V Seminário Internacional de Trabalho, Universidade e Trabalhadores Economia Solidária como Estratégia de Desenvolvimento no Município de Contagem

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Transcrição:

V Seminário Internacional de Trabalho, Universidade e Trabalhadores Economia Solidária como Estratégia de Desenvolvimento no Município de Contagem Maristane de Oliveira Diretora de Economia Solidária Apresentação: Contagem faz parte da região central de Minas gerais e integra a região metropolitana de Belo Horizonte, a segunda cidade mais populosa do estado tem população acima de 600.000 ( estimativa para 2006). O IDH Índice de Desenvolvimento Humano e PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento de 2000 classificaram o município como uma região de médio desenvolvimento (entre 0,5 e 0,8). Dados do Ministério do Trabalho e Emprego indicam a baixa remuneração dos trabalhadores: 55% estão na faixa de 1 a 3 salários mínimos, 41% recebem de 4 a 9 salários mínimos e 4% recebem acima de 10 salários mínimos. Contagem conta com 17.091 empreendimentos gerando 114.034 postos de trabalhos formais. O setor serviços representa 44,22% do PIB. A Indústria representa 55%, mas absorve 34,32% da mão de obra. No ano de 2.000, o Censo/IBGE apontaram 51.996 pessoas consideradas economicamente ativas que se encontravam desocupadas. A cidade possui vários bolsões de pobreza, totalizando 160 vilas e favelas. Algumas regiões como Nova Contagem, as vilas no entorno da Cidade Industrial, Ressaca e Nacional, os moradores encontram-se com pouco acesso à educação, cultura, lazer, formação profissional e inserção no mercado de trabalho. A partir do segundo semestre de 2005 as ações e programas da Prefeitura de Contagem orientados para essa população foram descentralizados para as regionais, diminuindo a distância entre o poder público e sociedade civil no acesso ao mercado de trabalho. Programas como: Escola de Fábrica, Programa Social de Aprendizagem Industrial

em parceria com Senai, Juventude Cidadã, Incubadoras Universitárias de Cooperativas Populares em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e Puc-Minas, Escola de Economia Solidária em parceria com a Agência de Desenvolvimento Solidário da CUT, Planseq nas áreas de Serviços Industriais e Construção Civil em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, Municipalização do Sine. Todos estas ações estão em pleno desenvolvimento. Esse esforço não solucionou os problemas oriundos da falta de políticas sociais nos últimos quinze anos. Contagem avançou no desenvolvimento de políticas públicas em todas as áreas nestes dois anos de Administração Participativa e Popular, fizemos grandes investimentos em qualificação profissional e organização dos trabalhadores inseridos nos Programa de Transferência de Renda, pois os investimentos aplicados nas políticas públicas de Economia Solidária abriram as portas para a cidadania. Nós somos pessoas com uma história de vida parecida, moramos nas vilas e tivemos poucas oportunidade de estudar e somos trabalhadores desempregados, muitas vezes por causa da idade e exigência das empresas. O programa de Economia Solidária da Prefeitura nos ajudou a organizar para a cidadania agora nós somos um grupo de trabalhadores aperfeiçoando para organizar a nossa cooperativa. Seremos todos donos do nosso trabalho. (Sr. Sebastião Vila PTO e membro da Igreja Metodista do Brasil, padeiro desempregado e beneficiário do Programa Bolsa Família) Agora nos somos gente que tem valor, somos trabalhadores e trabalhadoras pelo nosso esforço. A economia solidária trouxe a esperança junto com a Prefeita Marília Campos que hoje é uma referência de mulher no trabalho, seremos também empresárias da costura. ( Sra.Cecília, moradora de Nova Contagem, dona de casa e trabalhadora da cooperativa de costureira) Emancipação das Comunidades A Prefeitura de Contagem promove um modelo de desenvolvimento sustentável que articule políticas públicas de crescimento econômico, valorização do trabalho com foco na

