AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM UMA ZONA URBANA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO DO BAIRRO ELETRONORTE, PORTO VELHO (RO)

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM UMA ZONA URBANA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO DO BAIRRO ELETRONORTE, PORTO VELHO (RO) Homero Reis de Melo Junior 1 ; Maria Lucilene Alves da Silva 2 ; Maria Betânia Correia de Melo 2 ; Rizaldo Ferreira da Silva 3 RESUMO O presente estudo trata da avaliação da qualidade das águas subterrâneas em um bairro periférico do município de Porto Velho (RO) onde foram identificados elevados teores de nitrato nas águas subterrâneas, em decorrência, principalmente, da falta de saneamento básico aliada à inexistência de uma rede de abastecimento de água. Desta forma, os moradores locais são submetidos à utilização do sistema poço amazonas x fossa para seu abastecimento e disposição de dejetos. Sendo este sistema o principal responsável pela contaminação das águas subterrâneas no local. ABSTRACT The present research concerns a groundwater quality assessment in a peripheric zone in a brazilian amazon municipality, located in Porto Velho, Rondonia Estate; where were identified high nitrate levels in groundwater, mainly because the nonexistence of any sewer collect and treatmente system locally. By the way, the local people is submit to man made wells and local sewers to atend it needs. This system is the main responsible by groundwater contamination in that place. PALAVRAS-CHAVE: Água Subterrânea, Contaminação, Nitrato 1- Serviço Geológico do Brasil CPRM Av. Lauro Sodré 2561 CEP:78940-300 Porto Velho (RO). Fone: (69) 3223-3545 E-mail: homero@pv.cprm.gov.br 2- Universidade Federal de Rondônia UNIR BR-364 Km 10 Sentido Acre. Porto Velho (RO). Fone: (69) 3216-1415 E-mail: marialucilene@ibest.com.br 3- Faculdade São Lucas Ltda. Av. Alexandre Guimarães 4560. Porto Velho (RO). Fone: (69) 3211-8001 E-mail: rferreira@bol.com.br

1. Introdução A maior parcela da população brasileira hoje está concentrada nas cidades, principalmente nas metrópoles. Os problemas ambientais originados dessas grandes concentrações implicam diretamente na vida dos indivíduos, exemplos como deficiência do saneamento básico, poluição, conflitos por uso da água e do solo, fixação imprópria de atividades particularizada, graves embates sociais, dentre outros, somam para diminuir a qualidade de vida da população (Bezerra, 2004). Um dos grandes problemas que a região amazônica apresenta são os baixos índices de saneamento básico nas áreas urbanas de suas diversas cidades (Maia Neto, 1998). Isso provoca a disseminação de fossas sanitárias para a destinação dos esgotos domésticos e a perfuração de poços tubulares e cacimba para abastecimento d água. Esta conjuntura tem propiciado freqüentemente a contaminação das águas subterrâneas consumida pela população, por dejetos provenientes do saneamento in situ (Campos, 2003). Em Rondônia apesar da realização de diversos eventos abordando temas ambientais podemos afirmar que pouco se discutiu sobre o problema da poluição das águas, em específico as subterrâneas. O aumento populacional e a falta de planejamento na construção das cidades têm proporcionado um agravante no problema. O Estado, a partir das décadas de 70 e 80 sofreu um grande aumento populacional provocado pela imigração de pessoas de várias partes do país em busca de terras para agricultura e do ouro encontrado no rio Madeira, fatos estes que, aliados à urbanização desordenada proporcionou o surgimento de vários bairros sem um mínimo de infraestrutura como saneamento básico, saúde, transporte, educação, assim como fornecimento de energia elétrica e água tratada. Inserido neste contexto, no município de Porto Velho (RO), que possui uma área urbana de 150 km² e há uma estimativa de residirem 373.917 habitantes segundo o IBGE (2005), o sistema de saneamento básico é ainda muito precário, o esgotamento sanitário é quase inexistente totalizando menos que 2% da área total da sede do município, abrangendo apenas uma pequena parcela da população (Ricci, 2001). Neste cenário, a maioria dos moradores está condicionada a captação de água através de poços escavados. Desta forma, o principal objetivo deste estudo foi avaliar o grau de contaminação das águas subterrâneas no bairro Eletronorte, um dos mais populosos da capital do Estado; uma vez que, a população local utiliza desse recurso natural para seu abastecimento devido a inexistência de uma rede de abastecimento de água, o que se torna ainda mais grave também devido a ausência de um sistema coletor de esgoto, obrigando a população a construir fossas negras dentro das imediações de suas 2

