muscular respiratória.

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

CONDIÇÃO VENTILATÓRIA DE HIPERTENSOS DO PROGRAMA CAMINHAR COM A UNISUL 1 RESUMO

ASMA. FACIMED Curso de Medicina. Disciplina Medicina de Família e Comunidade. Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

O USO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES EM PACIENTES PORTADOR DE DPOC

D.P.O.C. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

CURSO DE FISIOTERAPIA Autorizado pela Portaria nº 377 de 19/03/09 DOU de 20/03/09 Seção 1. Pág. 09 PLANO DE CURSO

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ANEXO PROGRAMAS DOS CURSOS CURTA DURAÇÃO EM ANÁLISE DE DADOS COM SPSS

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR EM IDOSOS TABAGISTAS DE LONGA DATA ATIVOS E INSTITUCIONALIZADOS RESUMO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU CURSO DE MESTRADO DISCIPLINAS

MÉTODO PILATES NO ALONGAMENTO DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA

TÍTULO: O IMPACTO DA INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM PACIENTES OSTOMIZADOS POR CÂNCER

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

EFEITO DA AURICULOTERAPIA NO SISTEMA RESPIRATÓRIO EM UM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA- RELATO DE CASO

RESUMO. Palavras-chave: Força Muscular Respiratória. Threshold IMT. PI Máx. Pneumopatias Crônicas. ABSTRACT

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO AVE FT RAFAELA DE ALMEIDA SILVA APAE-BAURU

PROTOCOLO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA FISIOTERAPIA - CTI

Influência de características gerais na qualidade de vida de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica*

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

PERFIL DE PNEUMOPATAS INTERNADOS E ATENDIDOS POR SERVIÇO DE FISIOTERAPIA EM HOSPITAL DE ENSINO

Patricia de Campos Couto MS/SCTIE/DECIT/CGPC

Análise dos resultados de um programa de reabilitação pulmonar em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica

SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS RELATÓRIO PARA A

conhecer e prevenir ASMA

PROVA DE CONHECIMENTO EM METODOLOGIA CIENTÍFICA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO NÍVEL DOUTORADO PROVA A. Candidato:

Revista Intellectus Ano IX N 25

Marcos Sekine Enoch Meira João Pimenta

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Programa de Pós Graduação em Ciências Pneumológicas

RESUMO. Palavras chaves: Expansibilidade torácica. Consumo de oxigênio. Atletas. INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA DISPNEIA, CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DPOC

Estudo de identificação da atuação fisioterapêutica em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

O vs ± 23 cmh 2. O vs -102±23 cmh 2

Fisioterapeuta, professora do curso de Fisioterapia da Unijuí, doutora em Ciências da saúde pela UFRGS.

Efeitos sistêmicos da DPOC. VIII Curso Nacional de Atualização em Pneumologia DPOC como doença sistêmica: uma visão clínica

MODELOS DE LIDERANÇA QUE IMPACTAM NOS RESULTADOS. Nadine Clausell Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Page 1 O PAPEL DAS ATIVIDADES MOTORAS NO TRATAMENTO DA ASMA CRIANÇA ATIVIDADES MOTORAS ADAPTADAS IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES MOTORAS

EFEITO DO TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO COM THRESHOLD EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE GERIATIA E GERONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA

Suporte ventilatório não invasiva sobre a tolerância ao exercício em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): revisão de literatura

Eficácia da Reabilitação Pulmonar Associada à Nutrição em Pacientes com DPOC

PICO DO FLUXO EXPIRATÓRIO ANTES E APÓS UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA DE EPAP NA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: ESTUDO DE CASO

PROVAS DE FUNÇÃO RESPIRATÓRIA ESPIROMETRIA

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS FISIOTERAPEUTA

INSTRUÇÃO DE USO THRESHOLD IMT - TREINADOR MUSCULAR INSPIRATÓRIO

SPIRARE +METRUM = MEDIDA DA RESPIRAÇÃO

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC CELSON RICARDO DE SOUSA

Efeitos de um programa de reabilitação pulmonar padrão após um período mínimo de tratamento

I MÓDULO Grandes Síndromes Clínicas: Sinais e Sintomas 6 Semanas: 1ª a 6ª semana SEMANA DIA HORÁRIO PROF. SALA CONTEÚDO

Faculdade de Ciências Médicas - UNL Campo dos Mártires da Pátria, n.º Lisboa

SUMÁRIO. Sobre o curso Pág. 3. Etapas do Processo Seletivo Pág. 5. Cronograma de Aulas. Coordenação Programa e metodologia; Investimento.