distribuição de renda e geração de oportunidades. Compreende também que a construção de um Brasil soberano, justo e desenvolvido, passa necessariamente pelo fortalecimento da democracia e dos movimentos sociais nos municípios. Estes indicadores da sociedade civil organizada são essenciais para a construção de uma administração pública transparente e comprometida com a construção de uma Cidade para todos. Essa plataforma democrática de valorização das Classes Trabalhadoras em Contagem inicia com a reestruturação da Comissão Municipal de Emprego, Implantação do Centro Público de Economia Solidária e Organização do Conselho Gestor de Economia Solidária, Sanção da Lei Municipal 4025/067 de fomento à economia solidária, Realziação de Seminários municipais, apoio a realização das Conferências Estadual e Federal de Ecosol, além, do constante diálogo com os fóruns e movimentos sociais. Em 2005 a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social mapeou no município as potencialidades existentes em relação ás organizações de grupos de Geração de Trabalho e Renda em parceria com o Ministério de Trabalho e Emprego através da SENAES Secretaria Nacional de Economia Solidária. Atualmente possui um banco de dados com 83 Empreendimentos Econômicos Solidárias organizados em Rede Solidária de Comercialização e Produção nas áreas de Alimentação, Artefatos de Couro e Calçados, Confecção, Marcenaria, Decoração, Reciclagem, Olaria, Beleza e Estética. Perfil da mão-de-obra em Contagem dos Grupos de Geração de Renda segmento, faixa etária, média de salário, número de associados, no ano de 2005. Segmento Faixa Média Número de Ano étaria salarial Associados Alimentação 25-55 300,00 45 2005 Artefatos de 20-50 700,00 80 2005 Couro/Calçados Confecção 35-45 400,00 50 2005 Decoração 20-50 300,00 40 2005 Marcenaria 30-50 600,00 20 2005 Olaria 25-55 400,00 20 2005 Beleza e 25-45 400,00 30 2005 Estética Reciclagem 25-60 400,00 40 2005

Mercado de Trabalho no município de Contagem: O município de Contagem sofreu transformações no tecido econômico e experimentou a grave e aguda crise dos anos 90. Os governos Fernando Collor (1990-1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) promoveram a desregulamentação de mercados e produtos, de trabalho e capitais, vendas de meios de produção que estavam em mãos do próprio Estado. Todas essas ações culminaram num ambiente instável e com crescente enfraquecimento do mercado de trabalho. Como conseqüência o desemprego, pois as empresas com poucos recursos financeiros e tecnológicos saíram do município em busca de custos menores. E as empresas que não contavam com nenhum recurso descontinuaram sua produção. Palco das reivindicações dos trabalhadores organizados desde 1968, Contagem definiu a estratégia que combine o fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários com as experiências de articulação das cadeias produtivas, envolvendo todos os trabalhadores cooperados/associados em torno de um programa de caráter local e regional. As criações de bases que valorizam a qualidade de vida e o acesso aos direitos sociais, são meios para a democratização da economia e abertura de portas para a cidadania. Todas as propostas construídas e consolidadas compôem um conjunto de Políticas Públicas de trabalho e Renda iniciadas pela Prefeitura de Contagem em 2005, reconhecemos que várias ações já foram conquistadas no primeiro mandato do Presidente Lula. Novas conquistas no município para a classe trabalhadora são constituídas no mandato popular da Prefeita Marília Campos que retoma a discussão do mundo do trabalho a partir de 2005. com justiça social, soberania dos trabalhadores e desenvolvimento. Junto com as implementações das novas ações, a prefeitura resgata a identidade de Contagem como o berço de lutas, conquista e direitos ao trabalho digno e compromisso do poder público municipal no enfretamento da exclusão social, expresso pelo desemprego, subemprego, concentração de renda e falta de políticas sociais. No início tivemos que dividir até as nossas marmitas, não é fácil recuperar uma empresa falida, pois nesse processo temos que cuidar e recuperar também vidas massacradas pelo descaso. Depois de dez anos de luta e organização da nossa empresa hoje temos uma renda mensal próxima de R$1.000,00 e não temos patrão. Vivemos do

esforço da nossa produção. Isto é sagrado para o trabalhador metalúrgico e militante junto com a CUT. Estamos melhores e muito felizes com a Prefeitura de Contagem que corajosamente abre um alargo espaço para os trabalhadores históricos desta cidade. Temos a honra de dizer que a Prefeitura nos deu o direito de ter voz e quer dialogar conosco, no sentido de apoiar e nos ajudar a captar recursos para a melhoria do nosso empreendimento. ( Sr. Osvaldo Pereira Leite metalúrgico e membro da empresa autogestionária Minas Brasil) A Prefeitura de Contagem neste desafio de trabalhar a equidade no sentido de reduzir a reprodução das desigualdades, vem promovendo políticas sociais integradas numa constante agenda estratégica, que se orienta em vários pontos: Revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal no município. Desenvolvimento de um amplo programa de construção de moradias populares. Implementação de Política Públicas de Valorização dos serviços e servidores públicos. Definição de Plano de Cargo, Carreira e Salários para os trabalhadores do setor público. Acesso e ingresso na Administração Pública apenas por concurso público. Redução do número de funcionários comissionados. Garantia de mais recursos para as políticas sociais no orçamento. Implantação do Orçamento Participativo como instrumento de desenvolvimento e participação popular. Garantia do desenvolvimento sustentável através da políticas públicas de apoio à agricultura familiar. Promoção do desenvolvimento sustentável através da políticas públicas de apoio à agricultura familiar. Implantação de uma Diretoria de Economia Solidária denro da estrutura das Políticas Pública de Trabalho e Renda Criação de linhas de financiamento mais adequadas às cooperativas e empreendimentos da economia solidária, conforme Lei 4025/067, regulamentada.