casas. Portanto, o sistema poço x fossa se caracteriza por ser um dos principais responsáveis pela contaminação das águas subterrâneas na sede do município de Porto Velho, e, desta forma, se busca quantificar neste estudo o estado real dos fatos a fim de ilustrar através de mapas os pontos mais críticos do bairro investigado. 2. Objetivos Específicos Desta forma, os objetivos específicos do presente estudo foram:! Cadastrar poços cacimba no bairro investigado;! Coletar amostras de água subterrânea para análise da condutividade elétrica;! Coletar amostras de água subterrânea para análise de nitrato (NO - 3) e cloreto (Cl - );! Mapear as zonas de isoconcentrações de nitrato (NO - 3) e cloreto (Cl - ) no aqüífero livre que abastece o bairro Eletronorte;! Avaliar a relação dos teores de nitrato (NO - 3 ) e cloreto (Cl - ) com os valores da condutividade elétrica nas águas subterrâneas; 3. Metodologia Para o desenvolvimento do presente estudo, o cadastro dos poços foi realizado com aparelho GPS com o objetivo de se obter suas coordenadas geográficas, além de se obter o registro das residências onde estes se encontravam, constando o nome do proprietário, endereço e telefone de contato. As amostras de água coletadas foram, em seguida enviadas para o Laboratório de Análises Ambientais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), onde os elementos nitrato e cloreto foram analisados, sendo considerado na presente pesquisa a portaria 518/04 do Ministério da Saúde e a Resolução 537/05 do CONAMA, para enquadramento das amostras. Utilizando-se as coordenadas dos poços, assim como os valores dos elementos nitrato e cloreto foi criado um banco de dados para inserção destes parâmetros em ambiente SIG, através do software ArcGis 9.1, onde as zonas de isovalores dos elementos investigados foram obtidas através do modelo matemático Inverse Distance Weighted (IDW). 4. Produtos Obtidos 4.1 Análises Físico-Químicas Os resultados obtidos para as amostras coletadas nos 55 poços cadastrados no bairro 3

Eletronorte com suas respectivas coordenadas geográficas se encontram na tabela 1. Tabela 1- Valores das análises físico-químicas das amostras de água subterrânea, coletadas no bairro Eletronorte. POÇO UTM (N) UTM (E) NO3 (mg/l) Cl (mg/l) C.E. (µs.cm -1 ) 1 9027897 401248 16 31 185 2 9027813 401431 2 15 100 3 9027881 401247 10 28 221 4 9027771 401388 8 35 238 5 9027779 401377 1 50 359 6 9027708 400978 44 52 420 7 9027708 400890 3 56 216 8 9027676 400830 7 24 155 9 9027732 400911 3 47 191 10 9027688 400830 5 36 93 11 9027357 401337 6 36 144 12 9027325 401419 4 36 122 13 9027245 401111 6 36 77 14 9027459 401503 4 36 124 15 9027456 401566 5 36 131 16 9027460 401630 4 36 159 17 9027503 401217 4 36 90 18 9027586 401495 4 36 77 19 9028083 401316 5 28 80 20 9028068 401299 10 28 156 21 9028055 401300 7 28 165 22 9027811 401490 3 28 76 23 9027770 401466 6 28 100 24 9027724 401463 13 43 158 25 9027713 401032 4 43 104 26 9027644 400876 10 36 145 27 9027668 400897 13 36 165 28 9027922 400993 1 11 40 29 9027948 401086 0 1 16 30 9028008 401214 4 31 163 31 9028060 401280 4 25 143 32 9028152 401392 2 11 49 33 9028232 401474 1 8 68 34 9027810 401259 5 24 145 35 9027810 401379 3 15 87 36 9027796 401490 3 14 81 37 9027644 401628 5 18 99 38 9027630 400939 8 42 287 39 9027624 401305 4 19 114 4

