Direitos Reais. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta aula é protegida de acordo com o artigo 7º, II da Lei 9.610/98

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Transcrição:

Direitos Reais Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Professor Doutor Antonio Carlos Morato

Apresentação do Curso Objetivos da disciplina Avaliação Prova (8,0) + Seminário (2,0) Planejamento uso do Moodle durante o semestre Indicações bibliográficas

Direito das Coisas Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

Introdução ao direito das coisas. Composto por normas de ordem pública Poder jurídico direto e imediato sobre a coisa com exclusividade e contra todos Incide sobre bens corpóreos (os bens incorpóreos são regulados pelos direitos intelectuais, que são simultaneamente patrimoniais e extrapatrimoniais, ao contrário dos direitos reais que são exclusivamente patrimoniais)

Diferenças entre os direitos reais e obrigacionais Reais - Normas cogentes - Coisa determinada - Violação deriva de fato positivo - Tende à perpetuidade - Pode ser adquirido por usucapião - Absoluto só encontra sujeito passivo quando é violado Obrigacionais - Normas supletivas (em regra - exceções) - O objeto pode ser genérico (determinável) - Violação pode ocorrer de omissão - Transitório

Enumeração e classificação dos direitos reais Direitos Reais sobre coisa própria Propriedade Direitos Reais sobre coisa alheia - Superfície - Servidões - Usufruto - Uso - Habitação - Direito do promitente comprador - Penhor - Hipoteca - Anticrese - Concessão de uso especial para fins de moradia - Concessão de direito real de uso

Características dos Direitos Reais - Típicos - Taxativos - Absolutos - Perpétuos - Exclusivos - Dotados de sequela - Caracterizados por sua publicidade - Concedem preferência (direitos reais de garantia) - Podem ser desmembrados (elasticidade e possibilidade de consolidação.

Figuras Híbridas áreas cinzentas Obrigações propter rem Ônus Reais Obrigações com eficácia real

TJ-RS - AI: 70059720391 RS, Relator: Otávio Augusto de Freitas Barcellos, Data de Julgamento: 23/07/2014, Décima Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 30/07/2014 AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. INCIDENTE DE IMPENHORABILIDADE. IMÓVEL GRAVADO COM CLÁUSULAS DE INCOMUNICABILIDADE, USUFRUTO E FIDEICOMISSO. PENHORA. POSSIBILIDADE. OS GRAVAMES NÃO IMPEDEM A CONSTRIÇÃO, TENDO EM VISTA QUE OS ÔNUS REAIS DEVERÃO SER RESPEITADOS PELO EVENTUAL ARREMATANTE. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO.. (Agravo de Instrumento Nº 70059720391, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Otávio Augusto de Freitas Barcellos, Julgado em 23/07/2014) Em suas razões, sustenta o agravante a impossibilidade de penhora do bem imóvel em questão, tendo em vista a existência de gravame de usufruto e incomunicabilidade. Refere que as cláusulas foram dispostas quando ocorreu a doação do bem, ou seja, antes da ação executiva, sendo assim, plenamente válido o gravame. Não merece prosperar o que pretende a parte agravante. Conforme se verifica dos documentos dos autos, verifica-se que as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade foram canceladas das áreas, permanecendo apenas os gravames de usufruto, incomunicabilidade e fideicomisso sobre parte da área. Assim, entendo que correta a decisão da Magistrada singular, uma vez que reservou a parte do imóvel que possui cláusula de impenhorabilidade. Os demais gravames, de usufruto e incomunicabilidade, não impedem a constrição, tendo em vista que os ônus reais deverão ser respeitados pelo eventual arrematante. Ademais, é entendimento do Superior Tribunal de Justiça, considerando que a constrição recairá sobre a parte pertencente ao cônjuge executado Ônus Reais Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

POSSE Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

Posse: origem e evolução histórica. Jus possessionis posse formal direito à posse deriva do fato Jus possidendi posse causal direito de possuir tal direito é fundado em um título de propriedade

