Discente do Curso de Ciências Biológicas FAP. Diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca. Coordenadores de campo do Projeto Baleia Franca

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Transcrição:

COMPORTAMENTO DE PARES DE FÊMEAS COM FILHOTES DE BALEIAS-FRANCA-AUTRAIS (Eubalaena australis) NA TEMPORADA REPRODUTIVA DE 2013, ENSEADA DA RIBANCEIRA E IBIRAQUERA, SANTA CATARINA, BRASIL SILVA, M. D. 1 ; GROCK,K. R. 2 ; MEDEIROS, C. M. 3 ; RENAULT-BRAGA, E. P. 3 ; SILVA, C. E. 4 1 Discente do Curso de Ciências Biológicas FAP 2 Diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca 3 Coordenadores de campo do Projeto Baleia Franca 4 Mestre docente da Faculdade de Apucarana RESUMO O objetivo do presente estudo é caracterizar o comportamento de pares de fêmeas com filhotes de baleias-franca-austrais que migraram para esta área ao longo da temporada reprodutiva de 2013. Os resultados apontaram que existe uma predominância no comportamento de deslocamento. Além disso, não foram encontradas diferenças significativas na taxa de ocorrência dos comportamentos entre mãe e filhote. Isso provavelmente ocorra devido o filhote frequentemente imitar o comportamento da mãe. Palavras-chaves: Baleia-franca-austral. Comportamento. Reprodução. ABSTRACT The aim of this study is to characterize the behavior of female and cubs pairs the southern right whales that migrated to the area during the breeding season of 2013. Results indicated that there is a predominance of shift in behavior. In addition, no significant differences were found in the rate of occurrence of behaviors between mother and cub. This probably occurs because the cub often mimic the behavior of the mother. Keywords: Southern right whale. Behavior. Reproduction. INTRODUÇÃO O litoral centro-sul de Santa Catarina representa uma área de grande concentração das baleias-franca-austrais na sua temporada reprodutiva. A escolha por estas áreas é associada a presença de águas mais calmas e quentes

durante o inverno, o que diminui o gasto energético das baleias e diminui o stress térmico para os filhotes (LOCKYER, BROWN, 1981; SCHAEFF, 2007). Dentro da área reprodutiva, destaca-se a enseada da Ribanceira e Ibiraquera como a principal região de concentração da espécie (RENAULT-BRAGA, 2014) Durante o período reprodutivo observam-se nas baleias francas que acorrem à costa brasileira diversos padrões comportamentais conhecidos, que vão desde descanso, até os espetaculares saltos fora d`água e batidas de cauda, que podem constituir demonstrações com significado social; experiências de movimentos vigorosos, em filhotes; ou forma de anunciar sua presença para outros animais na região. (CASSINI, VILA, 1990; CLARK, 1983; PAYNE, 1986; THOMAS, TABER, 1984). A compreensão sobre os padrões comportamentais e das interações entre fêmeas e filhotes, bem como a evolução desses padrões ao longo do tempo, são importantes para a compreensão das funções de contato intraespecífico que ocorrem na estrutura social daquela população. Com isso, o objetivo principal deste trabalho consiste na investigação dos padrões comportamentais apresentados pelas fêmeas e filhotes de E. australis em Santa Catarina. REFERENCIAIS TEÓRICO E METODOLÓGICO A área de estudo caracterizava-se por um ponto fixo estrategicamente localizado na porção sul da enseada da Ribanceira/Ibiraquera (28 11 37 S, 48 39 39 W), durante a temporada reprodutiva 2013 que ocorre entre os meses de julho a novembro. As observações seguiram a metodologia de varredura. Ao início da observação, os dados das condições ambientais eram coletados. Para todos os grupos avistados era registrado a composição (ad adulto sem filhote; fefi par de mãe e filhote; sb subadulto), o número de indivíduos, a praia de avistagem e a posição na enseada (dentro/fora). Em seguida, observações focais eram realizadas. Os comportamentos eram anotados em intervalos de 5 em 5 minutos onde se registrava horário, indivíduo focal (Fe, Fi), estado comportamental, através de amostragem instantânea no final de cada intervalo. A duração mínima da observação focal válida para este estudo foi determinada em 30 minutos. As análises quantitativas dos comportamentos