40 9027698 400890 3 51 197 41 9027708 400975 8 27 164 42 9027688 401383 3 40 218 43 9027446 401420 3 9 68 44 9027548 401530 6 20 105 45 9027574 401354 4 21 193 46 9027494 400995 4 19 101 47 9027676 400716 0 57 179 49 9027162 401071 2 21 38 50 9027144 401267 1 21 23 51 9027210 401692 3 36 92 52 9027260 401560 4 36 78 53 9027170 401405 2 36 45 54 9027426 401423 5 36 124 55 9027330 401145 2 36 48 56 9027302 400973 4 36 75 4.1.1- Análise de Nitrato De acordo com as análises realizadas (Tabela 1), 12.72% dos poços investigados apresentam concentrações de nitrato acima do valor de 10 mg/l, estabelecidos pela resolução 537/05 do CONAMA e portaria 518/04 do Ministério da Saúde. Verificou-se ainda que, estes poços (1, 3, 6, 20, 24, 26 e 27) situam-se nas áreas mais densamente povoadas do bairro, o que comprova a contribuição antrópica como principal fonte de contaminação do aqüífero livre, no bairro investigado. No entanto, observou-se também que, em 80% dos poços investigados o teor de nitrato encontra-se acima de 3 mg/l, o que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos - USGS (apud Campos, 2003), já é um indicativo da influência antrópica na qualidade das águas subterrâneas. A figura 2 ilustra a relação entre os teores de nitrato com os respectivos poços investigados no bairro Eletronorte. 5

Teores de Nitrato N/NO3 (mg/l) 48 45 42 39 36 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0 0 10 20 30 40 50 60 Poços Figura 2- Distribuição dos valores de nitrato nos poços investigados no bairro Eletronorte. 4.1.2- Valores de Condutividade Elétrica A condutividade elétrica da água constitui um parâmetro físico que corresponde à quantidade de íons dissolvidos em seu meio e varia com a temperatura, mobilidade e valência dos íons presentes (Custodio & Llamas, 1976). Este parâmetro está intrinsecamente correlacionado à geologia de cada localidade, ou seja, o arcabouço de rochas, minerais e sedimentos que constituem uma determinada região, os quais influenciarão diretamente os íons que vão compor as águas superficiais e subterrâneas. Na região amazônica, valores de condutividade elétrica compreendidos entre 10 µs/cm a 40 µs/cm são considerados como background regional das águas subterrâneas (Campos, 2003). De acordo com os dados da tabela 1 e conforme ilustra a figura 3, 96.36% dos poços investigados apresentaram valores acima deste padrão, e, em 61.81% dos poços, os valores obtidos para este parâmetro foram superiores a 100 µs/cm, evidenciando mais uma vez a influência antrópica na qualidade das águas subterrâneas. 6