1ª ADEQUAÇÃO DO EDITAL DO III EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DA ÁREA DE ATUAÇÃO EM MEDICINA DO SONO EDIÇÃO 2014

RESOLUÇÃO TÉCNICO NÍVEL I - BÁSICO

SUPORTE VENTILATÓRIO NO PACIENTE NEUROMUSCULAR. Versão eletrônica atualizada em Março 2009

Doenças respiratórias e fatores associados: Inquérito de Saúde no Município de São Paulo ISA-CAPITAL 2008

Transcrição:

CORRELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA E FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 1 CORRELATION BETWEEN QUALITY OF LIFE AND RESPIRATORY MUSCLE STRENGTH IN PATIENTS WITH CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE Larissa Pianta Zajaskoski 2, Luana Cristina Dryer 3, Eliane Roseli Winkelmann 4 1 Trabalho vinculado ao projeto de pesquisa Qualidade de vida de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 2 Bolsista de Iniciação Científica PROBIC/FAPERGS; Estudante do 5º semestre do Curso de Fisioterapia; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção em Saúde? GPAS 3 Estudante do 10º Semestre do Curso de Fisioterapia; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção em Saúde- GPAS, e-mail: luanadryer@yahoo.com.br 4 Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Cardiovasculares (UFRGS), Docente do DCVida/UNIJUI e do Programa Scricto Sensu Mestrado Associado em Atenção Integral à Saúde UNIJUI/UNICRUZ; Líder do Grupo de Pesquisa Atenção em Saúde- GPAS e-mail: elianew@unijui.edu.br Introdução A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma patologia de possível prevenção e tratável, que se caracteriza pela obstrução das vias respiratórias que limita o fluxo aéreo e que não é totalmente reversível. Essa obstrução é progressiva e está associada a um processo inflamatório anormal devido à inalação de partículas ou gases tóxicos sendo a causa principal o tabagismo (II CONSENSO DPOC, 2004). Os pacientes com DPOC apresentam grande impacto na qualidade de vida, desencadeando sintomas cada vez mais limitantes, o que leva à diminuição da tolerância ao exercício físico e perda de força dos músculos respiratórios, estes que são de suma importância, pois fazem parte de um programa de reabilitação. (LAIZO, 2009). A intolerância ao exercício é manifestação comum em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Embora a limitação ventilatória contribua para este quadro, essa intolerância pode ser atribuída também à disfunção muscular esquelética. A utilização de testes de exercícios é considerada um método apropriado na avaliação da função respiratória, com o intuito de ter uma idéia mais precisa sobre a capacidade funcional do paciente (MORALES et al, 2011). Para tanto, o exercício físico é considerado uma conduta efetiva na reabilitação pulmonar, esta que é uma importante intervenção multidisciplinar, composta por avaliação do paciente, treinamento físico, educação, intervenção nutricional e apoio psicossocial, melhorando a capacidade para o exercício, a qualidade de vida e reduzindo a fadiga e a dispnéia. (NICI L et al, 2013).

A força muscular respiratória é importante para a prevenção de complicações pulmonares. Por outro lado a qualidade de vida destes pacientes, na maioria das vezes, está prejudicada pelas condições da doença e complicações pulmonares desencadeadas com o avançar da doença e restrição respiratória. Porém, não estudos que mostram a correlação destas variáveis ainda é incerta. Desta forma, este estudo teve o objetivo verificar a correlação da qualidade de vida com a força muscular respiratória em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Metodologia Estudo transversal, descritivo e analítico em indivíduos com DPOC leve, moderado e grave, vinculado ao projeto de pesquisa intitulado Qualidade de vida em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC. aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI (CAEE: 35795514.0.0000.5350). Os critérios de inclusão no estudo foram os pacientes com diagnóstico DPOC encaminhados com estabilidade clínica. Foram excluídos pacientes que não tinham condições de fazer o teste ou se recusaram em participar da pesquisa. Foi realizada a avaliação da força muscular inspiratória (PImáx) e expiratória (PEmáx) máxima pelo teste de manovacuometria. Os maiores valores de PImáx e de PEmáx, expressos em cmh 2 O, eram então registrados. A qualidade de vida foi mensurada pelo protocolo específico Saint George Respiratory Questionary que compreende aspectos relacionados a três domínios: sintomas, atividade e impactos psicossociais que a doença respiratória afeta ao paciente. O questionário apresenta boa qualidade de vida quando os resultados são próximos de 0 (zero) e pior qualidade de vida com resultados próximos de 100 (SOUSA et al., 2000). Para o processamento dos dados foi utilizado o programa estatístico Statistical Package for Social Science SPSS (versão 18.0, Chicargo, IL, EUA). Utilizou teste de normalidade de Shapiro Wilk. Valores não paramétricos foram descritos em mediana com intervalo de confiança de 95%. Teste de Wilcoxon para comparação inicial e final do teste. Foi realizado o teste de correlação de Pearson. Considerou-se estatisticamente significativo p<0,05. Resultados e discussão A amostra foi constituída de 28 pacientes com diagnóstico de DPOC. A média da idade foi 68,8±8,85 anos; o tempo médio de diagnóstico de DPOC foi 7,37±6,9 anos; tempo médio de tabagismo foi 30± 20,53. Conforme a tabela 1, pode-se observar em relação a qualidade de vida que no domínio relativo às atividades foi o mais negativo ficando próximo à 100, que é a pontuação máxima do questionário, os demais domínios são avaliados de forma intermediária, não estando bom, o que demonstra um grande impacto na qualidade de vida destes pacientes.

