Módulo I - Aula 12 - Lei do Trabalho (Buscai a Achareis) e Lei de Sociedade - 1 semestre Objetivos:

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Módulo I - Aula 12 - Lei do Trabalho (Buscai a Achareis) e Lei de Sociedade - 1 semestre Objetivos: Objetivo: Identificar o trabalho como uma lei divina ou natural, explicar sua necessidade para o espírito encarnado e desencarnado, mostrando que a natureza do trabalho está relacionada com a natureza das necessidades materiais ou espirituais; Bibliografia: LE Livro III Cap. III Lei do Trabalho q. 674 a 685-a e Cap. VII Lei de Sociedade q. 766 a 775; ESE cap. 14 Honrai Teu Pai e Tua Mãe - itens 5 a 8 e cap. 25 Buscai e Achareis; (*) Leis Morais da Vida Joana de Ângelis Cap. 6 Da Lei de Sociedade; Lei de Trabalho Trabalhai sempre. Essa é a lei para vós outros e para nós que já nos afastamos do âmbito limitado do círculo carnal. Esforcemo-nos constantemente. Emmanuel Se desejássemos reduzir um homem a nada seria tão somente necessário dar ao seu trabalho um caráter de inutilidade. Dostoievski Conceito de trabalho Trabalho, palavra que vem do latim tripalium, nome de um instrumento de tortura - espécie de cavalete com três estacas. Trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades físicas e mentais. (Dicionário do Pensamento Social do Século XX) Genericamente o vocábulo trabalho pode ser definido como: Ocupação em alguma obra ou ministério; exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa. O trabalho, porém, é lei da Natureza mediante a qual o homem forja o próprio progresso desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da espécie, pela reprodução, o homem vê-se coagido à obediência à lei do trabalho. (Divaldo P. Franco, médium, Joanna de Ângelis, Espírito. Estudos Espíritas, Trabalho ) Lei do Trabalho O trabalho é uma lei da Natureza, pois na Natureza tudo trabalha. Vegetais, insetos, animais, a humanidade, todos contribuem para a vida e a evolução terrena. No caso dos animais, por exemplo, mesmo quando não se tratam de criaturas domesticadas e empregadas para uso e melhoria da vida humana, ainda assim, possuem importância no aspecto do trabalho, pois executam seu papel nas leis naturais e no equilíbrio ecológico. Os Espíritos trabalham, desenvolvendo atividades menos afetas à matéria à proporção em que evoluem. A Doutrina Espírita entende o trabalho como toda ocupação útil. O trabalho é expiação? Como toda a lei natural nos cobra os desvios, o trabalho não foge à regra, e é por isso que para alguns é expiação, para outras oportunidades de elevação.

Rodolfo Calligaris no seu livro As Leis Morais nos diz que, sendo uma lei da natureza, ninguém dele pode furtar-se. Quando bem executado: (p.58) Fortalece o significado de dignidade pessoal; Torna a pessoa respeitada na comunidade em que vive; Contribui para a sensação de segurança. Então o trabalho, além do sustento que se busca deve proporcionar também realizações. Por isso devemos tentar uma ocupação que esteja dentro de nossas tendências e habilidades. O trabalho, no entanto, não se restringe apenas ao esforço de ordem material, porquanto toda ocupação útil é trabalho (LÊ, 675), sejam atividades intelectuais, sejam morais, e é neste sentido que se diz que o Espírito também trabalha. Em razão da sua natureza corpórea, e objetivando o aperfeiçoamento de sua inteligência, o trabalho é imposto ao homem como condição essencial para o seu desenvolvimento moral e espiritual. Sem o trabalho, o homem permaneceria na infância intelectual (L.E.- 676) O trabalho, para o ser um processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral. Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa. Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal. No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por adquirir qualidades elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado. PERALVA, Martins. Estudando o evangelho. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996. Cap. 3 (Renovação), p. 32-33 Em mundos mais evoluídos há trabalho? Sim. E quanto maiores o desapego e a dependência material, menos objetivos materiais ele visa. É admissível não se trabalhar, mesmo em mundos mais evoluídos? Não. Trabalha-se sempre. O ócio seria um suplício. Trabalho enquanto dever A pessoa de muitas posses, deve trabalhar? Sim. No caso de não precisar trabalhar para o próprio sustento, tem maior compromisso em dedicar-se aos mais necessitados. Como encarar as relações de trabalho e a família? Os pais devem prover o sustento e a educação dos filhos. Durante a velhice dos pais, os filhos tem que dar todos os cuidados a seus pais.trata-se de expressão de amor filial e de compromissos encarnatórios.