Isovalores de Condutividade Elétrica Condutividade Elétrica (ms/cm) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0 10 20 30 40 50 60 Poços Figura 3- Distribuição dos valores da condutividade elétrica nos poços investigados no bairro Eletronorte. 4.1.3- Análise de Cloreto Conforme a portaria 518/04 do Ministério da Saúde e a resolução 537/05 do CONAMA, o valor máximo de potabilidade da água para o elemento cloreto (Cl - ) é de 250 mg/l. De acordo com os dados da tabela 1 e da figura 4, os valores identificados na água subterrânea dos poços cacimba investigados encontram-se bem abaixo deste número. No entanto, foi observada uma discrepância nos valores deste elemento para a água analisada nos poços 10 a 18; 19 a 23 e 51 a 56, cujos teores de cloreto se apresentaram igualados em 36 mg/l e 28 mg/l, para a respectiva seqüência de poços. Esta coincidência não pode, evidentemente ter ocorrido em conseqüência do teor de cloreto nas amostras de água, e sim, por motivos de erro de leitura do técnico de laboratório, ou por erro do método de análise aplicado. Infelizmente, devido às restrições financeiras, não foi possível se realizar uma nova série de análises para cloreto; no entanto, como esse elemento encontra-se muito abaixo dos padrões estabelecidos, não apresenta risco para a população local. 7

Teores de Cloreto 60 50 Cl (mg/l) 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60 Poços Figura 4- Distribuição dos teores de cloreto na água subterrânea dos poços investigados no bairro Eletronorte. 4.1.4- Correlação dos Teores de Nitrato e Condutividade Elétrica Segundo Ferreira e Hirata (1993) existe uma estreita correlação entre a condutividade elétrica e os teores de nitrato, sendo que, no presente estudo foi possível se verificar esta correspondência conforme ilustra o gráfico apresentado na figura 5, onde se observa uma certa concentração dos pontos - entre os valores 0 mg/l a 20 mg/l de NO 3 e 50 µs/cm a 250 µs/cm que seguem a linha de tendência, com apenas dois valores anômalos identificados nos poços 05 e 06. A correlação existente entre a condutividade elétrica e o nitrato nas amostras de água dos poços investigados se deu em função, principalmente, de uma estreita relação entre a topografia e as péssimas condições de higiene no local pesquisado. O agravamento da contaminação das águas foi registrado onde o relevo apresentou-se com declividade acentuada, onde, o fluxo subterrâneo acompanha a descida do terreno, e, ao encontrar condições precárias de higiene com a presença de fossas negras e poços cacimba mal construídos, nas cotas mais baixas, a pluma de contaminação tende a se concentrar. 8

Correlação NO3 x C.E. C.E. (ms/cm) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 R 2 = 0.3601 0 10 20 30 40 50 N/NO3 (mg/l) Figura 5- Correlação entre os parâmetros Condutividade Elétrica versus Nitrato nas amostras de água subterrânea da área investigada. 4.2- Observações Sobre as Condições de Higiene Locais Vale observar as precárias condições de higiene em que se encontra a grande maioria dos poços cadastrados no bairro Eletronorte. Onde se pode destacar os poços 38, 41 e 42 (figuras 6, 7 e 8). Nestes observa-se a falta de impermeabilização do solo ao redor dos poços, a falta de uma tampa de proteção na boca dos poços, assim como o amontoado de lixo ou material descartado nas proximidades dos mesmos. Foi observada durante o desenvolvimento da presente pesquisa a presença de latrinas (figura?) localizadas a céu aberto e sem nenhum tipo de proteção ao solo, sendo todos os dejetos liberados diretamente sobre a calçada ou na rua Júpiter, correspondendo a uma potencial fonte de contaminação aos recursos naturais, em especial, as águas subterrâneas do bairro Eletronorte. 9

Figura 6 - Poço 38, cujo valor de condutividade elétrica identificado foi de 287,0 µs/cm, devido à atividade antrópica. Figura 7 - Poço 41, situado na rua Bartolomeu Pereira, apresentando precárias condições de higiene, onde se identificou o teor de 7,60 mg/l de NO 3 /N. 10

Figura 8- Poço 42, situado na rua Bartolomeu Pereira, apresentando péssimas condições de higiene, resultando em valores de condutividade elétrica de 218 µs/cm. Figura 9- Latrina localizada na calçada da rua Júpiter. 11