Na tabela 2 mostra os resultados da força muscular respiratória. Observa-se que tanto na pressão inspiratória máxima como na pressão expiratória máxima os pacientes estão com valores abaixo do seu previsto. Tanto a força muscular inspiratória quanto a expiratória estão diminuídos, ou seja, abaixo de 70% do previsto. Na tabela 3, pode-se observar que não houve nenhuma correlação entre os domínios da qualidade

de vida avaliadas pelo questionário em relação à avaliação da manovacuometria. A qualidade de vida é um tema de grande importância, uma vez que viver não é só um problema de subsistência. Trata-se de valorizar e dignificar a vida tomando como aspecto central a saúde ao invés de doença (SILVA, 2011). Para Ramos (2000, p. 207), nas doenças pulmonares crônicas, a qualidade de vida nunca é uma mera consequência da sua gravidade: múltiplos fatores que se relacionam estão envolvidos. A avaliação da qualidade de vida descrita no estudo de Pagani (2008), mostrou-se uma ferramenta importante para verificar o impacto dos agravamentos da saúde e dos tratamentos implementados, tornando-se assim característica central nos estudos de DPOC. No estudo de Santos et al., (2015) buscou-se investigar se existe associação entre qualidade de vida relacionada à saúde (considerando os domínios sintomas, atividades e impacto ) e a força muscular dos três compartimentos (musculatura dos membros superiores, inferiores e respiratória) em pacientes com DPOC, bem como investigar se há diferença no comprometimento da qualidade de vida de pacientes com e sem fraqueza muscular. Entrou-se uma diminuição PImax, no entanto não foram encontradas correlações com os domínios do SGRQ e também não foram encontradas diferenças nos escores dos domínios do SGRQ entre pacientes com a PImax preservada ou reduzida. Já a PEmax, embora sem comprometimento, apresentou associação com o escore total e do domínio impacto do SGRQ. Conclusão Este estudo mostra que não houve correlação entre a qualidade de vida e força muscular respiratória. Porém o estudo possui limitação do número amostral e essas conclusões necessitam

ser aprofundadas. O fato de que estes pacientes foram avaliados quanto à qualidade de vida quando estavam em crises de exacerbação e em consulta médica, pode interferir nas respostas, entretanto continua-se em andamento este projeto, sendo estes, resultados preliminares. Referências II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.30 sup 5, nov 2004 LAIZO, A. Doença pulmonar obstrutiva crônica Uma revisão. Revista Portuguesa de Pneumologia, v.6, Nov/Dez, 2009. MORALES, B.J.E; PALAFOX, V.C.D; ROSAS, R.M.J; GARCÍA, C.M.M; VILLEGAS, A.L; ZAMBONI, M. Teste de caminhada de seis minutos: uma ferramenta valiosa na avaliação do comprometimento pulmonar. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v 37, p.110-117,2011. NICI, L; DONNER, C; WOUTERS, E. American Thoracic Society / European Respiratory Society Declaração sobre Reabilitação Pulmonar. v.173, p. 1390-1413, 2013. PAGANI, N. Percepção sobre Qualidade de Vida de Pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Dissertação de Mestrado em Ciências da Saúde, 2008. RAMOS; CERQUEIRA, A.T.A; CREPALDI, A.L. Qualidade de vida em doenças pulmonares crônicas. Aspectos conceituais e metodológicos. Jornal de Pneumologia. v. 26, n. 4, p. 207-213, 2000. SANTOS, K.; KARLOH, M.; GULART, A.A.; MUNARI, A.B.; MAYER, A.F. Relação entre força muscular periférica e respiratória e qualidade de vida em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Medicina, Ribeirão Preto. v. 48, n. 5, p. 417-24, 2015. SILVA, C.S. Avaliação de um programa de quatro meses de treinamento físico projetado para asmáticos crianças. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v 31, n.4, p 23-24, 2011. SOUSA T. C, JARDIM J. R, JONES P. Validação do Questionário do Hospital Saint George na Doença Respiratória (SGRQ) em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica no Brasil. São Paulo. Jornal de Pneumologia, v. 26, n. 3, p.119-128, mai-jun, 2000.