UM PÉ DE TATAJUBEIRA QUE APARECE UM ENCANTO

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Transcrição:

UM PÉ DE TATAJUBEIRA QUE APARECE UM ENCANTO Dona Francisca da Tribo Tremembé contou que há muito tempo atrás, existia um pé de Tatajubeira que aparecia um encanto. Quando as pessoas passavam por lá viam uma luz acesa, e também tinha um pé de Angeuca que era muito verde. Um certo dia, dona Francisca fez uma promessa ao Caipora, e ele atendeu a promessa. E disse para ela que acendesse uma vela no pé de planta. Ela foi acender. No outro dia, ela foi ver, e quando chegou perto, a planta estava pegando fogo. Depois cortaram o tronco dela e hoje nem existe nada. Eliandra, Tremembé

O ENCONTRO DA MÃE D ÁGUA QUE APARECE NA LAGOA DA BATEDEIRA Seu João Gomes contou que um certo dia seu Vicente Mariano, ia passando pela lagoa quando veio uma Tarimatã. Ao tentar pegar a peixa, ele entrou dentro d água e só sentiu foi uma coisa grande nas pernas dele, era a mãe d água, e ele depressa saiu da água quando ele olhou de novo, ela tinha desaparecido. Eliandra, Tremembé.

O ENCONTRO DO CABECIM Seu João Gomes contou que certo dia seu avô saiu para pescar. Chegando lá, de longe, ele avistou um grande navio. Foi se aproximando quando chegou perto, era uma grande pedra, ele ficou surpreso que nunca tinha visto coisa assim. Eliandra, Tremembé.

O GUAJARA Certo dia três homens sairam de casa para irem pescar nas camboas que fica perto do mangue. A noite era escura. Então cada um deles levavam um lampião para iluminar o caminho. Quando iam no caminho perto das camboa, o lampião de um deles deu um papoco e o pavio saiu de dentro do lampião e caiu na lama e ficou pegando fogo fora do lampião, então eles seguiram em frente e até que chegaram na camboa para pescar. Quando foi numas horas eles escutaram um guaxinim apanhar lá onde o pavio tinha pegado fogo. Quando foi de repente na beira da Camboa o Guajara apareceu e começou a brigar com eles, só que eles não entendiam o que ele falava. Ai um deles disse: Caboco velho, deixe nós pegar uns peixinhos? Aí mesmo que eles não pegaram foi nada. Então eles resolveram ir embora. Quando eles estavam indo embora, escutaram o grito que vinha lá da ilha: Ei! Aí foi mesmo que eles disseram pernas pra que te quero. Amanda, Tremembé.

O LOBISOMEM Certo dia um homem saiu de casa para pescar e deixou sua mulher em casa pastorando a panela de batata, enquanto ele ia até o Lagamar pescar alguns peixes para comer com as batatas. Quando ele chegou em casa, a panela já estava fervendo, então ele foi tomar banho e a mulher dele ficou lá olhando a panela. Enquanto isso dois lobisomens se combinavam em fazer medo a mulher para ela correr e deixar a panela. Quando foi de repente ela escutou um bicho se roçar na cerca de vara. Então ela foi olhar o que era e quando ela viu que era o bicho voltou, pegou uma concha de caldo quente e jogou bem encima do espinhaço dele. Quando ele sentiu esse caldo quente no espinhaço, ele saiu na carreira, que nem o outro que andava mais ele conseguiu acompanha-lo. No meio do caminho ele se transformou-se em gente e foi embora para sua casa, quando foi no outro dia amanheceu todo queimado e os couros saindo. Amanda, Tremembé.

História relatada pelas alunas Eliandra e Amanda da Escola Indígena Diferenciada Maria Venâncio em Almofala.

ESCOLA DIFERENCIADA INDIGENA TREMEMBÉ DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MARIA VENÂNCIO A escola é diferenciada por causa da luta que nós tivemos para conseguir essa escola, o quanto nós lutamos. Para que nós hoje tivéssemos uma escola onde nós não éramos discriminados por ser índio e também que nossa escola sempre mudou de um lado para o outro não tinha lugar certo. Nossos amigos mais velhos estudavam um dia em um canto e no outro já tinha que mudar, por que os donos da casa onde eles estudavam chegaram e precisavam da casa para morar. A nossa escola nunca teve um lugar certo até hoje onde nós estamos estudando. Relato e desenho de Janiel, aluno da E.D.I.E.T.F.M Maria Venâncio.

DESENHO E RELATO DE JANIEL ALUNO DA 7ª SÉRIE DA E.D.I.T.E.F.M MARIA VENÂNCIO Os alunos que estudaram na época em que a escola ainda era de palha eram: Luciana, Francisca, Edgrer, Jucier, Eleni, João Filho, Angélica, Viviane, Raimundo, Geissa, Jaqueline, Gilsa, Thiago, Francimar, Rodolfo, Geisson, Leila, Márcio, Marcelo, Cosmo, Nina, Cristiano, Patrícia, Amanda, Greidiane, Juciane, Alvino, Albino, Alana e Léo. Na época a escola se chamava Brisa do mar. Por que o nome Brisa do Mar? - Por que todas as tardes a professora Raimunda levava as crianças para dançar o Torém na praia até o pôr do sol. Janiel, 14 anos