4.3- Mapeamento do Nitrato O mapeamento da pluma de contaminação de nitrato no bairro da Eletronorte foi executado através do cadastro dos poços amazonas e coleta das amostras de água subterrânea em cada um dos respectivos poços; sendo criado desta forma um banco de dados com os parâmetros investigados, conforme ilustra a tabela 1. Em seguida, 9.1) e através de modelo matemático que utiliza interpolação de pontos (Inverse Distance Weighted) o mapa foi criado. As áreas amarelas indicam as regiões onde os teores de nitrato apresentaram valores mais baixos; enquanto que, as áreas vermelhas do mapa representam as regiões cujos teores identificados apresentaram-se mais elevados. De acordo com o mapa de isoconcentrações de nitrato apresentado na figura 12, os teores mais elevados de nitrato foram identificados no poço 6, situado na rua Bartolomeu Pereira, antiga rua do Café; assim como no poço 27 na rua Janaura, antiga rua 1 e nos poços 1 e 3, ambos no beco Fernando de Noronha, próximo a rua Samaumeira (Figura 10). Figura 10- Poço 1, situado no beco Fernando de Noronha, onde se percebe as precárias condições de higiene local e a falta de normas técnicas na construção do mesmo. É clara a relação entre os elevados teores de nitrato na água dos poços investigados e as condições de higiene nas proximidades dos mesmos, como pode ser observado nas figuras 10 e 11, referentes aos poços 1 e 3. Nota-se que o poço 1 não encontrava-se tampado e sua boca está no mesmo nível do terreno, facilitando a infiltração de qualquer elemento através do escoamento superficial, sem mencionar a distância com a fossa sanitária, localizada a pouco mais de quatro metros. 12

A precariedade nas condições de higiene dos poços que abastecem individualmente a população do bairro investigado também é nitidamente representada na foto 3, que ilustra o poço 3. Nesta, observa-se que, o poço, além de mal construído, encontra-se a pouco mais de um metro de distância da vala que escoa a céu aberto e a jusante do fluxo de água subterrânea, que alimenta o poço e, encontrase comprometida pela contaminação, de acordo com a análise físico-química. Sentido do fluxo subterrâneo Poço Vala a céu aberto Figura 11- Poço 3 situado no beco Fernando de Noronha, onde se percebe as precárias condições de higiene local, com a vala escoando a céu aberto e o poço localizado a jusante do fluxo. 13

Figura 12 Mapa de isoconcentrações de nitrato no bairro Eletronorte. 14

4.4- Mapeamento do Cloreto A metodologia adotada para mapear as zonas homólogas de cloreto foi a mesma adotada para o mapeamento da pluma de contaminação do nitrato. No entanto, a terminologia adotada para este tópico foi zonas de ocorrência de cloreto, uma vez que, os teores identificados para esse elemento encontramse bem abaixo do limite de potabilidade dos padrões adotadas no presente estudo, de 250mg/l de Cl - ; não caracterizando, portanto, uma pluma de contaminação. Através do modelo matemático da Inverse Distance Weighted obtido pelo software ArcGis 9.1 foi determinado que as zonas amarelas simulam as menores concentrações de cloreto; enquanto que, as regiões vermelhas do mapa representam as áreas com os maiores teores deste elemento. De acordo com o mapa da figura 13, as maiores concentrações de cloreto foram identificadas nos poços 6, 7 e 25, localizados na rua Bartolomeu Pereira, antiga rua do Café; assim como no poço 5 no beco da Tilápia, próximo a rua Samaumeira e no poço 24 situado na rua Faveira, antiga rua do Cacau. O teor de cloreto pode muitas vezes ser mascarado nas amostras de águas subterrâneas, uma vez que, muitas pessoas adicionam água sanitária aos poços com o objetivo de eliminar microorganismos. Esse fato se observou em diversos poços cadastrados, onde as condições de higiene são boas e o poço se encontra protegido e impermeabilizado. 15