Combate ao trabalho infantil e incentivo à formalização. Ampliação estratégica das ações do Programas de Transferência de Renda, como foco na inserção do mundo do trabalho. Rigor na preservação do meio ambiente e melhorias de espaços de convício familiar. Democratização das Relações de Trabalho com o reconhecimento legal das Centrais Sindicais. Conferência para implantação do Plano Diretor Municipal, Políticas Públicas na Saúde, Assistência Social, Educação e Transporte. Gestão de Políticas Públicas Poder Público e Universidade A Incubadora de Tecnologia Social em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e Governo Federal, indica significativos avanços para os trabalhadores desempregados, pois, à incubação possibilita a inclusão e retorno de trabalhadores ao mundo do trabalho. Além de proporcionar capacitação técnica e orientação profissional propõe disseminar políticas públicas para gerar trabalho e renda e promoção do desenvolvimento local. Consequentemente é a maneira mais sábia para fazer uma intervenção nas condições de desigualdade, através do estímulo ao associativismo, seguindo as orientações, diretrizes e exigências do Plano Nacional de Qualificação e os princípios metodológicos de Economia Solidária. Em Contagem o processo de desenvolvimento das ações das Políticas Públicas de Trabalho seguirá os critérios de incubação e desincubação dos trabalhadores. A incubação tem como princípio básico qualificar as condições de trabalho. A desincubação tem como horizonte à autogestão nas relações de trabalho, organização de cooperativas populares, retorno dos trabalhadores ao mercado formal ou constituição jurídica de cooperativas populares com trabalhadores cooperados. A meta principal no momento é implantar uma Incubadora Municipal orientada pela Incubadora de Sócio Economia da Universidade Federal de Minas Gerais Nesth, nas Casas das Famílias CRAS equipamento da assistência social, localizadas estrategicamente nas regionais administrativas da cidade em espaço de organização e orientação de empreendimentos econômicos solidários, orientando os trabalhadores, sem

deixar de prestar os serviços de apoio e proteção. As parcerias já firmadas indicam o sucesso da realização deste projeto. Considerações finais: Como resultado prático registramos neste Seminário a aprovação do Centro Público de Economia Popular Solidária de Contagem, já em fase de implantação e contando com um Conselho Gestor tripartite que agrega representantes do poder público, empreendimentos econômicos solidários e entidades da sociedade civil que fomentam a Economia Solidária. A Coordenação Executiva tem a participação da Incubadora de Sócio - Economia Solidária da UFMG-Nesth, a Secretaria MunicipaL de Trabalho e Desenvolvimento Social e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Contagem. O Centro Público de Economia Solidária será apresentado como Centro de Referência do Trabalhador. O equipamento será dividido em Laboratórios de Tecnologia Social nas áreas de beleza, panificação, confecção, marcenaria, cozinha pedagógica, Crédito Solidário, organização das empresas autogestionárais proveniente de massa falidas, Silk-screen, telecentro, espaço de comercialização, roda de negócios, atividades culturais, Seminários e espaço de formação e debates sobre o mundo do trabalho, Cadastro no Programa de Transferência de Renda Bolsa Família, Seguro desemprego e cadastramento para mercado de trabalho formal/sine. Outro dado importante está no esforço da Sociedade Civil em apresentar uma proposta de Lei Municipal de Economia Solidária. Aprovada na Câmara Municipal com 100% de votos e sancionada pela Prefeita Marília Campos. Está lei prevê crédito solidário e implantação de Incubadoras Universitárias de Cooperativas Populares, apoio a participação em licitações, apoio a agricultura familiar e incentivo a comercialização tecnológico. Com está lei aprovada podemos nos sentir contemplado, pois a política pública de Trabalho está sendo cumprida pela Prefeitura. Há mais de vinte anos vem lutando contra o pouco caso com os mais pobres. Depois de muito sofrimento estamos sendo testemunha, ator e mantendo um diálogo fraterno com a Prefeita Marília Campos. Pois neste governo o povo está no palco e aponta o que é melhor para a cidade. Fico muito