O repouso é necessário? Sim, pois o trabalho deve ser exercido dentro dos limites das forças de cada um. O Repouso (As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris) Nas respostas que deram às questões de ns. 682 e 684, formuladas por Kardec, nossos amigos espirituais nos esclarecem que o repouso é uma lei da natureza, sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, e mais: que oprimir alguém com trabalho excessivo é uma das piores ações, constituindo-se, mesmo, grave transgressão do Código Divino. Com efeito, o 4º mandamento preceitua: Lembra-te do dia de sábado, para o santificares. Seis dias trabalharás e farás todas as tuas obras, mas o sétimo dia é o sábado, isto é, o dia de descanso do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o peregrino que vive de tuas portas para dentro. Julgamos interessante elucidar, nesta oportunidade, que a substituição do repouso no sábado, como era observado entre os judeus, pelo domingo, como atualmente é de uso entre nós, carece de importância. Isso começou com os primeiros cristãos. Eles continuavam a frequentar as sinagogas aos sábados, mas, a par disso, tomaram o hábito de reunir-se também no primeiro dia da semana judaica (domingo), a fim de celebrarem a ressurreição de Jesus. Com o decorrer do tempo, foram deixando de comparecer às sinagogas e, consequentemente, apenas o domingo passou a ser observado por eles. Buscai e Achareis Pedi e vos será dado. Buscai e achareis. Batei e abrir-se vos-á; pois todo o que pede receberá; quem buscar, achará; e a porta se abrirá a quem nela bater. Neste versículo, o evangelista Mateus nos coloca à reflexão: seremos recompensados conforme nossa obra, é o sentido do 'Ajuda-te que o céu te ajudará', ou seja, só com esforço próprio podemos evoluir. Também, se pedirmos com fé e confiança, tendo humildade, sem arrogância, a porta será aberta. Limite do Trabalho (As Leis Divinas, cap, 13 a 15 - Rodolfo Calligaris) À pergunta (nº 683) do Codificador: qual o limite do trabalho?, responderam os mentores espirituais: o das forças. Isso deixa claro que, sendo, como é, fonte de equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos. O imperativo da ação - (Jesus no Lar lição 45 - Neio Lúcio - F.C.X.) Abalizados psiquiatras e psicanalistas afirmam, com exato conhecimento de causa, que todos os seres humanos precisam encontrar alguma coisa que possam fazer, pois ninguém consegue ser feliz sem que se sinta útil ou necessário a alguém. Frank C. Cáprio (Ajuda-te pela Psiquiatria) chega a. dizer: Tal como o amor, o trabalho é medicinal. Alivia os males da alma.

Lei de Sociedade CONCEITO DE SOCIEDADE Em sentido amplo: conjunto de indivíduos entre os quais há relações organizadas de serviços recíprocos. Em sentido restrito: Conjunto de indivíduos cujas relações estão consolidadas em instituições e até mesmo, na maioria das vezes, asseguradas pela existência das sanções, sejam codificadas, sejam difusas, que fazem sentir ao indivíduo a ação e as imposições da coletividade. (Enciclopédia Delta Larouse) Diz-se, também, que é o estado dos homens ou dos animais que vivem sob a ação de leis comuns: as abelhas vivem em sociedade; cada família forma uma sociedade natural. Assim, as pessoas reunidas num estádio para assistirem a uma partida de futebol não constituem uma sociedade, enquanto aquelas reunidas em uma Igreja sim. HISTÓRICO Cada período da História da Sociedade, desde os tempos mais primitivos até a moderna sociedade industrializada, revela os seus característicos especiais. A época das caças; o período da agricultura primitiva; o período feudal, no qual as comunidades camponesas se reúnem sob o poderio dos senhores feudais, a que deviam obediência e para os quais trabalhavam como servos; a era do artífice e do mercador, em que este enriqueceu vendendo os produtos daquele, em terras distantes, estimulando assim, indiretamente, a navegação e a construção de navios; o aparecimento do industrial, com o seu sistema de produção mecanizado na fábrica e consequente disseminação de mercadorias pelos quatro cantos do mundo. NECESSIDADE DA VIDA SOCIAL O instinto de sociabilidade, inato no ser humano, leva-o a participar da sociedade. Aristóteles no século IV a. C. dizia que o homem é naturalmente um animal político. Na Idade Média, Santo Tomás de Aquino o mais expressivo seguidor de Aristóteles, afirma que o homem é por natureza, animal social e político, vivendo em multidão. A necessidade da vida social prende-se ao fato de que nenhum homem dispõe de todas as faculdades humanas. É pelo contato social que eles se completam uns aos outros para assegurarem o progresso e o bem-estar. Os mais fortes auxiliam os mais fracos; os ricos ajudam os pobres; os sábios ensinam os ignorantes. No isolamento ele fenece e estiola. (Kardec, 1995, perguntas 766 a 772) Kardec comentado a questão 768 de O Livro dos Espíritos, ensina que: Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados. As faculdades humanas não estão desenvolvidas no mesmo grau e, em decorrência disso, assevera Deolindo Amorim, na obra A Doutrina Espírita, que Há necessidade