observados foram convertidas em taxas de ocorrência para cada um dos estados comportamentais (TRA Deslocamento, REST Descanso, PLAY Brincadeiras) calculadas com a seguinte fórmula: Foi feita uma análise de variância (ANOVA), com nível de significância 0,05 para verificar a existência de diferenças significativas entre a frequência dos estados comportamentais, e para verificar a existência de diferença significativa entre a frequência de cada evento entre fêmea e filhote. Quando detectada a diferença, foi realizado um teste de post-hoc de Fisher para determinar onde esta diferença estava presente. CONCLUSÃO Durante a temporada reprodutiva de 2013 foram registrados os estados comportamentais de 46 fêmeas e 43 filhotes (Tabela 1) totalizando 89 indivíduos, com um esforço amostral de 2064min e 1937min respectivamente, totalizando 4001min. O estado comportamental TRAV foi o de maior frequência, representado em uma taxa de 0,053987. Em seguida, os estados comportamentais REST e PLAY apresentam taxas de 0,032742 e 0,029993. (Tabela 1). Tabela 1 Estados comportamentais de fêmeas e filhotes na enseada da Ribanceira/Ibiraquera na temporada reprodutiva de 2013. Indivíduos (n) TRAV PLAY REST Esforço (Min.) Fe 46 0,055233 0,024225 0,033915 2064 Fi 43 0,052659 0,036138 0,031492 1937 Total 89 0,053987 0,029993 0,032742 4001 A análise de variância demonstrou diferenças significativas na frequência dos estados comportamentais tanto para fêmeas (p=0,02), quanto para os filhotes (p=0,03). Em ambos os casos o teste de post-hoc de Fisher demonstrou uma diferença significativa entre o comportamento TRAV e os demais, porém não demonstrou diferença significativa entre os comportamentos PLAY e REST (fêmeas p=0,43; filhotes: p= 0,0,47) (Figuras 1 e 2).

Figura 1: Diferença nos valores médios da taxa de frequência dos comportamentos de fêmeas. Figura 2: Diferença nos valores médios da taxa de frequência dos comportamentos de filhotes. Quando comparado à taxa de frequência dos estados comportamentais entre mãe e filhote observamos que não ocorreu diferença significativa entre as classes testadas (Tabela 2). Tabela 2: Análise de variância na diferença da frequência de comportamentos entre mãe e filhote de baleia franca na enseada da Ribanceira/Ibiraquera na temporada reprodutiva de 2013. Comportamento P TRAV 0,78 PLAY 0,198 REST 0,741

Os resultados apontam que mães e filhotes não apresentaram diferenças na taxa de frequência do comportamento. Isso provavelmente está associado ao aprendizado entre mãe e filhote. Além disso, foi observado que o comportamento de deslocamento é o mais comum na região. Isso provavelmente ocorra para o desenvolvimento da prática da natação do filhote, preparando-se para o retorno as áreas de alimentação (THOMAS, P. O.; TABER, S, 1984). REFERÊNCIAS CASSINI, M. H.; VILA, B. L. Cluster analysis of group types in southern right whales (Eubalaena australis). Marine Mammal Science, v. 6, n. 1, p. 17-24, Jan 1990. CLARK, C. W. Acoustic communication and behavior of the southern right whale (Eubalaena australis). In: PAYNE, R (Ed.). Communication and behavior of whales. 1st ed. Boulder: Westview Press,. cap. 5, p. 163-198,1983. LOCKYER, C. H.; BROWN, S. G. The migration of whales. In: AIDLEY, D. J. (Ed.). Animal Migration. Cambridge: Cambridge University Press, p. 105-137, 1981. PAYNE, R. Long term behavioral studies of the southern right whale (Eubalaena australis). Reports of the International Whaling Commission, Special Issue, v. 10, p. 145-151, 1986. RENAULT-BRAGA. E.P. Distribuição espaço-temporal da baleia-francaaustral Eubalaena australis (Desmoulins, 1822) no sul do Brasil. Dissertação de mestrado em Oceanografia Biológica Universidade Federal do Rio Grande, RS, 2014. SCHAEFF, C. M. Courtship and Mating Behavior. In: Miller, D. L. (Ed.). Reproductive Biology and Phylogeny of Cetacea: Whales, Dolphins and Porpoises. Enfield: Science Publishers, 2007. cap 13, p. 349-370. THOMAS, P. O.; TABER, S. Mother-infant interaction and behavioral development in southern right whales, Eubalaena australis. Behavior, v. 88, n. 1/2, p. 42-60, 1984.