honrado pois, em 2005a minha casa na Vila Bandeirantes foi o local onde aconteceu a primeira reunião de organização dos trabalhadores da economia solidária. (Sr. Miguel, morador da Vila Bandeirantes, Presidente do Movimento de Cidadania da Vila e Favelas e Coordenador da Pastoral de Vilas da Arquidiocese de Belo Horizonte). A lei de Economia Solidária demonstra um respeito com os trabalhadores de Contagem. Enquanto coordenadora da Obra Social Dom Bosco e militante das Políticas Públicas de Economia Solidária aponto a cidade de Contagem como o município que mais avançou nos últimos dois anos em organização de trabalhadores. A minha maior alegria é dizer que faço parte desta luta, que gera vida onde ainda havia sinal de tristeza e dor. (Ir. Fátima, Coordenadora da Obra Social Dom Bosco, Salesianas). Anexo - LEI 4025/067 de fomento à Economia Solidária do Município de Contagem. LEI nº 4.025, de 18 de julho de 2006. Cria diretrizes e estabelece princípios fundamentais e objetivos da Política Municipal de Fomento à Economia Popular e Solidária de Contagem, e dá outras providências. A CÂMARA MUNICIPAL DE CONTAGEM APROVA e eu sanciono a seguinte Lei CAPÍTULO I DO INCENTIVO À ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA. Art. 1º Ficam criadas diretrizes, princípios fundamentais e objetivos da Política Municipal de Fomento à Economia Popular e Solidária de Contagem, que se integram às estratégias gerais de desenvolvimento e aos investimentos sociais, com a finalidade de implantar a política de fomento à economia popular e solidária estabelecida no Capítulo II desta lei. Parágrafo único A Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social - SETS, estabelecerá procedimentos para a implementação, controle, acompanhamento, monitoramento e avaliação desta Lei.

Art. 2º A Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, por meio da inauguração de Centros Públicos de Economia Popular e Solidária, Incubadoras Públicas de Empreendimentos Populares e Solidários, e Centros de Comércio Justo e Solidário, constituirão espaços públicos destinados à implantação das ações previstas no Capítulo III, Seções I e II desta Lei e poderão ser instaladas em imóveis e espaços públicos ou de entidades apoiadoras, dispondo da infra-estrutura necessária a seu pleno funcionamento. 1º O Conselho Geral Gestor do Centro Público de Economia Popular e Solidária, órgão subordinado à Secretaria mencionada no caput deste artigo, será presidido por seu titular ou por quem este delegar competência e integrados por representantes dos beneficiários desta Lei e de entidades da sociedade civil organizada, com as funções de planejamento, monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas. 2º Para a implementação desta Lei, o Poder Público poderá contar com a cooperação e apoio de universidades e de demais entidades de ensino, bem como de outras instituições governamentais ou não governamentais. CAPÍTULO II DA POLÍTICA DE FOMENTO À ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA DO MUNICÍPIO DE CONTAGEM Seção I Princípios Fundamentais e Objetivos Art. 3º A Política de Fomento à Economia Popular e Solidária do Município de Contagem é regida pelos princípios e regras previstos nesta lei, considerando a função social da empresa e o conjunto de ações públicas voltado, prioritariamente, para a população trabalhadora e destinado a auxiliar a criação, o desenvolvimento, a consolidação, a sustentabilidade e a expansão de empreendimentos populares e solidários, redes e outras formas de integração e cooperação entre eles. Art. 4º A Política de Fomento à Economia Popular e Solidária será constituída por iniciativas que se organizarão coletivamente em empreendimentos para produção de bens, prestação de serviços, consumo, comercialização, realização de operações de crédito e outras atividades econômicas, baseando-se na gestão democrática, na cooperação, na solidariedade, na autogestão e garantindo a partilha eqüitativa das riquezas produzidas entre seus membros participantes. Art. 5º São princípios da Política de Fomento à Economia Popular e Solidária: I o bem-estar e a justiça social; II o primado do trabalho, com o controle do processo produtivo pelos trabalhadores; III a valorização da autogestão, da cooperação e da solidariedade; IV o desenvolvimento sustentável.