de viverem uns pelos outros e para os outros, tendo como ponto convergente o bem comum. Vida de Isolamento: O insulamento absoluto a pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à Lei Natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades do cotidiano. Aqueles que se isolam, fugindo ao convívio social, revelam uma dose de egoísmo sendo condenável quando, quando esta conduta não é de utilidade para os outros. Aqueles cuja retirada do convívio social tem por fim prestar serviço ao próximo, terão a seu favor a prática das Leis do Trabalho e da Caridade. Voto de Silêncio: Estado de uma pessoa que se abstém, se priva ou se recusa a falar. O voto de silêncio prescrito por certas seitas desde a antiguidade, demonstra uma incompreensão das verdadeiras Leis de Deus. O voto de silêncio absoluto, da mesma forma que o voto de isolamento, priva o homem das relações sociais que podem lhe fornecer as ocasiões de fazer o bem e de cumprir a Lei de Progresso. Segundo B. Reymond Na Índia, descobriu-se em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. Caminhavam de quatro patas apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e o pés para os trajetos longos e rápidos. Alimentavam-se de carne crua ou podre, comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça para frente e lambendo os líquidos. (Aranha, 1986, p.2) Este relato mostra que a vida de isolamento absoluto e o voto de silêncio privam o homem das relações sociais que lhe podem fornecer ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. LAÇOS DE FAMÍLIA A família ocupa lugar de destaque na sociedade. Observe que Herbert Spencer considerou a família entre as instituições que dão forma à vida social; Marx e Engels, como o primeiro grupo histórico, a primeira forma de interação humana; Augusto Comte, como célula básica da sociedade, o embrião e o modelo desta, de maneira que a sociedade perfeita é a que funciona como a família. O termo família pode significar toda a rede de parentesco e afinidade. Culturalmente a família é definida como conjugal ou nuclear. Sociologicamente, a família é um grupo primário permanente, mais ou menos involuntário, porque é genético em sua essência. Sua principal função é criar o ambiente natural em que vão desenvolver os caracteres sociais do indivíduo. O Espiritismo, nos esclarece, que os espíritos são herdeiros de si próprios e que a tarefa dos pais é de orientar os filhos, dando-lhes apoio e sustentação para caminharem na busca da perfeição. A Doutrina Espírita, traz ao nosso conhecimento um outro tipo de família, além dessa constituída pelos familiares consanguíneos: a família espiritual, que é constituída por espíritos que tem afinidade moral e intelectual. Os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade, e sim os da simpatia e comunhão de ideias, os quais prendem os espíritos antes, durante e depois de suas

encarnações. Há, pois, duas espécies de famílias: As ligadas por laços espirituais e as ligadas por laços corporais. As primeiras são duráveis e se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através da várias encarnações; as segundas são frágeis, se extinguem com o tempo. Apesar da fragilidade da maioria dos laços corporais, a família terrena é instituição Divina que tem por finalidade estreitar os laços sociais, ensinando-nos a amarmo-nos como irmãos. CONCLUSÃO... A vivência cristã se caracteriza pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no qual todos se ajudam e se socorrem, dirimindo, resolvendo dificuldades e consertando problemas...... Viver o Cristo é também conviver com o próximo, aceitando-o conforme suas imperfeições, sem constituir-lhe fiscal ou pretender corrigi-lo, antes acompanhando-o com bondade, inspirando-o ao despertamento e à mudança de conduta de espontaneamente. A vivência social, pressupõe respeito a determinadas normas de conduta, para se tornar mais harmoniosa e pacífica. (Joanna de Ângelis, no livro Leis Morais da vida, psicografado por Divaldo Pereira Franco). Tenhamos plena consciência de nossos deveres e direitos junto à nossa família e ao estado em que estivermos inseridos. Somente responsabilizando-nos pela coisa pública poderemos formar uma sociedade mais justa e mais fraterna.