Figura 13 Mapa de isoconcentrações de cloreto no bairro Eletronorte. 16

4.5- Mapeamento da Condutividade Elétrica O método utilizado para o mapeamento da condutividade elétrica nas águas subterrâneas do bairro Eletronorte foi o mesmo utilizado para o cloreto e o nitrato. Pode se observar no mapa de isovalores da condutividade elétrica, na figura 14, que, as áreas com os valores mais elevados de condutividade elétrica, apresentam uma distribuição espacial semelhante ao mapa de isoconcentrações de nitrato, em decorrência e corroborando a relação entre estes dois parâmetros investigados. Destacam-se, portanto, os poços 5 e 6 localizados no beco da Tilápia e na rua Bartolomeu Pereira, respectivamente. Em ambos, os valores identificados para a condutividade elétrica foram muito elevados, correspondendo a 359,0 µs/cm para o poço 5 e 420,0 µs/cm para o poço 6. Em relação a estes valores elevados de condutividade elétrica destacam-se ainda os poços 3, 4 e 9, localizados no beco Fernando de Noronha, no beco da Tilápia e na rua Janaura, respectivamente. Nestes poços, os valores variaram entre 221,0 µs/cm, 238,0 µs/cm e 191,0 µs/cm. O mapa produzido pelo modelo matemático utilizado ilustra as demais áreas com coloração amarelo claro; no entanto, vale destacar que 96.36% dos poços investigados apresentaram valores de condutividade elétrica acima do background regional e, cerca de 61.81% das amostras encontram-se acima de 100µS/cm, evidenciando a influência antrópica na alteração da qualidade das águas. 17

Figura 14 Mapa de isovalores da condutividade elétrica no bairro Eletronorte. 18

5. Conclusões Após o desenvolvimento do presente estudo e da avaliação de todos os dados obtidos, tornou-se possível ponderar como principais conclusões, que, as condições de higiene do bairro Eletronorte são péssimas, considerando-se empiricamente as observações realizadas durante os levantamentos de campo. A condutividade elétrica da água subterrânea corrobora essa verificação, uma vez que, 96.36% das amostras estudadas apresentaram valores acima do background regional e, 12.72% das amostras averiguadas apresentaram teores de nitrato acima dos padrões estabelecidos pelas normalizações nacionais. Deve se considerar ainda que, em 80% das amostras investigadas de água subterrânea foram identificados teores acima de 3mg/l, o que segundo o USGS (apud Campos, 2003) já é um indicativo da alteração antrópica na qualidade das águas subterrâneas. O elevado índice de contaminação está relacionado à ocupação desordenada do solo como a falta de planejamento urbano e saneamento básico. Este problema é agravado através da interação do sistema poço x fossa, uma vez que, os poços rasos utilizados para abastecimento doméstico, na grande maioria das vezes não apresentam condições de higiene apropriada, além de serem construídos de forma incorreta. Quando estes se localizam às proximidades de fossas sanitárias igualmente construídas sem critérios técnicos, o problema está instalado. 19

6. Referência Bibliográfica CAMPOS, J.C.V. 2003. A problemática dos recursos hídricos subterrâneos na Amazônia na visão do Serviço Geológico do Brasil CPRM. I Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste. Petrópolis, Rio de Janeiro, pp. 133-141. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. 2005. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php Consultado em 22 de fevereiro de 2006. MAIA NETO, R.F. 1997. Água para o desenvolvimento sustentável. A Água em Revista, v.5 n.9, p.21-32. MELO JUNIOR, H. R. 2004. Avaliação do grau de contaminação nas águas subterrâneas da área urbana do município de Porto Velho (RO) e suas implicações para a qualidade de Vida da População. CPRM. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. Porto Velho RO: Projeto de Pesquisa. 27p. RICCI, G. 2001. Avaliação da qualidade da água de abastecimento de Porto Velho RO. Monografia de Bacharelado em Biologia. Universidade Federal de Rondônia. Porto Velho-RO. UHLY, S. & SOUZA, E. L. 2004. A questão da água na grande Belém. Fundação Heinrich Böll. Belém PA, 182p. 20