Art. 6º São objetivos primordiais da Política de Fomento à Economia Popular e Solidária: I - contribuir para a erradicação da pobreza e da marginalização, reduzindo as desigualdades sociais no Município de Contagem; II - contribuir para o acesso dos cidadãos ao trabalho e à renda, como condição essencial para a inclusão e mobilidade sociais e para a melhoria da qualidade de vida; III - comentar o desenvolvimento de novos modelos sócio-produtivos coletivos e autogestionários, bem como a sua consolidação, estimulando inclusive o desenvolvimento de tecnologias adequadas a esses modelos; IV - incentivar e apoiar a criação, o desenvolvimento, a consolidação, a sustentabilidade e a expansão de empreendimentos populares e solidários, organizados em cooperativas ou sob outras formas associativas compatíveis com os critérios fixados nesta lei; V - estimular a produção e o consumo de bens e serviços oferecidos pelo setor da Economia Popular e Solidária e da Agricultura Familiar; VI - fomentar a criação de redes de empreendimentos populares e solidários e de grupos sociais produtivos, assim como fortalecer as relações de intercâmbio e de cooperação entre os mesmos e os demais atores econômicos e sociais nos âmbitos regional, nacional e transnacional; VII - promover a intersetorialidade e a integração de ações do Poder Público Municipal que possam contribuir para a difusão dos princípios e objetivos estabelecidos nesta lei; VIII - criar e dar efetividade a mecanismos institucionais que facilitem sua implementação. Art. 7º Para os efeitos da política pública de fomento à Economia Popular e Solidária serão considerados empreendimentos populares solidários aqueles organizados sob a forma de cooperativas, associações, grupos comunitários para a geração de trabalho e renda, empresas que adotem o princípio da autogestão eqüitativa, redes solidárias e outros grupos populares que preencham os requisitos legais necessários à formalização da pessoa jurídica e que possuam as seguintes características: I - serem organizações econômicas coletivas e supra familiares permanentes, compostas de trabalhadores urbanos ou rurais; II - serem os membros do empreendimento proprietários do patrimônio, caso exista; III - serem empreendimentos organizados sob a forma de autogestão, garantindo a administração coletiva e soberana de suas atividades e da destinação dos seus resultados líquidos a todos os seus membros; IV - terem adesão livre e voluntária dos seus membros; V - desenvolverem cooperação com outros grupos e com empreendimentos da mesma natureza; VI - buscarem a inserção comunitária, com a adoção de práticas democráticas e de cidadania; VII - desenvolverem ações condizentes com a função social da empresa e a preservação do meio ambiente.

Parágrafo único. Para fins desta lei, inserem-se entre os empreendimentos solidários os produtores rurais que trabalhem em regime de agricultura familiar, segundo os princípios expostos no art. 5º. Art. 8º Para os efeitos desta lei, não serão considerados empreendimentos populares e solidários, aqueles cujo objeto social seja a intermediação de mão-de-obra ou qualquer outro cuja gestão e resultados não sejam compartilhados entre todos os seus membros. Seção II Dos Beneficiários Art. 9º A política pública de fomento à Economia Popular e Solidária, atenderá aos beneficiários, que se voltem a promoção do desenvolvimento econômico com inclusão social, a cargo da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, inclusive em regime de cooperação e parceria com outros órgãos federais ou estaduais. 1º A política pública de fomento à Economia Popular e Solidária poderá atender também aos beneficiários de programas sociais desenvolvidos por outros órgãos municipais ou a cidadãos e a grupos de cidadãos, com prioridade para aqueles que vivam em situação de vulnerabilidade social e que desejem se organizar em empreendimentos populares e solidários e/ou consolidar aqueles já constituídos, que sejam residentes e domiciliados ou sediados no Município de Contagem e que preencham os seguintes requisitos: I - quando individualmente, estiver cadastrado em programa de geração de renda e inclusão social do Município de Contagem ou de outros órgãos governamentais municipais, estaduais ou federais e participar de processo seletivo a ser estabelecido pela Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social; II - quando em grupo, cadastrar-se em Programas Municipais e for selecionado na forma a ser estabelecida em portaria expedida pela Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social; III - quando empreendimento já constituído, cadastrar-se e ser selecionado na conformidade das regras estabelecidas em portaria da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social. 2 Em qualquer caso, os interessados quando selecionados deverão firmar Termo de Compromisso e Responsabilidade declarando estar cientes e de acordo com as diretrizes, princípios fundamentais e objetivos da política municipal de fomento à Economia Popular e Solidária. CAPÍTULO III DA EXECUÇÃO E IMPLANTAÇÃO Seção I Dos Instrumentos