TJ-SC - AC: 838682 SC 2010.083868-2, Relator: Fernando Carioni, Data de Julgamento: 20/04/2011, Terceira Câmara de Direito Civil APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO. ACESSIO POSSESSIONIS. JUNÇÃO DE POSSES DE NATUREZA DIVERSA. JUS POSSESSIONIS E JUS POSSIDENDI. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. A acessio possessionis, para configuração da prescrição aquisitiva, pressupõe a homogeneidade das posses, de forma não ser possível ao prescribente somar a sua posse, amparada no jus possessionis, àquela exercida pelo proprietário, decorrente do jus possidendi. JUS POSSESSIONIS E JUS POSSIDENDI (...) A respeito, Benedito Silvério Ribeiro destaca que "o direito que tem uma pessoa de exercer posse sobre a coisa cujo domínio já ostente é o denominado jus possidendi, traduzido como direito de possuir. É o caso do proprietário, que ostenta título aquisitivo registrado, decorrendo sua posse de um jus possidendi. O jus possessionis emerge do próprio fato da posse, sem relacionamento anterior, isto é, ausente título para possuir - possideo quod possideo. Assim, o possuidor, mesmo sem o jus possidendi, encontra na lei defesas para o estado de posse (interditos possessórios) e ainda, sendo a posse qualificada, com os componentes que direcionam à usucapião ( ad usucapionem ), conduzirá à propriedade" ( Tratado de usucapião. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 669). Outrossim, a posse ad usucapionem, que decorre do jus possessionis, é aquela exercida continuamente e de forma mansa e pacífica, bem como revestida de animus domini, em que o possuidor age como se proprietário fosse. Com efeito, fácil visualizar que a posse do titular do domínio ( jus possidendi ) não se acha imbuída de animus domini, na medida em que este não necessita agir como se dono fosse, tampouco com a intenção de ter a coisa como sua, pois é ele o titular da propriedade. Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

POSSE Conceito. Natureza jurídica. Elementos. Corpus / Animus

Teorias principais. Teoria Subjetiva de Savigny Art. 1238 do CC possuir como seu um imóvel... Teoria Objetiva de Jhering (art. 1196 do CC considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade)

Sujeito e objeto da posse. A questão da posse e os direitos pessoais. Posse e Detenção (Detenção = subordinação, dependência)

As diversas espécies de posse: posse "ad usucapionem", posse "ad interdicta (interditos possessórios = ações possessórias interdito proibitório, manutenção de posse, reintegração de posse) Posse direta e indireta Posse de boa-fé e de má-fé Posse justa e posse injusta Posse injusta (precária, clandestina e violenta)

POSSE JUSTA Art. 1.200 do CC. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária

Quando cessa a violência ou clandestinidade? Art. 1.208 do CC. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

POSSE NOVA / POSSE VELHA CPC/1973 Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório CPC/2015 Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.

TJ-SP - APL: 01560429620088260002 SP 0156042-96.2008.8.26.0002, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 24/02/2014, 20ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 27/02/2014 POSSE PRECÁRIA APELAÇÃO REINTEGRAÇÃO DE POSSE COMODATO ÔNUS DA PROVA POSSE PRECÁRIA USUCAPIÃO NÃO VERIFICADA PROCEDÊNCIA DA DEMANDA. - O Código Civil de 2002 repete a doutrina alemã de posse (artigo 1.196), cuja natureza é essencialmente fática. A ação possessória, com base na natureza fática da posse, apresenta "tríplice estrutura fática" causa de pedir, pedido e sentença fática; - Vedada a exceção de domínio, com fulcro nos artigos 1.210, parágrafo 2º, do Código Civil, e 923 do Código de Processo Civil; - Com relação à posse precária, inexiste o ânimo de domínio, porque a precariedade nunca cessa e jamais produzirá efeitos jurídicos àquele que a mantém em nome de terceiro, como no caso do comodatário. O conhecimento do domínio faz com que a posse seja exercida sem animus domini, de modo que não tem posse ad usucapionem o comodatário, que tem ciência do exercício da posse para terceiro; - Preenchimento regular dos requisitos legais à tutela possessória (artigos 333 e 927, ambos do Código de Processo Civil): posse anterior e esbulho possessório; RECURSO NÃO PROVIDO. Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

TJ-PE - APL: 4021121 PE, Relator: Francisco Eduardo Goncalves Sertorio Canto, Data de Julgamento: 17/12/2015, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: 14/01/2016 Apelação Cível. Ação de usucapião. Posse precária. Locação. Ausência de animus domini. Recurso não provido. Decisão unânime. 1. O apelante é mero detentor do bem em questão e exerce posse injusta porque precária, decorrente de contrato de locação verbal. 2. Não é possessório o ato de quem recebeu o bem, por mera permissão ou tolerância. Inteligência do art. 1.208 do CC. 3. Recurso não provido. Decisão unânime. POSSE PRECÁRIA Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

TRF-5 - AC: 29377720114058000, Relator: Desembargador Federal José Maria Lucena, Data de Julgamento: 12/12/2013, Primeira Turma, Data de Publicação: 18/12/2013 POSSE PRECÁRIA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. USUCAPIÃO. IMÓVEL FINANCIADO PELO SFH. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. BEM PÚBLICO. POSSE PRECÁRIA. 1. Cuida-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedente o pedido, qual seja, o de declaração da aquisição do domínio, pela prescrição aquisitiva, de imóvel objeto de financiamento imobiliário pelo Sistema Financeiro de Habitação - SFH. 2. Sobre essa possibilidade, a jurisprudência desta e. Corte de Justiça é pacífica no sentido de repelir a aquisição, via usucapião, de imóveis vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação, em razão da natureza pública que esses bens assumem, porquanto financiados por meio de fundos públicos, além do caráter ilícito e precário da posse. Portanto, a qualidade pública desses bens é inerente ao fato de terem sido financiados com dinheiro público. Apelação improvida. Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