Art. 10 A implementação da política pública de fomento à Economia Popular e Solidária promoverá instrumentos voltados ao fortalecimento e à sustentabilidade dos empreendimentos populares solidários, com prioridade para: I - educação, formação e capacitação técnica, tecnológica e profissional; II - fomento à constituição de espaços e redes solidárias de produção, consumo, comercialização, conhecimento e informação; III - acesso a linhas de micro-crédito e as políticas de investimento social; IV - apoio à comercialização e ampliação de mercado para os bens e serviços da economia popular solidária em âmbito regional, nacional e transnacional; V - apoio à pesquisa, inovação, desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas aos empreendimentos populares solidários; VI - assessoria técnica, prioritariamente, nas áreas administrativas, econômica, contábil e técnica; VII - apoio técnico, contábil e jurídico para participação em licitações. VIII - utilização vinculada às estratégias de incubação, de bens públicos a título precário e temporário, desde que autorizada pela autoridade competente; IX - participação em processo de incubação voltado a criar, a consolidar e a fortalecer a organização de empreendimentos populares solidários; X - apoio técnico e financeiro à recuperação e à reativação de empresas em risco de processo falimentar, massas falidas e parques produtivos ociosos, desde que sob a forma de autogestão por trabalhadores e de acordo com os dispositivos desta lei; XI - adequado tratamento tributário aos empreendimentos populares solidários incubados; XII - aos beneficiários selecionados e participantes de atividades de formação, poderão ser também concedidos por até 12(doze) meses, prorrogáveis por igual período, a critério da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros, os seguintes benefícios: a) seguro de vida coletivo no valor de R$2.000,00 (dois mil reais); b) subsídio para despesas de deslocamento para desenvolver ações da política pública, que importará no valor equivalente a 2 (dois) vales-transporte diários, quando a distância for superior a 3 (três) quilômetros entre o local de residência e o local das atividades; c) auxílio pecuniário, no de valor de até 20% (vinte por cento) do salário mínimo nacional vigente. 1º O valor e a periodicidade do auxílio pecuniário previsto na alínea "c" do inciso XII deste artigo serão fixados de acordo com o plano de negócios e o cronograma de desenvolvimento do empreendimento apresentados, bem como selecionados com a comprovação dos resultados graduais de sua implementação. 2º O plano de negócios previsto no 1º deste artigo deverá conter obrigatoriamente cláusula prevendo a participação igualitária nos votos de deliberação sobre o empreendimento popular e solidário, ser assinado por todos os seus integrantes e prever necessariamente a forma de retirada de cada um de seus membros.

3º O Poder Executivo através da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, instituirá Comissão de Apoio composta por servidores públicos, inclusive para seleção, aprovação e avaliação dos planos de negócios dos empreendimentos populares e solidários. Art. 11 Para o saque dos benefícios pecuniários, os beneficiários receberão cartão magnético emitido por agente bancário. 1º Não havendo qualquer saque no período de 60 (sessenta) dias consecutivos, contados da data do depósito bancário efetuado pelo Município de Contagem, os beneficiários perderão o direito à concessão dos benefícios, sendo os respectivos valores transferidos pelo agente financeiro de volta ao município, com a finalidade de contemplar novos selecionados. 2º Nas hipóteses de óbito do beneficiário, de sua detenção ou reclusão em estabelecimento prisional ou de sua internação em unidade médica por problemas de saúde, poderão ser pagos os benefícios pecuniários devidos em razão de atividades já desenvolvidas, desde que o próprio beneficiário, seu procurador, cônjuge, companheiro ou herdeiro assim o requeira administrativamente, no prazo de 90 (noventa) dias, contados do término do prazo estabelecido no 1. deste artigo. Art. 12. A implementação das ações de educação, de formação e de qualificação previstas na Política de Fomento à Economia Popular e Solidária incluirá a formação para a cidadania, a sensibilização e a capacitação técnica e tecnológica para a criação e consolidação de empreendimentos populares e solidários. Parágrafo único. As ações educativas e de qualificação em autogestão serão realizadas prioritariamente de forma descentralizada, nas regiões do Município de Contagem, iniciando-se por aquelas onde há maior concentração de pobreza e violência. Art. 13 O Poder Executivo, através da Procuradoria Geral, estabelecerá normas para a criação de linhas de créditos destinadas a atender aos beneficiários da Política de Fomento à Economia Popular e Solidária, que deverão necessariamente prever o fomento e o financiamento das atividades econômicas dos empreendimentos populares e solidários e estarem adequadas às especificidades dos novos negócios. Art. 14 Para os fins estabelecidos nos incisos VII e X do art.10 e do art. 13 desta lei, a Administração Municipal deverá adotar legislação específica, regulamentando onde couber. Seção II Da Incubação de Empreendimentos de Economia Popular e Solidária Art. 15 Para os fins desta lei, a incubação de empreendimentos populares e solidários consiste no fomento do processo de formação para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento

de novos modelos sócio-produtivos coletivos e autogestionários, com a qualificação dos trabalhadores para a gestão de seus negócios e acesso a novas tecnologias. Art. 16 A Incubação de empreendimentos de economia popular e solidária tem os objetivos primordiais de: I - difundir a cultura autogestionária, sobretudo junto aos beneficiários tratados na Seção II do Capítulo II desta lei; II - habilitar os beneficiários para gerar trabalho e renda na forma da economia popular e solidária; III - facilitar a constituição de empreendimentos populares e solidários, prestando inclusive assessoria técnica e tecnológica, com vistas à sua viabilização e sustentabilidade; IV - oferecer espaço temporário para os empreendimentos populares e solidários em incubação, proporcionando-lhes as condições necessárias para o início de suas atividades e preparando-os para sua inserção no mercado de forma autônoma; V - estimular e assessorar a organização de redes entre os empreendimentos incubados; VI - promover a integração dos empreendimentos com a comunidade local, visando sua consolidação e sua sustentabilidade social e econômica, associadas às estratégias de desenvolvimento local. Art. 17 O período de incubação será definido de acordo com a natureza dos resultados pretendidos, mediante a avaliação dos indicadores estabelecidos em metodologia específica, não podendo, em qualquer hipótese, ultrapassar o prazo de 24 (vinte e quatro) meses. Seção III Do Monitoramento e Avaliação da Política de Fomento a Economia Popular e Solidária. Art. 18 Os órgãos da Administração Municipal Direta e Indireta que atuarem em colaboração com a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social na execução da política pública, ainda que na função de atividade meio, fornecerão dados e informações à Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social para a instituição de indicadores e metodologias de análise. Parágrafo único. Os dados e informações de que trata o caput deste artigo possibilitarão o monitoramento, aperfeiçoamento da política pública e a avaliação das ações, bem como dos projetos a serem implementados. Art. 19 A avaliação da incubação e dos empreendimentos populares e solidários será baseada prioritariamente nos seguintes parâmetros e critérios: I-inclusão social e desenvolvimento cidadão, considerando o grau de: a) melhoria da renda per capita; b) melhoria da sociabilidade;

c) retorno a alfabetização e ao ensino fundamental; d) retorno de filhos à escola; e) retorno à busca de trabalho e emprego; f) reinserção no mercado de trabalho; g) organização de documentos pessoais; h) melhoria da moradia; i) aquisição de bens de consumo duráveis; j) cuidados com a saúde; II sustentabilidade dos empreendimentos, considerando o grau de: a) formalização e legalização das sociedades; b) qualidade do produto e das relações de trabalho; c) comprometimento dos associados; d) condições de posse, controle e condições do equipamento e da sede; e) quantidade de pontos de venda e quantidade de clientes; f) condições de respeito ambiental, social, educacional, e melhoria nas condições de saúde de seus membros; g) organização de eventos de caráter econômico, tais como feiras, rodadas de negócios, encontros e outros; h) ponto de equilíbrio financeiro; i) acesso ao crédito e financiamento; j) melhoria tecnológica nos produtos, métodos, processos e/ou técnicas, na gestão da produção e na tecnologia empregada; k) instrumentos de gestão coletiva desenvolvidos; III transformação social e política dos indivíduos e do grupo, com base na ampliação de sua participação em atividades coletivas, associações, cooperativas, orçamento participativo, instituições locais e na ampliação de sua participação em demandas e controle de políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida da comunidade; IV construção da autogestão e gestão coletiva e democrática dos empreendimentos a partir da remuneração do trabalho e não do capital, da igualdade de direitos entre os associados, da transparência administrativa, do quantitativo das decisões tomadas de forma coletiva, da distribuição democrática dos resultados do trabalho, da igualdade de gênero, etnia, de nível de instrução, da igualdade em relação à comunidade, do respeito à integração ao meio ambiente, do controle e gestão pelos trabalhadores associados, do uso de mão-deobra contratada; V aprimoramento da educação, formação e capacitação técnica; VI contribuição para o desenvolvimento da Economia Popular e Solidária, com base na participação em redes solidárias, em intercooperação de empreendimentos, clubes de troca, compras solidárias, feiras de Economia Popular e Solidária, clubes de poupança, cooperativas de crédito ou fundo solidário ou em iniciativas congêneres.