TJ-SP - APL: 00549493520108260224 SP 0054949-35.2010.8.26.0224, Relator: Jacob Valente, Data de Julgamento: 14/12/2015, 16ª Câmara Extraordinária de Direito Privado, Data de Publicação: 14/12/2015 POSSE CLANDESTINA POSSESSÓRIA - Esbulho decorrente de ocupação clandestina do imóvel, de menos de ano e dia Contestação em que se asseverou a aquisição dos direitos possessórios em 2008, fixando-se a residência no imóvel, fazendose jus à usucapião especial estabelecida no Estatuto das Cidades Pretensão julgada procedente em primeiro grau de jurisdição, ante a convicção de que o esbulho adveio de clandestinidade e má-fé do réu, de modo que não teria direito à qualquer retenção Irresignação recursal do réu insistindo que sua posse, somada à dos antecessores, é longeva e pacífica, razão pela qual a usucapião se consumou, pedindo, alternativamente, o ressarcimento das benfeitorias que fez no imóvel ESBULHO Invasão clandestina do réu no imóvel do autor poucos meses antes de comunicado esse fato à autoridade policial Documentos aparentemente forjados pelo réu para tentar legitimar a sua posse, inclusive apresentando-os na Prefeitura local para obter a transferência do IPTU para seu nome, permitindo, com isto, acesso a outros serviços públicos Documentos e prova testemunhal produzida pelo autor robustos no sentido de que o imóvel estava completamente desocupado desde 2004, mas que era monitorado periodicamente pelo mesmo e por amigos até a data do esbulho Notícia, ainda, que o imóvel estava penhorado em ação movida contra o autor, com base em caução real que prestou em contrato de locação de outro imóvel, no qual o depósito ficou no encargo do advogado da parte contrária, o qual também constatou o esbulho em agosto/2010 Fatos que revelam que a posse do réu foi clandestina, de poucos meses, e tentada sua legitimação supostamente forjando-se documentos, de modo que a má-fé impede o direito de retenção ou a usucapião especial (artigos 1.220 do Código Civil e 9º da Lei 10.257/2001) LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ Alteração da verdade dos fatos pelo réu e a oposição de incidente de falsidade sobre documento que ele mesmo apresentou na Prefeitura, razão pela qual fica condenado a pagar multa em favor do autor de 1% sobre o valor atribuído à causa, devidamente corrigido, nos termos dos artigos 17, inciso II e VI, e 18 do C.P.C. Sentença mantida Apelação não provida, com sanção.* Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

TJ-SC - AC: 162103 SC 2002.016210-3, Relator: Luiz Cézar Medeiros, Data de Julgamento: 22/10/2009, Câmara Especial Temporária de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n., de Papanduva POSSE VIOLENTA CIVIL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - ATOS DE VIOLÊNCIA - CONVALESCIMENTO DO VÍCIO - DESCABIMENTO DA PRETENSÃO POSSESSÓRIA "Se o adquirente a título violento, ou clandestino, provar que a violência ou clandestinidade cessaram há mais de ano e dia, sua situação de possuidor é reconhecida, e só será vencido no juízo petitório" (Silvio Rodrigues). Prof. Prof. Antonio Carlos Morato - Esta - Esta aula aula é é protegida de de acordo com com o artigo o artigo 7º, 7º, II da II da Lei Lei 9.610/98

04. Aquisição e perda de posse. 05. Efeitos secundários da posse: quanto a furtos, benfeitorias, direito de retenção. A presunção de propriedade. 06. Proteção possessória: os interditos de reintegração de manutenção proibitória. Outras ações possessórias. Processo. 07. Usucapião: usucapião de imóveis, usucapião de móveis, usucapião de outros direitos reais.

Quando se adquire a posse? Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.

Aquisição da posse Modos originários de aquisição da posse Não existe relação entre a posse atual e a posse anterior Apreeensão do bem - bem sem dono abandonado ( res derelicta ) ou que não bem que não foi apropriado por ninguém ( res nullius ) Exercício de um direito ex. servidão Disposição da coisa ou do direito o ato de disposição revela a exteriorização da propriedade.

Aquisição da posse Modos derivados de aquisição da posse Existe relação há manifestação de vontade do possuidor anterior Art. 1.203 do CC Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Tradição Sucessão

Quem pode adquirir a posse? Art. 1.205 do CC. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.

Efeitos secundários da posse: 05. Efeitos secundários da posse: quanto a furtos, benfeitorias, direito de retenção. A presunção de propriedade. a) o direito ao uso dos interditos possessórios; b) a recepção dos frutos, no caso de boa-fé; c) o direito de retenção até ser indenizado por benfeitorias, quando de boa-fé; d) o direito de ajuizar a ação de usucapião quando consumada a prescrição aquisitiva.

Agradeço a atenção de todos. Antonio Carlos Morato