Art. 20 A Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, manterá sistema permanente de monitoramento e avaliação das atividades previstas nesta lei e promoverá ações para o aperfeiçoamento das estratégias e metodologias empregadas na sua execução. Art. 21 A Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, poderá instituir Comitê Metodológico, a ser definido em portaria, com a participação de suas próprias equipes e das instituições parceiras e conveniadas, para a implementação das ações previstas nesta lei, com atribuições de monitorar, sistematizar e aperfeiçoar as estratégias de incubação, formação, capacitação e assessoria aos empreendimentos populares e solidários, bem como de manter coerência, unidade e integração entre as atividades das várias instituições e as diretrizes desta lei. Seção IV Dos recursos e da integração com outras políticas Art. 22 Para a implementação das ações, dos projetos e das atividades decorrentes do fomento à Economia Popular e Solidária, a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, além da previsão contida no art. 2º desta lei, poderá contar com a colaboração de outros órgãos da administração pública municipal direta ou indireta, por meio da integração das respectivas políticas públicas. Seção V Do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária. Art. 23 Fica criado o Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária que se constituirá como um instrumento da política pública de fomento a economia popular e solidária. 1º O Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária terá a função de captação de recursos públicos ou privados, mediante convênios, parcerias, dotações orçamentárias, transferências, aplicação dos recursos, com o objetivo de proporcionar os meios necessários para o financiamento dos empreendimentos solidários e/ou populares, visando a capacitação e qualificação profissional para geração de renda auto-sustentável e formação cidadã. 2º A Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, através de sua Coordenadoria de Trabalho e Renda se encarregará da administração do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária, com prestação de contas anual aos órgãos competentes, sobre os recursos administrados para fomento aos empreendimentos solidários e/ou populares, qualificação profissional e formação cidadã. 3º A regulamentação do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária será definida através de seu regimento interno, fiscalizada regularmente por um Conselho Geral Gestor. 4º Os empreendimentos solidários e/ou populares não poderão receber recursos do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária após desligamento do programa de incubação. Art. 24. São recursos do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária:

I contribuições, subvenções e auxílios da União, Estado e do Município, de sua Administração Direta e Indireta; II as destinações autorizadas em lei municipal das arrecadações resultantes de consórcios, programas de cooperação, contratos e acordos específicos, celebrados entre o município e instituições públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras; III as contribuições resultantes de doações especificas ao fundo; IV transferências autorizadas de recursos de outros fundos; V - dotações orçamentárias repassadas pelo município e créditos adicionais suplementares que a lei estabelecer no transcorrer de cada exercício; VI - rendimentos e juros provenientes de aplicações financeiras; VII - outras receitas ou dotações orçamentárias autorizadas por lei. Parágrafo único. Os recursos de que trata este artigo serão depositados em instituição financeira oficial e em conta sob a denominação do Fundo Municipal de Trabalho e Renda Solidária. Art. 25 O Poder Executivo poderá igualmente celebrar convênios com entidades de direito público ou privado, nacionais ou internacionais, que tenham interesse em cooperar na implantação da Política de Fomento à Economia Popular Solidária, inclusive subsidiando os empreendimentos populares e solidários, o processo de incubação e as ações específicas de acesso às novas tecnologias. CAPÍTULO IV DO CONSELHO GERAL GESTOR Art. 26 Fica definido que ao CGG Conselho Geral Gestor, sem prejuízo de suas funções regimentais, tem as seguintes atribuições: I - zelar pelo cumprimento e implementação desta lei; II - contribuir para a elaboração do plano de integração das políticas públicas municipais de Economia Popular e Solidária; III - encaminhar sugestões à Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social para a implementação de projetos decorrentes desta lei, além de acompanhá-los e fiscalizálos em sua execução; IV - monitorar e avaliar periodicamente as ações da política pública de economia popular e solidária instituído no artigo 1º desta lei. CAPÍTULO V DO SELO SOLIDÁRIO Art. 27 O Selo de Economia Solidária, denominado Selo Solidário, para identificação, pelos consumidores, do caráter solidário e ecológico dos insumos, da produção, da industrialização, do transporte e da comercialização dos produtos, será criado pelo Conselho Geral Gestor.

Art. 28 O Conselho Geral Gestor constituirá paritariamente um Comitê Certificador, por representantes dos empreendimentos solidários, do poder público, das entidades de defesa dos direitos do consumidor e de fomento à Economia Popular Solidária. Parágrafo único. Compete ao Comitê Certificador: I - emitir e conceder o Selo de Economia Solidária; II - credenciar entidades locais de inspeção para acompanhamento dos empreendimentos de Economia Popular Solidária; III - elaborar um manual de procedimentos para certificação, a ser adotado pelas entidades locais de inspeção, para orientação aos empreendimentos de Economia Popular Solidária e verificação do cumprimento desta Lei para a obtenção do Selo de Economia Solidária; IV - cancelar a certificação, em caso de descumprimento desta Lei; V - gerenciar banco de dados cadastrais de empreendimentos certificados; VI - constituir uma equipe técnica para avaliação dos pedidos de credenciamento, mediante análise de documentos e inspeção local, se necessário. Art. 29 A participação efetiva dos membros de que trata esta Lei não é remunerada, sendo considerada função pública relevante. Art. 30 A participação na política publica de economia solidária não gerará quaisquer vínculos empregatícios ou profissionais entre o beneficiário e o Município de Contagem. Art. 31 As despesas decorrentes desta Lei correrão por dotação orçamentária própria, suplementada se necessário. Art. 32 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio do Registro, em Contagem, aos 18 de julho de 2006. MARÍLIA APARECIDA CAMPOS Prefeita de Contagem